Paulo Franke

30 outubro, 2012

Super Storm Sandy nos EUA/O Terremoto no México




Fotos de quando trabalhamos em New Jersey-EUA e ficamos de prontidão diante do hurricane Gloria, em 1985, que, felizmente, mudou de rumo e foi para o mar. Mas cheguei a provar a tremenda ventania ao dirigir nossa van. Hoje ouvi na TV- CNN o governador de New Jersey mencionar as milhares de refeições que o ES está distribuindo à população, além, certamente, de outros tipos de ajuda. Que Deus abençoe nossos irmãos no árduo trabalho que estão desenvolvendo ao ajudar os sofredores afetados pela tragédia. Foi quando trabalhei em New Jersey (Perth Amboy) que fui requisitado a ir ao México e fazer parte da equipe americana do Território Leste que atuou diante do terremoto, em setembro de 1985, conforme minha experiência abaixo:

"... Tive sede e me destes de beber" (Mateus 25:35)

Sentado entre os escombros, o homem olhava as máquinas retirarem o entulho que restava de um edifício que fora uma maternidade. Em seu olhar perdido havia tristeza e desalento imensos.
Como aquele homem, milhares de outras pessoas aguardavam o resgate de seus mortos após o grande terremoto que, em setembro de 1985, ceifou a vida de mais de vinte mil pessoas na cidade do México e arredores.
Vivíamos nos Estados Unidos naquela época, portanto fui convocado, por falar o idioma espanhol, para fazer parte de uma das muitas equipes de socorro que o Salvation Army enviara ao país vizinho.
Sentindo que a missão que me levara àquele país consistia em mais do que oferecer ajuda material nas cantinas móveis localizadas em diversos pontos da capital mexicana, eu saía às vezes a procurar os sofredores que não vinham a nós. Eles estavam praticamente acampados, por dias a fio, aguardando o reconhecimento de seu ente querido vítima da tragédia que desfigurou a bela cidade. Eram ruínas ao redor e ruínas nos corações.
Chamando-me a atenção aquele homem solitário, aproximei-me e tentei trazer-lhe palavras de consolo em nome de Jesus.
- "O que responderei a eles, como explicarei?" - repetia.
- "O que quer dizer com isso, amigo?" - perguntei-lhe.
- "Meus filhos perguntam-me a todo o momento quando a mãe deles voltará para casa com nosso novo irmãozinho" - respondeu-me apontando para o grande hospital completamente destruído.
Naquele momento, faltando-me palavras diante da extensão e profundidade do sofrimento humano, limitei-me ao simples gesto de colocar o meu braço sobre os seus ombros e fazer uma oração em espanhol em seu favor.
Ele permanceu sentado e eu me retirei. Mais tarde, um colega presenteou-me com a foto que tirara, sem que eu percebesse, no momento em que conversava com aquele pai desesperado. Naturalmente, não sei o que respondeu aos seus filhos, mas vendo a foto lembro-me dele, na certeza de que Deus lhe deu palavras certas para falar aos seus filhinhos em casa. Nem sempre podemos testemunhar de vitórias aparentes e retumbantes em nosso trabalho para o Mestre, mas Ele mesmo nos encoraja a prosseguir, sendo fiéis também nos pequenos gestos feitos em Seu nome.
Precisei voltar à cantina móvel para continuar o humilde trabalho, importantíssimo também no contexto de servir... "Pan? Café con leche? Águal mineral? Quizas un cobertor?"...
"... tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber" (Mateus 25:35). Sim, senti a presença viva de Jesus naquele lugar!

Meditação do meu livro "Edificação Diária"

A maternidade à nossa frente...



Com mexicanos, e ao fundo pilhas de caixões, algo que foi se tornando "normal"...


A foto é de faz-de-conta, pois os telefones não estavam em funcionamento, mas a ligação com Deus é indispensável ao fazermos esse tipo de trabalho. Só Ele para nos dar misericórdia, palavra que literalmente significa "ver a miséria alheia com o coração".

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