Musicais que deixaram saudade - 1

Em 1966, na cidade de Joinville-SC, o primeiro lugar onde trabalhei como oficial do Exército de Salvacão, assisti a um musical de um grupo alemão do Rearmamento Moral (foto). Impressionado com a apresentacão dos jovens, eu que nunca assistira a um musical da Broadway, cujo estilo imitavam, não mais tornaria a assistir a algo assim até os sete anos seguintes.

No mês de julho de 1973, tendo viajado para a Inglaterra para fazer um curso no Colégio Internacional de Oficiais em Londres, no currículo daquele dia eu e mais 25 oficiais de diferentes países visitamos Sunbury Court, uma grande, antiga e bela mansão à beira do Tâmisa onde são eleitos os generais do The Salvation Army mundial.

Mas o que acontecia ali era, sim, um encontro de jovens ingleses aspirantes ao oficialato. E nessa ocasião ensaiavam um “musical” a ser apresentado no mês seguinte. Conhecemos então os jovens majores John Larsson, sueco que foi em parte criado na Argentina e no Chile, e John Gowans, inglês (foto abaixo), respectivamente o compositor e o autor de diversos musicais que já estavam ou que seriam apresentados no mundo salvacionista (atualmente abrangendo 117 países). Nunca imaginariam, no entanto, que naquele mesmo lugar, em diferentes datas longínquas, ambos seriam eleitos generais (o líder mundial de nossa obra).

Mas agora era o tempo de continuar, paralelamente às suas respectivas nomeacões no Reino Unido, fazendo música que estava provocando uma revolucão positiva no Exército mundial, tornando-o por isso ainda mais conhecido, moderno e abencoado. No dia marcado fomos então assistir à apresentacão do musical “Espírito” (Spirit) no Regent Hall, corpo/igreja salvacionista situado na Regent Street, centro de Londres (na foto abaixo, da saudosa Claudete, apareco em frente ao The Salvation Army). Foi esse o primeiro musical salvacionista a que assisti na minha vida.

Foram duas horas inesquecíveis que me tocaram profundamente, causando um impacto na minha vida. Eram os olhos satisfeitos ao ver uma coreografia belíssima e os ouvidos ainda mais ao ouvir músicas e letras altamente inspiradas e igualmente belas, como mostram as vibrantes fotos abaixo.

O “Espírito” narrava episódios do livro dos Atos dos Apóstolos desde a descida do Espírito Santo no Pentecoste até o martírio de Estevão, que era o gran-finale do musical, mais tarde complementado com a vida e trabalho do apóstolo Paulo. A identificacão com o estilo do grupo alemão do Rearmamento Moral foi feita ao assistir aos episódios bíblicos do início da Igreja Cristã, através de canto, uma verdadeira explosão musical, de dramatizacão, danca e coreografia. Ao piano, o compositor do musical, John Larsson.

A foto acima mostra a cena do julgamento de Estêvão que, depois de apedrejado e morto, é carregado pelo corredor lentamente ao som de "Ser como Cristo" (To be like Jesus) e "Só por Jesus" (For Jesus Sake). E neste tom de emocão terminou o musical, tocando intensamente os que assistiram a sua premiére naquela noite.

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Voltando ao Brasil, casamo-nos e depois de poucos meses em Curitiba-PR, fomos nomeados para a cidade portuária de Rio Grande-RS, onde também nasceram nossas duas filhas. Como no corpo salvacionista local havia um bom grupo de jovens, chegou o dia de ensaiar parte do "Espírito" e apresentar algumas cenas do mesmo em um ginásio (foto abaixo), no aniversário da nossa igreja no ano de 1975.

Enquanto estávamos em Rio Grande, no ano de 1976, certo dia chegou uma carta de São Paulo convidando-me para interpretar Pedro, o discípulo, no musical “Gente de Jesus” (Jesus Folk) que seria montado. Vivendo a quase 1.200km de São Paulo, foi um esforco grande – mas altamente satisfatório – participar dos ensaios do primeiro musical a ser apresentado oficialmente no Brasil (foto do grupo participante abaixo), produzido e dirigido pelo talentoso casal de oficiais, Christopher e Shirley Parker, e tendo à frente da coreografia a hábil oficial Gladys Hofer.

