Paulo Franke

28 fevereiro, 2010

OlimpíadasCANADÁ+BaleiaAssassinaUSA+TerremotoCHILE


Devido aos fusos horários, praticamente não assistimos pela TV as Olimpíadas de Inverno, transmitidas aqui na Finlândia no meio da noite. Nos reviews durante o dia ou no início da noite demos uma olhada nos saltos em esqui e na patinação, principalmente.


Casais, mulheres ou homens, ao som de belas músicas, patinaram e extasiaram a muitos. Sem muita paciência para assisti-los por muito tempo, reconheço no entanto a beleza das apresentações e o esforço tremendo desses jovens patinadores nos ensaios até o grande dia da apresentação.


E cada vez que vejo patinadores recordo-me da maior patinadora que já existiu, Sonja Henie (1912-1969), de nacionalidade norueguesa, certamente até hoje uma referência importante para todos os praticantes do esporte-dança, chamando-o assim, sempre presente em olimpíadas de inverno e em certames comuns no hemisfério norte.
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Como crianças, assistíamos ao filme que estivesse em cartaz no cinema do nosso bairro, a somente dois quarteirões de nossa casa, não importando se fosse a um western, uma comédia, um romance ou um drama, uma vez que a maioria dos filmes da década de 50 eram, salvo algumas exceções, água-com-acúcar. E quando eram censurados até 18 anos, naturalmente passávamos de largo pelo Cine Avenida. Não me recordo de quantos filmes com a famosa patinadora assisti, pouco sabendo a seu respeito a não ser que quando rodopiava ao patinar simplesmente desaparecia tal a sua destreza.



Sonja começou a patinar aos 6 anos e aos 14 recebeu a sua primeira medalha. Foi 10 vezes campeã mundial e 6 vezes campeã européia. Convidada por Hollywood, chegou a ser a atriz da época mais bem paga. Sua figura tornou-se controversial ao cumprimentar Hitler com a saudação nazista, não escondendo a sua simpatia pelos alemães. Por essa razão, suas propriedades na Noruega não foram confiscadas. Foi considerada um tipo de traidora por noruegueses-americanos e também por seus compatriotas que muito sofreram com a invasão nazista no seu pacífico país. Isso não impediu, no entanto, a que erguessem o monumento acima na capital Oslo. Sonja morreu de leucemia aos 57 anos.

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Por ter sido treinada como oficial nos EUA e por ter trabalhado lá por um tempo antes de ser transferida para o Brasil, Anneli recebeu, após 3 anos, suas primeiras férias missionárias pagas por aquele país no ano de 1977 , com direito a levar consigo a sua família. Uma das etapas dessas férias foi visitar a Flórida, cheia de entretenimento para nossas crianças, ainda que pequenas. E em Orlando visitamos também o famoso Sea Aquarium.



As meninas vibraram com a visita ao Home of Flipper, golfinho que aparecia em uma série de TV da época.



Adestradores e golfinhos faziam o espetáculo que procurei fotografar no climax de suas apresentações, como mostra a foto.
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Nossa filhinha mais velha imita o pai fotografando os simpáticos animais que cativam grandes e pequenos.



Mas quando chegou a vez de assistirmos as apresentações das baleias assassinas, nossas filhas ficaram assustadas pelos enormes animais e pelo barulho que faziam na água durante as apresentações.



O adestrador chega ao cúmulo de colocar sua cabeça na boca de uma das baleias!



Procurei estes slides, os projetei e fotografei exatamente em vista da tragédia ocorrida no Sea Aquarium na semana passada, quando uma baleia traiçoeiramente assassinou sua adestradora de 40 anos e muitos de experiência. Isso aconteceu enquanto fazia demonstrações aos espectadores horrorizados. A partir disso, os riscos estão sendo considerados no "inocente" Sea Aquarium, que recebeu atenção mundial na semana passada.

