Paulo Franke

19 agosto, 2022

Reportagem sobre Anneli: "A Palavra de Deus conforta, aconselha e acalma".



Sua reportagem no Sotahuuto (Brado de Guerra finlandês)










Nos layouts de cartões de Anneli Franke, a Palavra de Deus conforta, aconselha e acalma.


Há anos, a Major Anneli Franke tem o hábito de abencoar sua família e amigos através das redes sociais com fotos, onde um versículo bíblico adequado para cada dia, um lindo cartão postal e um fundo de flores combinando formam um todo. 

A Palavra de Deus é cheia de promessas e não volta vazia. Espero que os que vêem as imagens e lêem o versículo possam sentir a bêncão de Deus, afirma a Major Anneli Franke.

Encontro a Major Anneli Franke (73) na casa de sua mãe, a Tenente-Coronel Martta Hämäläinen, no bairro do Kallio, na capital Helsinki. Martta é uma alegre "jovem perpétua" de 98 anos, cuja vida encontrou um novo rumo quando ela e seu marido, David Elias Hämäläinen, responderam ao chamado missionário em 1953. Nessa época embarcaram em um navio e seguiram para o Brasil com seus três filhos. Uma das criancas era a pequena Anneli.

- Eu nasci em Uusikaupunki e tinha 5 anos quando meus pais foram para o campo missionário. Antes de me mudar para o Brasil, já havia morado em Kemi, Jyväskylä e Tampere, além de Uusikaupunki. Naquele tempo, os oficiais recebiam ordens de marcha em ritmo acelerado, afirma Anneli e olha para sua mãe, que acena com a cabeca. "Eram outros tempos!"

Anneli tem algumas pequenas recordacões de Tampere... Eu me lembro como, quando eu tinha 4 anos, muitas vezes caminhava sozinha pelo parque até o jardim de infância. Eu já era independente na época. No jardim, eu avisei que ia para o Brasil. Eles não acreditaram e pensavam que eu estava inventando coisas.

No Brasil, Anneli morou em vários lugares, pois seus pais receberam várias nomeacões. Às vezes ele administravam um orfanato, às vezes dirigiam um Corpo (igreja), às vezes uma Divisão e outras um departamento do Quartel.

- Não foi nada estranho morar no Brasil. Quando crianca, era tão fácil se adaptar. Também aprendi a língua rapidamente. Depois de um tempo eu falava português melhor do que finlandês, lembra Anneli.

- Dez anos se passaram e durante esse tempo meus pais passaram duas férias na Finlândia. Naquela época, os oficiais que serviam no exterior recebiam férias missionárias de cinco meses a cada cinco anos. Nessas duas ocasiões não tive tempo de ir à escola, porque as viagens de navio demoravam quase um mês.

Depois de deixar o Brasil, Anneli viajou pela primeira vez para a Inglaterra por um ano para aprender inglês. De lá, voltou para a Finlândia por um tempo, mas logo retornou à Inglaterra e de lá foi para os Estados Unidos.

- Eu realmente não sei como é viver no mesmo lugar a vida toda. Anneli diz com um sorriso.

Sobre amor, vida e amizade.

Nos Estados Unidos, Anneli cursou o Colégio de Cadetes e suas primeiras nomeacões foram em Nova York, Manhattan e no Bronx.

No entando, o acaso e o amor a levaram de volta ao Brasil.

- Certa vez, visitando meus pais de surpresa, conheci meu futuro marido, Paulo Franke. Ele estava nomeado no Colégio de Cadetes e nos encontramos em uma reunião salvacionista no Corpo Central.

- Por essa razão pedi transferência para o Brasil. Conhecemo-nos em 1972 e um ano depois nos casamos.

No Brasil, Paulo foi editor do "Brado de Guerra" (War Cry), da revista O Oficial e responsável por programas de rádio. Anneli ajudou Paulo fazendo muito trabalho de traducão e mesmo nos programas radiofônicos.

Anneli e Paulo chegaram à Finlândia na virada do milênio. Na Finlândia, o casal serviu no Templo de língua sueca, em Vaasa, na sede nacional e, enfim, em Hämeenlinna.

