De trem pela Europa 11 - Bremerhaven e Hamburgo (Alemanha)
Although it is not a perfect translation - sometimes with many mistakes, sometimes very funny! - it can give you an idea of the subject.
http://babelfish.altavista.com/
Lugares visitados conforme o mapa acima.
Bremem, Berlim, Nuremberg (Alemanha), Salzburgo (Áustria), Budapeste (Hungria), Zurique,Vevey, Genebra (Suíca), Haarlem (Holanda), Celes, Bergen-Belsen, Bremerhaven, Hamburgo, Puttgarden (Alemanha), Copenhagen (Dinamarca), Halmstad, Goteburgo (Suécia), Bergen, Oslo (Noruega), Estocolmo (Suécia ) e de volta a Helsinki (Finlândia), onde vivo com minha esposa e duas filhas casadas.
De trem pela Europa 11 - Bremerhaven e Hamburgo (Alemanha)
Bremerhaven e Hamburg, os dois principais portos de onde partiram os emigrantes alemães.
************
Seguindo a sugestão de meu companheiro de quarto, parti naquela mesma tarde de Celes, onde fica Bergen-Belsen, e dirigi-me a Bremen (de volta à primeita etapa de minha viagem) e de lá tomei um trem para o porto de Bremerhaven, distante a somente 40min. Desta vez pernoitei em um quarto sozinho no albergue local e, pela manhã, munido do meu farto sanduíche que obtivera a permissão de fazer após o breakfast (frukost em sueco, mas a mesma palavra em alemão), tomei o ônibus para um dos locais mais famosos da cidade, o Museu da Emigração Alemã para o Mundo, que no ano de 2007 recebeu o prêmio de "O Melhor Museu Europeu do Ano".
Nossa bandeira lado a lado com a de outros países que, através dos tempos, receberam emigrantes alemães!
A primeira etapa do diferente museu é o porto, onde os turistas misturam-se literalmente com os emigrantes (bonecos fixos). O clima é tanto carregado de umidade como carregado de emoção tanto por parte "dos que ficam quanto dos que partem". Segundo palavras de Goethe, conformado com a situação de seu país: "O mundo é suficientemente vasto para que nele nos dispersemos".
E Goethe também expressou-se poeticamente:
Ficar, ir; ir, ficar. Agora tanto faz para o homem capaz. Onde produzirmos algo de útil, esse melhor nos serve... No lugar em que as terras aráveis são entregues com fartura ao que trabalhar, lá nos fixemos, lá nos reunamos. Apressai-vos, apressai-vos em emigrar!
A emoção da partida estampada mesmo nos rostos dos bonecos de cera...
Os turistas subimos, então, a bordo, isto é, ao museu que de uma forma moderna e real leva-nos ao passado distante como se o estivéssemos vivenciando. E passamos aos diversos compartimentos do "navio".
Das escotilhas de faz-de-conta olhamos o mar e suas ondas se movendo. E no interior do navio, cheiro de maresia misturado aos ruídos dos motores, ruídos das pessoas, ruídos até de roncos nos dormitórios na tentativa de transportar o visitante à realidade do que foi a emigração.
E transcrevo o que li em um livro sobre os emigrantes para a nossa terra:
Atencão, é hora, é hora de sair pelo mundo afora. Vamos todos para o Brasil! Chamem a preguiçosa da Grete, senão ela se atrasa. Chamem a prima do Krischel, que mora lá no Beco Torto, e o Matias também, pois ele quer participar de tudo! Venham que ainda é tempo, ninguém deve ficar. Depois de amanhã o navio vai zarpar.
Jóca, Jóca, vem comigo, vamos logo para o Brasil. É um país gigantesco! As batatas são do tamanho de um melão! Todos os dias mataremos um leitão e o regaremos com o melhor vinho. As panelas são pequenas para as patas, o fígado e a cabeça! Vamos, Joca, não perca tempo que o navio não espera o vento.
