Paulo Franke

13 agosto, 2008

De trem pela Europa 11 - Bremerhaven e Hamburgo (Alemanha)

Do you want to read this text in English?


Although it is not a perfect translation - sometimes with many mistakes, sometimes very funny! - it can give you an idea of the subject.

http://babelfish.altavista.com/


Lugares visitados conforme o mapa acima.



(Tente aumentá-lo clicando sobre ele e seguindo a direcão das setas)



Bremem, Berlim, Nuremberg (Alemanha), Salzburgo (Áustria), Budapeste (Hungria), Zurique,Vevey, Genebra (Suíca), Haarlem (Holanda), Celes, Bergen-Belsen, Bremerhaven, Hamburgo, Puttgarden (Alemanha), Copenhagen (Dinamarca), Halmstad, Goteburgo (Suécia), Bergen, Oslo (Noruega), Estocolmo (Suécia ) e de volta a Helsinki (Finlândia), onde vivo com minha esposa e duas filhas casadas.




De trem pela Europa 11 - Bremerhaven e Hamburgo (Alemanha)







Bremerhaven e Hamburg, os dois principais portos de onde partiram os emigrantes alemães.

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Seguindo a sugestão de meu companheiro de quarto, parti naquela mesma tarde de Celes, onde fica Bergen-Belsen, e dirigi-me a Bremen (de volta à primeita etapa de minha viagem) e de lá tomei um trem para o porto de Bremerhaven, distante a somente 40min. Desta vez pernoitei em um quarto sozinho no albergue local e, pela manhã, munido do meu farto sanduíche que obtivera a permissão de fazer após o breakfast (frukost em sueco, mas a mesma palavra em alemão), tomei o ônibus para um dos locais mais famosos da cidade, o Museu da Emigração Alemã para o Mundo, que no ano de 2007 recebeu o prêmio de "O Melhor Museu Europeu do Ano".




Descendo do ônibus, aumenta o meu entusiasmo - por pouco tempo - ao ver a bandeira brasileira hasteada diante do moderno edifício!



Nossa bandeira lado a lado com a de outros países que, através dos tempos, receberam emigrantes alemães!



Munido do bilhete de entrada - barato - logo estava adentrando o museu.



A primeira etapa do diferente museu é o porto, onde os turistas misturam-se literalmente com os emigrantes (bonecos fixos). O clima é tanto carregado de umidade como carregado de emoção tanto por parte "dos que ficam quanto dos que partem". Segundo palavras de Goethe, conformado com a situação de seu país: "O mundo é suficientemente vasto para que nele nos dispersemos".


E Goethe também expressou-se poeticamente:

Ficar, ir; ir, ficar. Agora tanto faz para o homem capaz. Onde produzirmos algo de útil, esse melhor nos serve... No lugar em que as terras aráveis são entregues com fartura ao que trabalhar, lá nos fixemos, lá nos reunamos. Apressai-vos, apressai-vos em emigrar!



A emoção da partida estampada mesmo nos rostos dos bonecos de cera...


Os turistas subimos, então, a bordo, isto é, ao museu que de uma forma moderna e real leva-nos ao passado distante como se o estivéssemos vivenciando. E passamos aos diversos compartimentos do "navio".



Das escotilhas de faz-de-conta olhamos o mar e suas ondas se movendo. E no interior do navio, cheiro de maresia misturado aos ruídos dos motores, ruídos das pessoas, ruídos até de roncos nos dormitórios na tentativa de transportar o visitante à realidade do que foi a emigração.




E transcrevo o que li em um livro sobre os emigrantes para a nossa terra:


Atencão, é hora, é hora de sair pelo mundo afora. Vamos todos para o Brasil! Chamem a preguiçosa da Grete, senão ela se atrasa. Chamem a prima do Krischel, que mora lá no Beco Torto, e o Matias também, pois ele quer participar de tudo! Venham que ainda é tempo, ninguém deve ficar. Depois de amanhã o navio vai zarpar.


