Paulo Franke

23 maio, 2009

Mês das NOIVAS - somente maio?



De repente, olhando pela janela, vi flores que me lembraram grinalda, aquelas com as quais se adornava igrejas nos dias de casamento, pelo menos em terras gaúchas. Minha câmera entrou em ação e as fotos, sejam da mesma flor ou não, estão aqui para ilustrar esta postagem dedicada àqueles que pensam casar-se como também àqueles que já deram esse passo há pouco ou muito tempo.



Meu melhor amigo da juventude era filho de um reverendo da Igreja Episcopal Anglicana, o Rev. Albino Winkler. Posso quase garantir que esta foto marca a última vez em que encontrei o querido e saudoso homem de Deus, já aposentado, em Porto Alegre. Nossa visita à sua casa, em 1977, mereceu uma foto tirada por meu amigo, onde aparece o restante da família Winkler. O Rev. Albino, que faleceu em 1992, com 80 anos, está na foto ao meu lado. Sentadinhas, minhas duas filhas juntamente com as duas filhas de meu amigo, que se casou com uma prima minha, na foto ao lado da Anneli. Em 1990, no casamento de sua neta mais velha, sentada à direita, o Reverendo usou da palavra e trouxe uma mensagem inspirada, sábia e prática aos noivos. Anos mais tarde, meu amigo presenteou-me com a cópia do que considero uma das palestras mais lindas e verdadeiras que já tenho ouvido em um casamento. Embora não tenha estado presente à cerimônia, sem nenhum esforço posso imaginar-me novamente ouvindo o saudoso amigo, que muitas vezes ouvi pregar, na sua voz calma e bondosa, plena de autoridade espiritual de um homem que vivia o que pregava.
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"Não vou dizer um sermão e muito menos ditar preceitos de vida. Desejo-vos falar, sim, na qualidade de Patriarca da família; mais do que isto, um Patriarca feliz, porque segui normas bíblicas que são verdadeiros mandamentos divinos.


Todos nós sabemos que Jesus transformou água em vinho em um casamento em Canã da Galiléia. Por quê? Porque Ele não queria que se terminasse a alegria daquela festa.


Mas nem todos os dias são dias de rosas. Na vida há muitas surpresas. Surpresas boas e outras desagradáveis. Haja vista o que aconteceu com Adão e Eva...



Casal modelo. Feitos por Deus. Moravam em um paraíso. E foram expulsos do paraíso. Tiveram que enfrentar ódio, inveja e toda a sorte de maldades de nossa sociedade. Mas nem tudo estava perdido.



Neste momento estamos na Igreja. Mais precisamente, na nave da igreja. Isto nos dá idéia de navio. O navio da salvação. Assim como a Arca de Noé.


Vou dizer uma ilustração e tenho absoluta certeza de que os noivos não se esquecerão de minhas palavras, palavras de um patriarca.


Podemos comparar o casamento com uma frágil embarcação. A uma canoa, onde o noivo tem a responsabilidade dos remos e a noiva a responsabilidade do leme.


Esta embarcação não pode parar, porque nós vivemos o dia-a-dia e precisamos de direção certa no nosso viver.


Se os dois agirem juntos, com harmonia e paciência, tudo será felicidade na vida. Mas devemos nos lembrar de que os discípulos também navegavam, assim, no Mar da Galiléia, em uma embarcação pequena, enquanto Jesus descansava em um canto daquela barca.


E enfrentaram um tremendo temporal. Iam morrer... Foi quando os discípulos chamaram por Jesus. "Mestre, vamos perecer!"


Então, Jesus acalmou aquela tempestade. E eles puderam navegar tranquilamente até o fim de sua jornada.


Surpresas, assim, podem nos acontecer; podem acontecer a cada um de nós. Quando surgirem problemas na vida, orai! Fazei vossas orações! Fazei vossas orações em nome de Jesus.



Mas para isso não podemos nos esquecer do grande princípio da Paternidade Universal de Deus e da consequente fraternidade entre os cristãos, entre os filhos de Deus.


Não podemos negligenciar o amor, este amor que nos relaciona uns com os outros, porque Deus nos ama e nos considera todos membros de uma só família.


Assim, quando surgirem problemas na vida, surpresas desagradáveis, chamai por Jesus. Ele é o Único que pode acalmar as tempestades e transformar surpresas desagradáveis em bonança e felicidade.


