Cantando Chopin e Beethoven no Campo de Prisioneiras
Em 1998, em São Paulo, como editor do jornal salvacionista "Brado de Guerra - contra todo o mal" (hoje revista RUMO), chegou-nos da Holanda o exemplar do Strijdkreet com um artigo que desejei muito publicar. Nossa voluntária Carla Wilderboer concordou em traduzi-lo para que muitos leitores fossem edificados com a tocante história. É meu prazer publicá-la 12 anos depois, com o mesmo intuito: a bênção e inspiração dos meus caros leitores - não mais do meu jornal mas do meu blog - tenham ou não assistido ao filme
CANTANDO PARA SOBREVIVER
Helen Colijn escreveu um livro sobre mulheres que durante a Segunda Guerra Mundial cantaram para manter o ânimo enquanto prisioneiras em um campo japonês. O Coral de Haarlem Malle Babbe, da Holanda, lançou um CD com as músicas que cantavam e Bruce Beresford ganhou um Oscar da Academia de Cinema de Hollywood pelo seu filme Paradise Road (Um Canto de Esperança).
Os pais de Helen moravam em Java, Indonésia; seu pai trabalhava na Shell. No seu último ano escolar, Helen morou na Holanda com o seu avô, conhecido primeiro-ministro Colijn. Na hora da refeição costumavam ler a Bíblia e um livro devocional, orando após, momento sagrado a cada manhã.
Após os estudos, Helen foi com sua irmã Antoinette em férias para a Indonésia e o plano era, três meses depois, retornarem à Holanda. Foi quando a guerra irrompeu na Europa e em toda a Ásia.
Depois do ataque a Pearl Harbor, sua mãe foi parar em uma prisão na ilha de Tarakan. Seu pai escapou e foi ao encontro das filhas em Java. Juntos tentaram viajar para a Austrália, mas o navio em que viajavam foi bombardeado pelos japoneses e os que escaparam capturados. Seu pai não sobreviveu na prisão dos homens e as meninas ficaram presas junto com as mulheres.
No final de 1943, duas mulheres inglesas, Margaret Dryburgh e Norah Chambers, tiveram uma brilhante idéia. Margaret era uma missionária com muito talento musical e Norah uma dirigente de coral que havia estudado violino, piano e canto durante um ano na Academia Real de Música de Londres.
Margaret faleceu no dia 21 de abril de 1945 e foi sepultada em um cemitério perto do campo, sob as palmeiras. Mais tarde, Norah escreveu em seu diário: "Ela foi admitida no hospital e poderia ter melhorado, mas, como muitas outras pessoas, estava fraca demais e por isso não houve chance de recuperação. Ao visitá-la, ela me reconheceu e tentou falar. Tentou repetir o seu salmo preferido, o 23, o que eu fiz por ela tão bem quanto pude."
A sua fé em Deus, a segurança de que Ele estava ao seu lado e que tudo terminaria bem foram as motivações do seu trabalho. Ela queria mostrar para si mesma e para as outras pessoas um vislumbre do céu em uma situação de violência, no que obteve sucesso. A sua história trata da força da fé, a força que ajudou os sobreviventes do campo, anos depois, a perdoar os seus inimigos.
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Links
Trailer do filme:
http://www.metacafe.com/watch/4195407/paradise_road_movie_trailer/
Outra história ligada a Haarlem, Holanda
(Corrie ten Boom)
http://paulofranke.blogspot.com/2008/08/de-trem-pela-europa-9-haarlem-holanda.html
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Próxima postagem:
O Schindler japonês, que salvou centenas de judeus.
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1 Comments:
Recordo-me de ter assistido em algum filme pessoas cantando dentro de um vagão em direção a campos de concentração ou algo assim, para morrer, faz tempo e não recordo exatamente como foi e qual filme foi, só lembro que era uma cena comovente.
Abraço
By João Guilherme, at domingo, novembro 28, 2010 4:46:00 AM
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