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Jóca, Jóca, vem comigo, vamos logo para o Brasil. É um país gigantesco! As batatas são do tamanho de um melão! Todos os dias mataremos um leitão e o regaremos com o melhor vinho. As panelas são pequenas para as patas, o fígado e a cabeça! Vamos, Joca, não perca tempo que o navio não espera o vento.




Por que tanta vontade de partir? A grande maioria vem do campo. São famílias e família de camponeses do Velho Mundo procurando no Novo Mundo terras para cultivar e paz para viver. Por isso atendem a anúncios como os que o Governo Imperial Brasileiro faz chegar à Europa:



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"Vá para o Brasil, a terra da água pura e clarinha. Do clima excelente. Da vegetação mais verde. Vá para o Brasil, onde você ganhará um lote de terra, além de casa e comida gratuitas durante os primeiros dias." A Europa parece não dar mais esperança a muita gente. Já o Brasil, uma nação nova, parece trazer mil possibilidades: "O café cresce em todas as árvores, e seu consumo dá para todos. O trigo é bom, às vezes tem espiga de dez libras. Vamos para a terra onde o verde é eterno, onde as rosas florescem mesmo no inverno."
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Por que tanta necessidade de partir? Na Alemanha, nos idos de 1820 a 1840, estava havendo uma enorme concentração da propriedade de terra. As grandes famílias iam ficando cada vez maiores, os grandes engoliam os pequenos. Milhares de famílias camponesas não
suportavam a exploração dos poderosos barões latifundiários que lá também havia. Era, portanto, o desejo de partir em busca da sobrevivência, aventurar-se por uma vida melhor. O governo brasileiro, por sua vez, tinha interesse nessa vinda. Ele acreditava que a imigração em massa povoaria mais rapidamenteo o território nacional. Também as fronteiras no Sul ficariam protegidas.


(Por ter feito fotocópias somente das páginas que me interessavam, isso há muito tempo, omiti algo importante que foi registrar a fonte dessas informações sobre a imigração alemã no Brasil. Dsculpem-me pelo lapso!)


Então fotografei a pilha de baús dos emigrantes...

E agora a verdade por trás das fotos que tirei, cujas legendas adptei à história da emigração alemã para o Brasil, papéis amarelados que tirei do fundo do baú...



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Por certo esta foto não diz respeito à chegada ao Rio de Janeiro, muito menos a São Leopoldo-RS. Todas essas fotos que tirei dizem, sim, respeito à emigração alemã principalmente para os Estados Unidos da América, em anos longínquos ou mais recentes do que o biênio 1824-1825 da imigração e colonização alemã no Rio Grande do Sul (certamente que o tipo de navio, o móbiliário e mesmo a indumentária dos bonecos, idem os baús, denotam um tempo bem mais recente dos que os dois anos mencionados).



Há no museu um cinema estilo antigo - a não ser pelas escadas - onde filmes sobre a emigração alemã são passados. No dia em que o visitei o filme em cartaz enfocava a emigração para a Argentina.



Foto de imigrantes em Buenos Aires.



A moderna tecnologia ajuda os visitantes a localizarem seus ancestrais que emigraram. Ali encontrei um casal alemão que tentava encontrar informações sobre parentes que foram para Santa Catariana. Dependendo do ano em que emigraram, quem sabe foram mais bem-sucedidos do que eu.


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Descendente de alemães que sou, confesso que fiquei um pouco desapontado por praticamente nada encontrar sobre a emigração para o Brasil no ano que eu desejava. Se tivesse tempo teria pesquisado a respeito de levas posteriores às dos meus antecedentes, pois sabemos que a emigração para o Brasil se estendeu por décadas, principalmente após 1890. Um compromisso inadiável no final de minha viagem fazia-me, mais do que nunca, contar o tempo que ainda me restava. Enfim, fiz diversas tentativas de localizar algo, principalmente sobre a família Franke, mas quando digitava o ano em que foram para o Brasil - 1825 - toda a esperança se dissipava, como se estivesse buscando informacão sobre um tipo arca de Noé... Estranho isso, pois estava no Velho Mundo! Quem sabe, então, no museu da emigração em Hamburgo, pensei...



