Paulo Franke

10 março, 2024

10.03.2024 - Há 60 anos cursei o Colégio de Cadetes/Seminário do ES.

 

20 novembro, 2014

Marco de 2024 - 10 anos depois, a mesma postagem. Aleluia!

Há 50 Anos Cursei o Colégio de Cadetes/Seminário do ES.


Com a lembrança-homenagem de uma amiga  - pelos 50 anos de nossa amizade - veio-me a idéia de postar no blog algumas fotos que nos lembrem o ano de 1964, quando juntos cursamos o Colegio de Cadetes (seminário) em São Paulo.


Tudo começou naquela noite quando eu estava em um bar com amigos na cidade de Pelotas-RS e um oficial do Exército de Salvação me ofereceu um jornal chamado "Brado de Guerra", que guardo até hoje, no qual continha este anúncio, que minha irmã leu e escreveu pedindo mais informações para o Departamento de Candidatos, no Quartel Nacional.
(Leia mais a respeito no link abaixo: "Quando, como e por que ingressei no ES")


Em março de 1964, há pouco mais de 50 anos, cheguei ao Colégio, um pouco atrasado pela Revolução que isolara o Rio Grande do Sul...


Na foto, com meus cinco colegas de turma - que foi designada "Pregoeiros da Fé" - a terceira a ocupar o novo e belo prédio do Colégio de Cadetes, na rua Caramuru, 931, no Bosque da Saúde, e a segunda turma a fazer o curso em dois anos em regime de internato.


Poucos dias depois aconteceu nossa reunião de boas-vindas no Corpo Central, no bairro da Liberdade. Calouros, unimo-nos, assim, aos cadetes que cursavam o segundo ano, os "Heróis da Fé".
Na época era o Chefe Nacional o francês Comissário Gilbert Abadie; o Secretário-em-Chefe, o Coronel Bruno Behrendt.  O Diretor do Colégio, o Major Carl Eliasen que compartilhava sua tarefa com a esposa, Mary Eliasen. Dois outros oficiais completavam o staff, Capitães Sidney de Barros Campos e Ruth Wakai, como "oficial de brigada" e "oficial da casa", respectivamente.


Fui escolhido para, na reunião de boas-vindas, falar em nome da nova turma. Muitos olhares curiosos e ouvidos atentos  para ouvirem o cadete desconhecido que vinha de longe, conforme me anunciava a Secretária da Juventude e Candidatos, Major Zulmira Benfica...


O jantar de boas-vindas à nova turma e à anterior, que voltava de seus estágios.


E assim os estudos começaram logo a seguir: Antigo e Novo Testamentos,  Doutrina do ES, História do Cristianismo, História do ES, Princípios e Métodos do ES, Conhecimentos Gerais e outras tantas matérias às quais prestávamos exames periódicos.


Os seis "Pregoeiros da Fé" em uniforme "de casa" diante do prédio do Colégio.


Meu quarto no último andar, reservado aos rapazes. Quarto pequeno, pequena decoração onde não podiam faltar lembranças gaúchas, a terra que deixei, inclusive um "pelego", tapetinho de couro. A cama me faz lembrar o que falei com firmeza: "Ainda que conste nos regulamentos que é proibido deitar-se durante o dia, eu não posso passar sem minha siesta de 20 minutos!"
 E não posso esquecer-me da foto da família distante sobre a estante, motivo de constante saudade que me fazia às vezes triste e calado durante muitos momentos naquele tempo de adaptação à nova vida. Nada me removia, entretanto, da convicção do chamado do Senhor para a minha vida.


Éramos nós, cadetes, os responsáveis pela limpeza do prédio de três andares mais o térreo, jardim e quintal; um período para isto era reservado depois do devocional da manhã - rapazes e moças, cada um no seu andar - e do café da manhã.
O mesmo "Brado de Guerra- contra todo o mal" que me fora oferecido em um bar por um oficial uniformizado, agora eu vendia com meus colegas em diversos "distritos" de São Paulo, de onde voltávamos tarde da noite.



Participação nos cultos dos Corpos em São Paulo a cada domingo, e campanhas evangelísticas, com extenso programa, faziam parte do currículo do Colégio; na foto, antes de sairmos rumo ao Rio de Janeiro, em outubro de 1964.


Esta foto foi a da campanha em Paranaguá-PR, no ano de 1965, quando cursávamos o segundo ano.


Pausa dos estudos no jardim do Colégio. Os filhos dos diretores gostavam de estar à nossa volta. O pequenino tentando abrir a porta hoje é o chefe do ES no Chile.


"Heróis e Pregoeiros da Fé" com o staff do Colégio.


