Paulo Franke

27 março, 2013

PÁSCOA/O túmulo inquebrável/O peixe/A flor de maracujá



Kyrkpressen - Finlândia

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Sinopse da mensagem (pregação) que vou dar no Domingo de Páscoa, a convite de minha esposa, oficial dirigente do Exército de Salvação em Hämeenlinna...

Neste inverno prolongado, que se estende primavera a dentro, ansiamos quem sabe mais do que em anos passados ver as flores e os jardins nos parques e nas ruas da cidade, mas até agora nada...

Falando em jardins, há dois jardins bíblicos pelos quais temos que passar para sermos considerados, digamos, cristãos genuínos...


O jardim do Getsêmane, em Jerusalém, onde Jesus sofreu a antecipação do Calvário, chegando o Seu suor a ser transformado em gotas de sangue. Foi o lugar de solidão também, uma vez que Seus discípulos estavam presentes, mas... dormindo. E quem nunca passou por experiência semelhante, embora, claro, não na mesma intensidade da que passou nosso Salvador? Pregadores não-bíblicos omitem este jardim em suas pregações e querem afirmar que a experiência do cristão é "recheada" de vitória, festa e celebracão, somente... É o medo de mencionar a cruz e afastar as pessoas.


Outro jardim, beleza pura, que o visitante vibra ao conhecer em Jerusalém é o "Jardim da Tumba" (Garden Tomb). Ali encontramos todas as plantas existentes em Israel. É um lugar de vida, é o lugar do sepulcro vazio. 


Visitei esse lugar algumas vezes, extraindo deste jardim toda a inspiração e bênção possíveis para a minha vida. Na nossa experiência, portanto, devemos conhecer "ambos os jardins"... e eles se revezam, tempos difíceis, até de sofrimento, MAS que prevaleça no nosso coração a experiência do Jardim da Tumba Vazia, que nos assegura de que Jesus está vivo, fé gloriosa que nos garante uma vida de vitória, embutida nela a certeza de que "Porque Ele vive, posso crer no amanhã!", como diz o conhecido cântico.

(Veja abaixo desta postagem o link da meditação do Dia da Ressurreição no livro "Edificação Diária, que Deus me deu a oportunidade de escrever)


A Bíblia Viva



Autor desconhecido - de "Brado de Guerra - contra todo o mal" - 1997





Do "Brado de Guerra - contra todo o mal"- 1999



Significado da Flor de Maracujá

O que é Flor de Maracujá:

A Flor de Maracujá significa a Paixão de Cristo, por isso é também conhecida como “Flor da Paixão”.
Quando os missionários europeus chegaram à América, se encantaram com a exuberância da flor e associaram de imediato alguns dos seus elementos ao calvário de Cristo.
Flor de Maracujá

A simbologia da flor de maracujá foi relacionada da seguinte forma: os três estigmas correspondiam aos três cravos que prenderam Cristo na cruz; as cinco anteras representavam as cinco chagas; as gavinhas eram os açoites usados para o martirizar; por fim, no formato da flor era visível a imagem da coroa de espinhos levada por Cristo para o ato de crucificação.

Os tons de roxo que colorem a flor simbolizam o sangue derramado por Jesus Cristo. Aliás, a cor roxa é usada nos rituais cristãos durante a Semana Santa.
No simbolismo religioso, o formato redondo do fruto maracujá corresponde ao mundo de pecado que Cristo deu a sua vida para o salvar.
Em outras línguas, o maracujá é conhecido como o “fruto da paixão”: passion fruit(em Inglês), fruit de la passion (em Francês), fruta de la pasión (em Espanhol)...
O maracujá pertence ao gênero de plantas Passiflora. Em tupi-guarani, o termo “maracujá” significa “alimento dentro da cuia”. O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá-amarelo.



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Acompanhe as meditações do livro "Edificação Diária":

www.paulofranke-edificacaodiária.blogspot.com

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A história do hino "Cristo já ressuscitou, Aleluia!"

www.paulofranke-historiasdoshinos.blogspot.com

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20 março, 2013

Abrindo o velho livro de poesias (3) SEMANA SANTA


Aproximando-se a Semana Santa, publico esta bela foto de um amigo catarinense do Facebook que tem o mesmo nome meu... 
Paulo Franke. 
Obrigado, xará, tocaio para os gaúchos!