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Hora de dar uma "espiada" no outro museu. Tomei um trem para Hamburgo e o metrô local que me deixou lá, tudo moderno, prático e rápido. Para contrastar tirei esta foto, no museu onde cheguei, da conhecida "carroça de colono", como a chamamos no sul do Brasil. No passado não circulavam na cidade, mas nas "colônias", inúmeras na área rural da cidade de Pelotas. Quando íamos em férias para a Colônia Progresso - que não mudou quase nada desde o início da década de 50 - uma das tantas brincadeiras das crianças era pedir carona em carroças como essas!


Já à entrada, soube que o Museu Ballin Stadt conta a história da emigração alemã a partir de 1850 (e não de 1824-1825, o que devido à pressa me interessaria em especial). Os antigos pavilhões restaurados e transformados em museu eram os mesmos onde se reuniam os emigrantes para dali partirem para o mundo, mesmo à remota Austrália.


Em todo o lugar à volta dos pavilhões posters modernos mostrando antigos emigrantes.



O bilhete de entrada aos pavilhões os mostram em vista aérea.


Um folheto distribuído no museu que mostra Hamburgo, o "porto dos sonhos" também como o portão de saída para o Novo Mundo.



O museu leva o nome e é dedicado a Albert Ballin, diretor de uma grande companhia marítima. Ballin era um proeminente judeu da época. A emigração alemã via Hamburgo, entre 1901 e 1907, é associada a ele, que construiu uma infra-estrutura completa voltada ao bem-estar dos que partiriam. Boas acomodações, um pavilhão de música, lojas, igrejas, uma sinagoga, um dispensário, em um total de 30 edifícios. Sendo judeu, levou milhares de alemães a uma vida melhor no Novo Mundo, sem imaginar fazendo escapar gerações futuras do reino de terror que se estabeleceria no país. Poucas décadas mais tarde, no entanto, os nazistas levaram cruelmente à morte milhões de judeus e pessoas de outras nacionalidades. Alemães que partiram para o mundo, inclusive para o Brasil, foram preservados do morticínio que aconteceria também entre soldados e civis da Alemanha, derrotada vergonhosamente no final da Segunda Guerra Mundial.


Entre 1850 e 1939, mais do que cinco milhões de pessoas emigraram especialmente para os Estados Unidos da América via Porto de Hamburgo.



E passando por uma das salas do museu, projetado na tela acima, vejo o Charles Chaplin e a Edna Purviance no filme "O Emigrante" (The Imigrant). De fato, minha câmera não conseguiu fotografar a cena, que consegui pelo Google, de um filme muito familiar da coleção dos de Carlitos, que meu pai possuía e com os quais alegrava tanta gente.


Outra sala do museu.




"Mein Fäld ist die Weld" - se comparo com o sueco, "Min Fält är Välden", penso que a inscrição na parede quer dizer "Meu campo é o mundo", muito oportuna para os emigrantes em fila.



O gráfico mostra a superioridade da emigração para a América do Norte com relação à América do Sul (embora não tenha registrado devidamente os dizeres do poster).




Muitas levas de judeus emigraram desde o porto de Hamburgo nos anos anteriores à Segunda Guerra Mundial, uma questão de sobrevivência. A mulher leva ao peito um Menorah.


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Costumamos dizer que o Brasil é um país sem memória. Será verdade? Pelo menos com respeito à imigracão alemã o museu acima mostra que a memória brasileira vai mais longe do que a memória alemã!



