Paulo Franke

06 março, 2023

ReveR - 2a-feira, 06.03.23 - Viagens - ISLÂNDIA - Início

 

1 - ISLÂNDIA - Visita à Vizinha Vulcânica Via Noruega

- Primeira parte -


Em 1989 viajamos 23 dias do Brasil à Noruega de navio, e de Oslo chegamos à ilha de Åland, província finlandesa autônoma situada entre a Finlândia e a Suécia, lugar onde vivemos por quase quatro anos na nossa primeira experiência escandinava como família. Na foto, nosso filho (10) observando interessado a ação do prático que com um rebocador conduziu nosso navio até o porto de Oslo, ao fundo na foto. 

Também visitei a capital norueguesa em 2008, chegando até ela de trem, portanto foi a primeira vez que conheço seu movimentado aeroporto ao viajar desta vez pela Norwegianair para a Islândia e tanto na ida quanto na volta fazer escala em Oslo.


No aeroporto de Helsinki...


... quando embarquei naquela manhã de 27 de agosto de 2013...



... pela primeira vez em um voo da Norwegianair.


Uma companhia aérea de passagens baratas, mas com um rico toque cultural, como nenhuma outra, o que o leitor poderá comprovar no final desta postagem inicial.


O aeroporto de Oslo.


O voo Helsinki-Oslo é de aproximadamente duas horas.



Depois de uma escala não muito demorada, eu estava no portão esperando o embarque para Reykjavik (a pronúncia é como a lemos em português, com exceção do j que tem som de i)


Vivendo na Finlândia, terra de minha esposa, há 14 anos, conheci todos os países nórdicos... faltava a Islândia! O voo Oslo-Reykjavik tem a duração de quase quatro horas.


A ilha de um antigo e raro mapa da Pan American Airlines.


E aqui a ilha em foto de satélite, na minha opinião parecida com um dragão.


Um moderno aeroporto considerado de médio porte que, no entanto, recebe um número considerável de passageiros, a maioria turistas do mundo inteiro, ávidos para conhecer o exótico país.



Esperando o ônibus que me conduziria à cidade, é hora de examinar o mapa e tomar um bom café (para acordar!)



Ainda que o café seja da Nicarágua, a xícara tem desenho de brasileiro.



"Conheça um dos últimos refúgios selvagens de toda a Europa", li em um folheto, profusos na ilha anunciando turnês para todos os lugares, aluguél de carros, de bicicletas, trilhas para quem deseja caminhar etc.



A estranha escultura de um animal nascendo sobre pedras vulcânicas, diante do aeroporto, dá uma boa idéia das coisas interessantes e exóticas que eu  passaria a ver e admirar ao longo daquela semana em que lá passei.

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"De 'orgulhosamente só', no meio do Atlântico, a mais de mil quilômetros da Europa continental, o país mais letrado do mundo, sem taxa de desemprego e com os melhores índices de qualidade de vida." (Revista Econômico)

Para tentar situar o leitor no mapa do Atlântico Norte, um exemplo são as excursões de um dia - ida e volta - da Islândia à Groenlândia. De voo de duração de somente 01h30, mas de preço caríssimo, naturalmente não embarquei nela; todo o meu interesse estava voltado para a ilha em si. 

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Voltando à cultural Norwegianair, as caudas de suas aeronaves são ilustradas com 63 heróis escandinavos, incluindo o famoso dinamarquês Hans Christian Andersen, a primeira atriz estrangeira em Hollywood, Greta Garbo, a famosa patinadora, também atriz hollywoodiana, Sonja Henie, e muitos outros destacados em diversas áreas.



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ISLÂNDIA - Reykjavik, antiga-moderna capital

- Segunda parte -

Island, Iceland, Islândia significa "Terra do gelo".

País com população de somente 283.000 habitantes, possui 3 companhias profissionais de teatro; 1 indústria cinematográfica (um filme islandês foi candidato ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1992); 1 companhia nacional de ballet; 1 ópera; 1 orquestra sinfônica e hospeda um festival internacional de artes a cada 2 anos. A capital possui duas dúzias de museus e galerias de arte, enquanto que mais 50 outros pelo país, cujas poucas pequenas cidades estão às margens do oceano ao longo da ilha.


