Henry Ford e sua conexão com Adolph Hitler / Reminiscências...
Tendo nascido em 1943, considero-me uma pessoa antiga, embora meu espírito jovem e minha memória brilhante façam-me recordar e rir de muitas experiências do passado.
Uma delas é ter vivido, como criança, no tempo em que ainda trafegavam em nossas ruas o Ford-de-bigode. Às vezes, fazendo a barba, percebo a cicatriz do lado direito do meu rosto, hoje bem menos perceptível do que no meu tempo de criança, quando ocupava quase metade do meu rosto. Por que conto isso? Quando meus pais viajavam, embora raramente minha mãe acompanhasse meu pai, os cinco filhos eram distribuídos nas casas dos respectivos padrinhos. Meus padrinhos eram proprietários de um sítio com grande plantação de eucalíptos e para lá nos dirigíamos no seu velho Ford-de-bigode. E na lembrança as paradas constantes para colocar água no carburador, isso sem falar na manivela, que era usada a cada partida e que fazia meu padrinho suar às bicas.
E foi numa daquelas idas ao sítio que, brincando com minha prima, dei em cheio com uma cerca de arame farpado entre os eucalíptos enfileirados. Chegou o dia, então, de embarcar novamente no Ford-de-bigode, dessa vez para ir ao porto local buscar meus pais que chegavam de navio... Posso imaginar o quanto meus padrinhos estavam sem jeito de contar-lhes a razão de meu rosto estar todo enfaixado. (Imagino meus bondosos pais darem graças a Deus que fora na minha bochecha e não no meu olho.) E naquele tempo do fim da década de 40 não era comum costurarem... era na água com sal para cicatrizar... Doces - ou salgadas - recordações infantis ligadas ao Ford-de-bigode!
Bem antes de eu nascer, meu avô, Germano Franke, um típico descendente de alemães, de sangue e aparência, como bem expressa o seu nome, parecia gostar muito de automóveis, pois vagamente recordo-me de ele evoluir para a compra de novos modelos, mostrados nos filmes de meu pai. Na foto, de por volta de 1937, em um piquenique no lugar chamado Monte Bonito, são vistos diante dos Fords-de-bigode meus avós, meus pais (ele de botas, minha mãe sentada na pedra com minha avó), tios e outros parentes. Como a capacidade de um Ford-de-bigode era de 5 pessoas, deve haver outros veículos (auto, como chamávamos no RS e como os finlandeses chamam automóveis) que não aparecem na foto, mas que formavam a caravana dos que estavam no convescote (ô palavra antiga!). Tanto meu avô quanto meu pai trabalhavam no Curtume Julio Hadler S/A, na cidade de Pelotas-RS, firma que foi alvo do quebra-quebra durante aquele dia fatídico, durante a Segunda Guerra, quando estabelecimentos alemães, mesmo residências, sofreram grandes perdas pelo vandalismo à solta contra tudo o que fosse de origem alemã (ver link).
Da Wikipédia, que conta a história dos Fords-de-bigode nos EUA e mesmo no Brasil, transcrevo isto:
A fabricação desse modelo ganharia notável incremento a partir de 1913, quando Henry Ford, inspirado nos processos produtivos dos revólveres Colt e das máquinas de costura Singer, implanta a linha de montagem e a produção em série, revolucionando a indústria automobilística. O modelo T era o primeiro carro projetado para a manufatura.
A fabricação desse modelo ganharia notável incremento a partir de 1913, quando Henry Ford, inspirado nos processos produtivos dos revólveres Colt e das máquinas de costura Singer, implanta a linha de montagem e a produção em série, revolucionando a indústria automobilística. O modelo T era o primeiro carro projetado para a manufatura.
o-o o-o o-o
Boas lembranças do Ford-de-bigode, sem saber até bem pouco tempo que o seu passado, aliás, de seu inventor de rosto bondoso - quem diria? - tem lances suspeitos e até cruéis, aliás, como o do famoso Fusca (ver link abaixo)...
A Conexão Nazista
Quem
forneceu a Hitler a base inicial a fim de trasmutar séculos de ódio religioso no
novo antisemitismo político do século vinte? Foi Henry Ford, agindo diretamente
através da Ford Motor Company. Em 1920 o crédulo porém arrebatado Ford adquiriu
um texto datilografado forjado, que o convenceu da existência de uma conspiração
judaica maléfica e internacional, determinada a subjugar o mundo pela
manipulação indireta de governos, jornais e sistemas econômicos.
“Tenho Henry Ford como minha inspiração.” Adolf Hitler
Essas revelações constavam do notório – e inteiramente falso – Os Protocolos dos Sábios de Sião.
A fim de abastecer o mundo com essa nova modalidade de ódio aos judeus, Ford comprou um jornal falido, o Dearborn Independent, que serializou Os Protocolos por 91 semanas. Sua empresa em seguida publicou a série sob a forma de livro, com o título O Judeu Internacional (The International Jew). Usando as técnicas de produção de massa, Ford pode expandir o alcance dos Protocolos, transformando-o de panfleto insignificante circulado entre uns poucos numa sensação nacional com tiragem de 500.000 exemplares. Ao devotar a força nacional de vendas e os ativos da Ford Motor Company à tarefa da hostilidade, Henry Ford foi o primeiro a organizar o antisemitismo político nos Estados Unidos. Acabou tornando-se, na verdade, herói dos antisemitas do mundo inteiro.