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Um terremoto de 8.8 na escala Richter abala o Chile na semana passada! E assim acompanhamos novamente mais uma tragédia que coloca em alerta máximo, pelo perigo de tsunami, a mais de 50 países banhados pelo Oceano Pacífico. Estatísticas falam de mais de 700 mortos, por enquanto...



Por estar estabelecido no Chile desde 1909, o Ejercito de Salvación, como no Haiti, foi a primeira organização a entrar em cena para ajudar os afetados pela tragédia, o que assisti pelo canal americado CNN. Foram mobilizadas cantinas de emergência e diante delas grandes filas se formaram...




... para receberem todo o tipo de ajuda, principalmente de alimentos, café, chá, água e cobertores. Uma central situada na cidade abastece as cantinas continuamente. Socorro e ajuda financeira começam a chegar do Quartel Internacinal em Londres, conforme lemos no site abaixo.





Um templo salvacionista na cidade de Concepción foi totalmente danificado, como mostra a foto.



Enquanto isso prosseguem no Haiti os trabalhos de ajuda, também médica, do Armée du Salut, ainda com equipes de diversos países lá estacionadas, conforme reportagens e relatórios em publicacões salvacionistas que nos chegam.


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L i n k s





Assista ao video que mostra a obra salvacionista no Chile:

http://www.youtube.com/watch?v=ciiqsVwV6fM


E saiba mais a respeito de nossa ação em mais este terremoto:



http://www.salvationarmy.org/

24 fevereiro, 2010

O filme "O Mágico de Oz"- Judy Garland - lições"

Postal adquirido no Stars Wall of Fame, Orlando, Florida.


Então minha mulher perguntou-me: "Posso mudar de canal?". "Quero assistir pelo menos a parte noir do filme; quando vier a parte colorida pode mudar", respondi-lhe.

Na semana passada assistia pelo canal TCM ao fime "O Mágico de Oz" (The Wizard of Oz), de 1939, visto pela primeira vez quando eu era menino - no final da década de 40 ou no início da de 50 - e em inúmeras outras vezes ao longo de minha vida. Depois foi a vez de os filhos assistirem ao filme, depois a dos netos e quem sabe um dia a dos bisnetos assistirem ao clássico de todos os tempos, que deu à Judy Garland o Oscar de "melhor atriz juvenil do ano".

Emocionando gerações, o filme foi uma história originalmente escrita por Lyman Frank Baum, com posteriores adaptações feitas por outros escritores. Os comentários sobre o famoso filme foram os mais diversos. Uma das interpretações da época considerava-o uma parábola ao populismo americano - Jack Haley, no papel de o homem de lata, representando o operário; Ray Borger, no papel de o espantalho, representando o homem do campo: Bert Lahr, no papel de o leão covarde, representando um político da época, Frank Morgan, o mágico, o presidente da nação americana. Outra interpretação, menos audaciosa, via a história como uma homenagem ao lar - There is no place like home!= Não há lugar como o lar! - quando uma guerra mundial ameaçava a Europa no final dos anos 30.



Quando a história se torna colorida, falei à minha mulher que poderia agora mudar de canal. Uma que conhecia de cor o que aconteceria, e outra que de fato fadas, bruxas e mágicos não fazem o meu gênero. Na foto, Billie Burke, a "boa" fada. Margareth Hamilton foi a "bruxa má". E existem "fadas ou bruxas boas"?!

Nesta vida são incontáveis as "Dorothys" longe de casa, os "espantalhos" de cabeça oca, os "homens de lata" sem coração e os "leões" temerosos. Esses tipos podem ser vistos pelas ruas, em locais de trabalho, em casas de pessoas da classe rica, média ou pobre, debruçados em balcões de bares ou em mesas de finos restaurantes. Muitas vezes tentando na bebida afogar suas mágoas, sem saber que elas sabem nadar. Isso sem mencionar pessoas que aparentam uma vida normal e equilibrada mas que no seu íntimo, só elas sabem, há um turbilhão de problemas e situações não resolvidas. Podemos ver muitas delas procurando a saída também nas mesas de adivinhos, em astrologia, em religiões erradas, em seitas orientais (ou outras que sejam), em busca de mágicos apresentando suas pretensas soluções às pessoas com problemas.




