As licões que extraí de minha visita a ÉFESO, na Turquia.
Um vaso de alabastro comprado por alguém em Éfeso, que adquirimos em uma loja de artigos de segunda-mão. Entre duas grandes Bíblias finlandesas de família.
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Textos bíblicos:
Atos: 19
Epístola de Paulo aos Efésios
Apocalipse 2:1-7
Não é segredo de quem me conhece que gosto de visitar terras bíblicas. Quando visitei a Turquia, sentimentos diferenciados aconteceram.
Recordo-me de quando lá estive pela primeira vez que, na praia, fiquei curioso com as pedras que via, muitas com o "desenho" de uma cruz. Apanhei algumas de lembrança, pois elas me falavam forte de que o desenho era um tipo de "... as próprias pedras clamarão", no sentido de que a terra onde foi o Evangelho tão profundamente implantado agora é terra muçulmana, tendo o islamismo sido estabelecido no sétimo século. Pelo menos são visitadas por milhares de cristãos de todo o mundo, nós que lemos os trechos de Atos dos Apóstolos onde Paulo, pela mão do Senhor, operou tantas maravilhas e onde viveu três anos. Afinal, cidade e construções são temporais, mas a Palavra, no caso, é eterna.
Estudando a epístola, depois de ter visitado Éfeso, destaco alguns tons constantes na mesma...
O tom transcendental da carta
Quando lemos sua epístola aos crentes efésios, percebemos os diversos tons que o apóstolo, agora prisioneiro, usa em sua linguagem. O tom transcendental nos primeiros capítulos, permeado de superlativos. (E no início chamando os crentes de "santos", sugerindo-nos que santos são todos os cristãos genuínos e não uma classe especial de crentes, o que nos leva a refletir...)
Li algo bonito, escrito pelo Dr. Pierson, sobre a epístola de Paulo, que foi escrita durante a primeira prisão de Paulo em Roma, 10 anos após ter organizado a igreja de Éfeso. "Esta epístola ultrapassa todas as outras em sublimidade de estilo, e é proeminente, mesmo entre as cartas do apóstolo, pela majestade que imprime ao seu tema, e por um certo esplendor espiritual tanto na sua concepção como na sua linguagem. Chama-a de "A Epístola do Terceiro Céu de Paulo", pois nela ele sobe das profundezas da ruína às alturas da redenção." Também tem sido chamada: "Os Alpes do Novo Testamento", visto que nesta carta somos chamados por Deus para subir, passo a passo, até alcançarmos a maior aventura possível, onde o homem possa manter-se firme, em pé, na presença de Deus."
Estaria Paulo impressionado ao lembrar as alturas geográficas que encontrou por lá, e que seus olhos viram?
O tom prático da carta
Então, de repente, Paulo dá uma "guinada", a partir do meio do capítulo 4, e se recorda do que viu quando lá viveu e trabalhou: ... magia negra, artes mágicas, confronto com os adoradores da deusa Artemis, nome grego para Diana, nome romano, etc. A adoração verdadeira e a religião pagã de fato se chocavam na Éfeso, uma cidade grega dominada por Roma.
Digno de nota é o que vimos, mostrando o quanto a prostituição era comum em Éfeso... pegadas gravadas no mármore para facilitar a entrada à casa do bordel, grandemente frequentado. Uma estátua de Venus (Afrodite) erguia-se ali.
Relendo a epístola aos crentes efésios, após ter visitado a cidade, confesso que entendi a "guinada" que o apóstolo deu, a partir do capítulo 4, versículo 17. Como que lembrando as lutas dos irmãos efésios, lá vivendo,
usa o tom prático, tentando livrá-los e preveni-los da influência maléfica ao redor.
usa o tom prático, tentando livrá-los e preveni-los da influência maléfica ao redor.
Contra essas coisas, o apóstolo, exorta-os quanto a "santidade cristã oposta à dissolucão", exortando-os a um viver santo, e prossegue nos capítulos 5 até metade do 6, mencionando "o fruto da luz e as obras das trevas", inclusive dando ordens diretas e práticas a marido e mulher, filhos e pais, servos e senhores etc. Deixa o tom transcendental para dar recomendacões práticas indispensáveis para uma vida vitoriosa em meio às trevas reinantes e perniciosas de Éfeso.
O tom "bélico espiritual" da carta
Para finalizar, o apóstolo conclui que para ser um vitorioso é necessário lutar contra o mal, então passa ao tom bélico espiritual, mencionando "a armadura do cristão", peça por peça, no final do capítulo 6. Em outras palavras, mencionando que, para ser vitorioso, o povo cristão de Éfeso deveria observar a armadura dos soldados romanos e aplicá-las à sua própria vida de combatente do mal.
Em Éfeso vimos a estátua da deusa alada Nike, "deusa da vitória". Nome familiar? sim, pois os produtos Nike originam-se dessa deusa, como que insinuando que quem os usa é um "vitorioso". Vemos portanto o quanto a carta é atual, e que vitorioso é quem segue ao Deus Filho!
Conclusão
Éfeso é também ligada ao apóstolo João e tida como a última cidade onde viveu Maria, a mãe de Jesus, igreja e locais a 7km não incluídos na excursão. A parte continental é turca, e as ilhas do mar Egeu, ainda que praticamente vizinhas, pertencem à Grécia. Bem próxima à cidade de Éfeso está a ilha de Patmos, que visitei em 2001. A viagem de Éfeso para Patmos, lugar de sua prisão, foi de fato uma curta distância percorrida pelo apóstolo que na ilha teve a visão apocalíptica a respeito dos naquela época longínquos tempos do fim. As igrejas para quem João escreveu - inclusive à igreja de Éfeso - com exortação e aplauso, situam-se, portanto, nas proximidades de Éfeso. (Há excursões cristãs que as visitam).
A Livraria de Celsus, construída no segundo século A.D.
Onde Paulo pregou, e aconteceu o tumulto dos defensores da deusa Diana, li o trecho respectivo (Atos 19).
Interessante que, após a visita, procurei comprar um souvenir de Éfeso... desisti, pois na sua grande maioria vendiam somente lembranças ligadas à deusa Diana, fossem em camisetas ou objetos os mais diversos, o que para mim provou que o ser humano não mudou muito durante todos esses séculos. Em outra cidade, felizmente, encontrei uma lembrança da Livraria de Celsus (na primeira foto).
Abaixo, uma das lindas fotos - de Side - que tirei na primeira vez que visitei a belíssima Turquia.
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