12. LUBLIN, Hotel-Sinagoga Ilan**** (um oásis!)... A volta pra casa por TALLIN, Estônia
Neste sábado/shabat, 11.09.14, típico dia de outono, daqui do meu canto da Internet na nossa grande sala, passo a postar a última parte de minha viagem de trem pela Europa.
De volta à estação ferroviária de Lublin, depois da longa "corrida de carro de praça", como se dizia no RS antigamente, ida-e-volta Sobibor/Lublin, do que eu mais necessitava era instalar-me em um hotel, qualquer hotel.
Outro taxista agora, olhou-me de alto a baixo e não teve dúvida: "Vou levar você ao Hotel-Sinagoga!" Pensava que eu era judeu ou quem sabe porque eu estava "desmontado" voltando de Sobibor? Contei a grana polonesa que me sobrara e a idéia de hospedar-me em um misterioso "hotel-sinagoga", ainda que cansado, no fundo me agradava.
Enfim, chegamos!
Fiquei logo sabendo que o Hotel Ilan (Sinta a Tradição) é o mais frequentado por judeus de todo o mundo que chegam a Lublin para visitar a cidade que foi de seus antepassados, e os campos de concentração e extermínio daquela região da Polônia... Estaria o meu amigo judeu americano, que encontrei em Sobibor, hospedado aqui?
A placa mostra que o local é ligado à comunidade judaica de Varsóvia, ramo de Lublin.
Entrei cansado mas animado, sem ter prestado atenção que era um hotel 4 estrelas ****, exatamente do tipo onde nunca me hospedo.
Na portaria, a hora em Lublin e em Jerusalém, provando que muitos judeus de Israel nele também se hospedam.
Uma lojinha de souvenirs judaicos.
Enfim, o mezuzah na porta do meu quarto.
Belo quarto, e o moderno banheiro convidou-me a logo tomar um bom e longo necessário banho (os leitores mais observadores verão que uso a mesma T-shirt da Eurovision nas últimas postagens...). Viajar InterRail é voltar ao tempo dos hippies em um sentido...
Uma olhadinha na TV depois de uma noite super bem dormida... nenhum canal em inglês... mas pelo menos há legendas... em polonês "para a gente entender"!!
A apresentadora lembrou-me de tantas descendentes de poloneses do sul do Brasil, inclusive das filhas e netas de uma prima de meu pai que se casou com um Lysakowski, que gosta de ler minhas narrativas da terra de seus antepassados, que eram da Cracóvia. Sem me esquecer de tres primos por parte de minha mãe, filhos de uma descendente de poloneses de sobrenome Wojciochowski.
No dia seguinte, hora do café da manhã neste lindo lugar... quando me sentei nesta mesa, que aparece no meio, me regalei com um breakfast kocher.
O check-out era ao meio-dia do dia seguinte.
O hóspede do hotel é convidado a visitar o pequeno museu e a sinagoga, no mesmo grande prédio, e ali fiquei sabendo da interessante e rica história do hotel onde ficara hospedado.
O hóspede do hotel é convidado a visitar o pequeno museu e a sinagoga, no mesmo grande prédio, e ali fiquei sabendo da interessante e rica história do hotel onde ficara hospedado.
Fundado pelo Rabino Meir Shapiro, o Chachmei Lublin Yeshiva era um importante centro de estudos da Torah na Polônia. A pedra fundamental, colocada em 22-18 de maio de 1924, reuniu 50.000 pessoas no importante evento. A cerimônia de inauguração, em 24-25 de junho de 1930 (não necessariamente a foto mostrada) contou com milhares de judeus locais e cerca de 10.000 outros da Polônia e mesmo do exterior.
Quando os nazistas tomaram Lublin durante a Segunda Guerra Mundial, danificaram o interior do local e queimaram na praça da cidade a vasta livraria do Chachmei Lublin Yeshiva. O choro dos judeus ao verem seus livros santos serem queimados foi tão alto que os alemães chamaram a sua banda militar para abafar seu choro desesperado. O local transformou-se então no quartel regional da polícia militar alemã.