Judy Garland, a Dorothy, ao contrário do final do filme, foi uma das que jamais encontrou a "saída". Pelo carinho que guardava pelos artistas antigos, do "meu tempo", comprei o "Jornal do Brasil" quando vivia no Rio, e recortei as partes que noticiavam sua morte, ocorrida em 21 de junho de 1969. Na foto acima, com seu quinto marido, vinte anos mais novo do que ela. Abaixo, com o seu grande amigo, Mickey Rooney, que ainda vive.

A vida de Judy foi um drama contínuo, que a fez consultar psiquiatras desde os 18 anos, e pela vida foi dependente de drogas, tendo tentado o suicídio em 1950. O excesso de drogas a matou aos 47 anos, no bairro londrino de Chelsea, em uma casa de portas amarelas, talvez para lembrar os tijolos amarelos do filme que a consagrou.



O filme "O Mágico de Oz" com fuga por amor a um cãozinho, furacão através de excelentes efeitos especiais, sonho-pesadelo em Technicolor da época, tem um final feliz (happy-end). Dorothy volta à realidade da casa dos tios Henry e Em, interpretados por Charlie Grapewin e Clara Blandick, e a vida continua no aconchego do amado lar no Kansas.

Para todos os problemas e encruzilhadas com que se deparam as pessoas, a saída não está em nenhum lugar-fantasia do tipo "Além do arco-íris" (Over the rainbow), música belíssima que também consagrou Judy Garland.

Tenho assistido às vezes a alguns musicais com Judy, inclusive a um em cuja cena final participa sua filha Liza Minelli bem pequenina. Também ao "Julgamento de Nurenberg" onde faz o papel de uma mulher que passara por campos de concentração.

E minha meditação com o nome da música no livro "Edificação Diária", que Deus me deu a oportunidade de escrever, finaliza com estas palavras:

Ao encontrar pela fé não um mágico mas o Filho de Deus, Jesus Cristo, a pessoa nunca mais será a mesma, mas, como os magos da história do Natal, trilharão um "outro caminho" (Mateus 2:12) , pleno de alegria, paz, pureza e excelência, bendita experiência que pode ser realidade na vida de tantas Dorothys, homens de lata, espantalhos, leões covardes ou mesmo de mágicos-e-seus-seguidores-enganando-a-si-próprios.

"A fé vive e faz viver!" - vitoriosamente! Prove isso, caro leitor!




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Neste blog, no mês de março:


"Dois filmes estrangeiros BRA-FIN que não ganharam o Oscar!"


"Os verdadeiros filmes campeões de bilheteria!"

19 fevereiro, 2010

Então Eu A Vi, Nos Açores A Cores!

"No mar azul como os céus, a ilha verde a brilhar, quadro divino que Deus pintou na tela do mar!" (poesia açoriana)




Em 2005 visitei os Açores, precisamente a cidade de Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel.

Não tão bem-sucedido quanto quando fui na Alemanha em busca de minhas raízes, encontrei, no entanto, as belezas da ilha, as Sete Cidades, um vilarejo situado dentro da imensa cratera de um vulcão desativado, uma das paisagens mais belas que já vi na minha vida. Admirar a arquitetura portuguesa dos Açores foi uma constante ao andar pelas ruas. Banhar-me em uma piscina natural de águas quentes provenientes de vulcões foi outra experiência extraordinária! Em uma das primeiras postagens no meu blog conto sobre essa visita (veja link abaixo).

Algumas paisagens pareciam brasileiras, o idioma na ilha naturalmente é o nosso português, e foi então que encontrei um shopping-center no jeitinho do dos brasileiros, e em sua praça da alimentação fiz meus lanches, muitas vezes olhando para o belíssimo mar.

E nesse shopping-center, sem esperar, um dia encontrei CARMEN SILVA!