O dia chegou quando o apresentamos a um público considerável que muito aplaudiu a essa apresentacão vibrante e moderna de episódios da vida de Jesus. (Minhas filhas bem pequenas estavam na platéia não muito longe do palco, e quando representei a dramática cena da dor de Pedro por ter negado a Jesus, atirando-me ao chão e chorando convulsivamente, uma delas gritou chorando a ponto de eu ouvir estendido ao chão no palco: “Não facam isso com o meu pai!”).

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Corria o ano de 1981, e trabalhávamos em São Paulo. Com satisfacão ouvimos rumores de que um novo musical seria montado, agora o “Espírito”, o mesmo que eu assistira em Londres. E novamente fui convidado a interpretar o discípulo Pedro (foto dos integrantes abaixo).

(A foto acima pode ser encontrada e ampliada no meu álbum do Orkut)

Muitos ensaios e um acampamento foram feitos com um grupo de participantes maior ainda. O “Espírito”, com seu apelo à vida espiritual profunda e motivando a uma vida de servico à obra de Cristo, a exemplo dos corajosos discípulos após o batismo no Espírito Santo, tocou muita gente, gente que se tornou "gente de Jesus". Recordo-me de um homem-de-negócios que marca a sua conversão a partir do dia quando o assistiu.

A traducão das músicas de ambos os musicais para o português foi feita por Lúcio de Moura Neto, sendo a tradutora dos textos Elizabeth Mello. Os locais de apresentacão de ambos os musicais foram: em São Paulo no Auditório da Faculdade Metodista, no Auditório do Instituto MacKenzie e no Teatro de Cultura Artística, e no Rio de Janeiro no Auditório do Colégio Benett.

Anos mais tarde, os mesmos musicais foram apresentados por novos grupos tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro. Minhas filhas, ainda adolescentes, participaram do segundo elenco do “Espírito” em São Paulo no início dos anos 90, experiência que as marcou profundamente. Meu filho, seguindo os meus passos, em 2005 interpretou Pedro no musical “Gente de Jesus” apresentado em São Paulo e dirigido por Tiago Luchini, que hoje vive na Finlândia. O coronel John Larsson, o compositor de todos os musicais que em visita ao Brasil assistira nos anos 80 a nossa apresentacão do "Espírito", em 2005 como general assistiu ao musical "Gente de Jesus". Na foto abaixo aparece ao lado de meu filho no final da apresentacão.

Anneli entre o General John Gowans, autor de todos os musicais, e sua esposa. A foto foi batida em um congresso em Moscou em 2004, quando minha esposa serviu de intérprete do inglês para um grupo de colegas finlandeses.

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Acima, todos os musicais da dupla Larsson-Gowans. No congresso internacional, realizado em julho de 1978, trabalhávamos em Portugal e em nossas férias de verão participamos do grandioso evento em Londres. Na festiva ocasião assistimos ao musical "Glória" (Glory), que trata dos primórdios da obra salvacionista na Inglaterra (também apresentado no Brasil pelos jovens do Rio de Janeiro), e ao "O Sangue do Cordeiro" (Blood of the Lamb), apresentado no moderno Anfiteatro do Complexo Wembley e bem por isso com possibilidades de encenacões altamente artísticas. Considero-o um dos grandes musicais a que assisti. Milhares de salvacionistas dos quatro cantos do mundo reuniram-se e marcharam no Estádio de Futebol Wembley naquele histórico congresso que comemorou o centenário do nome The Salvation Army .

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G E N T E + D E + J E S U S

"Há alguém aqui que tem a resposta?" (Edilma), "Há somente um nome conhecido" (Daniel), "Eu sou a vida e a ressurreicão" (coral feminino), "Nenhum segredo tenho pra Ti" (Franke), O aleijado à porta do templo (Carlos e Franke), "Gente de Jesus" (coral e diversos solistas).

E S P Í R I T O

"Pedi, batei, buscai" (Carlos, Raquel, coral e Franke declamando "Qual o pai que dará uma cobra ao filho que lhe pedir um peixe?"), "Fogo cai e cai em nós" (coral), "Vai queimando, viva chama!" (coral), "Pai Nosso" (coral), "O que o Espírito diz às igrejas, a você?" (coral).

E S P Í R I T O - continuacão

"Só por Jesus" (coral masculino), "Pelo poder do Teu grandioso Espírito" (coral), "Ser como Cristo "(coral), Eu posso prever um futuro (Allan e solistas masculinos), O amor é dom supremo (Ian e coral)

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