Igrejas nos Arredores de Onde Vivemos no Sul da Finlândia...

Em Helsinki, levei recentemente o colega neozelandês Ronald Manning para ver e ser fotografado diante da imponente e bela Igreja Ortodoxa, que atrai a curiosidade de todos os turistas.

Acessando o Google.com, o leitor poderá tomar conhecimento da "Origem da Igreja Ortodoxa na Finlândia", e lerá muito mais do que o texto abaixo: 

"Com suas raízes na medieval Novgorodian trabalho missionário em Carélia, a Igreja Ortodoxa Finlandesa foi uma parte da Igreja Ortodoxa Russa até 1923. Hoje a igreja tem três dioceses e 58.000 membros que representam 1,1 por cento da população da Finlândia . A paróquia de Helsinki tem a maioria dos adeptos.

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Quando nos mudamos para um lugarejo a 3km do centro da cidade de Hämeenlina, há 7 meses, percebi uma capela dentro da floresta perto de nosso novo apartamento por onde o ônibus sempre passava. Ensaiei algumas vezes lá chegar, até que no domingo passado pela manhã "tomei impulso" e fui visitá-la.

 Para surpresa, soube que se tratava de uma capela ortodoxa, o que não me impediu de entrar.

Agradeci  as boas-vindas de alguém, mas dispensei beijar um quadro como cada pessoa fazia ao entrar e logo após acender uma pequena vela.

Entrando, procurei sentar-me no banco à esquerda, para logo perceber que era o lado "das mulheres", o que me fez trocar para o banco da direita, ao lado do sacerdote da foto.

Já havia estado em um culto ortodoxo, daí não estranhei o seu ritual cantado responsivamente a vozes por um afinado quarteto e o costume de fazer o "sinal da cruz" que não contei, mas nos 40min em que lá passei vi as pessoas fazerem cerca de 50 vezes durante aquele período do culto. 

Particularidade da liturgia ortodoxa, difícil de entender, e de seguir, é que as pessoas permanecem durante todo o culto em pé. Depois de um tempo, sentei-me, observando ao mesmo tempo as tantas pinturas da pequena capela. Disso eu já sabia: a Igreja Católica Romana adora imagens de escultura e a Ortodoxa pinturas bíblicas. Soube que a pequena capela foi construída há 120 anos neste local.

Como é comum na Anglicana (na Inglaterra), na Luterana e também na Ortodoxa, sepulturas antigas de fiéis circundam templos e capelas. 

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Da rápida visita à capela ortodoxa, dirigi-me ao templo da Igreja Pentecostal Salem, a uma distância possível de ser percorrida a pé, não muito distante de onde moramos anteriormente.

A convite da nossa jovem vizinha, cantando no grupo acima, tenho assistido neste verão aos cultos pentecostais. O Exército de Salvação, como outras igrejas menores, cerram as suas portas durante o curto verão, quando os membros viajam ou vão para as suas cabanas à beira do lago. E regressam no fim do verão para continuarem assistindo fielmente aos cultos durante o longo outono e inverno, o qual abrange muitos meses; vão-se o sol a pino e o verde, exceto o dos pinheiros, e tudo fica coberto de um duradouro manto de neve.

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         A próxima igreja visitada uma semana depois, ontem, está bastante perto de onde moramos, mas indo de carro... Tomando um ônibus, mais escassos aos domingos, fez-me gastar a tarde inteira nesta visita, precisando ir ao centro da cidade para tomar a condução certa.    

O centro da cidade é tomado de vasos com flores e meio que reconheci as maiores... mamonas? Tudo indica, mas com os frutos vermelhos...?

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Meu destino inicial era a cidade vizinha de Parola, na divisa com Hämeenlinna.
Muitos homens finlandeses jovens conhecem Parola por causa do período de serviço militar, que dura de 6 a 12 meses, na Parolannummi, onde encontra-se baseada a Brigada Armada Finlandesa. A grande atração local - ainda não visitada e em dúvida se hei de visitar - é o Museu de Tanques de Parola.

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O motorista do ônibus era um turco e não sabia aonde eu queria ir. Desci em um ponto e caminhei até a igreja, cuja torre se via atrás das grandes plantações de trigo e de aveia.

Verão atípico na Escandinávia toda, naquela tarde 30 graus positivos, caminhar fez bem... e não.

Mas cheguei à famosa Igreja da Santa Cruz de Hattula, como parte da UNESCO.