Na Alemanha, onde Ford era venerado, O Judeu Internacional foi traduzido e publicado em fevereiro de 1921. O livro conheceu seis edições em dois anos, com milhares de exemplares impressos. O livro de Ford tornou-se rapidamente a bíblia dos antisemitas alemães e das primeiras encarnações do partido nazista. Os nazistas distribuíam a obra país afora “aos borbotões”.
Entre os alemães que foram profundamente influenciados pelo livro estava Adolf Hitler. O Führer leu a obra pelo menos dois anos antes de escrever o Mein Kampf. E deixa claro que leu. No capítulo 11 do Mein Kampf Hitler escreveu: “Toda a existência deste povo é baseada numa mentira contínua, como demonstrado incomparavelmente pelos Protocolos dos Sábios de Sião. Com segurança absolutamente aterrorizadora, esses documentos revelam a natureza e a atividade do povo judeu, bem como seus objetivos últimos”. Hitler descreveu Ford como “seu herói”. Não é de admirar que Ford tenha recebido a Medalha da Águia Alemã de Hitler, numa suntuosa cerimônia em Berlim. A medalha era reservada para estrangeiros que prestavam serviços especialmente valiosos ao Reich.
“Tenho Henry Ford como minha inspiração.” Adolf Hitler
Essas revelações constavam do notório – e inteiramente falso – Os Protocolos dos Sábios de Sião.
A fim de abastecer o mundo com essa nova modalidade de ódio aos judeus, Ford comprou um jornal falido, o Dearborn Independent, que serializou Os Protocolos por 91 semanas. Sua empresa em seguida publicou a série sob a forma de livro, com o título O Judeu Internacional (The International Jew). Usando as técnicas de produção de massa, Ford pode expandir o alcance dos Protocolos, transformando-o de panfleto insignificante circulado entre uns poucos numa sensação nacional com tiragem de 500.000 exemplares. Ao devotar a força nacional de vendas e os ativos da Ford Motor Company à tarefa da hostilidade, Henry Ford foi o primeiro a organizar o antisemitismo político nos Estados Unidos. Acabou tornando-se, na verdade, herói dos antisemitas do mundo inteiro.
Na Alemanha, onde Ford era venerado, O Judeu Internacional foi traduzido e publicado em fevereiro de 1921. O livro conheceu seis edições em dois anos, com milhares de exemplares impressos. O livro de Ford tornou-se rapidamente a bíblia dos antisemitas alemães e das primeiras encarnações do partido nazista. Os nazistas distribuíam a obra país afora “aos borbotões”.
Entre os alemães que foram profundamente influenciados pelo livro estava Adolf Hitler. O Führer leu a obra pelo menos dois anos antes de escrever o Mein Kampf. E deixa claro que leu. No capítulo 11 do Mein Kampf Hitler escreveu: “Toda a existência deste povo é baseada numa mentira contínua, como demonstrado incomparavelmente pelos Protocolos dos Sábios de Sião. Com segurança absolutamente aterrorizadora, esses documentos revelam a natureza e a atividade do povo judeu, bem como seus objetivos últimos”. Hitler descreveu Ford como “seu herói”. Não é de admirar que Ford tenha recebido a Medalha da Águia Alemã de Hitler, numa suntuosa cerimônia em Berlim. A medalha era reservada para estrangeiros que prestavam serviços especialmente valiosos ao Reich.
Google
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L i n k s
Quando o Brasil entrou na Segunda Guerra:
http://paulofranke.blogspot.fi/2008/02/quando-o-brasil-entrou-na-segunda.html
Como Hitler roubou o prejeto do Fusca de um judeu:
http://paulofranke.blogspot.fi/2011/01/como-hitler-roubou-o-projeto-do-fusca.html
Citroën - que significa limão - meu carro favorito.
http://www.paulofranke.blogspot.fi/2012/06/citroen-que-significa-limao-meu-carro.htmlO Museu Henry Ford em Detroit:
http://www.ajanelalaranja.com/2013/02/museu-henry-ford-detroit.html
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Próxima postagem:
Gary Cooper, o ator que enfrentou
a batalha do câncer com fibra e fé.
3 Comments:
Muito bom esse seu "post". Identifiquei-me com ele em muitos aspectos, o que não é de se estranhar, dada a minha origem 50% gaúcha... Hehehe...
aBRaços.
By Vitor Rolf Laubé, at quinta-feira, maio 23, 2013 11:32:00 AM
as cicatrizes são algo maravilhoso mesmo, que nos leva a uma viagem ao passado; muito bom Paulo; bjos
By Clarisse Franke Avila, at quinta-feira, maio 23, 2013 8:41:00 PM
Esta foto foi tirada no Monte Bonito a caminho do Bachini por volta de 1937, segundo relato do pai Delmar (ele tinha em torno de 9 anos ).
Luiz
By paulofranke, at sexta-feira, maio 24, 2013 5:47:00 PM
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