Orando ao nosso Pai Celestial, por intermédio de Jesus, podemos viver tranquilos e felizes.


Então o nosso lar será realmente um refúgio de bênçãos e de paz. Amém."





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Ilustrando esta inspirada palestra com fotos...






O trecho de Jesus acalmando a tempestade pode ser encontrado
em Mateus 8:23-27, Marcos 4:35-41 e Lucas 8:22-25.

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Hospedado tarde da noite em um hotel diante do Mar da Galiléia, sem tê-lo visto, acordei-me muito cedo para contemplá-lo e ver o nascer-do-sol sobre ele, momento maravilhoso registrado em foto, com direito a "dois pombinhos" no fio acima à esquerda.
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A maior nave - local na igreja onde se sentam os fiéis - da Inglaterra é a da Catedral de St. Albans, o primeiro mártir inglês. Mede 300 pés/feet= 91.4 metros. No dia 1 de agosto de 1973, dois meses antes de casar-me, visitei esta catedral anglicana, que fica na cidade do mesmo nome.
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É comum na Europa, principalmente na Escandinávia, navios ornamentarem igrejas, pendendo de seu teto. Como o cristianismo nasceu entre pescadores, lembrando a profissão de alguns discípulos, sendo Pedro o mais destacado, é algo bem significativo.
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L i n k :


"A Igreja da infância e juventude"

http://paulofranke.blogspot.com/2007/12/blog-post.html


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A maré no blog está para navios...
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A postagem anterior a esta tem sido "O Exército de Salvação e o Titanic", esta
trata de noivos, na nave da igreja, embarcando na nave da vida conjugal; a próxima enfocará novamente navios, ferry-boats, barcos e botes, com informacões, curiosidades e também lições para o viver diário.
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Obrigado, sempre, pela honra de sua visita!
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19 maio, 2009

O Exército de Salvação e o TITANIC

"... E o rapaz de 16 anos, ajudando sua mãe a entrar no bote salva-vidas, disse:lhe: 'Adeus, mamãe!' " - mais adiante na postagem.







Eu nasci ouvindo falar do Titanic... Deixe-me explicar esta frase inicial. Desde que éramos pequenos, meu saudoso pai contava-nos a história do naufrágio do Titanic. E lembro-me de que ressaltava que, tendo ele nascido em 1913 (minha mãe em 1914), o trágico acidente ocorrera um ano antes, em 14 de abril de 1912.

Na década de 50, a única em que de fato frequentei cinema - e como!! - assisti certa vez a um filme chamado "Os náufragos do Titanic", de 1953, um dos primeiros filmes do jovem ator Robert Wagner que contracenava com Clifton Webb e Barbara Stanwyck. Ao voltar para casa, comentei com meu pai acerca do filme, e ele também foi assisti-lo com minha mãe. Durante décadas interessei-me pelo trágico acontecido, lendo a respeito em revistas e livros. Embora outros filmes tenham sido feitos sobre o Titanic, nunca os assisti.

Então, na década de 90, foi lançado o superfaturado filme de James Cameron, a que certamente os leitores assistiram - quem sabe como eu mais do que uma vez - ou possuem o DVD para assistirem de quando em quando ao drama que a revista Fatos e Fotos da época do lançamento do filme bem descreveu:

"Oitenta e cinco anos depois, o Titanic ainda povoa a imaginação de todo mundo, como um momento em que a humanidade se viu impotente ante as forças da natureza. As horas de agonia de duas mil pessoas deixaram uma dura lição sobre a arrogância do homem."

"Nem Deus afunda o Titanic!" foram as célebres palavras proferidas por seus construtores. E o "insubmergível" transatlântico da White Star Line afundou na sua viagem inaugural Southampton-Nova York, matando 2.640 passageiros e tripulantes sendo que somente 605 foram salvos.





A esta altura quem sabe o leitor esteja perguntando... "Por que o título desta postagem?" , o que explico a seguir:


Na época do lançamento do filme, trabalhávamos na redação do Brado de Guerra - contra todo o mal, órgão oficial do Exército de Salvação no Brasil (hoje revista RUMO), e chegava-nos muitas publicacões congêneres de diversos países do mundo salvacionista enfocando o tema Titanic, com curiosas e interessantes ligações de nossa organização com o transatlântico. Dai, enfoquei em vários numeros do jornal o tema, à medida que novas revelações emergiam...


