Paulo Franke

31 janeiro, 2008

O Dia Seguinte (poema-alerta)

( Para ser lido antes do dia seguinte...)

A manhã calma, silenciosa e ensolarada era atípica da cidade de São Paulo. Era quarta-feira de cinzas. Parecia que um milagre ocorrera e a agitacão, os sons trepidantes e a orgia dos dias anteriores haviam desaparecido instantaneamente com a chegada da manhã. Observava isso ao dirigir pelas ruas desertas rumo ao meu escritório, e assim que lá cheguei "nasceu" o primeiro dos dois únicos poemas que escrevi:

Após a explosão do carnaval, os coracões
acinzentados,
mutilados,
esgotados,
maculados,
jazem exaustos por todos os lados.

Mas o dia normalmente feio, poluído e escuro
amanhece estranhamente belo, brilhante e puro.
Nos jornais, as notícias bombásticas contam
dos contaminados,
dos desesperados,
dos mutilados,
dos encarcerados,
dos assassinados,
na estatística tenebrosa do pecado.

Nos coracões há barulho, cansaco, escuridão e pranto;
no ar, silêncio, descanso, claridade e não mais canto.
É a natureza revelando a mensagem de Deus
Criador,
Todo-amor,
Sofredor,
Redentor,
que odeia o pecado, mas que ama o pecador.

Que cinzas voem do calendário e, reais,
pousem em teu coracão,
como sinal de arrependimento, fé sincera e
recusa ao mal.
Erguer-te-ás renovado, conhecendo de Jesus
a paz e o perdão,
nesse dia glorioso e sem par em que afirmarás:
"Nunca mais carnaval!"
¤
"Tal homem se apascenta de cinza; o seu coracão enganado o iludiu"
(Isaías 44:20)