Ainda sobre CINEMIN e Hollywood anos 50 (complemento).
Mais do que um passatempo preferido, naquele tempo levávamos cinema muito a sério. Tanto seus filmes dos mais variados gêneros quanto seus artistas, conforme o papel que interpretavam, nos alegravam, inspiravam, ensinavam, mexiam com os nossos sentimentos de adolescentes e principalmente nos faziam sonhar, como que vivendo nós próprios as suas aventuras mil. Eles eram quase como que uma extensão do rol dos nossos familiares ou amigos.
Estávamos acostumados a ler o célebre THE END no final dos filmes dos quais eles participavam, a maioria com um happy end (final feliz) naquele tempo. Na vida real, no entanto, tudo era bem diferente e as notícias que nos chegavam, da maioria deles, nada tinham de That's entertainment! (É entretenimento!), como proclamava a "indústria de sonhos", que era Hollywood.
As próprias páginas de CINEMIN não escondiam os pesadelos de casamentos falidos e o troca-troca de cônjuges, principalmente. As mansões com piscinas e bosques não disfarçavam o drama que nelas acontecia, muitas vezes pela presenca do adultério, do álcool e das drogas. Se pensarmos no desgaste de um mau casamento, da "incompatibilidade de gênios", apontada como a maior causa, da má influência aos filhos, que mais tarde tornavam-se rebeldes (com uma causa) e toda a problemática de um divórcio, o happy-end parecia ser coisa só dos filmes e o The End a realidade maior.
Eu gostava muito deles e com seu talento me passaram muita coisa boa para atribuir-lhes somente o negativo. Mesmo quando deixei de frequentar cinema, a notícia da morte de um deles me chamava a atenção, inclusive até hoje a parte tradicional na entrega de Oscars quando os que faleceram recentemente são focalizados.
Senti a morte de Jeffrey Hunter em 27.05.69, cujo desempenho em "Rei dos Reis", no final dos anos cinquenta, muito tocara o meu coração sequioso por Deus (ver postagem "Reis dos Reis" - Jeffrey Hunter, uma das constantemente visitadas pelos leitores do meu blog). Faleceu devido à queda de uma escada em sua própria casa durante a madrugada.
Escrevi certa vez o artigo "Meus ídolos de areia", comentando sobre o fundamento de areia da vida de artistas que nas telas pareciam imbatíveis. O rebelde James Dean, com quem a juventude da época se identificava, morreu entre as ferragens de sua Porsche em 1955; a italianinha Pier Angeli, de quem recebi uma foto autografada, suicidou-se em 1971; Sal Mineo consta ter sido assassinado em 1976; Natalie Wood morreu afogada ao lado de seu iate, em 1981 (veja postagem "Michael Jackson - James Dean - Natalie Wood, e veja a foto que tirei de sua casa poucas semanas depois que faleceu, idem a da ilha de St. Catalina).
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Os dramas pessoais dos artistas parecem não ter fim, nem as circunstâncias trágicas que envolveram a vida e a morte de muitos deles. Mencionando somente a de alguns da
Os dramas pessoais dos artistas parecem não ter fim, nem as circunstâncias trágicas que envolveram a vida e a morte de muitos deles. Mencionando somente a de alguns da
década de 50:
O galã William Holden, encontrado morto em seu apartamento, já em estado de decomposição; Rita Hayworth, que não conseguia mais decorar seus papéis e sendo acusada de alcoolista quando seu problema eram os primeiros sintomas de Alzheimer; Susan Hayward e todo o elenco do filme The Conqueror, filmado em um deserto contaminado com radioatividade, que mais tarde sofreram do câncer que ceifou suas vidas, entre eles John Wayne, Pedro Armendariz e Agnes Moorehead, além de muitos extras; a tristeza de Gene Kelly, que teve seus Oscars destruídos no incêndio de sua mansão; Rock Hudson e Anthony Perkins, falecidos em 1985 e 1992 de Aids (a viúva de Perkins morreu em um dos aviões que se chocou com as torres do World Trade Center, em 2001); Marlon Brando, com seus sérios problemas com seus filhos, uma que se suicidou, outro que foi encarcerado; a doce Janet Leigh, que morreu em 2004, tendo antes contraído anorexia. Isso sem mencionar os dramas de vida dos Tarzans e dos Superhomens e de outros que os cinéfilos atualizados devem ter bem mais
conhecimento do que eu.
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Ainda que tragédias pareçam uma constante, há felizes exceções de artistas que viveram decentemente e, quando sua fama foi eclipsada, muitas vezes pela idade, continuaram a fazer papéis sérios, não importando suas rugas, ou então se dedicaram a causas nobres. Quando vivíamos nos Estados Unidos, em 1985/6, chamou-me a atencão certa vez, ao assistir TV, June Allison, que vibrávamos ao ver nos musicais da Metro com sua agilidade, sua voz rouca e seu topete de sempre, fazendo propaganda de fraldas para idosos... (Já Ann Miller fazendo um papel de terceira categoria, com um tema nada recomendável). Betty Hutton, depois de um tratamento contra o álcoolismo, chegou a formar-se na universidade, notícia que li no jornal em Fall River-MA. Consta que a doença de Rita Hayworth serviu de base para o início de pesquisas mais sérias sobre o mal de Alzheimer. O magnífico testemunho de Pat Boone (ver postagem "Nos embalos dos anos 50 - Pat Boone e Elvis Presley"), que batiza atores em sua piscina em Beverly Hills.
