Paulo Franke

26 junho, 2009

MICHAEL JACKSON - James Dean, Natalie Wood...







A morte repentina de Michael Jackson reportou meu pensamento ao mês de dezembro de 1981, quando visitamos o meu cunhado Markku que na época vivia em Kinross, Michigan. Desembarcamos em Chicago-IL, cumprimos um programa que incluíu visita ao ES e ao Moody Institute, e depois de dois dias iniciamos a viagem para o norte na região dos Grandes Lagos, precisando atravessar durante poucos quilômetros o estado de Indiana, como mostra o mapa.




Em dado momento da curta passagem por Indiana, acionei a minha câmera e tirei a foto acima do painel que anunciava a rodovia para Indianapolis, famoso lugar de corridas automobilísticas. Estávamos em Gary, a cidade dos Jackson Five, grupo de irmãos cantores que começava a fazer grande sucesso. Foi quando Marja perguntou-me curiosa:" Paulo, fotografando um caminhão de lixo? Cadê a sua imaginação?" Respondi brincando que tirara a foto acima exatamente por causa da minha fértil imaginação!...




Antes de deixarmos Indiana, pedi ao meu cunhado para parar no acostamento e ali colhi um pouco de grama e uma pedra pequena (abaixo). Nova surpresa: "Come on, Paulo, what is going on?" perguntou-me novamente . Foi o momento de explicar-lhe que eu tivera dois amigos do estado de Indiana, e queria algo de sua terra natal para lembrar-me deles, pois ambos eram falecidos.



O punhado de grama virou palha e se desfez, mas a pedrinha made in Indiana ainda tenho no armário dos meus souvenirs.




E assim, passando pelo pedágio, deixamos Indiana para trás, lugar aonde nunca mais voltei, e entramos em Michigan. A morte de Michael Jackson, porém, me fez voltar na lembrança a passagem rápida pela cidade onde nasceu. Pelo fato de na juventude eu ter gostado tanto de rock, considerei sempre extraordinário o ritmo de Michael, mesmo que sua vida tenha gradativamente se tornado descompassada, cujas extravagâncias a mídia nunca escondeu. Considero triste o fato de que seu pai zombava de seu nariz quando menino... Nunca se libertando desse trauma de infância, por certo suas plásticas eram não só para "corrigir" seu rosto mas o trauma de infância. Seus milhões de fãs, no entanto, lamentam a perda de um amigo de longa data. É mais um caso de um ser humano que foi "endeusado", mas que, sem estrutura para tal, sucumbiu.




Voltando ao Brasil alguns meses depois, fui nomeado editor do jornal do Exército de Salvação, sendo a redação do mesmo na sede nacional em São Paulo. Não tardou publiquei um artigo sobre "Os dois homens de Indiana, amigos que não conheci". Procurando sempre abordar assuntos atuais, devido à difusão do nosso jornal em barzinhos e restaurantes brasileiros, muitos puderam ler o artigo no qual mencionei James Dean, nascido em Marion, a uma milha de Fairmount, Indiana, um ídolo da juventude apaixonado por corridas - talvez por ser sua cidade próxima a Indianapolis - e que morreu acidentalmente em 1955, entre os destroços de seu Porsche. Seu sucesso perdurou até as décadas seguintes. E ainda hoje é lembrado não somente por adultos que eram jovens daquele tempo, mas também por jovens atuais fãs do cinema antigo.



Adolescente na década de 50, uma vez fui ao barbeiro com uma revista onde aparecia James Dean e pedi que cortasse o meu cabelo como o dele (quem diria!). A rebeldia de James Dean, sua insatisfação, o ser diferente, fazia a juventude identificar-se com ele, ainda que seus filmes só tivessem chegado ao Brasil após a sua morte. "Juventude Transviada" (Rebel without a cause) foi sucesso absoluto mesmo na minha cidade, e logo eu comprava o disco de vinil com a trilha sonora do filme, que ao escutar me fazia afundar em "deliciosa depressão". James Dean era um jovem rebelde, triste e solitário, e imitá-lo era o que chamaríamos hoje de charme ou um must! Dean foi um dos precursores das T-shirts, camisetas brancas usadas no mundo inteiro.



Meu período de "rebelde sem uma causa" felizmente foi breve como a passagem por Indiana anos mais tarde. O encontrar o Exército de Salvação (experiência que já contei na postagem "Quando, como e por que ingressei no ES") e aceitar a Jesus como meu Salvador e único Ídolo, tornou-me satisfeito com a vida, então transformada, tendo agora o sublime ideal de servir a Deus de todo o meu coração. O amigo carismático James Dean foi substituído por outro amigo, carismático no sentido espiritual, Samuel Logan Brengle, de Fredericksbourg, Indiana, chamado no ES de "o apóstolo da santidade". Li a edição de seu livro em português ("Para que todos sejam santos" - Editora Betânia) e logo queria ler cada livro seu em inglês, mesmo quando o meu inglês não era tão fluente. Queria, sim, devorar os assuntos de vida profunda com Deus, tema dos livros do meu "outro amigo de Indiana". A palha se foi, "... como a palha que o vento espalha" (Salmo 1:4), a rocha ficou... "... e lançou o alicerce sobre a rocha" (Lucas 6:48).