Acredita-se que Ingólfur Arnarsson tenha dado o nome Reykjavik ("Reikiavík") ao lugar onde está situada a capital quando ali chegou em 871 AD. A tradução do nome significa "Enseada de Fumaça" devido aos vapores que emergem do solo em toda a região.


Como nunca alugo carro nas minhas viagens, saí a caminhar bem cedo, uma caminhada de onde estava hospedado ao centro da cidade de cerca de uma hora ou mais, parando a todo o momento para fotografar o que via de interessante, por exemplo, a placa deste carro.



Aqui e ali vi pessoas fazendo cooper, mas li em uma revista que os cidadãos islandeses são amantes de maratonas (foto). Em 1984, quando a primeira aconteceu, inscreveram-se 281 corredores. Em 2012, 14 mil foram registrados, incluindo 1.600 estrangeiros. Lembrei-me de meu filho e de seus amigos, que certamente gostarão de saber disso.



O idioma dificíl de vez em quando surpreende como esta Bakery (Padaria) - Coffee House (Cafeteria).


Na caminhada, alguns edifícios bem modernos!



Ao passar por esta casa achei-a "familiar"...



... e ao ler em um folheto comprovei: foi onde aconteceu o famoso encontro de Reagan e Gorbachev, em 1986, evento do qual me recordo e que repercutiu pelo mundo inteiro (os dois no video abaixo).



Enfim, cheguei ao que chamamos "calçadão" e entrei no Tourist Information.



É hora de olhar para cima e fotografar também a arquitetura local, meu costume em todos os lugares que visito.



Os ursos brancos, conhecidos também da Finlândia, decoram a butique.



Os jovens bem típicos islandeses concordaram com que os fotografasse.



Crianças do pedaç(de uma revista).



As pinturas das casas, de todas as cores, predominando o vermelho, às vezes a cor preta.



Parei para ler o menu deste restaurante típico e... continuei a caminhada.



Raras casas de madeira como esta loja. Como florestas praticamente inexistem na Islândia, ao contrário da Finlândia, há muitas construções de tijolos ou mesmo de um tipo zinco, que me fez lembrar "... barracão de zinco, tradição do meu país". Gostei do telhado desta. Pena que não fotografei telhados pintados de azul!



Peles à venda na butique The Viking. 



Outro restaurande badalado.



Pelo menos a construção típica é de 1892.



A Opera House, recém-inaugurada.


Vista de outro ângulo.


A UNESCO a considerou a Cidade da Literatura.

A propósito, o idioma islandês é um dos menos falados do mundo. A semelhança com o norueguês ou sueco é muito pálida, entendendo-se não muitas palavras, pelo menos no meu caso.

Algumas letras são exclusivas do islandês:

ð Ð   ö Ö   æ Æ   þ Þ

Esta, bem interessante: ð 
como uma cruz saindo da letra o.



Assim, foi bom ver o nome de uma butique como escrevemos o nome do país em português, faltando somente o acento circunflexo.




O nome escandinavo de minha mãe, claro, chamou-me a atenção rapidamente!
Encontrei dois brasileiros que vivem no país, além de um grupo de brasileiros de diversos estados em excursão.


Torrezinhas em alguns prédios, típicas escandinavas.



Na caminhada, um céu escuro que de repente se abria e víamos o azul.



Hora de uma pausa para descansar...



... e admirar uma gaivota fazendo o mesmo que eu.



Tentando relaxar, fico intrigado com esta escultura à minha frente.

 Alguém arrisca uma interpretação para ela?



Interessante o alce em pedra!



Os vikings são inspiração constante, também na arquitetura.



E por que não sobre os telhados também?



Aqui, um navio da marinha islandesa.

A base da NATO foi estabelecida em 1951 na Islândia; em 2006 foi encerrada.



A exótica fauna islandesa inspira seu povo, apaixonado pela natureza.

 Trato sobre animais mais adiante no blog.



Um pequeno kiosk.



De todos os lugares na caminhada, a vista para o mar e para a montanha, no inverno coberta de neve.




E falar em neve, olhem o que achei: uma butique finlandesa/suomalainen!



Em um outro dia tomei o ônibus para visitar o moderno shopping center.



