Paulo Franke

25 junho, 2016

Nuremberg/Melbourne/Stanley Kramer... e eu!



2 filmes, 
um verídico, outro ficção 
1 diretor...

~ Primeira Parte ~

Ontem assisti a um dos meus DVDs, "O Julgamento de Nuremberg", que me fez recordar minha visita à importante cidade alemã de Nuremberg, cenário da Segunda Guerra, palco das grandes paradas nazistas de Adolph Hitler.
 Filme preto-e-branco, um documento dos mais importantes da Segunda Guerra Mundial (veja sinopse abaixo), mostra lugares por onde andei, o que assumiu ainda mais realidade à película que assistia novamente. 




Recomendo altamente a primeira versão do filme.



Na foto, o diretor americano Stanley Kramer (1913-2001), um dos mais consagrados diretores de Hollywood (procure no Google a sua "ficha"), instrui o ator Richard Widmark, que interpreta no filme o advogado de acusação.


Stanley Kramer orienta Montgomey Clift em uma cena muito forte do julgamento.

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Links para:

- a cena quando um dos advogados  (Richard Widmark) mostra filmes reais de campos de concentração nazistas:

https://www.youtube.com/watch?v=czSw7JJIIW0


- postagem de quando visitei Nuremberg, pela InterRail:


~ Segunda Parte ~

Outro filme de Stanley Kramer, assistido quando jovem, no entanto, impactara-me de tal maneira que mudou o caminho de minha vida. Seu nome? "A Hora Final" (On the Beach), baseado no romance do australiano Nevil Shute, com algumas partes adicionadas por Stanley Kramer (graças a Deus!)


Sinopse




Stanley com Gregory Peck, Ava Gardner e Fred Astaire, parte do elenco de "A Hora Final".

Curioso é o fato de que Judy Garland, no filme anterior, e Fred Astaire, neste, morreram no mesmo dia na vida real, em diferentes datas, e nestes dois filmes fizeram papéis que exclui canto e dança, a especialidade de cada um durante décadas.



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~Terceira Parte ~

O título desta postagem, não sei se algum leitor percebeu, inclui um 
"... e eu". Na verdade, tenho muito a ver com esta segunda parte. Abaixo, relato o porquê.


B O M B


Ainda no ano de 1961, com aqueles mesmos amigos fui ao cinema naquela tarde de domingo, sem saber a que filme assistiríamos. O importante é que após o cinema estenderíamos a algum barzinho para bebermos, o que estava se tornando um hábito. Mas hoje concluo que Deus queria pôr um fim imediato no mau caminho pelo qual eu estava enveredando, pois tudo de fato aconteceu muito rapidamente.
O filme de ficção científica, enfocando o tempo da Guerra Fria, era “do meu estilo”, preto-e-branco, dramático, depressivo e cheio de desesperança. Combinava com o meu estado de espírito, que poderia ser traduzido por “Comamos e bebamos que amanhã morreremos.” Afinal, a vida era isso mesmo, uma brincadeira sem sentido, assim a encarava.
Nas cenas finais do filme aconteceu a “segunda dose da injeção do Senhor” para mim. Pregando uma mensagem de esperança ao povo australiano em desespero pela proximidade da nuvem radioativa que já exterminara a humanidade, lá estava o Exército de Salvação. Em uma faixa sobre o grupo, cantando e tocando seus instrumentos, estava escrito: “Ainda há tempo... irmão” (There still time... brother). Então, poucos minutos antes do The End, a faixa continuava lá ao sabor do vento agora contaminado, mas a população, como em outras partes do mundo, desaparecera sem deixar nenhum vestígio.
“Um dia eu vou pertencer a este Exército!”, disse aos meus amigos à saída do cinema. Seus risos e brincadeiras não me afetaram à minima. No bar o gosto da bebida parecia ter mudado… é que no meu interior alguma coisa superior estava acontecendo, como que a mensagem da faixa dizendo-me "Ainda há tempo para ti, Paulo!"




