Paulo Franke

12 outubro, 2013

Malala Yousafzai e Sir Nicholas Winton, o "Schindler Britânico"...


O Prêmio Anna Politkovskaya de 2013 foi outorgado à Malala Yousafzai, a defensora dos direitos anos de 16 anos baleada no Paquistão em 2012 e a indicada mais jovem para o Prêmio Nobel da Paz. Quem lhe entregou o prêmio foi o Sir Nicholas Winton, de 104 anos, que organizou o Kinder Transport para resgatar meninos e meninas judeus da Tchecoslováquia, ocupada pelos nazistas em 1939.


Finalizando a turnê ao Campo de Concentração de Terezin (ver link), na estação ferroviária de Praga, em 2012,  alguns do grupo participante fomos fotografados ao lado da estátua de Sir Nicholas Winton com seus pequenos, cuja história heróica merece ser lida ou relida:

Trens para a morte e... para a vida! (Holocausto)


Postagem elaborada e publicada no Dia da Criança - 2009

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Em abril de 2009, estive pela segunda vez em Israel. Dos sete dias na Terra Santa, precisamente em Eilat à beira do Mar Vermelho, reservei um dia para visitar Jerusalém. Foi pouco, muito pouco. Deixei de rever muitos lugares e conheci apressadamente novos lugares, como o Museu do Holocausto (Yad Vashem). Fica a esperança de voltar...
O vagão do trem exposto ao ar livre no imenso museu "conheci" só através deste postal. Ele representa as centenas de outros que transportaram judeus - e outras minorias indesejáveis para os nazistas - durante os tenebrosos dias da Segunda Guerra Mundial.

"Conte para os seus filhos..." é um livro que se adquire no The Living History Forum, em Estocolmo. Seu conteúdo é de chocantes fotos e depoimentos. Tomemos por exemplo a sua capa, que quase pode ser confundida com um momento de lazer, em um bosque, para mulheres, crianças e velhos judeus da Hungria. Na realidade, recém-desembarcados de um trem, estão aguardando, sem o saberem, a sua vez de entrar na câmara de gas do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. Resumindo o texto da contracapa, Logo estarão desnudos, ingressarão na câmera de gas e seus corpos serão levados para os fornos crematórios. Tudo o que resta dessas pobres pessoas é esta fotografia.
(A legenda desta foto da página 42) Os trens de deportação corriam incessantemente. Therese Muller, uma judia húngara sobrevivente de Auschwitz, recorda-se: "Luzes penetram no vagão através dos lacres das janelas. Podemos ver as árvores e as montanhas passando apressadamente. O que as árvores lá fora nos quererão dizer? O que as faíscas dos trilhos e seu assobio nos querem contar? E dentro do vagão vejo na penumbra indivíduos esperando poderem dormir. Tudo está quieto. Estas pessoas são a minha família. Recebemos apoio uns dos outros. Mas ao mesmo tempo eu sei que isso também significa uma partida. Estou certa de que muitos de nós pereceremos. Tentamos aceitar tudo como se apresenta. É madrugada. Minha mãe está segurando a minha mão. Este é o seu adeus."
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Recentemente, assistindo confortavelmente ao canal BBC World News em minha casa, de repente vejo algo que me prende a atenção. Por ocasião desta postagem, procuro mais informação no Google e segue abaixo o que apurei, notícia altamente importante no contexto do Holocausto:



Trem especial em homenagem ao "Schindler britânico" chega a Londres 04/09 - 13:24 , atualizada às 17:55 04/09 - AFP


Londres deu as boas-vindas nesta sexta-feira ao trem de Winton, um trem em homenagem a um britânico que, nas vésperas da Segunda Guerra Mundial, organizou o resgate e salvou 669 crianças, na sua maioria judias, levando-as da ex-Tchecoslováquia para a Grã-Bretanha.



O próprio Sir Nicholas Winton, hoje com 100 anos, foi à estação receber o trem a vapor procedente de Praga. Formado por vagões verdes da época, transporta 22 dos chamados "meninos de Winton", alguns de seus descendentes, estudantes e organizadores da homenagem. Depois de quatro dias de viagem via República Tcheca, Alemanha, Holanda e um trajeto em ferry para a Inglaterra, o trem chegou à estação londrina de Liverpool Street ao som de uma orquestra.




Uma menina com trajes da época caminha ao lado do "trem Winton" para dar ainda mais realidade ao evento. "É muito mais difícil do que foi há 70 anos", brincou Nicholas Winton na estação, animado, apesar de estar em uma cadeira de rodas.
Em 1938, Winton ia esquiar com um amigo, mas este pediu que se reunisse com ele em Praga. Ao ver o desespero de milhares de refugiados da ocupação nazista, resolveu agir e voltou a Londres, onde começou a organizar trens de crianças e procurar famílias que as acolhesse na Inglaterra.
Winton é chamado de "O Schindler Britânico" em referência ao empresário alemão que salvou centenas de judeus dando-lhes trabalho em sua fábrica, conforme narrado pelo cineasta Steven Spielberg no filme "A lista de Schindler".
Se é verdade que quem salva uma vida salva a humanidade, o que dizer de quem salva 669 vidas?Quando desembarcaram na Inglaterra, lá estava Nicholas Winton esperando por elas.
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Esta imagem rara registra o herói na plataforma de desembarque com uma das crianças. Winton só lamenta que o último trem, que traria 250 crianças, não tenha conseguido sair da Tchecoslováquia: o início da guerra, no dia 1º de setembro de 1939, tornou a viagem impossível. Nenhuma das crianças que não conseguiram embarcar sobreviveu. Também foram mandadas para os campos de extermínio.



Winton se alistou na força aérea. As crianças que tiveram tempo de embarcar para a Inglaterra na caravana organizada por Winton foram encaminhadas para casas de família e abrigos.





O centenário Sir Nicholas Winton
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Em Praga, uma escultura lembrando o seu feito.


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Terminando de reler o livro "Mila 18", de Leon Uris, lembrei-me de uma passagem que transcrevo aqui, no contexto de trem e crianças. É uma ficção que, como disse o célebre autor judeu, bem poderia ser realidade. Quando restava pouco tempo para a extinção do gueto de Varsóvia, uma das personagens do livro obtém passes para crianças fazerem uma viagem e ver os campos. Obteve, com a terrível condição de, no trem, assassiná-las com barras de chocolate envenenadas, antecipando a morte inevitável das criancinhas...



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Isaac Ochberg foi outro herói que salvou crianças judias da Revolução Russa, em 1921, transportando-as para a África do Sul. Sendo ele mesmo russo, tornou-se um homem de negócios de sucesso. Um filme foi feito contando sua história e a dos órfãos que abrigou em orfanatos sul-africanos.



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L i n k s

No tópico "Minhas postagens sobre o Holocausto", visitas a quatro campos de concentração, histórias de gente caridosa que protegeu judeus na guerra, visita ao Museu do Holocausto em Jerusalém, ao Museu Anne Frank em Amsterdam etc.
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http://paulofranke.blogspot.com/2009/05/minhas-postagens-sobre-o-holocausto.html


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L I N K S

Visita ao Campo de Concentração de Terezin, perto de Praga:

http://www.paulofranke.blogspot.fi/2012/10/iiio-campo-de-concentracao-de-terezin.html

Malala diz não merecer o Prêmio Nobel da Paz:

http://www.publico.pt/mundo/noticia/malala-diz-que-nao-merece-o-nobel-da-paz-1608604

Os Schindlers japoneses:

http://paulofranke.blogspot.com.br/2010/11/holocausto-schindlers-japoneses.html

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