Vi em muitos lugares estes banquinhos de pele, muito bonitos por sinal!



"Perdido na Islândia" e outra com o brasão do país, T-shirts que... não comprei!



Gosto de shoppings, mas fazer compras soa utópico.



Aliás... comprei este chaveirinho com a malha típica islandesa e dei-o de 
presente à minha mulher que gosta de lãs; gostou tanto que logo transferiu suas chaves para ele.



Lagosta/Lobster .... aprecio muito mas com o preço nas alturas, ficou na vontade somente.



Dinheiro islandês, estranho no início que logo vai ser tornando familiar. 

Não é ser pão-duro, é viajar com orçamento baixo mesmo, rsrsrs

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The last but not the least...



O hostel onde me hospedei.



Reykjavik City Hostel, espaçoso, limpo, aconchegante... lotado!!



Lugar bastante frequentado: a cozinha dos hóspedes, lugar também de confraternização. Palavra-chave para início de boas conversas: 
Where do you come from? (De onde você vem?)



E enquanto alguns preparavam suas refeições (eu geralmente miojo!), rolavam os papos nas mais diversas línguas entre pessoas de todas as idades, principalmente estudantes, desde adolescentes até universitários, a maioria  mochileiros/backpackers!



Isto para mim foi novidade: guardava-se os comestíveis em cestas plásticas como estas e colocava-se o nome. Quando um hóspede partia, no bom sistema cooperativo deixava alimentos em uma cesta "Alimentos grátis" (Free food). Um casal norueguês com quem fiz amizade ao viajar perguntou se eu queria queijo, manteiga e... caviar em pasta. Como não gosto de caviar, depositei-o em uma das cestas. Voltando lá para tomar um Nescafé, o caviar havia desaparecido. Bem à vontade, todos examinam o que há nas cestas grátis, no bom estilo europeu, sem sentir vergonha, naturalmente.

ð ð ð ð ð ð ð ð ð ð 


 ISLÂNDIA - Águas Termais - Gêiseres - Animais

- Terceira parte -



A capital possui 7 piscinas de águas termais. Sem saber,
reservei lugar em um hostel que ficava a poucos metros 
do maior conjunto de piscinas da cidade, exatamente este do cartaz. 




Naquela semana, dias nublados, chuva, frio, somente dois dias ensolarados.
E foi assim que, na manhã seguinte à chegada, procurei a piscina próxima, em uma temperatura de + 10 graus, muito frio!



Mas resolvi aventurar-me...



E foi nesta que fiz a minha estréia nesta viagem. (Já havia entrado em piscina de águas termais nas ilhas dos Açores)



Moleza: cabeça fria e o corpo em temperatura de 38 graus, sensação ultra diferente e relaxante!



Depois de um tempo, fui provar outras piscinas do mesmo clube, mas nesta de 44 graus C a sensação já beirava ao desagradável ou quente demais.



Todas as piscinas do local têm águas que provêm da mesma fonte subterrânea.



Até uma piscina olímpica (ou semi?) de águas térmicas!!
Consideradas piscinas populares, o ingresso é muito barato e tanto a população quanto os turistas as frequentam desde cedo de manhã até a noite. Fui três vezes.
link abaixo explica sobre o fenômeno de, na terra que se chama literalmente "Terra do Gelo", haver águas termais! Quanto às suas propriedades "miraculosas" para a saúde, não sei abordar o tema, o que o leitor poderá procurar no Google.

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Das dezenas de turnês pela ilha, uni-me somente a duas, uma delas à famosa "Lagoa Azul", igual no sentido de nadar em águas termais, diferente no preço, € 50.00...


Considerada pela National Geographic
uma das 25 maravilhas do mundo!



Lá chegando e olhando a desolação vulcânica à volta, é impossível imaginar que estávamos em um dos lugares mais maravilhosos do mundo!



Então coloquei "minhas bandeiras" para registrar que ali estive.



Quanto mais o céu se cobria de nuvens, mais as águas se tornavam azuis e suas margens escuras, percebi ao fotografar, sem maquiar a foto.



Quase à entrada... expectativa.



Saindo do enorme vestiário masculino, sem poder levar minha câmera, fotografei de uma janela a grande piscina natural...



