Paulo Franke

01 julho, 2014

6. COPA flashes interessantes e "Voltando para casa"...

No clima de Copa do Mundo,  ****** juntei algumas fotos e textos que achei interessantes...


Astronautas da ISS assistindo a Copa com 0x0 de gravidade.


Como gosto de História, apreciei o texto abaixo:

Os holandeses estão voltando para Fortaleza neste fim de semana, 360 anos após terem abandonado a cidade ao fim de uma ousada, mas curta, tentativa de colonizar a costa do Atlântico da América do Sul.
Milhares de torcedores da Holanda devem ir à cidade para ver sua seleção enfrentar o México pelas oitavas de final da Copa do Mundo, no domingo.
Como muitas cidades no nordeste do Brasil, Fortaleza tem uma herança holandesa.
O nome Fortaleza origina do Forte Schoonenburgh, construído por holandeses em 1649 durante a ocupação de 30 anos desta parte do Brasil.
A ocupação começou de maneira espetacular em 1624, quando uma frota holandesa tomou o controle de Salvador dos espanhóis.
"Isso foi saudado na época como a maior vitória sobre a Espanha durante a época de ouro holandesa", disse Michiel van Groesen, professor de história moderna da Universidade de Amsterdã e editor de "O Legado dos Holandeses no Brasil", um livro sobre o período.
"Por isso que foi tão simbólico que a Holanda tenha jogado contra a Espanha em Salvador nesta Copa do Mundo", disse ele, referindo-se ao massacre holandês por 5 x 1 sobre os atuais campeões do mundo há duas semanas.
"O resultado foi efetivamente o mesmo de 1624: nós os destruímos em ambas as ocasiões."
A frota holandesa perdeu Salvador um ano depois, mas mudou-se mais ao norte, estabelecendo colônias em Recife, Natal, Fortaleza e São Luís do Maranhão, deixando sua marca onde quer que fosse. Os holandeses influenciaram a língua portuguesa também, como o nome Vanderlei.
"Se você olhar para as casas da cidade velha de Recife muitas delas parecem com as casas de Amsterdã", disse Van Groesen à Reuters em uma entrevista por telefone. (uol.com)

Na minha última InterRail (de trem pela Europa), ao passar por Amsterdam, parei para uma foto na Lambreta tomada de figurinhas de jogadores... Chamada COPA, a loja parecia mais um museu do que uma loja de artigos esportivos.

Meu neto, que pedalou 100km e chegou de surpresa para visitar-nos na semana passada, contou-me que um amigo seu de infância, de quando moravam na cidade de Tampere, filho de pai finlandês e mãe brasileira, foi visto na arquibancada da abertura da Copa com seu pai, ambos vestindo a camiseta de IceHockey, o esporte-"febre" da Finlândia.


E a Finlândia tem futebol? Na foto, seu time oficial.

Diferentemente de muitos outros países europeus, na Finlândia o futebol não é um esporte muito popular, perdendo para o Hockey no gelo e esportes de motores, que são mais populares no país. Embora o futebol ainda não tenha uma posição proeminente na Finlândia, ele tem conquistado pessoas, especialmente jovens e crianças. A Associação de Futebol de Finlândia (Palloliitto) tem aproximado milhares de clubes e seus membros com 100.000 jogadores registrados. De acordo com o Gallup poll, aproximadamente 400 000 pessoas têm o futebol como hobby.
futebol foi levado à Finlândia na década de 1890 por viajantes britânicos, e foi jogado pela primeira vez em Turku. A primeira competição nacional do esporte foi em 1906,tendo como vencedor o time da escola de Turku. A Associação de Futebol da Finlândia foi fundada em 1907, e associou-se à FIFA no ano seguinte. Historicamente o esporte não foi bem divulgado, talvez por isso o país nunca foi realmente excelente no futebol. Só recentemente, com o reaparecimento do futebol, o país ganhou medalhas internacionais com Jari Litmanen e Sami Hyypiä. (Wikipédia)

E alguns ítens interessantes...



