Paulo Franke

18 março, 2015

"O Homem sem Passado", enfocando o ES, filme foi candidato ao Oscar!

Pouco após chegar a Helsinque de trem um homem é surrado tão brutalmente que perde a memória. Incapaz de lembrar do próprio nome ou de qualquer outra informação sobre seu passado, ele tem dificuldades para arranjar um emprego ou um apartamento para morar. Então começa a viver como pode, no submundo da cidade, onde encontrará pessoas como ele, deserdadas da sociedade.

Diretor finlandês Aki Kaurismäki

O Homem Sem Passado” é o mais importante filme de Aki Kaurismäki. Além de ser o que melhor expressa o tema de interesse do diretor – a vida dos marginais, dos invisíveis sociais – é, ainda, o que conquistou mais notoriedade entre os cinéfilos, por ter ganhado o Prêmio do Júri em Cannes (a atriz Kati Outinen também venceu na França). A história simples, honesta e direta do homem desmemoriado é contada no estilo ascético que marcou a carreira do cineasta. Ele mantém a câmera fixa, à distância, filmando tudo em longos planos gerais, o que sugere um distanciamento moral da situação dramática proposta. Não há música ambiente e os diálogos são curtos, enxutos, resumindo-se ao mínimo necessário para que a platéia entenda a trama.
A estética impassível também é repetida no tratamento visual, com as cores azul e branco predominando, junto a texturas ásperas de concreto e cimento. Tudo isso aproxima a obra de Kaurismäki do trabalho de diretores reconhecidamente frios, como Robert Bresson e Yazujiro Ozu. O estilo, repleto de longos silêncios, pode incomodar espectadores mais acostumados ao cinema mainstream dos Estados Unidos e da Europa, mas favorece a reflexão sobre o tema e as situações dramáticas sugeridas pelo diretor. O senso de humor levemente surreal, característico do finlandês, também marca presença. Kaurismäki arremata tudo com um final caloroso e singelo, como bem pouca coisa que já filmou. Belo filme.” (blog "Pipoca Preguiçosa", com agradecimentos)







No papel de uma salvacionista, Kati Outinen ganhou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes.
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"Atrás dos bastidores..."


Estávamos trabalhando em Helsinki quando por ocasião da estreia de "Mies vailla menneissyytä" na Finlândia em 2003. Minha esposa Anneli, com seu uniforme (no centro da foto), juntamente com dois outros colegas, foi convidada para a estreia do filme, que chegou a ser candidato ao Oscar como melhor filme estrangeiro .

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Durante o congresso salvacionista de 2003, realizado no Templet que dirigimos durante 6 anos, o ator Markku Peltola foi convidado e em uma reunião diante do Corpo sueco foi entrevistado.

fotos: Krigsropet

Na entrevista contou que frequentou quando menino o Exército de Salvacão em Vallila-Vallgård, em Helsinki, onde algumas locações do filme foram feitas.


Mais tarde, voltando a viver e trabalhar na capital Helsinki, moramos naquele apartamento térreo, que pode ser visto ao fundo, exatamente no bairro de Vallila-Valgård. 



Eu admirava a cada vez que saía estas casas antigas e bem preservadas do bairro de Vallila. 


Janela do nosso apartamento de esquina.


E o detalhe das ruas da capital Helsinki... o nome nos dois idiomas oficiais do país, o finlandês e o sueco.


Da janela de nossa cozinha enxergávamos o Exército de Salvação, onde o ator como criança frequentava sua escola dominical e outras atividades juvenis. 
No local funciona até hoje um centro para recuperação de homens com dependência de álcool ou droga .


Minha atividade, no entanto, consistia em trabalhar na sede nacional e nos finais de semana visitar nosssas igrejas no sul do país e, esporadicamente, no centro e norte, quando íamos de trem. Fomos nomeados pelo hoje General, naquele tempo Chefe Nacional, André Cox, e Anneli atuou como secretária de Silvia Cox no departamento feminino. Deste lugar na capital fomos nomeados para Hämeenlinna, onde em 2011 me aposentei e Anneli há quase um ano. Gostamos tanto da nova cidade que compramos um apartamento e decidimos passar nossos anos de aposentadoria aqui. 


Os quépes que usava naquele tempo... com fitas em sueco e em inglês, trocando-a para o finlandês nos últimos anos.

Foto: Krigsropet

Naquela tarde durante o congresso 2003, quando o ator foi entrevistado, foi realizado um desfile de uniformes salvacionistas usados no passado e no presente. Anneli e eu usamos camisetas com fotos dos fundadores, William e Catherine Booth.


E voltando ao filme, Anneli encontrou um dia ao vender o BRADO (uniformizada), a atriz que a olhou e passou  sem  cumprimentá-la... 
Por outro lado, encontramos no bonde o ator Markku Peltola, que nos cumprimentou amigavelmente. Naquele ano, ele faleceu com cerca de 50 anos...


Comparo minhas tantas experiências ao longo de 52 anos no Exército de Salvação - muitas que transporto para os meus cinco blogs - a uma máquina-de-servir-sopa-quente (esta, no caso, para ir às ruas e distribuir aos mais necessitados)... "sopão" com todos os tipos de ingredientes possíveis e imagináveis. Aleluia!
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L i n k s

O Exército de Salvação e o Cinema:

http://paulofranke.blogspot.fi/2006/09/o-exrcito-de-salvaco-e-o-cinema.html


Lista de filmes desde os primórdios do cinema que deram enfoque ao Exército de Salvação, muito interessante:



A novela da Tupi, "A Idade do Lobo":

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