Por que tanta vontade de partir? A grande maioria vem do campo. São famílias e família de camponeses do Velho Mundo procurando no Novo Mundo terras para cultivar e paz para viver. Por isso atendem a anúncios como os que o Governo Imperial Brasileiro faz chegar à Europa:
.
suportavam a exploração dos poderosos barões latifundiários que lá também havia. Era, portanto, o desejo de partir em busca da sobrevivência, aventurar-se por uma vida melhor. O governo brasileiro, por sua vez, tinha interesse nessa vinda. Ele acreditava que a imigração em massa povoaria mais rapidamenteo o território nacional. Também as fronteiras no Sul ficariam protegidas.
Então fotografei a pilha de baús dos emigrantes...
E agora a verdade por trás das fotos que tirei, cujas legendas adptei à história da emigração alemã para o Brasil, papéis amarelados que tirei do fundo do baú...
.
Por certo esta foto não diz respeito à chegada ao Rio de Janeiro, muito menos a São Leopoldo-RS. Todas essas fotos que tirei dizem, sim, respeito à emigração alemã principalmente para os Estados Unidos da América, em anos longínquos ou mais recentes do que o biênio 1824-1825 da imigração e colonização alemã no Rio Grande do Sul (certamente que o tipo de navio, o móbiliário e mesmo a indumentária dos bonecos, idem os baús, denotam um tempo bem mais recente dos que os dois anos mencionados).
Há no museu um cinema estilo antigo - a não ser pelas escadas - onde filmes sobre a emigração alemã são passados. No dia em que o visitei o filme em cartaz enfocava a emigração para a Argentina.
Foto de imigrantes em Buenos Aires.
A moderna tecnologia ajuda os visitantes a localizarem seus ancestrais que emigraram. Ali encontrei um casal alemão que tentava encontrar informações sobre parentes que foram para Santa Catariana. Dependendo do ano em que emigraram, quem sabe foram mais bem-sucedidos do que eu.
*******************
Descendente de alemães que sou, confesso que fiquei um pouco desapontado por praticamente nada encontrar sobre a emigração para o Brasil no ano que eu desejava. Se tivesse tempo teria pesquisado a respeito de levas posteriores às dos meus antecedentes, pois sabemos que a emigração para o Brasil se estendeu por décadas, principalmente após 1890. Um compromisso inadiável no final de minha viagem fazia-me, mais do que nunca, contar o tempo que ainda me restava. Enfim, fiz diversas tentativas de localizar algo, principalmente sobre a família Franke, mas quando digitava o ano em que foram para o Brasil - 1825 - toda a esperança se dissipava, como se estivesse buscando informacão sobre um tipo arca de Noé... Estranho isso, pois estava no Velho Mundo! Quem sabe, então, no museu da emigração em Hamburgo, pensei...
*********
Já à entrada, soube que o Museu Ballin Stadt conta a história da emigração alemã a partir de 1850 (e não de 1824-1825, o que devido à pressa me interessaria em especial). Os antigos pavilhões restaurados e transformados em museu eram os mesmos onde se reuniam os emigrantes para dali partirem para o mundo, mesmo à remota Austrália.
Em todo o lugar à volta dos pavilhões posters modernos mostrando antigos emigrantes.
O bilhete de entrada aos pavilhões os mostram em vista aérea.
Entre 1850 e 1939, mais do que cinco milhões de pessoas emigraram especialmente para os Estados Unidos da América via Porto de Hamburgo.
Outra sala do museu.
Casa da Feitoria do Linho-Cânhamo (1788), primeiro abrigo dos imigrantes alemães, chegados em 25.07.1824, e fundadores de São Leopoldo.
O livro de Carlos H. Hunsche, adquirido por ocasião de minha visita ao referido museu e que pelas suas exatas informações - incluindo a lista dos passageiros das primeiras levas de imigrantes - me serviu de eficiente bússula para chegar às raízes de nossa família na Alemanha (abaixo, veja o link respectivo da postagem no meu blog).