Salvacionistas de Gillingham, Inglaterra, coletaram para o Fundo de Ajuda às Viúvas e Órfãos do Titanic. E o pensamento oportuno de Sieg Aurich: Se seus tesouros estão na terra, cada dia que passa você está se afastando deles. Se seus tesouros estão no céu, você está cada dia mais perto deles.




Em 1985 sondas submarinas começaram a explorar o lugar no Atlântico onde submergiu o RMS Titanic. Uma das fotos incríveis que foi tirada ilustrou a primeira página do meu jornal.





Farei, portanto, uma síntese do que foi publicado e que repercutiu com muito interesse, dada a surpresa de saber que salvacionistas, portanto irmãos nossos, também haviam perecido no naufrágio ou então sobrevivido ao mesmo.


- William T. Stead, um dos mais antigos e fortes defensores do Exército de Salvação, morreu no naufrágio. Editor da The Pall Mall Gazette, uniu-se à cruzada salvacionista para denunciar a prostituição infantil e tráfico de meninas. Como resultado dessa cruzada, foi promulgada uma lei que tornou ilegal o repugnante comércio infantil na Inglaterra. Tão veemente fora o protesto de Stead que certa vez chegou a ser encarcerado.



- Com uma equipe de socorro, a filha dos fundadores, Comandante Evangeline Booth, esperou os sobreviventes no porto de Nova York, encaminhando muitos deles a instituições salvacionistas onde foram atendidos e acomodados.


- Os salvacionistas Fred e Joy Norton, da Inglaterra, permitiram que sua sala fosse fotografada para servir de modelo à reconstrução do Titanic no filme de James Cameron. O casal adquiriu o revestimento de parede, em nogueira francesa, direto do navio-irmão do Titanic, o Olympic, desmontado nos anos 30.
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- Segundo estudiosos da Bíblia, o Titanic tinha dimensões aproximadas da Arca de Noé.




- W.T. Stead, que perdeu sua vida no naufrágio do Titanic, também ajudou o fundador William Booth na publicação da obra "Na mais escura Inglaterra e como livrar-se dela", um best-seller da época. Segundo sobreviventes, Stead estava entre os que ajudavam mulheres e crianças a entrarem nos poucos botes salva-vidas, até o último momento.


- W.T.Stead, em 1892, vinte anos antes da tragédia, escreveu uma histórica sobre um navio que chamou de Majestic, "uma monstruosa Babilônia flutuante que se chocou com um iceberg, não possuindo salva-vidas suficientes para os passageiros...". Ao capitão do navio fictício deu o nome de E.J.Smith... o mesmo nome do capitão do Titanic! Viajando para a América a convite do Presidente William Taft, viu sua própria profecia ser cumprida. Antes de embarcar no Titanic, Stead despediu-se do filho do fundador, General Bramwell Booth: "Ah, é em Deus que eu confio - somente o Deus vivo pode manter viva a alma!"


- A salvacionista Rosa Abott (primeira foto acima) foi ajudada a subir no bote salva-vidas por seu filho Eugene (16), que lhe disse "Adeus, mamãe!" E entre os que pereceram seu outro filho Rossmore (15). Ao ouvir o triste relato de Rosa, declarou a comandante Evangeline Booth, que recebia os sobreviventes no porto: "Eles morreram como verdadeiros salvacionistas".


- Elizabeth Nye, na segunda foto, tirada anos mais tarde, tendo ficado viúva resolveu ir para a América e embarcou no Titanic. Chegando como sobrevivente no porto de Nova York, foi recebida por Evangeline Booth que se fazia acompanhar pelo solteiro Capitão George Darby. Resumindo, Elizabeth e George se casaram, tendo morrido a sobrevivente com 81 anos.


- Os salvacionistas britânicos angariaram do povo 1.150 libras e 9 shillings para o fundo de Desastre para as Viúvas e Órfãos do Titanic, o equivalente a mais de 250.000 libras esterlinas atuais. E o General Bramwell Booth escreveu acerca da doação de 1.000 libras esterlinas ao prefeito de Londres, quantia essa vinda dos próprios salvacionistas: "O nosso querido povo tem dado essa quantia de sua profunda pobreza, mas o que mais me tocou foi a certeza de que cada moeda foi acompanhada de oração, fé e preocupação amorosa para com os sofredores". A maior quantia em dinheiro foi arrecadada em Southampton, cidade portuária de onde veio o maior número de vítimas do naufrágio. Muitos tripulantes eram dessa cidade e muitos consideravam o Titanic como sinônimo de boa sorte, principalmente após as dificuldades causadas pela recém-terminada greve dos mineiros, durante a qual muitos marinheiros foram mantidos em terra. Muitos faziam as suas doacões chorando pelos conhecidos que perderam a vida.