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SENHOR, quando me sentir cansado de lidar,
E pesados parecerem Teus mandamentos,
Se minha cruz levar-me a reclamar,
Então, Senhor, mostra-me as Tuas mãos,
Tuas mãos feridas pelos pregos,
Pungidas pelos pregos 
- Meu Salvador, mostra-me as Tuas mãos.

Cristo Jesus, se meu pés vacilarem
E eu me dispuser a voltar atrás;
Se desertos e espinhos me fizerem lamentar,
Então, Senhor, mostra-me os Teus pés,
Teus pés sangrados, teus pés rasgados pelos pregos
- Meu Jesus, mostra-me os Teus pés.

Senhor, quando me sentir profundamente ferido,
Pelo batalhar e labutar do dia,
E começar a queixar-me do meu sofrer,
Então, Senhor, deixa-me ouvir a Tua voz dizendo:
"Contempla o meu lado, o meu lado varado pela lança,
O meu lado traspassado por tua causa, meu filho."

- Meu Deus, como me atreveria
a mostrar-Te meus pés e minhas mãos?

(autor desconhecido)

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Um poema, embora bíblico, impopular atualmente...

Renúncia

"Seguir-Te-ei", eu disse ao meu Senhor,
"por onde quer que for".
Caminho estreito e áspero escolhi,
Meus pés sangrando vi.

Eram álacres verdes, ó meu Rei,
Os campos que deixei;
e sinto falta aqui, por onde sigo,
de um abraço de amigo.

Por toda a parte vejo abismos hiantes;
os ventos ululantes
varrem o céu em densa escuridão,
e eu sofro a solidão.

"Meu filho", disse, "aquele que me segue
convém que a cruz carregue;
os que me amam o outeiro subirão
da crucificação".

Perdoa o comodismo pueril,
meu egoísmo vil;
longe de mim a dúvida e o temor,
pois tenho o Teu amor.

Quer sobrevenha a vida, quer a morte,
sempre hás de ser meu Norte;
e eu vencerei no meu viver diário
a prova do Calvário.

(autor desconhecido)

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NINGUÉM...

Ninguém se importou, ninguém O quis,
Ninguém O procurou, ninguém quis
A promessa da criança de Belém;
Ninguém, ninguém, ninguém O quis.

Ninguém O aprovou, nem O louvou,
Ninguém O aplaudiu, só ficou
Quando foi ao deserto jejuar e orar;
Ninguém, ninguém, ninguém O quis.

Mas que grande multidão
Quando o pão multiplicou!
E "hosanas" todo o povo diz
Na entrada triunfal!
Enquanto o milagre realizou,
Todos chamaram-nO grandioso, então...

Mas... ninguém se importou,
ninguém ficou,
Todos deixaram-nO quando manchou a cruz
Com Seu sangue dando para o mundo vil;
Ninguém, ninguém,
Ninguém O quis.

- Um profundo e sempre atual poema - e oportuno - cantado pelos "Vencedores por Cristo" -

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Um poema de Corrie ten Boom impresso em um cartão e oferecido no museu em Haarlem onde no passado foi a relojoaria de seu pai. (traducão livre):

Minha vida é como uma tecelagem entre o meu Deus e eu.
Eu não escolho as cores, e Ele trabalha velozmente. 
Enquanto está tecendo, em tolo orgulho vejo só o avesso,
enquanto Ele vê o desenho.
Quando o tear silenciar, Ele desenrolará o magnífico trabalho.
Então o Tecelão, com Suas mãos habilidosas, 
me explicará a razão de a escuridão ter sido incluída
assim como os fios de ouro e prata no modelo que Ele planejou.




Minha visita ao citado Museu Corrie ten Boom:

http://paulofranke.blogspot.fi/2008/08/de-trem-pela-europa-9-haarlem-holanda.html

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Numa manhã de Páscoa,
dentro de uma cela de prisão,
jovens falavam de seus lares distantes.
De repente, conduzida pelo carcereiro,
entrou aquela senhora
que começou a contar
a bela história daquele dia:
Jesus morrera para redimir todos os homens,
mas ressuscitara vitorioso
sobre o pecado e a morte.
Ela falou-lhes como uma mãe querida e,
ao despedir-se, havia lágrimas
em todos os rostos.
"A senhora me fez lembrar minha mãe
que vive tão longe!"
disse-lhe alguém, baixinho.
"Exatamente há três anos recebi um beijo dela...
Por favor, escreva-lhe ainda hoje
uma carta para mim,
mas não lhe conte que viu seu filho
numa prisão, numa manhã de Páscoa."