Aconteceu assim: apesar de "matar a saudade" do Brasil indo de vez em quando àquele shopping, certo dia constatei que em um ponto diferia bastante dos brasileiros. Uma fumaça pairava nos seus espaços belos e modernos, uma vez que - não sei se ainda - era permitido fumar em recintos públicos portugueses. Com os olhos ardendo pela fumaça do ambiente, voltei-me para um pequeno grupo de pessoas, pois precisava falar do meu desagrado para alguém, afinal!

No grupo descobri que havia brasileiros e portugueses, os últimos residentes na cidade de Fall River-MA, onde viveramos em anos anteriores, sendo ele pastor de uma igreja de língua portuguesa que visitáramos algumas vezes. Era um grupo evangélico e, entre eles, a cantora brasileira Carmen Silva, que eu vira certa vez sendo entrevistada na televisão. Dessa entrevista lembrava-me de que residia nos EUA juntamente com a sua família, mas que vinha com frequência ao Brasil

Envolvido pela alegre surpresa, esqueci-me da fumaça do ambiente. Fui convidado a almoçar com o grupo e sentei-me ao lado de Carmen com quem conversei animadamente (o que não é difícil para mim!). No dia seguinte, fui ao local onde ela iria cantar e dar seu testemunho de conversão. E no domingo fui à igreja onde ela pregou, tendo sido presenteado por ela com dois de seus CDs, com direito a autógrafos em ambos.

Seus CDs foram escutados ao máximo, trazendo bênçãos grandes à minha vida nos anos seguintes. Mas de fato nunca me esqueci de Carmen Silva, de sua beleza, de sua simpatia e carisma e principalmente de sua voz (escute seus vídeos através do link abaixo e seja abençoado também!)



Uma das músicas mais impressionantes é a que fala de sua experiência de conversão, letra abaixo, que vale a pena ser ampliada para facilitar a sua leitura.





L i n k



Minha visita à Ilha de São Miguel - Açores
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Fotos belíssimas dessa terra de onde vieram ancestrais de muitos brasileiros



http://paulofranke.blogspot.com/2006/07/minhas-razes-ii.html



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Vídeos de Carmen Silva (YouTube)


Imperdíveis!!

http://www.youtube.com/results?search_query=carmen+silva&search_type=&aq=f

Procure ouvir "Brilha Jesus!", belíssima!

10 fevereiro, 2010

Cat Stevens - Morning has broken / Carnaval

Tendo recebido a belíssima música de uma amiga, repassei-a a muitos outros amigos, com o seguinte texto:

"Enquanto tantos brasileiros estão rompendo a manhã exaustos - e culpados, quem sabe - da noite de folia, Cat Stevens, "o de antes..." canta suavemente Morning has broken (O romper da manhã), música folclórica do País de Gales, com letra de Eleanor Farjeon (1881-1965).

A bela música é um hino de adoração ao Deus que criou aquela primeira manhã... No idioma sueco na letra está inserido o versículo "As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos... renovam-se a cada manhã" (Lamentações 3:22).

http://www.youtube.com/watch?v=e0TInLOJuUM&feature=player_embedded

http://www.youtube.com/watch?v=U5sSEkZ86ts&NR=1

Após ou enquanto a escuta, amplie a tradução em português, abaixo:





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L i n k s

Dean Martin, o famoso ator e cantor, antes-e-depois:


http://paulofranke.blogspot.com/2009/02/dean-martin-alcool-carnaval.html

01 fevereiro, 2010

Berimbau em terra de Bumerangue - Na Austrália.


As cidades dentro dos círculos são as principais e maiores da Austrália, Sydney e Melbourne, esta última onde fiz um estágio em 1982. A capital do país é Canberra, situada entre as duas cidades. De Los Angeles a Sydney, escolhi fazer uma escala de dois dias na ilha do Hawai, no meio do Oceano Pacífico. Depois de dois meses em Melbourne, na volta passei três dias em Sydney. E de lá para L.A., fizemos escala no aeroporto de Auckland, Nova Zelândia.