Depois da guerra, no outono de 1945, foi confiscada pelo Estado e a chamada "propriedade abandonada" deu lugar à Universidade Marie Curie-Sklodowska, também usada como a Universidade Médica de Lublin.
Em 2003 o edifício foi devolvido à comunidade judaica. Sua sinagoga, a primeira a ser inteiramente renovada pela comunidade de judeus da Polônia após a Segunda Guerra, foi aberta novamente em 2007. Também há planos de que o primeiro Museu Hasidism na Europa será instalado no renovado prédio.
(informações extraídas do Google em inglês)
Achei interessante esta foto que tirei no local... à direita minhas mãos segurando a câmera parecem também mãos postas em oração... o que num sentido era verdade.
Felizmente, algumas fotos importantes foram recuperadas depois da guerra...
... no bom estilo do povo judeu, que tudo registra, tudo preserva. Graças aos judeus, nós, cristãos, que deles herdamos a fé em um Único Deus, temos a Bíblia completa. Como não amar de todo o coração os judeus e ser-lhes grato é algo que não entendo. O livro de Romanos, escrito pelo Apóstolo Paulo, fala de sua salvação gloriosa
(Romanos 11).
(Romanos 11).
Então adentrei a sinagoga...
Última foto no Hotel-Sinagoga, que considero privilégio o meu ter sido nele hospedado, graças àquele taxista que me teve como um judeu e me encaminhou a este oásis no final de minha longa viagem, providência de Deus, sem dúvida!
Já do lado de fora, no caminho para a estação, ao ver o local entre árvores, lembrei-me da floresta de Sobibor, onde tantos judeus morreram metralhados, mas também dos que sobreviveram cuja descendência ainda existe, inclusive no Brasil, penso. E também no privilégio de ter sido hospedado em um lugar onde tantos estudantes tinham como sua escola sagrada... E o pensamento veio diversas vezes: quantos teriam sobrevivido ao Holocausto??
The emptiness around the Lublin castle after the Jews of the city were all murdered./ O vazio em volta do castelo de Lublin depois que os judeus da cidade foram assassinados.
Lublin... uma cidade onde tenho que voltar, se Deus quiser!
Una-se, como eu o fiz no Facebook ao Grupo
Southeast Poland Jewish Roots - Lublin Area
CHACHMEI LUBLIN YESHIVA, 1930
This was the preeminent yeshiva for Jewish boys in all of Europe.
Lublin... uma cidade onde tenho que voltar, se Deus quiser!
Una-se, como eu o fiz no Facebook ao Grupo
Southeast Poland Jewish Roots - Lublin Area
CHACHMEI LUBLIN YESHIVA, 1930
This was the preeminent yeshiva for Jewish boys in all of Europe.
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Diante da estação, fotografei o mais belo prédio de um shopping-center que já tenho visto em todos os lugares por onde tenho andado no mundo, um convite para entrar novamente...
Subindo as escadas rolantes dentro da "grande bolha", como o chamei deste a primeira vez que o visitei, olhei para o último andar, onde já comera muito frango frito... ainda estava lá, felizmente! Hora de provar o mais delicioso frango frito, o do KFC, em Varsóvia bem mais gostoso do que o que comi em Londres!
Segunda vez na Polônia e ainda não visitei o Exército de Salvação local, pena. Fica para outra vez, sDq=se Deus quiser!
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Hora de voltar pra casa... àquela altura eu já chamava trem de "minha casa", pois era o local de, com somente três exceções, dormir e descansar em seus bancos, a alta velocidade! Uma outra longa viagem me esperava agorade Varsóvia até Hannover, na Alemanha.. (e a gente chama a Europa de pequenina!)
Passando por Berlim, na Alexanderplatz, só uma espiadinha para uma rápida foto no meio da noite...
Em Hannover, na madrugada, esperei algumas horas o trem que me levaria para Bremen - onde eu já tinha passagem da Ryanair marcada para o dia... 1 de outubro. Era o dia 19 de setembro... Antecipei a volta pra casa muitos dias, pois vira tanto em tão pouco tempo, por que não?
No aeroporto de Bremen corri para o balcão da Ryanair para saber que o voo para Tampere, bem perto de nossa cidade, acabara de partir...