Eis as cenas que tanto me impactaram no filme:


O povo desesperançado aproxima-se da reunião ao ar livre do Exército de Salvação (The Salvation Army).


Salvacionistas reais participaram do filme de Stanley Kramer... tocando seus instrumentos... (um hino, "Avante, avante, ó crentes, soldados de Jesus!", que eu conhecia bem.)


... ou pregando a mensagem "Ainda há tempo... irmão" (There is still time... brother)




Então a nuvem radioativa alcança também a Austrália, desaparecem seus habitantes, mas a faixa continua lá, balançando ao vento contaminado...

~Quarta parte ~


Em 1982 tive o privilégio de fazer um curso editorial em Melbourne, sul da Austrália. Hoje viaja-se do Brasil até lá através do Chile, mas naquele tempo a única rota era por Los Angeles-CA. Um dia os colegas do departamento souberam do meu link com a Austrália através do filme que lhes era bem conhecido. Não deu outra: o fotógrafo do departamento editorial veio até minha mesa, pediu que eu pegasse o meu quépe e o acompanhasse. Obedeci prontamente sem saber aonde me levava...

Levou-me a poucos quarteirões dali, ao exato local onde as locações finais do famoso filme foram tomadas em 1959. Resumindo... tirou-me diversas fotos e no número seguinte do The War Cry australiano eu era a capa, contando a história que os que leram até aqui já sabem.



Voltando ao Brasil e assumindo o departamento editorial, em 1982, não hesitei em publicar também meu testemunho com este novo capítulo na minha história de fé.

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~Quinta parte ~


No verão europeu de 1973, antes de nos casarmos, fui o delegado do Brasil no Colégio Internacional para Oficiais (International College for Officers) em Londres (irreconhecível, estou no meio na fila de trás).
O diretor do Colégio naquele ano, o inglês Comissário Albert Mingay, está na primeira fila ao lado de sua esposa. Também na primeira fila aparecem o então General sueco Erik Wickberg e a General australiana Eva Burrows, naquele tempo vice-diretora do ICO.




Albert Mingay foi o Chefe Territorial do Sul da Austrália no tempo em que o filme "A horal final" (On the beach) foi filmado, exatamente em Melbourne, onde ficava a sede do The Salvation Army.
Certo dia Mingay recebeu no seu escritório o diretor Stanley Kramer, que sondava a possibilidade de usar salvacionistas e músicos genuínos nas cenas finais de "A hora Final". Mingay aprovou. Tendo sido convidado para assistir ao ensaio dessas cenas, lá estava com seus soldados. Então ele fez uma sugestão ao diretor... colocar sobre o grupo de salvacionistas uma faixa com os dizeres "Ainda há tempo... irmão", o que surtiria um efeito impactante à cena final. Stanley Kramer aprovou e a faixa foi preparada e afixada sobre os salvacionistas.

Durante o curso em Londres, a cada noite um delegado contava sua história, de como se convertera e de como se tornara salvacionista. Chegando a minha vez, contei a história que relato aqui. Assim que voltei ao meu lugar, o Comissário Albert Mingay levantou-se e contou o episódio da visita do diretor Stanley Kramer ao seu escritório.
E a faixa "Ainda há tempo... irmão", que tanto tocara naquela tarde de domingo ao jovem sem direção quanto ao caminho a seguir (eu), emocionou o diretor do Colégio e a todos os presentes. Quando Deus quer falar-nos ele utiliza um filme, um diretor de cinema, uma faixa e quem e o que quiser.
Aconteceu comigo!

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The last but not the least


Dedico esta postagem à brava colega australiana Doreen Shaw Campos,
viúva do saudoso Sidney de Barros Campos, o homem que Deus usou para trazer-me para as fileiras do Exército de Salvação em 1962, 
e onde me encontro, até hoje.

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L I N K

"QUANDO, COMO E POR QUE INGRESSEI NO ES":


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