Fiquei um tanto surpreso quando vi que minha recente foto - de um antigo prédio residencial na esquina de onde moramos por 6 anos - fez certo sucesso quando a publiquei no Facebook. Bons comentários vieram de meus amigos, alguns deles chamando-me de poeta por ter percebido o coração que o reboco caído desenhou em um prédio da capital Helsinki. Respondi-lhe que mais do que olho de poeta foi olho de pedreiro.
Em todo o caso, trago-a para o blog com uma meditação que escrevi no meu livro "Edificação Diária", sobre rotina familiar,
com base em Provérbios de Salomão 25:17:
"Não sejas frequente na casa do teu próximo, para que não se enfade de ti, e te aborreça."
Em muitos idiomas , família restringe-se somente aos pais e filhos, e a palavra em português não foge à regra, porém o brasileiro, com o seu grande coração, deu um "jeitinho" de torná-la mais abrangente. Família, portanto, pode incluir até os bons amigos, aos quais se pode dizer "você é da família!" Julgo isso uma marca muito positiva de nossa gente.
Há algo, no entanto, que pode ofuscar o brilho de uma família. A frase "a grama do vizinho é sempre mais verde", conhecida mundialmente, expressa bem o ponto aonde quero chegar. O problema surge quando a casa do próximo torna-se super valorizada em detrimento da sua própria, negligenciando ou menosprezando o convívio do lar.
Isso acontece muitas vezes pela rotina que se estabelece em uma casa. Enquanto que a rotina deveria ser uma prova de que tudo transcorre normalmente no meio familiar, a sua presença age muitas vezes de forma negativa. Há pais que não vêem os filhos e vice-versa. O crescimento dos filhos não lhes é percebido, muito menos a provisão do pai ou o trabalho doméstico da mãe, e o termo "velhos" nem sempre é dito em tom carinhoso. Na casa do próximo, no entanto, o elemento rotina inexiste e "é lá onde as pessoas e coisas são mais coloridas, belas e interessantes."
Valorize a família que Deus lhe deu. Abra os olhos ao que é seu e seja grato por pais, filhos e irmãos. Um dia você sentirá saudade dos bons dias "lá em casa", das brincadeiras com os irmãos, dos pais que já partiram desta vida, fazendo-nos "órfãos" não importa a idade que tenhamos. O conselho é também aos pais, como escreveu alguém e anotei: Uma criança entra em nossa casa e faz tanto barulho durante vinte anos que se torna quase insuportável; depois parte e deixa na casa um tal silêncio que dá a impressão de que se vai enlouquecer!
Afinal, o lar como você o tem agora é só um episódio passageiro no curso de sua vida, portanto viva e valorize essa aventura enquanto ela existe. E que o amor possa reger essa sinfonia que mais hoje mais amanhã vai ser interrompida e deixará tanta saudade!
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L i n k
"O velho relógio de nossa casa"
"O velho relógio de nossa casa"
Paulo! Mexeu com meu ponto fraco ... a família!Que falta fazem por não estarem por perto, mas não os trouxemos à este mundo para tê-los sempre sob nossas asas, mas o nosso compromisso foi com Deus - o de ensina-los para que não abandonem jamais o aconchego das asas do Grande Pai!
ResponderExcluirYara
É amigo, como tem coisas importantes as quais devemos levar conosco para sempre. Lar, familia...companheirismo , amizade, harmonia....
ResponderExcluirPensei muito no titulo que vc postou. "Valorize enquanto...." Pena poucos não ligarem para isso até o momento em que não teem mais! Outros se dão ao jubilo de conseguir outra, comprar e manter outra. Que maravilha, não?
São tantas histórias vividas no lar, tantas quanto os anos de vida lá passados. Como esquecer e como deixar?
Amigo, tenho a graça de ter e manter o meu e com a Graça de Nosso Senhor, desfrutarei por muito s e muitos anos ainda.
Adorei o post e espero ansiosa pelo outro que foi comunicado!
Grande aBRaço
Franke, obrigada por essa mensagem! Bem no momento em que um casal muito amado nosso acabou de perder seu filho único, Rafael, de 19 anos, em um acidente trágico e estamos todos estarrecidos e cheios de dor junto com eles. Além da certeza de que o Rafael está diante do Senhor e do consolo com que o Espírito Santo nos assiste em nossa fraquesa, uma outra coisa que você menciona nesse seu texto certamente traz também muito consolo e conforto para os nossos irmãos amados, pais, abatidos nesse momento de muita dor, é o fato de que o amor, o cuidado e o relacionamento íntimo e profundo que eles tinham entre eles como família era de certa maneira exacerbado e algo que transbordava neles e influenciava a todos a sua volta!! Exemplifica muito bem a mensagem que você passou nesse texto e trouxe uma exortação ao meu coração!!! Obrigada!! Abraço, Sandra Gardim Rocha
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