Em tempo:



No museu de Hamburgo conheci um historiador jovem que lá trabalha, de mãe brasileira e pai alemão. Como não falava português, conversei em inglês com ele sobre a lacuna grande do museu em não ir um pouco mais longe no tempo. Sendo meio-brasileiro, interessou-se pelo assunto e deu-me seu e-mail; prometi comunicar-me assim que escrevesse este tópico. É esperar e "torcer" para que algo aconteça para reverter essa situação.


Nota (janeiro 2010) - Pelo menos ao meu e-mail nunca respondeu...







O Museu Histórico "Visconde de São Leopoldo", fundado em 20/09/1959, situa-se à Avenida João Becker, 491 - 93010-010 - São Leopoldo - Rio Grande do Sul - Brasil (endereço eletrônico do museu no final)

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Vista interna do Museu. À esquerda, a liteira da Viscondessa de São Leopoldo; à direita, réplica da estátua de Sankt Leopoldo (Viena/Áustria) - São Leopoldo, padroeiro da Imperatriz Leopoldina, e dele vem o nome da cidade-berço da imigração alemã. A Imperatriz Leopoldina, ao lado de seu marido, D. Pedro I, foi ao porto do Rio de Janeiro receber os primeiros imigrantes que chegaram ao Brasil, em 1824. "Como são altos!" teria exclamado o Imperador.





Casa da Feitoria do Linho-Cânhamo (1788), primeiro abrigo dos imigrantes alemães, chegados em 25.07.1824, e fundadores de São Leopoldo.




Quadro de Ernst Zeuner sobre a chegada da primeira leva de imigrantes alemães em 25.07.1824, às margens do rio dos Sinos, na cidade de São Leopoldo-RS.



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O livro de Carlos H. Hunsche, adquirido por ocasião de minha visita ao referido museu e que pelas suas exatas informações - incluindo a lista dos passageiros das primeiras levas de imigrantes - me serviu de eficiente bússula para chegar às raízes de nossa família na Alemanha (abaixo, veja o link respectivo da postagem no meu blog).




A página aberta nos passageiros da família Franke, publicada no livro. O trevo colhi na cidade de Hettstedt, de onde meus ancestrais vieram para o Brasil. Não é um "trevo de 4 folhas", e não acredito em "sorte", mas é interessante o que o livro registra na página 81: A sumata Delfina na sua primeira viagem levou do Rio de Janeiro para São Leopoldo 99 pessoas (17 famílias com 73 pessoas e 26 avulsos) dos passageiros do Georg Friedrich. Para a Colonia de São Leopoldo, porém, dessas 99 pessoas, chegou somente uma família, a do abastecido colono,, João Adolpho Franke. Os restantes foram levados para São João das Missões e dois anos após foi constatado que somente uma família havia sobrevivido.




Em navios como este, chamados transatlânticos, viajaram nossos antepassados, saídos de Bremerhaven ou de Hamburgo.




A cidade de Hettstedt, de onde a família Franke partiu para o Brasil.

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L i n k s:


Museu Histórico Visconde de São Leopoldo:


E-mail:


museuhistoricosl@terra.com.br


Sites:


http://www.museuhistoricosl.com.br/index.cfm


http://www.sindileo.com.br/museu.html


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Leia "Minhas raízes na Alemanha"


(Fui à Alemanha em 2000 em busca de minha raízes - e as achei!!)



http://paulofranke.blogspot.com/2006/07/minhas-razes-i.html


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Uma outra "história de família":