Vejo crianças abandonadas,
vejo as lágrimas que caem
dos olhos de mulheres que foram alegres,
mas que nunca mais sorriram;
vejo os pecados e tristezas
daqueles que jazem na escuridão;
vejo em terras distantes
os famintos e oprimidos...
Mas eis uma colina:
O CALVÁRIO! O CALVÁRIO!

General Evangeline Booth





Mateus 28:6

Os jovens vibrantes da montagem de fotos são músicos da Coréia que participaram do congresso de 1978 em Londres. Leia a postagem que conta como, durante a guerra, a banda do mesmo orfanato coreano foi obrigada a marchar, à mira de espingardas, e nunca mais foi vista...

http://paulofranke.blogspot.fi/2008/05/o-renascer-de-uma-banda-de-metais.html 

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As últimas gravuras e textos foram publicados na primeira edição de Páscoa do meu primeiro ano como editor do jornal "BRADO DE GUERRA - contra todo o mal". Recém-chegado à Redação da Sede Nacional do Exército de Salvação em São Paulo (Av. Brigadeiro Antonio, 1573) naquele ano de 1982, estava vacilante por ser "marinheiro de primeira viagem" como editor, mas louvo a Deus pelas mensagens de minhas coleções encadernadas que ainda me abençoam e, espero, a muitos leitores do meu blog, a quem desejo...


U M A   F E L I Z   P Á S C O A!

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L i n k

Semana Santa Ilustrada 
- fotos de Jerusalém e versículos alusivos:

http://paulofranke.blogspot.fi/2011/04/israel-4-semana-santa-ilustrada-feliz.html

18 março, 2013

Violino do TITANIC emerge 101 anos após o naufrágio


Violino foi autenticado 101 anos após naufrágio. (Foto: AFP)
O violino do chefe de orquestra do Titanic foi encontrado em um sótão na Inglaterra  e autentificado 101 anos após o naufrágio do navio, indicou uma casa de leilões britânica.
Foram necessários sete anos para certificar a origem do instrumento, que milagrosamente sobreviveu ao naufrágio, explicou Andrew Aldridge, da casa Henry Aldridge & Son localizada no sudoeste da Inglaterra.
O violino feito de em pau rosa pertenceu a Wallace Hartley, chefe da pequena orquestra do Titanic, que ficou conhecida por ter tocado até que o navio desaparecesse no Atlântico em abril de 1912.
O cadáver de Wallace Hartley passou dez dias na água. "O violino foi encontrado em uma mala de couro, que estava presa a seu corpo", contou à AFP Andrew Aldridge.
Pouco tempo depois da tragédia, a mãe de Wallace Hartley disse à imprensa: "eu sabia que ele morreria com seu violino. Ele era apaixonadamente ligado a este instrumento".
O violino, presente de sua noive Maria Robinson, tinha uma pequena placa em prata escrita "Para Wallys, por ocasião de nosso noivado. Maria", um elemento que permitiu autenticá-lo.
Os peritos que examinaram o instrumento também concluíram que "os sedimentos e a ferrugem" encontrados no violino eram "compatíveis com uma imersão na água do mar", segundo Andrew Aldridge.
Após o resgate do instrumento, as autoridades canadenses o enviaram a Maria Robinson.
E em sua morte, em 1939, foi confiado ao Exército de Salvação. Em uma carta escrita no início dos anos 1940, uma professora de música da organização escreveu: "É quase impossível tocar (com o violino), provavelmente por causa de sua vida movimentada". O instrumento foi então dado a uma família que o guardou em seu sótão.
"É uma incrível história humana", comentou Andrew Aldridge. "Wallace Hartley é uma das personalidades mais importantes" da história do Titanic, principalmente devido "a sua coragem", acrescentou, considerando que este violino "é a lembrança mais importante do Titanic".
Este violino é avaliado em pelo menos 100.000 euros. Ficará exposto a partir da Páscoa na prefeitura de Belfast, cidade onde o Titanic foi construído. Está fora de questão colocá-lo em leilão por enquanto, segundo Andrew Aldridge, que está negociando com museus.
O Titanic naufragou nas águas geladas do Atlântico Norte durante sua viagem inaugural na madrugada do dia 14 para o 15 de abril 1912 após colidir com um iceberg. Entre as cerca de 2.200 pessoas a bordo, 1.500 morreram, entre elas os oito membros da orquestra.
Extraído de Yahoo! Notícias

