Seis décadas de DISNEYLÄNDIA (eu me lembro bem...)
Buscando um tema para esta nova postagem, a comemoração das seis décadas da Disneylândia brilhou como em um holofote - injetando luz no passado - quando li a respeito. "Vou escrever sobre isto" - pensei - "e assim estarei desviando um pouco de assuntos 'pesados' que têm marcado o mês de agosto, um deles o suicídio de Robin Williams, que pegou as pessoas de surpresa, a última postagem deste blog..."
Pelo que entendo, este foi o primeiro número da revistinha "O Pato Donald", lançado em julho de 1950 no Brasil.
Comecei a colecioná-la, número por número, uns quatro anos depois, quando, se não me falha a memória, era semanal.
Então naquele dia, em 1955 - eu tinha 12 anos - abri a minha recém-chegada "O Pato Donald" e, na página do meio, li a respeito do lançamento de um concurso para ir à recém-inaugurada DISNEYLÂNDIA. Já imaginando-me o vencedor, fui a uma loja comprar um brinquedo da "Estrela" - o mais barato que achei - e então recortei o logo da caixa, preenchi o cupom e enviei-os pelos correios ao endereço indicado, tudo numa sentada só.
A espera foi angustiosa, até que um dia chegou o exemplar que anunciava o vencedor, um menino da minha idade, de São Paulo, chamado Adalberto. Os números seguintes da revistinha mostravam-no na "Disney", divertindo-se com tudo aquilo que fazia parte do meu sonho de menino. Inveja? Acho que sim, mas com o pensamento de que um dia eu iria realizar o meu sonho de ir à Disneylândia em Los Angeles... por que não?
_______
O meu sonho-de-menino cumpriu-se, sim, mas com algumas modificações... fui primeiro à DisneyWorld, na Flórida, o segundo parque, em 1977, com a mulher e nossas duas filhinhas, e a segunda vez em 1985, com a família acrescida de um menino, quando Anneli e eu fomos trabalhar nos Estados Unidos, o Território a que pertencia como oficial (foto).
Mas aquele "sonho-de-menino" finalmente cumpriu-se quando, no meu caminho para a Austrália, passei por Los Angeles, isto em 1982. Fiz questão de que meu colega que me hospedava me deixasse à entrada do parque, o que de boa vontade fez.
Lá estava eu, então, na Disneylândia, percorrendo as ruas do meu sonho-de-menino, andando em alguns brinquedos do meu sonho-de-menino, admirando ao vivo tudo o que fazia parte daquele sonho-de-menino...
Mas... eu estava acompanhado, sim, de uma saudade inesperada, que quase me estraga o tão esperado e bem lembrado dia da "realização do meu sonho-de-menino". Saudade, naquele lugar, não da minha infância e de suas fantasias, mas de meus três filhinhos. Eu não era mais o menino-do-sonho, mas um pai de três crianças que amariam estar ali comigo e que eu não veria por quase três longos meses na distante Austrália.
Lá estava eu, então, na Disneylândia, percorrendo as ruas do meu sonho-de-menino, andando em alguns brinquedos do meu sonho-de-menino, admirando ao vivo tudo o que fazia parte daquele sonho-de-menino...
Mas... eu estava acompanhado, sim, de uma saudade inesperada, que quase me estraga o tão esperado e bem lembrado dia da "realização do meu sonho-de-menino". Saudade, naquele lugar, não da minha infância e de suas fantasias, mas de meus três filhinhos. Eu não era mais o menino-do-sonho, mas um pai de três crianças que amariam estar ali comigo e que eu não veria por quase três longos meses na distante Austrália.
Para "sacudir de mim" aquela saudade-tristeza que se apegara à minha pele, lembro-me, fui à montanha-russa-do-espaço e mesmo assim todas aquelas sacudidelas não adiantaram muito para que se desapegasse de mim.
Gratidão a Deus houve, sim, porque o sonho ainda que tardio fora realizado, o que muitas vezes acontece nas nossas vidas e nem nos damos conta.
Gratidão a Deus houve, sim, porque o sonho ainda que tardio fora realizado, o que muitas vezes acontece nas nossas vidas e nem nos damos conta.
Poderia mostrar muitas fotos extraídas de antigos slides, mas registro somente o sonho-de-menino, a princípio frustrado, depois mais do que cumprido por ter ido ao segundo parque Disney duas vezes e ainda a um terceiro, a DisneyParis, agora com meu neto (imaginem, aquele menino desapontado por não ter vencido o concurso, hoje tem 7 netos e todos já têm ido aos parques da Disney!!).
Ö
Veja as fotos da visita com o meu neto mais velho no link abaixo.
http://paulofranke.blogspot.fi/2010/06/7-em-paris-disneyland-resort-paris.html
- As fotos da Disneylândia que originaram esta
postagem-light:
postagem-light:
4 Comments:
No vai-e-vem de mudancas, daquela vez da ilha de Åland, voltando ao Brasil, joguei as colecões tanto de Pato Donald, que já tinha a altura de 30cm, e a dos livros infantis pesados de Monteiro Lobato... Joguei-os com certo dó na lareira fumegante aquilo que me lembrava tanto a infância, mas a bem da volta ao Brasil, transportá-las seria muito cara, no preco, assim, por causa disso desfiz-me das caras lembrancas da infância. Acontece, às vezes...
By paulofranke, at sábado, agosto 16, 2014 7:36:00 PM
Paulo!
Acredito que 100% das crianças e até adultos curtiram o despontamento de não terem conseguido conhecer a Disneylândia, principalmente na nossa época de criança quando viajar de avião era para poucos! Não foi diferente para meu irmão e eu.
Os anos se passam e mesmo que chegando a uma condição financeira que nos permitia fazer uma viajem como essa, os valores tão desejados na infância, tomaram outro rumo.
Você mostra neste seu relato que seus desejos infantis foram além do tempo,isto é: "não matou a criança que ainda está em você", e isso é muito legal
By Yara, at domingo, agosto 17, 2014 5:29:00 PM
Amigo Paulo, obrigada por compartilhar suas viagens e seus sonhos de menino. Seu blog, já disse e repito, é uma delícia, nos faz descansar e ter a certeza de que Deus está no comando de nossas vidas. Você, é um presente d'Ele. aBRaços
By Gloria Policano, at sábado, agosto 23, 2014 8:13:00 PM
Olá. Encontrei o seu blogue por acaso e gostava de o seguir. Mas conheço pouco de tecnologia e lhe pergunto se tem um um botão de seguidores que possa colocar?
Quanto ao post, gostei bastante do tema do sonho-de-menino. Deu-me vontade de partilhar consigo dois lugares onde quis muito ir e um dia espero ter a sua sorte de "mais tarde" poder o fazer. Gostava de ir ao Espaço. Sim, aquele lá em cima, ficar ali a contemplar a Terra numa paz que só a minha alma consegue imaginar. O outro local é terrestre mesmo, é a Antártica. Já esteve mais longe para o comum dos mortais, está cada vez mais perto, mas talvez esse "um dia" seja um pouco como o seu. Porque acho que cheguei à conclusão que alguns sonhos pertencem à altura dos seus desejos. Poucos podem dar uma satisfação sem prazo de validade. Mas se existem sonhos desse género, espero que sejam estes :D
By Boboquinha, at domingo, agosto 24, 2014 9:20:00 PM
Postar um comentário
<< Home