Naquele tempo, a única rota do Brasil era via Los Angeles. Ao chegar, perdia-se
- literalmente - um dia pelos fusos horários, dia esse que se resgatava na volta. Interessante! Atualmente a viagem é feita via Chile, sempre no hemisfério sul, portanto não tão longa e não tão cara. Uma amiga que na época trabalhava em uma companhia aérea falou-me que viajar do Brasil à Austrália, via L.A., era não somente uma das rotas aéreas mais longas mas também uma das passagens mais caras. E fui lá sem nenhum gasto!



Aos leitores interessados, o Google fornece informações sobre o país-continente que tem 21.7 milhões de habitantes. Minhas fotos foram tiradas a partir de uma projeção de slides selecionados dos muitos que tirei na minha viagem.


Melbourne, uma moderna cidade, considerada mais snob do que outras australianas, mais estilo inglês, achei.



Bela e moderna, muitas vezes passeei pela área central e mesmo por seus arredores.




Australianos: povo simpático, fácil de fazer amigos, cosmopolita, uma nação multicultural.



Um dia subi ao telhado do Salvation Army Headquarters, onde fiz meu estágio, para melhor contemplar a cidade. Meses depois, o quartel mudou-se para um novo edifício.


A cidade era uma festa no verão - com certos dias quentíssimos! - com muita gente nos parques e fazendo o seu lanche na hora do almoço sentados onde houvesse um lugar ao ar livre.




Fui levado a muitas áreas rurais, exatamente onde irrompem grande incendios pela secura do mato no verão.



Outra vista do bush da região de Victoria, no sul do país. Algo que não passa despercebido pelos visitantes são as moscas que inundam as cidades, trazidas pelo vento que vem do deserto do interior do país, explicaram-me. Quando o tempo muda, somem completamente. O chapéu com rolhas penduradas ao seu redor não é tanto folclórico, mas é exatamente para afugentar as moscas do rosto.



Nos meus dias livres muitas vezes visitava finlandeses radicados no país. Aqui, um grupo pentecostal. Muitos finlandeses emigraram para a Austrália, certamente para fugir do longo inverno e para viver em um país ensolarado.




O país prima pelo cuidado de sua diversificada flora e fauna.



Ir à Austrália é sinônimo de ver cangurus, o animal mais típico do país, que se ouve chega a beirar a praga!



Fotografei uma fêmea com sua bolsa levando o filhote no seu interior.




Coala (koala), outro animal típico que vive pendurado em eucaliptos - a árvore que o país exportou para o mundo - e se alimenta com suas folhas, que o deixam dopado constantemente... A fauna australiana, por suas peculiaridades, merece que o leitor se inteire mais através do Google, minha sugestão.



Após dois meses, foi a vez de retornar - estava com muita saudade da família! - via Sydney, belíssima cidade, banhada pelo Pacífico, que até podia lembrar-me o Rio de Janeiro, por sua beleza, suas praias e sua gente espontânea.



Fui hospedado por amigos brasileiros, conhecidos de muitos anos do ES de São Paulo, mas que se haviam mudado para a Austrália.




Com eles, visitando o edifício da Ópera, o mais conhecido e marca registrada da cidade e mesmo do país.



O histórico primeiro banho de mar no Oceano Pacífico, delícia pura que nunca mais provei! Gaivotas que chegavam perto e não se assustavam, mesmo que não as alimentássemos.



Nessa vez, "o mar não estava pra peixe" - aliás, estava para tubarão, conforme a placa anunciando a interdição da praia.




O amigo, que fazia um curso de pilotagem, tem o meu nome e compartilha do mesmo gosto por aviões.



Souvenirs australianos que guardo até hoje: um ursinho coala, um canguru e um bumerangue onde está escrito Bumerangue of Austrália - made to return (feito para retornar).


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Da visita à Austrália nasceu o artigo abaixo, publicado em um jornal do qual fui o editor tão logo voltei ao Brasil.