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Link

"O Exército de Salvação e o Titanic"

http://paulofranke.blogspot.fi/2009/05/o-exercito-de-salvacao-e-o-titanic.html

14 março, 2013

O Poema no Bolso do Soldado Morto





Nesta semana tive a alegria de receber, inesperadamente, a foto de um antepassado, Johannes Ebling, casado com Katharine Scherer, pais de minha bisavó pelo lado paterno, Adolphine Scherer Ebling Franke, que cheguei a conhecer quando criança e de quem me lembro muito bem. 
A tristeza, no entanto, veio por conta da legenda da foto: "Morto no campo de batalha da Guerra do Paraguai, aos 23 anos"... Minha bisavó perdeu seu pai quando tinha 1 ano e meio e sua mãe quando tinha 3 anos e 4 meses, informação que veio junto com a foto.

Aproveitando-me da preciosa foto de meu trisavô, publico um emocionante poema, encontrado no bolso da jaqueta de um soldado desconhecido completamente estraçalhado por uma granada durante a Primeira Guerra Mundial, não necessariamente a experiência de meu trisavô, que era de família luterana do sul do Brasil, mas que encontrou a morte em circunstância quem sabe semelhante à do autor do emocionante poema.

JAMAIS FALEI CONTIGO

 Ouve-me, Deus... jamais falei contigo...
Hoje quero saudar-Te. Como vais?
Sabes, disseram-me que não existias
E eu, tolo, acreditei que era verdade!

Nunca em Tua obra reparei...
Ontem à noite, da trincheira aberta
por granadas, vi Teu céu estrelado
e compreendi que me enganaram.

Não sei se estreitarás a minha mão...
Vou explicar e me compreenderás...
Muito curioso: neste inferno horrível
Encontrei uma luz para ver Tua face!

Faremos a ofensiva à meia-noite,
Porém não temo, pois sei que me vigias.
O sinal! Bem, tenho que me forçar a ir.
Apeguei-me a Ti... Quero dizer:

Talvez esta noite chamarei à Tua porta;
Não fomos muito amigos...
Mas... vou poder entrar se a Ti eu chegar?
(Deus, bem vês que estou chorando...)

... Vês, Deus meu!
Ocorre-me que já não sou tão mau...
Bem, Deus, preciso ir - boa sorte é raro,
Porém agora já não temo mais a morte.


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Poema publicado em antigas edições de o "Brado de Guerra - contra todo o mal", órgão oficial do Exército de Salvação, atualmente revista RUMO.

Divulgue-o!


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Próxima postagem:

"Abrindo o velho livro de poesias" (3),

poesias quem sabe a serem utilizadas

 em sua igreja ou escola

na passagem de mais uma Semana Santa.

09 março, 2013

Anne Frank - o dia em que visitei Bergen-Belsen



Postagem de 2008


De trem pela Europa 10 - Bergen-Belsen (Alemanha)

Da Holanda, retornei a Hanover e tomei o trem para a cidade de Celes, onde caminhei por quase uma hora para encontrar o Albergue da Juventude, onde enfim me hospedei. Lá chegando - cansado, uff!!, há que ser "jovem"! - dois rapazes se encontravam no mesmo quarto. Nossa tendência ao egoísmo sussurrou ao meu ouvido: "Pena que não tens um quarto só para ti!" E como ainda não era hora de ir para a cama, comecamos a conversar. Quando falei a um deles, alemão, que eu era descendente de alemães, indicou-me a visita a um museu da emigracão alemã recentemente inaugurado, o que tratarei na próxima postagem. Foi a primeira vez que desviei da rota previamente estabelecida.
*
Antes da viagem, procurei inteirar-me também do modo como iria de Celes ao campo de concentracão de Bergen-Belsen, distante talvez uns 50km. Conforme informacão pelo Google, de quem já fizera aquela viagem, estava pronto para enfrentar dificuldade para lá chegar.
*
Voltando ao meu segundo companheiro de quarto, um rapaz inglês, anglicano, quando o vi debrucado à mesa do quarto e escrevendo sem parar, perguntei-lhe sobre o que escrevia. Então soube que viera a Celes para fazer um trabalho de universidade em Bergen-Belsen, e iria para lá novamente no dia seguinte. Providência de Deus!!
Que bom que não fiquei em um quarto sozinho e encontrei esse companheiro, palavra que literalmente significa "aquele que come o pão junto". (Na verdade, deveríamos lembrar sempre: "O homem é infeliz porque constrói muros em vez de pontes").
E com esse companheiro tenho em comum cumprir nos dias de hoje o que o General Dwight Eisenhower falou aos seus contemporâneos sobre o Holocausto:
"Que se tenha o máximo de documentacão - facam filmes, gravem testemunhos - porque há de vir um dia em que algum idiota se vai erguer e dizer que isto nunca aconteceu!" - General Dwight Eisenhower