... foto que saiu embaçada, por ter sido tirada atrás de um vidro espesso, mas mesmo assim mostra a grandeza do local.



Vista agora de um postal.


Pegando carona na foto de alguém que a visitou em um dia ensolarado, mostrando bem nítidas as nuvens de vapores. (Google)




Achei interessante e engraçado - porque traduz a sensação que se tem - o comentário de meu genro quando contei a nova aventura do sogro: "A pessoa deve sentir-se como um saquinho de chá!" Minha filha, que gosta muito de chá, gostou do relato e quem sabe um dia viajam até lá também.



Muito a ver com saquinho de chá, mas nada a Chá Leão (marinho, no caso)... rsrsrs
A sensação agradavelmente aquecida nos faz andar por toda a extensão e até tomar um milk-shake de cor azul, o que fiz ficando na fila em plena água para o barzinho e andando e sorvendo a bebida azul de sabor indefinido mas geladamente gostosa.
E quando vi uma jovem tirando foto do pessoal na água, perguntei-lhe quanto custava... "Um sorriso", respondeu-me. E logo me enviava a foto por e-mail, gratuitamente.

~o~o~o~o~o~ 

A segunda turnê que fiz em outro dia foi ao chamado "Golden Circle", muito interessante para estudantes ou profissionais em Geologia. Será mostrada na próxima postagem, mas parte nesta, no caso o local  turístico famoso pelos gêiseres. 



Embora o céu típico islândes, com suas características mutações, a viagem de quase duas horas foi novamente uma oportunidade de conhecer o interior da ilha.



E logo caminhávamos até a área de gêiseres geotermais, passando por diversos, felizmente lançando somente vapores.



Este parecia que logo lançaria seu jato...



O mesmo, só que em foto mais ampla para mostrar a montanha.



Um pequeno gêiser, como diz a placa.



E assim chegamos ao principal, onde muitas pessoas não só da nossa turnê esperavam a sua explosão...



... que como um relógio acontece a cada 8 minutos de intervalo.



Novo intervalo, câmera a postos a ponto de doer o braço...



... e eis que nova erupção acontece...



...de outro ângulo agora.



Outro (parecia brincadeira da natureza!)!



Os jatos são de tão rápida duração que podem ser difíceis de serem fotografados.



Afastando-me, ainda fotografo de longe aquela maravilha da natureza!



Fotografo do restaurante um poster que explica: "Gêiser, palavra de origem islandesa, significa 'fonte jorrante'."

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Animais da Islândia


Näo os vi de perto, não fui ao Zoo, muito menos uni-me a uma turnê para cavalgar, mas não deixei de me impressionar com a beleza dos cavalos e pôneis islandeses!



Os cavalos nórdicos pequenos, como são chamados, foram trazidos pelos vikings há mil anos. 



Por causa de seu isolamento, as raças mantêm-se puras. São amados pelo povo.



Dóceis, amigáveis, são porém fortes para pastarem ou cavalgarem pelo relevo inóspito da terra ou para enfrentarem o seu inverno rigoroso.



O país é conhecido pelo seu rebanho ovino. Enquanto os víamos pastando em campos especiais, ouvíamos explicações detalhadas acerca deles pela guia da excursão.



A Islândia tem uma forte indústria pesqueira e os pescadores e cidadãos orgulham-se da sua qualidade, enfatizando que seus produtos vêm de águas frescas e livres de poluição do Atlântico Norte.



Outra excursão leva os turistas - o que não foi o meu caso - às margens onde podem presenciar várias espécies de baleias e golfinhos fazendo o seu show, mesmo no inverno.



O pássaro acima parece ser o pássaro nacional, algo assim, e há lugares onde podem ser vistos de perto, no seu habitat à beira-mar.

 w w w w w w w w


The last but not the least...



Meus amigos, principalmente do Facebook, perguntariam certamente se encontrei algum gato por lá. Se encontrei, não o fotografei... Mas para não deixá-los passarem em branco, mostro um anúncio de revista de bordo que facilita a compra de alimentos para eles, que podem ser encomendados e que serão entregues através do animail.
Cada uma!

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Próxima postagem:

3 - Vulcões - Placas Tectônicas


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ReveR de amanhã:

Viagem à Islândia - continuacão

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