O anjo caído

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Berimbau em terra de bumerangue.
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NA Austrália, tocar ou cantar nas ruas não é exclusividade do The Salvation Army. Concertos de música clássica ou grupos cantando músicas populares são frequentes, emprestando às cidades uma atmosfera alegre e agradável. Não só orquestras, bandas ou mesmo conjuntos de rock têm a sua vez, mas também estudantes em férias, alguns "arranhando" em seus instrumentos, procuram atrair a atenção dos que passam e, naturalmente, conseguir algumas moedas, que são atiradas nas caixas abertas dos instrumentos.


Berimbau



Certo dia, andando por uma das principais ruas de Melbourne, fui atraído por um estranho som que ao mesmo tempo me pareceu familiar. Foi então que vi, rodeado por curiosos, um rapaz tocando berimbau. Mal pude acreditar! À minha frente, naquele extremo do mundo, um jovem cearense, com roupas soltas e cabelos encaracolados à Caetano, tocava o seu berimbau! As pessoas ficaram ainda mais curiosas ao ver-me vestindo o conhecido uniforme salvacionista e conversando na mesma língua com o estranho rapaz! Que feliz foi aquele momento para nós dois, brasileiros tão longe da Pátria! Não me recordo em detalhes de sua história, mas sei que cantava nas ruas a fim de conseguir dinheiro para voltar.


Alguns dias depois, sentindo vontade de falar a nossa língua, tentei localizar famílias brasileiras através da lista telefônica. Localizei, enfim, dois brasileiros que trabalhavam no centro da cidade. E contaram-me que estavam envolvidos na preparação de um baile carnavalesco - era o mês de janeiro - para eles um meio de "matar a saudade" e divulgar as coisas do Brasil. A vida lhes corria bem, mas a idéia da volta era seriamente encarada.



Bumerangue




O brasileiro que vive na Austrália sofre do mal da saudade. Fiquei sabendo de diversas famílias que, emigrando para o distante país, voltaram não muito depois; mesmo o clima e a vegetação, bastante semelhantes aos do nosso país, não ajudaram a abrandar a difícil adaptação.


Penso comigo: o brasileiro assemelha-se ao bumerangue, uma arma usada pelos aborígenes, nativos australianos. Esta arma de caça, se não atinge o seu alvo, pode descrever vários círculos no ar e voltar para perto de quem a arremessou.

Apesar de minha curta permanência - somente dois meses - pude entender o sentimento dos brasileiros lá residentes. As palavras da canção popular, quase esquecida, voltaram à memória: As luzes e o colorido que você vê agora, nas ruas por onde anda, na casa onde mora; você olha tudo e nada lhe faz ficar contente, você só deseja agora voltar pra sua gente.

O bumerangue dera voltas por muitos céus, mas queria retornar. No meu caso era a saudade não só do Brasil, mas da mulher e filhos que haviam ficado nos EUA.



O anjo caído




Ao contrário dos brasileiros que encontrei na Austrália, os judeus exilados na Babilônia recusavam-se a tocar suas harpas em terra estranha, por isso penduravam-nas em árvores, como relata a Bíblia.


Um dos famosos negro spirituals revela o anseio da alma escrava: Foram-se os dias quando o meu coração era jovem e alegre; foram-se os meus amigos para os campos de algodão distantes... e eu os ouço me chamando: vem, velho negro Joe, vem!
Outro hino fala do anelo que a alma sente pelo céu: Da linda pátria estou bem longe, cansado estou, eu tenho de Jesus saudade, quando será que eu vou? Passarinhos, belas flores, querem-me encantar. Ah, vãos terrestres esplendores, de longe vejo o lar!


Desconheço o autor do pensamento O homem é um anjo caído que sente saudade do céu. Sim, criado à imagem e semelhança de Deus, o ser humano não se satisfaz plenamente fora de Deus. No íntimo, sente saudade de suas origens espirituais e este anseio, expressando-se das mais variadas formas, só será satisfeito quando houver o reencontro cItálicoom o Criador.