O fundador William Booth, que quatro meses após a tragédia foi chamado para o lar celestial, em 1912, escreveu:


"O meu coração foi tocado pela terrível calamidade, tocado com tristeza pelos mortos, entre os quais meu amigo de longa data, W.T.Stead, foi tocado com simpatia pelos sobreviventes, cuja perda jamais poderá ser reparada, e tocado profundamente pela chamada tão repentina e terrível à presença de Deus! Oro para que isso fale às multidões sobre a realidade e proximidade do mundo por vir e sobre a urgente e tremenda necessidade de se estar preparado. Que Deus abençoe e conforte a todos!"






Cerca de 5.000 artefatos do Titanic foram resgatados do fundo do mar, os quais têm sido exibidos em diversas cidades do mundo, inclusive são acervo de museus marítimos ou mesmo de museus ligados ao próprio transatlântico. Em visita a Zurich em dezembro de 1998, uma colega brasileira enviou-me o postal acima de uma exposição desse tipo que visitou.


À direita, o hino de Sarah Flower Adams, "Mais junto, ó Deus, a Ti" (Nearer my God to Thee) que, segundo testemunhas que se afastavam nos botes salva-vidas, foi tocado pela orquestra de bordo até quase o momento de o transatlântico submergir. O regente da orquestra de bordo, Wallace Hartley, era membro da Igreja Metodista e foi certamente o seu profundo instinto religioso que o levou a tocar o hino nos momentos finais do Titanic. O mesmo hino foi cantado na maioria dos ofícios fúnebres da época. Na superprodução de James Cameron, o hino foi fielmente tocado, detalhe que muitos certamente não perceberam. Abaixo, a tradução do hino para o português, que consta na maioria dos hinários evangélicos tradicionais. (No enterro tanto de meu pai quanto de minha mãe o hino foi cantado).


Mais junto, ó Deus, a Ti, mais junto a Ti,/ Inda que aflições eu tenha aqui, /Aspiro ao gozo ali, mais junto, ó Deus, a Ti, / Mais junto, ó Deus, a Ti, mais junto a Ti.
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E, quando ao pôr-do-sol, na solidão, /dormir cansado e só, meu leito o chão, /Ver-me-ei em sonho ali /Mais junto, ó Deus, a Ti...
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Sejam meus passos, pois, degraus do céu;/ Todas as provações, proveito meu./ Já Teu amor senti, mais junto, ó Deus, a Ti...
-
Pedra em Betel porei, vencida a dor, /Meus dias encherei com Teu louvor./Viver, já decidi, mais junto, ó Deus, a Ti...

- O hino, 350 do Cancioneiro Salvacionista, é baseado na experiência de Jacó conforme Gênesis 28. -

^+^+^+^+^+^+^+^+

Nota:

Pesquisei no Google o número de escandinavos e americanos-escandinavos que viajavam no Titanic, obtendo a seguinte informação:

123 suecos (+89) - 63 finlandeses (+43) - 31 noruegueses (+21) - 14 dinamarqueses (+12)

+ = mortos

+ + + + + + + + + +

Caro leitor, você já pensou nisso?

"Lembre-se de que cada um de nós comparecerá individualmente perante o Tribunal de Deus.

Outra razão para um viver correto é esta: vocês sabem como já é tarde. O tempo está se escoando. Despertem, pois que a vinda do Senhor está mais próxima agora do que quando cremos no princípio. A noite já passou e o dia de sua volta estará aqui logo. Portanto, deixem as más obras das trevas e vistam a armadura de uma vida direita, como devemos fazer os que vivemos na luz do dia!

... Não gastem o tempo em festancas desenfreadas, nem embebedando-se, ou no adultério e na imoralidade, ou em brigas ou ciumeiras. Mas orem a que o Senhor os ajude a viver como devem e não facam planos para deleitar-se no mal."