No painel de voos vi que havia um para Tallin, na vizinha Estônia, e assim nem pensei duas vezes e comprei nova passagem. Mas tive que correr para embarcar sendo o último a entrar no avião; na foto chegando à capital Tallin, depois de quase 3 horas de voo.
Assim, a minha, se não me engano quarta ou quinta InterRail, que começara pelo ar, continuara por longas extensões européias por trilhos em terra, agora terminaria novamente por ar... e mar.
E assim cheguei a Tallin, na vizinha Estônia, já visitada duas vezes (ver no Índice de meus Tópicos: "Passando e passeando por países do Báltico")
Uma constante a necessidade de relaxar - do que eu mais uma vez estava precisando após mais uma noite no trem.
Tentei diversos lugares no ferryboat lotado de ruidosos passageiros finlandeses em cada canto, então acertei quando fui para o convés, estranhamente quase vazio...
Posso garantir que consegui dormir por alguns momentos.
O último selfie mostra que o sol europeu me deu um certo bronzeado!
E sempre no convés/deck, vi chegar a Finlândia no horizonte.
No porto de Helsinki, pequei um tram e, na rodoviária-shopping center peguei um ônibus e, depois de 100km, estava em Hämeenlinna, finalmente!
Ainda bem que eu levara a chave de casa, pois Anneli encontrava-se em Helsinki, visitando sua mãe de 91 anos, a boa sogra Martta Hämäläinen, e as nossas duas filhas que lá vivem.
Duas lembranças do hotel-sinagoga de Lublin, agora ao lado de minha cama...
... um oásis na minha longa jornada, mas agora eu dormiria na minha cama, a melhor de todas!!
Nossa sala como a vejo neste momento no adiantado outono.
Graças a Deus, voltei para o home-sweet-home protegido, abençoado, em boa saúde... e já pensando em qual será a minha próxima viagem.
A propósito deste carrinho que não tem freios, que fotografei em outra ocasião no aeroporto de Munique e com o qual me identifico, Deus sabe qual será a próxima, pois Ele é o Piloto de minha vida!
Se eu tivesse um conselho para dar a quem viaja, principalmente de trem pela Europa, a imagem do Facebook diz tudo. Quanta gente eu vi, até jovens, com malas enormes, para não dizer imensas, difíceis, atravancando os corredores dos trens fora outras inconveniências. Sugiro isto igualmente a bem de homens novos e fortes nos vagões ou compartimentos aos quais mocinhas que carregam estes monstros de malas não hesitam em pedir para levantarem para elas. Bah, que abuso!
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The last but not the least
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The last but not the least
E agradeço ao meu Deus pela memória cristalina que Ele me tem dado, através da qual consigo lembrar-me de cada etapa e cada detalhe - sem anotar em papel nenhum - para registrar no meu blog, no caso desta que considero
a mais cultural de todas as minhas InterRails!
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Saiba mais sobre Lublin:
2 Comments:
Amigo, viajar é viver o tempo , a cultura, o sabor, a felicidade, a beleza e a criatividade de outros povos! Amazing!!!!
Foi como disse antes, a capacidade do ser humano de se refazer, de recomeçar. Parece que a força que vem de dentro é maior que muitas dores e tristezas! O Hotel voltou a ser um centro importante para o povo Judeu, como era antes!
Amigo Paulo, sempre ouvi de meus pais a frase " Só no tempo de Deus." Ou seja, na hora que o Pai determina, nada fica como está!
Obrigada por mais uma vez me ensinar mais.
Gde aBRaço!!!
By Maria Thereza Freire, at domingo, outubro 12, 2014 6:39:00 AM
Que maravilha esta viagem meu amigo, e que presente divino conhecer este hotel ao seu final, depois do dia que teve.
Gostei muito de conhecer também a história deste hotel, que maravilha que toda tradição e história pelo menos em parte foi recuperada.
Parabéns por mais esta aventura que acompanhamos, seus leitores agradecem!
Abraços...
By evelize cristina, at domingo, outubro 19, 2014 9:36:00 PM
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