Paulo Franke

15 setembro, 2021

QUINTA-FEIRA - Uma de minhas viagens pelo mundo... Nuremberg, Alemanha



Sinopse 

Três anos depois do final da Segunda Guerra Mundial, Dan Haywood (Spencer Tracy), um juiz aposentado americano, tem uma árdua tarefa, a de presidir o julgamento de quatro juízes nazistas que usaram seus cargos para permitir e legalizar as atrocidades nazistas contra o povo judeu durante a II Guerra. A pressão política é enorme, a medida que surgem as provas de esterilizacão e assassinato, pois a Guerra Fria está chegando e ninguém quer mais julgamentos como os da Alemanha. Além disso, os governos aliados querem esquecer o passado. O filme foi vencedor de dois Oscars.




Cenas do filme que me lembraram a visita que fiz a Nuremberg.


Tarde de 15.09.2021... assisti novamente ao impactante filme "O Julgamento de Nuremberg" e, após tê-lo feito, relembrei minha passagem por aquela cidade alemã, importante no contexto da Segunda Guerra Mundial. Recomendo o filme histórico, com grande elenco.



De trem pela Europa 4 - Nuremberg (Alemanha)

Eu poderia ter estendido a minha estada em Salzburgo, cidade beleza-pura, e visto outras atrações não só as ligadas ao filme The sound of Music (A Noviça Rebelde), mas quis chegar a Nuremberg no dia em que havia combinado com meu colega administrador da obra social do Die Heilsarmée (Exército de Salvação), o qual aguardava a minha chegada. Assim, da Áustria voltei para a Alemanha.


O lindo prédio da Haus Rothstein onde o Exército de Salvação em Nuremberg abriga quase 100 homens necessitados e dá-lhes não só abrigo, mas também tratamento aos alcoolistas, aos drogados, aos psicologicamente enfermos, além de assistência espiritual, uma obra impressionante! O bairro tem uma grande comunidade turca, que por pouco não me faz pensar que estava na Turquia. E havia bandeiras turcas por todo o lado devido ao já mencionado anteriormente Campeonato Europeu de Futebol.



Em um prédio anexo há apartamentos para hospedar famílias em caráter emergencial. Como não estava totalmente ocupado no momento, deram-me acomodaço em um desses apartamentos, completamente montados e, na geladeira, refrigerantes, sucos diversos e água mineral, à vontade. O café da manhã, muito farto, eu tomava junto com a clientela simpática da instituição, muitos admirados que eu com o rosto que tenho descendo de alemães!!


E em frente do prédio mais um Supermercado da rede alemã Norma, nome de minha saudosa irmã mais velha.

Na manhã seguinte, com grande expectativa saí a explorar a famosa e histórica Nuremberg. A cidade destaca-se pelos seus muros milenares. Naturalmente foi inteiramente bombardeada na Segunda Guerra Mundial, mas em parte reconstruída de acordo com o estilo original. Dentro dos muros, no entanto, estilos antigos e também modernos de prédios se encontram lado a lado.

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Uma grande igreja luterana ao fundo e uma escultura cômica ao redor da fonte.




Janelas comuns e uma janela tipo medieval. Em Nuremberg diferentes estilos convivem muito bem.


A casa de seu filho mais famoso, o arquiteto e pintor Albert Duhrer.





Um concerto na tarde do domingo chuvoso.




No primeiro plano, o restaurante Kentucky Fried Chicken, o frango frito preferido de minha família há anos, só que inexiste na Finlândia. Dei-me ao luxo de sentar e comer até "engordurar o bigode", pois Nuremberg ficou marcada como a cidade onde gastei menos, fora a despesa do KFC, que não foi muita, somente € 1.00 do Internet-café para enviar e-mail para a família, o que aconteceu em cada cidade visitada.
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No domingo, em uma bonita capela, participei do culto com os homens da instituição e fui convidado a falar, idem almoçar com os colegas oficiais. Após, uma siesta...


Refeito, fui visitar o histórico Palácio da Justiça de Nuremberg onde aconteceu o tribunal para julgar tanto juízes do Terceiro Reich (conforme o filme O Julgamento de Nuremberg) quanto criminosos de guerra nazistas.



O prédio anexo, abaixo, foi o escolhido para o julgamento por ter sido pouco danificado nos bombardeios de que Nuremberg foi alvo.