Formávamos um coral, mas também tínhamos um quarteto bem afinado para louvar a Deus em reuniões ou ao ar livre!


"Dias Espirituais" eram denominados domingos especiais quando permanecíamos no Colégio e, no salão nobre, geralmente o diretor ou um visitante especial era responsável por três reuniões para nossa edificação espiritual. Na foto, a visita de um simpático oficial argentino. Jovens típicos, consagrados a Deus, sim, mas naturalmente não faltavam muitas brincadeiras. Minha amiga apontando para dois colegas estava anunciando o interesse do rapaz por uma moça da turma.



Durante o congresso de 1965, que celebrava o centenário da obra do ES iniciada na zona leste de Londres por William e Catherine Booth, todos os cadetes treinados naquele prédio - que em 1962 fora inaugurado pelo corajoso Comissário G. Abadie - as turmas dos "Servos de Cristo, Heróis, Pregoeiros e Defensores da Fé" reuniram-se para um Dia Espiritual do tipo encontro de turmas, comum em escolas. Na ocasião, o diretor usou a música popular de sucesso, "A Praça", para dar as boas-vindas aos que já estavam no campo, o que nos fez rir e a outros lembrar com saudade dos anos passados no Colégio: A mesma Praç(da Árvore, no caso), os mesmos bancos, as mesmas flores, o mesmo jardim; sede bem-vindos à vossa casa: Caramuru, 931!


Aproximando-se o término dos dois anos de estudos no Colégio, fomos dedicados e comissionados oficiais do Exército de Salvação do Brasil, recebendo, orgulhosos, as insígnias vermelhas respectivas.


Os "Pregoeiros da Fé" diante da Bíblia que nos servira de livro de devoção e estudos e que, mais do que nunca, deveria nortear nossas vidas e ministérios.

O Corpo Central de São Paulo lotado novamente, mas para a nossa formatura e despedida. E sob a regência do nosso diretor, Carl Eliasen, cantávamos pela última vez o hino de nossa turma, que fazia rimar: "Pregoeiros da Fé, sempre firmes, nada nos fará arredar o pé!"


Recitando de cor as doutrinas salvacionistas na reunião. 


Momento de oração dedicatória dos novos tenentes.


E recebendo do agora Chefe Nacional, Coronel Bruno Behrendt, nossos diplomas. Ao seu lado o Secretário-em-Chefe, Coronel Peter Staveland. E para finalizar a reunião tão importante e significativa para nós, cada um recebeu a sua "nomeação" para trabalhar em um lugar do Brasil.


Depois de férias com a família na minha cidade, em janeiro de 1966, lembro-me ainda... tomei um ônibus que me levou à naquele tempo distante cidade de Curitiba-PR e de lá a Joinville-SC (foto), aonde fui nomeado Oficial Dirigente  do Corpo que na década de 30 fora fundado por Bruno Behrendt. Meu sobrenome alemão certamente o influenciara na escolha de minha primeira nomeação (a Liga do Lar ainda era realizada em alemão e eu aprendi a cantar com as senhoras usando o hinário em alemão gótico).


Seis anos depois, em 1972, como oficial de brigada no mesmo Colégio de Cadetes, um dia conheço uma tenente desconhecida da conhecida família Hämäläinen que viera de Nova York de surpresa para visitar seus pais...


E para encurtar a história, que todos conhecem, casamo-nos em 29 de setembro de 1973 no mesmo Corpo Central de São Paulo.


Até Brasília-DF  e São Paulo, trabalhei sozinho... a partir de Curitiba até hoje servimos a Deus casados.  Duas filhas nasceram quando estávamos em Rio Grande-RS e o filho quando voltamos a São Paulo, depois de trabalharmos em Lisboa. Hoje, gozamos nossa feliz aposentadoria na cidade assinalada, a 100km da capital Helsinki.

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The last but not the least

Pensei nesta manhã que seria muito fácil fazer esta postagem, mas surpreendo-me num sentido que não foi assim tão fácil, isso porque nas fotos vejo tantas pessoas com quem convivi naqueles anos da juventude, todos com o mesmo alvo e missão de servir a Deus. Refiro-me principalmente àqueles que já não estão mais conosco, principalmente os que foram para junto do Senhor, alguns recolhidos ainda tão jovens... Emoção...
Que Ele abençoe o nosso diretor, Comissário Carl S. Eliasen, e o cubra de bênçãos e de boas lembranças do tempo quando, com sua saudosa esposa, conduziu de forma exemplar, com autoridade espiritual e senso de organização que sempre lhe foram característicos,  a tantos jovens que se ofereceram um dia para servir a Jesus Cristo no Exército de Salvação.

Há 50 anos...
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L i n k:

Quando, como e por que ingressei no Exército de Salvação:


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