Agostinho deixou-nos suas célebres palavras: Senhor, Tu nos fizeste para Ti, portanto as nossas almas só encontrarão o repouso em Ti. O salmista cantou: Como suspira a corça pelas correntes de águas, assim, por Ti, suspira a minha alma
(Salmo 42:1).
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No país um dos grandes problemas sociais é o de jovens desaparecidos, e anúncios com suas fotos podem ser encontrados em todos os estabelecimentos públicos.
O filho pródigo, da parábola de Jesus, como um bumerangue deu voltas a esmo, tentando encontrar o que preenchesse a fome do seu coração, até que voltou à casa paterna, prefigurando o encontro da criatura com o Criador. Na volta do filho pródigo houve comemoração com grande júbilo. Uma festa passageira e pecaminosa como o carnaval , pela qual muitos esperam o ano inteiro, não expressa o anelo profundo da alma, mas uma festa permanente em comunhão com o seu Criador é a realizacão pela qual ela tanto pede.


Conta-se que certa vez um hábil aborígene lançou um bumerangue que nem atingiu um animal nem voltou, surpreendendo aos seus espectadores. Conclui-se que a arma batera em uma pedra e estranhamente caíra ao solo. O pecado pode ser comparado ao bumerangue, pois uma vez atirado sempre volta com suas consequências maléficas... O pecado, entretanto, se bate na cruz de Jesus, cai por terra. Fica livre a alma pecadora.

Voltando do exterior, a alegria nos inunda ao aviso de aterrissagem no solo pátrio. A Bíblia menciona a alegria entre os anjos de Deus quando um pecador se arrepende, isto é, quando a alma decola e atinge as alturas espirituais - outra comparação -através da salvação obtida por Jesus Cristo na cruz do Calvário.

O vazio que sentes, caro leitor, a busca por algo que nem podes definir, serão com certeza preenchidos quando Deus ocupar o Seu verdadeiro lugar como Criador, Pai Celeste e Senhor absoluto de tua vida, e Seu Filho Jesus com teu Salvador. E cabe a ti tomar a iniciativa e empreender o caminho da volta.

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Nota - Este artigo foi escrito e publicado em 1982, normal que esteja um tanto desatualizado, principalmente com relação aos brasileiros se sentirem at home no país. A situação espiritual do homem, no entanto, permanece a mesma através dos tempos.

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Como o corpo necessita de pão e os rios correm para o mar; como as águias têm sede das alturas e as flores do orvalho e do sol, nossas almas buscam, ansiosamente, a Deus.

Como a vida emotiva clama pela música, a natureza estética pela beleza e os corações pelo amor, assim as almas apelam para as coisas espirituais. Criadas à imagem e semelhança de Deus, as almas só se satisfazem com a Divindade.

Ó Deus, Tu és a nossa suprema necessidade. Longe de ti não há repouso, nem há verdadeira alegria. Reconheçamo-lO.

(autor desconhecido)


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E para finalizar:


O Comissário Arthur Linnett, e sra., líder do Território Sul do Exército de Salvação na Austrália, de quem partiu o convite para a visita ao seu país.






Foi uma experiência muito enriquecedora para o meu ministério conhecer nossa obra, bastante desenvolvida naquele país...





... nos setores evangelístico, social, musical e em todas as áreas imagináveis.




Assisti a muitos cultos nas animadas igrejas salvacionistas do sul do país. A Austrália é no mundo um dos países onde o ES é maior em número de membros e pela diversidade de sua obra social. '

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L i n k


A foto acima tem uma história. A Austrália, uma terra tão distante, foi em um sentido usada por Deus para trazer-me mais perto dEle.

Explico a razão na postagem Como, quando e por que ingressei no Exército de Salvação e isso em parte devido à cena final de um filme a que assisti - "A Hora Final", com Gregory Peck e Ava Gardner e filmado em Melbourne - vinte anos antes de minha viagem àquela linda terra especial! Convido o leitor a ler meu testemunho:


http://paulofranke.blogspot.com/2008/05/quando-como-e-por-que-ingressei-no.html