__________________________
L i n k s:
Museu Histórico Visconde de São Leopoldo:
E-mail:
Sites:
http://www.museuhistoricosl.com.br/index.cfm
http://www.sindileo.com.br/museu.html
**************
Leia "Minhas raízes na Alemanha"
(Fui à Alemanha em 2000 em busca de minha raízes - e as achei!!)
http://paulofranke.blogspot.com/2006/07/minhas-razes-i.html
Uma "outra história de família" ... Quando vivíamos na ilha de Åland no início dos anos 90, vindo a Helsinki, onde hoje vivemos, compramos um naquele tempo video de presente para o meu filho Aaron. Como na ilha se falava o idioma sueco, Aaron (10) na escola aprendeu a falar o sueco e não o finlandês. Quando olhou o video percebeu: "É em finlandês! Como vou entender o que eles falam??" E o video ficou simplesmente guardado. Anos mais tarde, com a chegada de netinhos e dois deles vindo do Brasil como "imigrantes", começando a aprender o finlandês na escola, deliciavam-se a assistir ao video Fievel Matkalla Amerikkaan (Fievel em viagem para a América), no qual o diretor Steven Spielberg conta em desenho animado a história de uma família de ratos judeus que morava na Rússia e emigrava para a América, baseada em parte à história de sua própria família. Recomendo, pois deve haver em DVD. Ouça a bela música-tema:
http://www.youtube.com/watch?v=u-Y6spq7sEI&feature=related
************
Próxima postagem:
De trem pela Europa 12 - Dinamarca e Suécia
6 Comments:
Olá!
Acabei de ler a ultima postagem, muito interessante a viajem...achei interessante a bandeira do Brasil estar na porta do museu, junto as outras bandeiras, aliás, muito interessante o museu em si, como seus bonecos de cera reproduzindo alguns dos sofridos momentos que os imigrantes alemãs passaram ao longo de suas jornadas. Me chamou a atenção o chamado do governo imperial brasileiro para os imigrantes, descrevendo um Brasil farto e rico, de alimentos, riquezas e belezas.
Gostei muito da foto de Chaplin e Purviance no meio do texto, já assisti ao filme O Imigrante, outra das preciosas obras de Carlitos.
Parabéns pela excelente postagem.
Grande abraço.
By Anônimo, at quarta-feira, agosto 20, 2008 7:08:00 PM
De uma fã de Chaplin:
ჱܓCarla Marinho:
eu vi, nossa essa tua viagem foi muito massa. inveja boa danada. o museu é tudo.
By paulofranke, at domingo, agosto 24, 2008 2:49:00 PM
Benedita Girgel:
É Paulo, ler e ver seu blog é viajar no tempo e espaço. Imagineoi meus avós embarcando naquele navio em 1824, pena que não os conheci para localizá-los nas fotos (como se isso fosse possível)! Sic!
By paulofranke, at domingo, agosto 24, 2008 4:10:00 PM
Paulo, já que vc teve oportunidade de ir atrás de suas raízes, me tira uma dúvida. Sei que tenho sangue judaico pelo pouco que consegui pesquisar e pela minha atração pela cultura deles. Meu pai era de Pelotas, descedente até onde sei, de portugueses, franceses e por parte de mãe, espanhóis. Pouco ante dele falecer, ele disse para minha surpresa, que o avô materno dele viera de Israel(séc. XIX )e cujo nome era Jacob Schwartzberg ( não sei se é assim que se escreve). Pela pronuncia dele, seria chuatzibarguer). Estranhei, porque este nome embora judaico, não é Alemão? Fico pensando se tb não descendo de alemães.Tenho muita dificuldade tal como vc, de descobrir algo sobre, pois no meu caso, talvez eu esteja indo por caminhos errados.
abraços,
lourdes mendes carvalho
By Unknown, at sábado, abril 25, 2009 7:10:00 PM
Desculpe-me, Lourdes, pareco mas não sou tão entendido no assunto a que se refere. Esperei para responder-lhe pensando que no meio tempo algum leitor responderia para você, sanando de alguma forma sua dúvida. aBRaco!
By paulofranke, at domingo, janeiro 31, 2010 9:35:00 AM
Adorei sua pesquisa, sua aventura.
Em abril de 2011 vou para alemanha fazer oque você fez "Ir em busca de minhas raizes".
Estou preocupada, percebo que é bastante dificil fazer pesquisa na alemanha.
Abraços
Maria Aparecida Granemann
Email: mapgranemann@gmail.com
By Anônimo, at segunda-feira, agosto 02, 2010 3:38:00 AM
Postar um comentário
<< Home