Romanos 14:10; 13:11 em diante (A Bíblia Viva)

12 maio, 2009

HÄMEENLINNA - onde vivemos - na PRIMAVERA (1)




E assim os caminhos do Senhor, dois anos e meio antes de aposentar-me, trouxeram-me para a belíssima cidade de Hämeenlinna, há dois meses e meio.

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(Esta postagem sobre a nossa nova cidade terá continuidade de acordo com a estação do ano, bem definidas nesta parte do mundo e cada uma com a sua beleza.)



A bandeira da Finlândia, diferindo dos outros países escandinavos somente na cor.


Onde se situa Hämeenlinna (em sueco, Tavastehus), a 105km da capital Helsinki.



Situada em um lugar privilegiado, a cidade tem 66 mil habitantes e foi fundada em 1639.


Linna em finlandês significa castelo. Marca característica da cidade é o medieval Castelo de Häme, que também lhe dá o nome.



Os brasões da cidade em cimento.


Conforme se pode ver no mapa, a linha verde...


... divide a cidade pela principal rodovia que corta o país de sul ao norte.
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As janelas do nosso apartamento, situado em um bairro não longe da rodovia.

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O tronco da mais típica árvore finlandesa, bétula (koivu em finlandês e björk em sueco), que pode ser vista diante do nosso apartamento. Enquanto usava o meu laptop, foi olhar através da janela e ver o topo da bela árvore, ocasião para uma foto.

Bem poucos dias depois, olhando novamente pela janela, surpreendi-me ao ver que as folhas já estavam crescendo e a cada dia mais.



Como a primavera tem tanto dias ensolarados quanto chuvosos, decidi na primeira oportunidade que o sol brilhasse sair a fotografar a cidade. O grande caminhão à frente do nosso apartamento, mostra que floricultura é um negócio sério - e rentável - para os europeus.


E saindo de casa, fotografei as tulipas no nosso prédio.


Não tão profusamente quanto na Holanda...


... tulipas de todas as cores também são comuns por aqui.



Sol e flores, pedidas da primavera após o longo e frio inverno que congela o chão.


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UM CONVITE:

VAMOS, ENTÃO, CONHECER A CIDADE?



Saindo da nossa vizinhança, sempre a pé - por não termos veículo pessoal ou mesmo do nosso trabalho - atravessemos o viaduto em direção ao centro da cidade.


Em 10min. entramos no Calçadão que nos saúda com canteiros de amores-perfeitos, que para mim parecem gatinhos de mau-humor. Em finlandês orvokki, é a minha flor preferida.





Escolhi sair bem cedo pela manhã para fotografar a nossa nova cidade, e explorar lugares ainda desconhecidos, no caso de chover ou mesmo para evitar fotografar pessoas, o que não pega bem por aqui. Acima, o shopping-center do Calçadão.



A mini praça da alimentação que dá saudade das brasileiras e de sua farta e variada comida, o que não é o caso por aqui.



Lojas a maioria ainda fechadas.



Bem planejado, sai a tirar minhas primeiras fotos antes de o verão chegar, quando a cidade se torna literalmente uma floresta, cheia de árvores frondosas sem possibilidade de se enxergar muitos prédios, o que mais gosto de fotografar.
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Impacientes pelo sol que aparece durante os fugidios meses de primavera e verão, os donos de restaurantes colocam suas cadeiras e mesas do lado de fora a partir do dia 1 de maio, feriado muito importante e celebrado.



Este restaurante ao ar livre no Calçadão por certo merece uma foto!



Os cobertores servem para os fregueses se cobrirem, pois a temperatura ainda está nos 10-15 graus centígrados, com os ventos da primavera dando a impressão de muito menos.



O agasalhado rumeno com seu acordeón toca uma música tropical, quem sabe para "chamar" o calor: "Tico-tico no fubá"!! Por ser música brasileira e por tocar o instrumento que meu pai tocava tão bem, fiz cair uma moeda na sua caixinha. (Atrás, a palavra Sokos que não significa um clube de box, mas uma rede de lojas e hotéis de luxo...)




O teatro da cidade desde já anuncia para o outono a peça "O Violinista no Telhado", com o violinista finlandês que a meu ver não convence no papel, pois ninguém substitui o ator judeu Topol, do filme.



Saindo do Calçadão, palavra brasileira, pois em finlandês é Kävelykatu (rua de caminhar).