A igreja da era medieval é circundada por muro de grandes pedras. Foi o centro religioso da região, também um tipo de albergue para os peregrinos e conhecida em todos os países bálticos.

A Finlândia por um longo tempo esteve fora da civilização da Europa medieval. No ano de 1150 a parte sudoeste do país foi - como resultado de uma guerra - incorporada com a Igreja Romana ao reinado da Suécia e 100 anos depois o mesmo aconteceu com esta região de Tavastland (Häme).

O famoso castelo medieval de Häme (Hämeenlinna, o nome de nossa cidade, significa "Castelo de Häme" em finlandês, e "Tavastehus" em sueco) fica a uma pequena distância da igreja de Hattula e tem estritas conexões. Foi construído no início do século 14. Tanto o castelo quanto a igreja são os mais antigos prédios preservados na cidade, bem por isso atraem muitos turistas.

Interessei-me em saber a respeito das pinturas do interior da igreja, talvez a razão maior da minha visita. Logo depois da Reforma Protestante, que atingiu também a Finlândia, a Igreja Luterana tornou-se a Igreja do Estado.  No século 19 a velha igreja foi abandonada e uma outra foi construída.

No início dos anos 1800, somente os pinturas do teto ficaram incólumes, pois as que cobriam as paredes e os pilares os luteranos pintaram de branco. O motivo parece simples, pois luteranos primam por templos simples e não adotam imagens (quem sabe poderiam distrair os fiéis durante o culto, adivinho eu).

Felizmente, na década de 30, houve um intenso trabalho de restauração das paredes e dos pilares do templo que estavam cobertos de tinta branca, e ressurgiram as pinturas originais. 

Um grande número de esculturas medievais em madeira foram preservadas na Igreja de Hattula, mais do que em qualquer outra igreja na Finlândia. Acima, um soldado romano, Jesus carregando a cruz e Simão Cirineu que o ajudou, aliviando-lhe o peso.

O púlpito, decorado no estilo renascentista, é uma exemplo típico da arte eclesiástica finlandesa do século 17.

Visto de outro ângulo.

Há uma porta que leva ao púlpito, com inscrição em sueco. A igreja foi o centro religioso da região.

As imagens dos santos, que no presente adornam a igreja medieval, foram gradualmente removidas após a Reforma.

A escultura da virgem Maria data do ano 1300.

Muitas esculturas em madeira são obras finlandesas, se bem que muitas do século 15 foram importadas pelo rei Olav do Norte da Alemanha.

No altar simples, uma obra de arte do século 18 retratando a última ceia.

Um número quase sem conta de pinturas ocupa quase cada metro da igreja.

A grande parte das pinturas têm motivos bíblicos...

... no entanto também estão representados "santos" como Brigitta, Gertrude, Ursula, Catherine de Vadstena, Erasmus, Mauritius, Leonhard, Veronica, Margaret, Agnes etc.

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Após um banho de história medieval, voltei sedento para o ponto do ônibus... E nada como, "de volta ao futuro", tomar uma Pepsi-Max com a foto do "adorado por muitos", não por mim, Messi.

          
O ônibus passou pelo Corpo do Exército de Salvação, de onde Anneli se aposentou há um mês (eu em 01.11.11, mas ajudava-a muitas vezes pregando eu tocando meu violão). Foi construído no estilo capela de madeira no ano de 1909, quando a Finlândia ainda era um grã-ducado da Rússia (independente em 1917). 
Bastante história para um dia só... Hämeenlinna, a bela cidade onde vivemos há 6 anos, e onde escolhemos como o lugar de nossa aposentadoria, tem também o seu lado bem moderno, como o leitor poderá verificar na postagem indicada abaixo. Ah! e verá também o Lago de Ahvenisto, onde foram realizadas provas de natação e outras nas Olimpíadas de 1952, a uma distância a pé de onde moramos, tomando um atalho pela floresta perto da capela ortodoxa.

Com o calor que está fazendo, e parece que vai fazer esta semana inteira, é uma boa pedida ir ao lago nadar... quem sabe hoje à tarde mesmo?

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L i n k s

Hämeenlina - onde vivemos - no verão.

http://paulofranke.blogspot.fi/2009/07/hameenlinna-onde-vivemos-no-verao-2.html


E falando em capela, gosto imensamente desta postagem de uma experiência do escritor escocês A.J. Cronin, relatada no seu livro "Nos caminhos da vida", um dos preferidos do meu saudoso pai:    

http://paulofranke.blogspot.fi/2008/11/quando-segunda-guerra-comecou-ajcronin.html