O país publicou para a Copa do Mundo uma revista informativa de qualidade. Anotei os dias e horas da primeira fase dos jogos e dei-a de presente à minha cunhada, que veio visitar sua mãe desde Nova York e tem acompanhado interessada a cada lance da Copa, anotando resultados em detalhes. Uma curiosidade... minha sogra, de 90 anos, não perde jogo do Brasil, e juntamente com a filha tem torcido com entusiasmo para a nossa Selecão (as havaianas verde-amarelas comprei no Brasil na última vez em que lá estive, mas com o frio deste "verão" - temperaturas idênticas às do inverno brasileiro - abandonei-as, pois sandálias e meias, tem coisa mais feia?) 



Há alguns anos, exato quando passei por Zurich, na Suíça, o país perdia uma competição para a Croácia... Valeu lembrar-me do que escrevi no blog na ocasião, quando, não encontrando hotel, dormi na própria estação de trem:

A uma certa hora da madrugada, quando silenciaram os estridentes sons de música, gritos e apitos dos torcedores croatas, procurei um lugar para me estender e tentar dormir tendo como travesseiro a minha mochila. E ali na "cidade com a melhor qualidade de vida do mundo" senti-me o próprio sem-teto, homeless... Dormia e acordava, dormia e acordava... Por certo não seriam aqueles gigantes jogadores suíços  infláveis que me guardariam, mas os anjos de Deus. E guardaram.


Quando fui ao Brasil, no início deste ano, por ter viajado pela TAP, tive a alegria de, no aeroporto, ter um encontro com a simpática "malta" conhecida de quando trabalhamos em Lisboa (em 1978). Tão agradável foi a conversa que tive que me apressar para chegar ao portão que me levaria de volta à Finlândia. Apesar disso, fotografei a Football-Gate, uma loja que vendia artigos esportivos no Dutyfree.


Este jogador da Alemanha lembrou-me muito de um amigo brasileiro que mora na Alemanha atualmente. E olhem a sua multicultural descendência: filho de inglês, avó materna alemã e avô materno português!

Quem colecionou figurinhas? Eu sei que meu neto, sim...:


Certa vez aqui na capital Helsinki - no mesmo local onde vendia nossa revista e encontrei Victoria Chaplin, a filha de Carlitos - passou por mim o jogador Branco, também gaúcho. Vendo a bandeira brasileira que eu usava no meu crachá, aproximou-se e iniciamos um papo. Perguntei-lhe o que estava fazendo no país, mas não me lembro de sua resposta. Recordo-me, sim, de que queria comentar somente um assunto: a beleza das mulheres finlandesas, que fazia com que "quebrasse o pescoço" a todo o momento durante nossa conversa!

Figurinhas lembram-nos da infância, mas também disso:


As caixas de lápis de cor marca "Futebol", fabricadas em São Carlos-SP. Alguém se lembra de tê-las usado na escola? Naturalmente, me lembro, pois até guardei a acima.

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E finalizando, uma meditação do livro que escrevi, oportuna nesta fase da Copa (o livro foi publicado em um ano de Copa):




4 Comments:

  • Do colega Ebeneser Nogueira
    Rio de Janeiro (Corpo do Rio Comprido)...

    Sobre voltar pra casa, veja esse texto do Rubem Amorese:

    "A Casa de Meu Pai

    Eu estava assistindo a um filme de aventura, daqueles que dão cansaço só de assistir, tal a intensidade da trama. O tema era um pai, ex-agente da CIA, a polícia federal americana, usando todo o seu treinamento para salvar sua filha, que havia sido sequestrada. No final da história, o pai abraça a filha e diz: “vamos para casa”.
    Nesse momento, comecei a me lembrar de diversos outros filmes que terminam com cenas parecidas — e a mesma expressão.
    Numa cena de guerra, em situação desesperadora, o sargento diz ao seu soldado ferido: “vou levar você para casa, filho”. Outra lembrança: muitos aviões bombardeiros decolam de um porta-aviões para uma missão quase impossível; e apenas dois retornam, em chamas, ao pôr do sol, tendo como música de fundo um famoso adágio de Dvořák, que se transformou em spiritual americano, chamado “Going Home” (indo para casa), cantada por um grande e profundo coral masculino.
    Acho interessante que esse tema da volta ao lar caminhe rapidamente da mente para o coração. O tema logo se torna afetivo, dentro de mim. E não é só coisa minha; a humanidade já sabe disso há séculos.
    Os cristãos logo se lembrarão do solilóquio do filho pródigo, onde aparece a expressão “na casa de meu pai”. Por sua influência cultural, os funerais dos rapazes americanos mortos em combate são frequentemente acompanhados por “Goin’Home” em gaitas de foles. Parece que em momentos de dificuldade nossa alma sonha com um conforto, com uma paz, com um descanso só encontrados em casa, no nosso lar.
    Meu pensamento é que lá no fundo de cada alma existe um anelo pelo retorno ao lar. É como o mistério das tartarugas que voltarão, anos mais tarde, à mesma praia de onde saíram, para botar seus ovos. Como encontram o caminho de volta? Semelhantemente, nossas almas desejam uma “praia” que mal conhecem, mas que chamam de lar. Refiro-me, agora, à expressão de sabedoria, que diz: “e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec 12:7).
    Talvez não seja o mesmo para todo mundo, mas considero feliz a pessoa que tem um lar para voltar; um refúgio para descansar das refregas da vida. É possível que alguém tenha tido um lar de tal forma desajustado que não lhe permita desejá-lo; muito menos sonhar com ele. Sim, pode ser que a ideia de lar lhe seja repulsiva. Posso imaginar o quanto essa alma seja também desajustada.
    Volto-me, então, para a minha missão de paternidade (sanguínea ou espiritual) e peço a Deus que me conceda a graça de legar aos meus filhos uma dupla herança: um lar gostoso para voltar, ou com o qual sonhar, e uma igreja da qual sentirão saudades, quando, eventualmente, estiverem longe.
    Não estou pedindo pouco. Na verdade, essa oração me lança na operação da resposta. Envolve a construção de um lar de amor e de uma igreja saudável. E requer disciplinas mínimas, cuidados mínimos. Como pedir tais graças a Deus se não cuido do meu lar ou não me importo em levar meus filhos à igreja com a regularidade requerida?
    Senhor, ajude-me a desenvolver uma personalidade caseira. Ajude-me, também, a construir uma identidade eclesiástica, em mim mesmo e em minha família. Para que, onde quer que estejam, lembrem-se sempre da casa de seu pai."

    By Blogger paulofranke, at terça-feira, julho 01, 2014 5:24:00 PM  

  • Adorei a postagem, inclusive pelas curiosidades e conhecimentos compartilhados conosco, além da ótima e clara leitura que proporciona. SOU FÃ DO SEUS BLOGS

    By Anonymous Ana Santino, at quarta-feira, julho 02, 2014 12:32:00 AM  

  • Ótimo, amigo Paulo Franke. Você sempre antenado.
    como você disse, concernente ao "Voltando pra casa", eu também espero que não aconteça com a selecão brasileira. Principalmente agora que estamos em "nossa casa". Hehehe!
    Um abraço!

    By Blogger Anderson, at quarta-feira, julho 02, 2014 12:33:00 AM  

  • Foi muito agradável poder ler sobre a Copa e sobre o trabalho do Exército de Salvacão na guerra.]

    Belo texto sobre "voltar pra casa" e sobre a comparação da vitória holandesa sobre a Espanha no passado e no presente.

    Obrigado por esse blog tão gostoso, informativo e edificador.

    Thierry Meylan
    Recife-PE

    By Blogger paulofranke, at quarta-feira, julho 02, 2014 5:52:00 PM  

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