Toda a cidade finlandesa tem um tori ou lugar do mercado ao ar livre, um extenso local vazio onde em cada estação do ano, exceto no inverno, acontecem todo o tipo de atividade, bancas de venda de antiguidades, flores, pães, doces, frutos do mar, sorvete e tudo o que se possa imaginar, dependendo da época. Muitos torit no inverno viram rinques de patinação.



No tori, um tipo de praça sem árvores, quando o tempo aquece um palco para shows é armado e principalmente no verão acontecem concertos de música clássica, popular, folclórica ou grupos de rock.



Sorvete é "jäätelö" (algo como "iételê", as letras com trema pronunciadas perto dos lábios). A palavra soa estranhíssima, mas quando os lábios tocam o sorvete, é um dos mais deliciosos do mundo! Embora bancas ao ar livre só apareçam na primavera e fechem no início do outono, consome-se sorvete o ano inteiro, mesmo em pleno rigoroso inverno, o que me faz lembrar o RS onde sorvete no inverno nem se encontra à venda, ou pelo menos não se encontrava. Obtive de meu neto mais velho a informacão, através de um livro escolar, de que a Finlândia, depois dos Estados Unidos, é o país que mais consome sorvete no mundo.



Mas o forte do momento é o comércio de flores....



... para serem plantadas em jardins ou colocar nas sacadas e varandas de casas e apartamentos.



Flores de todas as espécies e cores enfeitam também as ruas. Pelo aquecimento interno, muitas plantas que crescem no Brasil são encontradas por aqui, dentro das casas, durante o ano inteiro.



Em um canto do tori, geralmente do tamanho de um quarteirão, fica a igreja da religião oficial da nação, a Luterana.



Perto da igreja, um café. O finlandês bebe mais café do que o brasileiro. Achegado ao café, para todos os momentos, não o é à religião, infelizmente, permanecendo grande fatia da população somente no rol dos nominais ou não-praticantes.



Mas a igreja tem igualmente muitos membros fiéis e consagrados, gente de todas as idades que, a propósito do chafariz à sua entrada, nela busca a água da vida que Jesus oferece aos sedentos.



Bem típico finlandês - e russo - este prédio pertence ao exército militar, bem forte na região.



Imponente, fica em frente ao tori, geralmente um lugar de honra no coração da cidade.



O leão que ainda vou descobrir a razão de estar no emblema da cidade.



De belo estilo, um café-confeitaria aconchegante e bem conhecido.



Gosto deste prédio antigo dos bombeiros...

... e posso imaginar no passado, ao toque de alarme, carros a cavalo ou mais tarde antigos automóveis saindo apressadamente desses portões, como nos tempos do cinema mudo.
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Atrás da rodoviária, vejam só: curso de capoeira que já ouvi é dirigido por brasileiros (fechado naquela hora...)!
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Do centro, é uma curta distância para se chegar a um dos lagos da cidade, Vanajavesi.


Ancorados permanentemente, dois barcos-restaurantes.

Dá para imaginar que no verão ficarão cheios.



Um deles mostra em suas mesas a criatividade finlandesa em madeira.


Uma das centenas ou milhares de lanchas que povoam alguns lagos e mares do país.


Uma lancha da polícia?? Posso imaginar que seja bem ocupada quando a marina está cheia de barcos e lanchas, orientando o tráfego do lago ou então vigiando nautas altos pelo consumo de cerveja, que ao lado do café é a bebida mais popular, infelizmente. Uma das diferencas entre o finlandês e o brasileiro é que o finlandês acha que a alegria só acontece através do álcool enquanto que o brasileiro se alegra mais facilmente.

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Ao fundo o castelo, e um cais no momento quase vazio.

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Toda a volta do lindo lago é um tipo Parque do Ibirapuera onde muitas pessoas passeiam ou fazem cooper. Clubes com piscinas aquecidas são acessíveis à toda a populacão.

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Aproximando-me pela primeira vez do castelo, dei conta de sua beleza, passeio obrigatório para o verão com a minha fru/frau!

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Bem perto dali, voltando ao centro da cidade, passo pelo prédio da biblioteca àquela hora já com o seu estacionamento de bicicletas repleto. O finlandês é um dos povos que lê mais, havendo uma estatística elevada de quantos livros per-capita são lidos anualmente.

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Não sei definir estilos arquitetônicos...
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...mas por certo neste país se encontram os mais diversos.