De fato, após um bom café-da-manhã no dia seguinte saí com o meu companheiro (munidos os dois de sanduíches, o que era permitido fazer no albergue) rumo a Bergen-Belsen, o lugar para onde ele fora no dia anterior, e se perdera...
À entrada do campo de concentracão de Bergen-Belsen, com o meu jovem amigo inglês, com o qual tanto me identifiquei pelo amor ao povo judeu.
*
À entrada do campo recebemos um livreto com explicacões para visitar o local e nele situar-se, o meu caso, pois meu amigo continuou seu trabalho de pesquisa. Acima, traduzindo o pensamento ao pé do livreto: Ninguém nasceu com uma etiqueta em volta de seu pescoco dizendo: pessoa de primeira ou segunda classe. Nós, seres humanos, temos inventado essas etiquetas. (Anita Lasker-Wallfisch) 
A planta do campo.
Inicialmente, somos encaminhados a um grande e moderno pavilhão de exposicão de objetos encontrados quando o campo foi liberado, e também de fotos, muitas fotos, tiradas por um fotógrafo que acompanhou a liberacão. A pedra de mármore que dá para o campo é um lugar para sentar-se e meditar ou orar. 
Em uma das vitrines, a roupa de um prisioneiro.
E, como não poderia deixar de ser, duas grandes vitrines são dedicadas à Anne Frank, a pessoa mais conhecida que morreu em Bergen-Belsen, juntamente com sua irmã Margot. Anne morreu quase às vésperas do campo ser liberado no final da guerra.

A foto de um prisioneiro agonizando no chamado "o mais cruel dos campos de concentracão, Bergen-Belsen". Havia 2.000 criancas no campo.


Em setembro de 1945 comecou o julgamento de Bergen-Belsen em Lueneburg. Houve 44 pessoas acusadas, 33 membros da SS e 11 "kapos". 11 receberam sentencas de morte, 19 sentencas à prisão e 14 inocentados. Mais do que 430 guardas da SS nunca foram levados a julgamento. No local do campo havia barracas para os guardas e uma villa que era a residência do comandante do campo, chamado de "a fera de Belsen", com sauna e piscina para os oficiais da SS. 
Após mais de uma hora vendo a exposicão dramática de fotos e assistindo a videos - inclusive de pessoas esqueléticas preparando sua pobre refeicão a poucos metros de pilhas de cadáveres - a próxima etapa é sair para a grande área onde foi o campo.


Ao contrário de Auschwitz, todos os pavilhões de Bergen-Belsen - cinicamente chamados de "casas de repouso" - foram queimados quando por ocasião da liberacão do campo por soldados britânicos, em 15 de abril de 1945, ocasião em que havia aproximadamente 60.000 prisioneiros no local.


A planta do campo em bronze.


O obelisco e a parede de inscricão foram erigidos entre 1947 e 1952. A cada ano uma cerimônia formal é realizada para comemorar a liberacão do campo. É organizada pelo AG Bergen-Belsen juntamente com a ativa Youth from the International Work Camp, sobreviventes e testemunhas oculares. 


Inscricões em diversas línguas, principalmente em hebraico. 
Monumento erigido no primeiro aniversário da liberacäo de Bergen-Belsen.


E abaixo, fotos que tirei das sepulturas simbólicas construídas por associacões ou mesmo por familiares dos que morreram em Bergen-Belsen.





E olhem lá, a sepultura simbólica das irmãzinhas Margot e Anne Frank! Só mais tarde percebi que diante da pedra sepulcral há um canteiro em forma de coracão.


Anne e Margot vieram para o campo em novembro de 1944,
e, contraindo tifo, morreram em marco de 1945.



Uma conhecida, que visitou Bergen-Belsen, quando na volta me encontrou perguntou se eu havia percebido que no lugar não se ouve o canto dos pássaros. Não percebi, mas pode ser que tenha razão.




"Quando eu escrevo, esqueco-me de todos os meus problemas. Minhas dores desaparecem, meu espírito é reavivado. Mas a grande pergunta é: será que algum dia escreverei algo grande, tornar-me-ei uma jornalista ou escritora?"