Uma "outra história de família" ... Quando vivíamos na ilha de Åland no início dos anos 90, vindo a Helsinki, onde hoje vivemos, compramos um naquele tempo video de presente para o meu filho Aaron. Como na ilha se falava o idioma sueco, Aaron (10) na escola aprendeu a falar o sueco e não o finlandês. Quando olhou o video percebeu: "É em finlandês! Como vou entender o que eles falam??" E o video ficou simplesmente guardado. Anos mais tarde, com a chegada de netinhos e dois deles vindo do Brasil como "imigrantes", começando a aprender o finlandês na escola, deliciavam-se a assistir ao video Fievel Matkalla Amerikkaan (Fievel em viagem para a América), no qual o diretor Steven Spielberg conta em desenho animado a história de uma família de ratos judeus que morava na Rússia e emigrava para a América, baseada em parte à história de sua própria família. Recomendo, pois deve haver em DVD. Ouça a bela música-tema:


http://www.youtube.com/watch?v=u-Y6spq7sEI&feature=related



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Próxima postagem:



De trem pela Europa 12 - Dinamarca e Suécia

6 Comments:

  • Olá!
    Acabei de ler a ultima postagem, muito interessante a viajem...achei interessante a bandeira do Brasil estar na porta do museu, junto as outras bandeiras, aliás, muito interessante o museu em si, como seus bonecos de cera reproduzindo alguns dos sofridos momentos que os imigrantes alemãs passaram ao longo de suas jornadas. Me chamou a atenção o chamado do governo imperial brasileiro para os imigrantes, descrevendo um Brasil farto e rico, de alimentos, riquezas e belezas.

    Gostei muito da foto de Chaplin e Purviance no meio do texto, já assisti ao filme O Imigrante, outra das preciosas obras de Carlitos.

    Parabéns pela excelente postagem.
    Grande abraço.

    By Anonymous Anônimo, at quarta-feira, agosto 20, 2008 7:08:00 PM  

  • De uma fã de Chaplin:

    ჱܓCarla Marinho:
    eu vi, nossa essa tua viagem foi muito massa. inveja boa danada. o museu é tudo.

    By Blogger paulofranke, at domingo, agosto 24, 2008 2:49:00 PM  

  • Benedita Girgel:
    É Paulo, ler e ver seu blog é viajar no tempo e espaço. Imagineoi meus avós embarcando naquele navio em 1824, pena que não os conheci para localizá-los nas fotos (como se isso fosse possível)! Sic!

    By Blogger paulofranke, at domingo, agosto 24, 2008 4:10:00 PM  

  • Paulo, já que vc teve oportunidade de ir atrás de suas raízes, me tira uma dúvida. Sei que tenho sangue judaico pelo pouco que consegui pesquisar e pela minha atração pela cultura deles. Meu pai era de Pelotas, descedente até onde sei, de portugueses, franceses e por parte de mãe, espanhóis. Pouco ante dele falecer, ele disse para minha surpresa, que o avô materno dele viera de Israel(séc. XIX )e cujo nome era Jacob Schwartzberg ( não sei se é assim que se escreve). Pela pronuncia dele, seria chuatzibarguer). Estranhei, porque este nome embora judaico, não é Alemão? Fico pensando se tb não descendo de alemães.Tenho muita dificuldade tal como vc, de descobrir algo sobre, pois no meu caso, talvez eu esteja indo por caminhos errados.
    abraços,
    lourdes mendes carvalho

    By Blogger Unknown, at sábado, abril 25, 2009 7:10:00 PM  

  • Desculpe-me, Lourdes, pareco mas não sou tão entendido no assunto a que se refere. Esperei para responder-lhe pensando que no meio tempo algum leitor responderia para você, sanando de alguma forma sua dúvida. aBRaco!

    By Blogger paulofranke, at domingo, janeiro 31, 2010 9:35:00 AM  

  • Adorei sua pesquisa, sua aventura.
    Em abril de 2011 vou para alemanha fazer oque você fez "Ir em busca de minhas raizes".
    Estou preocupada, percebo que é bastante dificil fazer pesquisa na alemanha.

    Abraços

    Maria Aparecida Granemann

    Email: mapgranemann@gmail.com

    By Anonymous Anônimo, at segunda-feira, agosto 02, 2010 3:38:00 AM  

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