Na Quartel Nacional Anneli trabalhou como assistente de Silvia Cox, então presidente do trabalho feminino.

- Também fiz trabalhos de traducão neste país, interpretando em reuniões e mesmo em viagens. Sempre gostei disso. Não tenho uma educacão especial, mas "ela sempre esteve incorporada em mim". Embora o ouvido sempre saiba melhor do que a boca, Anneli ri.

Anneli e Paulo farão bodas de ouro em 2023. Pergunto qual tem sido o segredo de uma "relacão de trabalho".

- Paulo e eu dividimos responsabilidades e tarefas. A divisão do trabalho sempre foi clara para nós, o que também se aplica em casa. Nós dois temos personalidades fortes e manter as coisas claras e abertas faz com que isso funcione. Um relacionamento de longo prazo pode passar por muitas fases, diz Anneli com um sorriso.

Anneli se aposentou há sete anos. O período Corona também afetou a vida cotidiana de Anneli. 

- Corona afetou a vida de todos no mundo, mas felizmente sobrevivemos. Lentamente fomos em direcão à normalidade, reflete Anneli.

Ao longo dos anos, Anneli teve tempo de conhecer muitas pessoas e fazer amigos, mas admite que mudar de residência tem sido um desafio para as amizades.

Quando você mora no mesmo lugar por muito tempo, é mais fácil fazer amizades mais permanentes. Mudei-me com frequência e em cada lugar conheci novas pessoas. Muitos são amigos há algum tempo ao longo da jornada da vida, mas também há aqueles com quem a amizade se tornou mais permanente. Hoje as redes sociais facilitam.

-Quando viajo, tenho sempre estes cartões comigo. Nunca sei quando vou encontrar um lugar e um momento adequado para tirar uma foto, comenta. Muitas vezes é uma flor, mas nem sempre. 

- Procuro sempre fazer uma conexão entre o versículo bíblico, o cartão e o fundo. Os fundos e os cartões das imagens mudam e são usados apenas uma vez - mas o versículos bíblicos merecem ser repetidos.

-  Quando você pode repetir versículos da Bíblia, a mensagm não é desperdicada.  Versículos bíblicos são aqueles que me tocam.

Anneli publica fotos diariamente em sua página do Facebook  e no Instagram. Além disso, também compartilha com o próprio grupo de whatsApp da família.

- Esta é sempre a primeira coisa que faco pela manhã, ao acordar,  e muitos dizem que estão esperando que ele chegue. Em conexão com as imagens, o versículo está escrito em quatro idiomas: inglês, português, finlandês e sueco. Ao longo dos anos, Anneli fez amizades em todo o mundo. Decidi que esses quatro idiomas são suficientes, lembrando as pessoas que conheco, diz Anneli.

Anneli também prepara um livro de fotos das suas fotos para ela mesma, para que tenha uma memória tangível. O sétimo livro já está em andamento.

Pergunto se ela gostaria de poder distribuí-los a um grupo mais amplo, por exemplo, na forma de um livro autopublicado ou uma exposicão de arte. 

- Não pensei nisso por este ângulo, mas parece interessante. Nunca se sabe! Espero que esta entrevista faca com que novas pessoas descubram essas minhas postagens. Minhas páginas estão abertas e todos são bem-vindos para olhá-las.

- Espero que os leitores recebam a bêncão de Deus com o que vêem. Às vezes, tenho recebido comentários de pessos dizendo que as fotos do cartão com versículo falaram com elas e as ajudaram; outras dizem que era exatamente o que elas precisavam naquele momento. Isso aquece o meu coracão.

Reportagem no Sotahuuto: Toni Kaarttinen (usado com permissão)

Fotos: Toni Kaarttinen e Anneli Franke

Na foto de família, tirada no final dos anos 50, estão os pais de Anneli, David e Martta Hämäläinen, e irmãos Markku, Lys e Riitta. Anneli está na extrema direita. A irmã mais nova, Aila, nasceu depois que a foto foi tirada, em 1959, em São Paulo.

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