Na verdade, Anne e sua irmã foram enterradas em valas comuns como a acima. Há na área do campo dezenas delas, com a inscricão "Aqui jazem 1.000 corpos - Abril de 1945".
Os números diferem, 2.000, 5.000, 10.000, conforme a vala.




Quase ao chegar ao campo, o motorista alemão do ônibus-de-linha (não especial) fez questão de parar o ônibus para que eu tirasse a foto dos trilhos que levavam ao campo de concentracão...


... e também do que foi preservado da linha férrea, abaixo do viaduto.




Do ônibus tirei esta foto de um dos tantos prédios onde foram acolhidos e tratados os sobreviventes que não tinham para onde ir após a liberacão. Cerca de 13.000 não resistiram e morreram. Em 1948, quando o Estado de Israel foi fundado, o pequeno contingente de sobreviventes emigrou para Israel.




Chegado o momento de eu voltar para Celes para tomar o trem e continuar viagem, tendo encerrado minha visita - que poderia ter-se prolongado por muitos dias - meu jovem amigo veio encontrar-me perto da parada do ônibus. E ali dei-lhe um grande abraco no estilo brasileiro, de "quebrar costelas", como dizemos os gaúchos. Quanta gente bondosa e interessante encontrei nesta viagem, a qual talvez nunca mais veja nesta vida!


Como ainda faltava um tempinho para o ônibus-de-linha chegar, tirei esta sugestiva foto de minha mala e da famoso mochila com as duas bandeiras. Ali ocorreu-me o versículo no mesmo livro da Bíblia que fala dos que morreram nas mais trágicas circunstâncias e foram heróis da fé:

Na verdade, não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir.
- Hebreus 13:14 -

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E não deixe de ler a seguir a palavra da profecia de Ezequiel 37:1-14

(as fotos não são necessariamente de Bergen-Belsen, mas também de outros campos de extermínio nazistas)

- A visão de um vale de ossos secos -



Veio sobre mim a mão do Senhor; ele me levou pelo Espírito e me deixou no meio de um vale que estava cheio de ossos,
e me fez andar ao redor deles; eram mui numerosos na superfície do vale, e estavam sequíssimos.
Então me perguntou: Filho do homem, acaso poderão reviver esses estes ossos? Respondi: Senhor Deus, tu o sabes.



Disse-me ele: Profetiza a estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor. Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que farei entrar o espírito em vós, e vivereis.
Porei tendões sobre vós, farei crescer carne sobre vós, sobre vós estenderei pele, e porei em vós o espírito, e vivereis. e sabereis que eu sou o Senhor 
Então profetizei segundo me fora ordenado; enquanto eu profetizava houve um ruído, um barulho de ossos que batiam contra ossos e se ajuntavam, cada osso ao seu osso. Olhei e vi que havia tendões sobre eles, e cresceram as carnes e se estendeu a pele sobre eles, mas não havia neles o espírito.


Então ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza ó filho do homem, e dize-lhe: assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam.
Profetizei como ele me ordenara, e o espírito entrou neles e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso.
Então me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que dizem: Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperanca; estamos de todo exterminados. 


Portanto, profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: eis que abrirei as vossas sepulturas, e vos farei sair delas, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel.
Sabereis que eu sou o Senhor, quando eu vos abrir as vossas sepulturas e vos fizer sair delas, ó povo meu.
Porei em vós o meu espírito, e viverei, e vos estabelecerei na vossa própria terra.. Então sabereis que eu, o Senhor, disse isto, e o fiz, diz o Senhor.
(e os versículos 21 e22...)
Dize-lhes, pois: Assim diz o Senhor Deus: eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as nacões, para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei para a sua própria terra.
Farei deles uma só nacão na terra, nos montes de Israel. 
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L i n k s:
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Minha visita aos Campos de Concentracão Auschwitz-Birkenau:
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http://paulofranke.blogspot.com/2006/08/campo-de-concentraco-de-auschwitz.html
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Minha visita ao Museu Anne Frank em Amsterdam:
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http://paulofranke.blogspot.com/2006/09/o-museu-anne-frank-em-amsterdam.html
*

Procure no "Índice de todos os meus tópicos" outros tópicos ligados ao Holocausto, principalmente o que conta sobre os últimos dias - e morte - de Anne Frank - postado em 01 de janeiro de 2009.

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A liberacão de Bergen-Belsen (Youtube) e outros relacionados (forte!):
http://www.youtube.com/watch?v=pzdtPcNwRtM&NR=1

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