Ainda que a filha de imigrantes russos, Natalie Wood, tivesse sido atriz-mirim, só a conheci no filme "Juventude Transviada". Logo escrevi ao estúdio da Warner Brothers e com alegria recebi sua foto, não autografada como as dos demais artistas, mas com um bilhete impresso falando de seus próximos papéis, relíquia que guardo até hoje.



No mesmo mês em que visitei - a primeira e última vez - a Califórnia, semanas depois da rápida passagem por Indiana, um amigo de Los Angeles levou-me a visitar as "casas das estrelas" a maioria em Beverly Hills. Quando, conforme o mapa que localiza os Star Homes, vi que passávamos pela 603 Canon Drive, pedi que parasse e me fotografasse diante da casa de Natalie e Robert Wagner. Ela morrera na semana anterior, e os carros estacionados no jardim da casa certamente eram de amigos do casal.




E no Chinese Theater fotografei as marcas das mãos e pés de Natalie no cimento, além das de outros artistas conhecidos do meu tempo de "cinemeiro".





E o roteiro daquela viagem aos EUA, que iniciou em Chicago-IL, passou por Gary-
IN e por São Francisco e Los Angeles-CA, agora me levava rumo à Austrália, com escala no Havaí. E ao contemplar pela primeira vez o Oceano Pacífico, fui surpeendido com a voz do comandante, poucos minutos depois da decolagem...



... anunciando que sobrevoávamos a ilha de Santa Catalina, exatamente onde na semana anterior morrera Natalie Wood junto ao seu iate.



"Chão de Estrelas" ou "Meus ídolos de areia" foi um artigo que comecei a escrever na Austrália e publiquei ao voltar para o Brasil. Meus ídolos de areia cedo partiram... James Dean, Natalie Wood, Sal Mineo, que morreu assassinado, os três participantes do filme que incendiou a minha imaginação de adolescente e que me mandaram fotos. E ainda a bela italiana Pier Angeli, que se suicidara surpreendendo e entristecendo seus fãs. Sem nunca ter sido fã de Michael Jackson, posso imaginar no entanto a tristeza que lhes vai no coração. (O encontro de Gloria Swanson com Deus, abaixo na mesma página, publicarei em breve neste blog).



Um dia antes da morte de Michael, morreu de uma prolongada batalha contra o câncer a belíssima Farrah Fawcett.


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Se há algo que gostava de publicar nos meus antigos jornais e que gosto de repetir neste blog é o "Será este o filme de sua vida?". Para reflexão, o faço mais uma vez:





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L i n k s:


Visitando Hollywood



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A fotos de nossos artistas favoritos (Do estúdio à porta de nossa casa).








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Elvis Presley e Pat Boone, nos embalos dos anos cinquenta.



3 Comments:

  • Olá Sr. Paulo,
    Quanto tempo e como é bom voltar e ler o que o Sr. Fala dos “meus amores”.
    James Dean morreu quatro anos antes do meu nascimento, mas sempre foi e sempre será o meu ídolo. Não por ser a imagem do rebelde, não por ser um homem bonito e incrivelmente atraente, mas por me passar uma dor singela, se é que se pode falar assim. Talvez a deliciosa depressão a qual o Sr. mencionou., é pode ser isso. Sem falar do ATOR, quanta força e sentimento retidos num só SER!! O mesmo caso de Natalie. Sempre com um sorriso, uma alegria, mas o que ia ao coração....só eles sabiam.
    Todos GRANDES atores que derramaram imensa carga de sentimentos em tão curto tempo.
    O Sr. Fala de Píer....nossa que coisa bonita!!!! Poucos conhecem o trabalho de Píer Angelli, paixão de James!
    Sr. Paulo , como sempre só posso dizer obrigada....por sua dedicação em SABER. Demonstra que realmente aproveitou e aproveita toda e qualquer oportunidade em conhecer e se aprimorar como pessoa. Simplesmente maravilhosos!!!
    Que Deus possa dar a ELEs o decanso e tranqüilidade que por ventura, não conseguiram em vida e ao senhor, muita força e entusiasmo sempre para continuar com o seu trabalho!
    Parabéns!!!
    Maria Inebriada

    By Anonymous Anônimo, at sábado, junho 27, 2009 8:56:00 PM  

  • Filipe disse:

    Olá, Muito bom o texto sobre o Michael Jackson. Parabéns!

    By Blogger paulofranke, at quarta-feira, julho 01, 2009 7:57:00 AM  

  • Muito bom o post. Fiquei realmente tocado.
    www.the-curts.blogspot.com

    By Blogger Unknown, at quinta-feira, julho 16, 2009 5:58:00 AM  

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