Um outro de tijolo-à-vista, com as comuns águas-furtadas geralmente nos telhados pretos, do que gosto muito.


Embora haja casas modernas - a arquitetura finlandesa é famosa no mundo - certamente ficam em outros bairros mais afastados do centro, ainda a ser explorado. no verão.



Olhem este casarão!


Um estranho monumento à Guerra de Inverno, contra a Rússia, em conexão com a Segunda Guerra Mundial..


Um homem jovem de cabelo e barba longos levando seu filhinho para a créche e acompanhado de seu cachorro pela coleira... nada de surpreender para quem vive neste país há 10 anos! Homens por aqui participam nas pequenas ou grandes tarefas do dia-dia, o que é justo sendo que a grande maioria das mulheres, mesmo mães, trabalham.


Jean Sibelius (1865-1957) é o compositor finlandês por excelência, nascido em Hämeenlinna e filho que orgulha a cidade.



Bem perto da séde do Exército de Salvação, no centro, fica a casa onde nasceu Sibelius.



Como o castelo, passeio obrigatório para o verão.



Abaixo na postagem, links de YouTubes da música mais conhecida, no mundo inteiro, de Jean Sibelius, Finlândia. Nas próximas postagens outras de seu belíssimo repertório serão acrescentadas.



Casas de madeira muito antigas e tombadas, portanto bem-conservadas, pode-se ver em toda a parte.


Talhados na madeira, os detalhes são de causar admiracão por sua beleza!
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As fotos abaixo mostram o Exército de Salvação de Hämeenlinna, que nós dirigimos. É igualmente um prédio de madeira muito antigo e conservado, situado quase no centro da cidade. Foi fundado em 1890 e é considerado histórico pelo fato de ter sido o primeiro lugar além da capital Helsinki para onde o Pelastusarmeija (Pelastus=Salvação e Armeija= Exército ou Armada, j pronuncia-se como i) - em língua finlandesa se expandiu. Em 1889, a obra na Finlândia foi iniciada em sueco, a segunda língua do país, portanto o Pelastusarmeija/Frälsningsarmén completa 120 anos este ano.









Uma igreja que ama Israel.


A escada para a galeria.
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Quem passeou comigo pela cidade certamente está cansado... Vamos, então, a uma pausa?


(Brincadeira!!) Ao folhear o jornal, chamou-me a atenção uma palavra parecida com o meu nome. Nada a ver comigo, mas com certeza a tantos finlandeses cheios da grana que optam por ter um barco ou um trailer para viajar pela Europa no verão. Inventei até uma rima:

"Uns, trocando seus trailers por mais novos no verão...








... outros, na fila para receber mantimentos no Exército de Salvação!!"
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Jornais locais com certa frequência nos visitam para noticiar sobre o trabalho social que fazemos, paralelamente ao trabalho espiritual (cultos e outras atividades). Cerca de 50 famílias vêm a cada quinta-feira buscar em nossa séde uma pesada sacola contendo invariavelmente leite, pão e queijo, e às vezes iogurte ou outro produto. Salvacionistas locais e outros voluntários buscam e distribuem fielmente aos chamados pobres, muitas vezes por consequência do álcool que afeta não só o alcoolista mas também a sua família. Durante o Natal o número dos que batém à nossa porta aumenta consideravelmente. Nas fotos abaixo, o voluntário Markus, por muitos anos o respónsável por esta atividade social da obra juntamente com outros voluntários. Fotografei-o pelo fato de ter sido esta a ultima vez em que participou, por motivo de mudança para outra cidade. Que Deus continue a abençoá-lo!

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L i n k s:


Música Finlândia, do compositor Jean Sibelius, escrita em 1899.

(Para finalizar o passeio, ouça-a completa durante os 7 minutos, para quem sabe você captar o pulsar do espírito do país, que foi dominado pela Suécia e Rússia e que alcançou a sua tão almejada independência em 1917)
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Parte da música Finlândia, orquestra e paisagens:
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Finlândia, por coral masculino (para você ouvir o idioma finlandês).

.http://www.youtube.com/watch?v=yJWNLIQhYH0&feature=related

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Quer saber mais acerca da Finlândia?
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"O país nórdico onde vivemos"
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http://paulofranke.blogspot.com/2008/04/finlndia-o-pas-nrdico-onde-vivemos_19.html

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K i i t o s! = O b r i g a d o! = Tack!