Esperei por mais de uma hora para ingressar na próxima tour. Enquanto isso conversei com uma senhora de idade e nacionalidade alemã que vive desde o final da guerra nos Estados Unidos. Parece que ela sentia necessidade de falar - tempo havia! - e declarar que nunca ficara sabendo das atrocidades que aconteceram em seu país, somente quando foram reveladas ao mundo. Contou do choque que levou ao saber, anos depois, a respeito do que lhe havia sido ocultado.


Para provar que visitei o local do julgamento de Nuremberg (pareco um tanto assustado...)



O local onde se sentaram os juizes nazistas (percebam a moldura de mármore da porta, a mesma diante da qual estou na foto anterior).



Depois da palestra de mais de uma hora, momento para fotografar os posters dos 24 líderes nazistas que receberam sentença pelos seus horrendos crimes. Uma busca pelo Google fornecerá dados e informações ao leitor interessado, quem sabe em conhecer mais dos lances do Julgamento de Nuremberg, portanto poupo-me de fazê-lo nesta postagem.





Pelo poster pode-se ver o prédio do tribunal, à direita, local esse que tinha comunicação com a prisão onde ficavam os criminosos e onde se deu a execução de muitos deles.





O local ainda é usado como tribunal. A cruz foi colocada bem depois do término da guerra.



Encontrado na Argentina no ano 1961, o carrasco Adolph Eichmann, responsável pela morte de 6 milhões de judeus, foi julgado em Israel em 1962, executado e seu corpo cremado. Lembro-me de acompanhar o episódio pelos jornais da época. Assisti também ao filme sobre sua captura por agentes israelenses.


Caso encerrado? Ao sair, pensei nas oportunas palavras de Jesus sobre o inferno: "... ali haverá choro e ranger de dentes" (Mateus 24:51). E pensei na cruz ao alto da sala, símbolo do amor redentor de Jesus Cristo e de Seu perdão, oferecido a todo o pecador arrependido. Aguarde ler a experiência de uma mulher cristã que foi para o campo de concentração por esconder judeus e, encontrando um dos guardas do campo após a guerra, perdoou-o pelo mal que lhe fizera (visita ao Museu Corrie ten Booom em Haarlem, Holanda).


No outro dia, uma longa caminhada até o local das paradas e rallies de Hitler. Indo para lá, encontro a rua Anne Frank.




Ao chegar, fotografei posters espalhados pelo local da Tribuna de Zeppelin.










Eu e meus pensamentos I...



Eu e meus pensamentos II...


Como escreveu o poeta português E. de Queiroz, "O homem constrói monumentos, mas só ruínas semeia, para morada dos ventos."


O abandono é total e proposital. Neste "lugar de altas honras nazistas", palco das maiores homenagens a Adolph Hitler e ao nazismo, como que zombando do passado acabava de acontecer um concerto de rock da MTV. Quando cheguei ao local, vi sujeira por todos os lados, típica de fim de festa, em um sentido combinando com a História.


Sentado no pódio onde discursava o ditador que se suicidou covardemente (o meu leve sorriso não entendi).



Neste lugar o silêncio fala profundamente...

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Mas, finalizando, falemos de paz...






Agradeço a este bonito casal de capitães, Achim e Anette Janowski, membros desta imensa família salvacionista a qual também pertenço. E homenageio-os não somente por terem recebido este colega-viajante, que nem conheciam, de forma tão cristã e hospitaleira, mas também pelo trabalho que fazem em pról dos sofredores, gastando suas vidas para aliviar-lhes o sofrimento, a exemplo de Cristo a Quem servem. (Achim falou-me da existência de um livro sobre o Die Heilsarmee (Exército de Salvação) durante o período de trevas da história da Alemanha, quando os salvacionistas foram proibidos de usar seus uniformes como também de reunirem-se para louvar a Deus e ouvir a Sua Palavra, conservando-se no entanto fiéis e recomeçando seus trabalhos após a guerra).


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O DVD que de Nuremberg encomendei ao meu filho no Brasil. Como On the Beach (A Hora Final), um filme do diretor Stanley Kramer.

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L I N K S

http://paulofranke.blogspot.com/2016/06/nurembergmelbournestanley-kramer-e-eu.html

Na minha última viagem a Berlim, a visita ao túmulo da grande estrela alemã, Marlene Dietrich, que se opôs veementemente ao nazismo. Idem, os destrocos que se tornou Berlim depois da guerra transformaram-se em montanhas na plana cidade.

http://paulofranke.blogspot.com/2020/11/

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