Poderíamos pesquisar sobre artistas que tiveram um "final feliz" em suas vidas, e provavelmente encontraríamos muito boas histórias e exemplos. Na impossibilidade, tomo o exemplo de uma, não do meu tempo, mas longe de ser uma "santa", conhecida por seus casamentos, por ter sido amante do pai do presidente Kennedy, consta, e outras experiências que a fizeram uma famosa vamp do cinema antigo: Gloria Swanson, que morreu em 1983, com 82 anos. Cumprem-se as palavras de Jesus: "Não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento" (Mateus 9:13).
Do livro "Louvor em Ação", de Merlin Carothers (Editora Vida), transcrevo:
"'Merlin Carothers? Aqui é Gloria Swanson. Alguém me deu um exemplar de seu livro 'Da Prisão para o Louvor' e gostei muito dele. Mas quero saber mais a respeito do Espírito Santo.'
Ela voou de Nova York até nossa casa e passou três dias conosco, absorvendo tudo o que podia a respeito de Jesus e do Espírito Santo. Quando o Senhor assim o indicou, ela se ajoelhou comigo e, em um simples ato de fé infantil, aceitou Jesus Cristo como o seu Salvador e Senhor.
Durante esses três dias, ela não conseguia compreender o que significava estar cheia do Espírito Santo, mas, no último dia que passou conosco, no culto de domingo, ela foi à frente com os outros, mais ou menos 50 pessoas, para orar e receber a plenitude do Espírito Santo.
Foi tão grande a alegria que a inundou, que ela ria continuamente e, no dia seguinte, ligou-me de um estúdio em Hollywood.
'Merlin, esta gente continua perguntando a mim quem sou eu. Eles não podem acreditar que sou a mesma pessoa que viram há três semanas. Tudo o que posso fazer é rir e contar-lhes quão maravilhoso é Jesus!'
E, três dias mais tarde, ela contou isso a todo o país, através de um programa de televisão."
Essa foi a maior glória de Glória! E certamente a de outros artistas que se tornaram cristãos!
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Uma advertência também a cada um de nós:
"E este mundo está perecendo, e estas cousas más e proibidas perecerão com ele; mas todo aquele que perseverar em fazer a vontade de Deus, viverá para sempre." (1 João 2:17 - A Bíblia Viva)
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L i n k s
Cinemin, a revista que contava tudo sobre filmes e artistas...
Veja na postagem anterior o link sobre o que tenho publicado sobre cinema.
3 Comments:
Parabéns pelo assunto abordado.
De fato, no meio artísitico estão inseridas muitas tragédias, mas também há as exceções. Não pude conter a lágrimas ao ler sobre Gloria Swanson. Alguns dias atrás assisti no youtube um filme em que ela interpreta a si mesma como passageira de um avião em "Airpot 1975", creio que um dos, senão o último filme de sua carreira.
Oremos para que artistas sem conta venham ter uma experiência de salvação em Cristo! Abraços!
By Jairzinho Gaúcho, at segunda-feira, outubro 19, 2009 10:00:00 PM
Querido amigo, mais uma vez me emociona relembrando as tragédias de meus queridos e amados astros e estrelas.
Sinto muito por todos que sofreram quando deveriam experimentar a "Glória de Jesus".
Como Cristã eu creio que muitos sempre tiveram o coração cheio de amor pela arte e pela vida, e por fazer boas obras.
Espero que permaneçam brilhando ao lado de Jesus.
Ontem ví Heath Leager no filme CANDY, aquele ator tão bonito e jovem falecido bobamente ano passado e que fez filmes que gosto, e hoje ao ler tuas palavras, me lembrei dele, e do querido Patrick Swayze, falecido recentemente.
Obrigada pelo prazer de ler tuas palavras, pois é um alento ao meu coração.
Aguardo mais ...
Beijinhussssssssscinéfilos*
By siby13, at terça-feira, outubro 20, 2009 1:39:00 AM
Olá caro senhor Paulo,
Andei sem internet por longos dias. Agora estou de volta e me deparo com algo magistral! Sim, quantos problemas nossos amigos de adolescência tiveram e como sofreram seus filhos! Mas o senhor a de lembrar a sensação que sentíamos quando líamos as palavras The End! Quando o filme tocava o mais fundo do nosso ser, como era estranho ler essas palavras e se perguntar: Acabou?...Não, não acabe! Você ainda tem muito que me passar!
Alheios a realidade de suas vidas, apenas absorvíamos com tamanha emoção os ensinamentos que nos passavam. Como acreditar em tamanho sofrimento de um amigo, nosso, tão querido!
Seu Paulo, meu querido amigo chamava-se James Dean. Apaixonada, até hoje, por seu arrebatador dom de interpretar, mostrado em tão pouco tempo! Que fome de vida, não?
Quanto a Jefrey Hunter, Jeff Chandler, May West, Judy, Lauren, Clark Gable!
Muito aprendi com eles, muitos professores e até mesmo mestres, como James Stewart em “A felicidade não se compra”.
Agradeço muito ao senhor por mais este inebriante passar tempo. Mesmo que sendo apenas uma tela, como já disse antes, muito nos era passado como lição de vida! No final de tudo, era vida de verdade!
Um grande abraço e meus cumprimentos por mais essa magnífica postagem!
Maria.
By Anônimo, at quarta-feira, outubro 21, 2009 7:15:00 PM
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