G.ABADIE, homem de Deus, na 2a Guerra Mundial/ 3
Continuação...
O jovem capitão salvacionista Gilbert Abadie
Se quisessem, as pessoas poderiam zombar de minha ingenuidade, mas eu saí para a batalha com a certeza de que minha hora final não havia chegado. Eu deveria ter sido morto porque fiz tudo que provavelmente levar-me-ia à morte. Mas não espere de mim relatar aquele episódio do qual um de meus antigos soldados falou-me a respeito somente há bem pouco tempo.
Acaso ou não, as antigas palavras do salmista foram confirmadas pelo que aconteceu. Mais de trinta anos são passados e eu ainda estou vivo. Levando em consideração tudo o que é irracional na minha convicção, eu ainda acredito que aquela curta passagem das Escrituras foi-me dada misteriosamente. Eu não a havia sublinhado como resultado de uma leitura prévia. Nela eu nunca meditara, muito menos ouvira um pregador mencioná-la. Mas como Shakespeare fez Hamlet falar: "Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, do que sonha a tua filosofia".
Embora tenha resistido ao inimigo e recusado entregar-me, o forte do regimento de infantaria ao qual eu pertencia foi finalmente obrigado a aceitar ser feito prisioneiro de acordo com os termos do armísticio a respeito de tropas cercadas. A ordem nos veio no dia 30 de junho e tinha que se tornar efetiva no dia seguinte. Todas as armas deveriam ser deixadas de lado e os homens deveriam seguir a pé para Hagenau para se tornarem prisioneiros nas barracas daquela pequena cidade.
Devo confessar que eu estava coberto de indignação e rebeldia quando ouvi as novidades. Eu nada sabia do chamado da convocação do General de Gaulle de 18 de junho, seu nome sendo desconhecido para mim naquele tempo. Eu sabia apenas que a Grã-Bretanha continuava a lutar.
Durante muitos anos de minha vida eu tinha procurado, por reflexão baseada em oração, descobrir qual era a vontade divina para mim. Naquele 30 de junho, aflito, pressionado pelo tempo, eu sequer pensei no assunto. Minha única ansiedade era saber se eu tinha o direito de desertar meus homens uma vez ciente da instrução recebida dos alemães que estabelecia que durante a longa marcha de trinta quilometros no dia seguinte os oficiais acompanhariam as tropas.
Procurei imediatamente ter uma entrevista com o Tenente-Coronel Schwarz, que me recebeu no seu posto de comando subterrâneo na fortificação de Hochwald. O coronel, que como soldado havia sido severamente ferido na Primeira Guerra Mundial, recebeu meu pedido favoravelmente. Seu único pesar, contou-me, era que suas responsabilidades não permitiam com que escapasse também.
Depois que o deixei, voltei à Floresta de Kirchberg, onde minha companhia havia acampado desde o armistício, a fim de preparar minha partida. Como tomara conhecimento de minhas intenções eu próprio não imaginava, mas alguém perguntou-se se poderia acompanhar-me. Seu alvo era escapar do cativeiro e reunir-se à sua esposa e filhos em Charantes. Aceitei sua sugestão mais prontamente desde que me dissera que conhecia bem a região, especialmente os caminhos da floresta que deveríamos tomar durante a noite, a última noite antes da rendição.
Então, algo inesperado aconteceu. Eu estava ocupado queimando meus papéis, enterrando meu revólver e escolhendo o que eu carregaria na minha mochila, todo o tempo pensando no meu futuro. Possivelmente eu precisaria atravessar a França e passar a fronteira espanhola antes de chegar a Londres, onde meu conhecimento de inglês certamente facilitaria a minha integração em uma unidade de luta. Mas enquanto dava asas à minha imaginação, pouco a pouco conscientizei-me de uma voz interior que repetia as palavras "Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que executam planos que não procedem de mim ."
As palavras tinham uma entonação bíblica, mas eu não me lembrava de tê-las lido ou ouvido antes. Enquanto eu continuava com minha preparação, veio fortemente à minha mente o fato de que eu não havia procurado saber se eu tinha a aprovação divina para os meus planos. Eu não havia refletido em quietude para saber se minha partida para a Inglaterra era o requerido de mim. E todo o tempo aquelas mesmas palavras martelavam no meu subconsciente onde, sem dúvida, haviam estado adormecidas por muitos anos.
Embora tenha resistido ao inimigo e recusado entregar-me, o forte do regimento de infantaria ao qual eu pertencia foi finalmente obrigado a aceitar ser feito prisioneiro de acordo com os termos do armísticio a respeito de tropas cercadas. A ordem nos veio no dia 30 de junho e tinha que se tornar efetiva no dia seguinte. Todas as armas deveriam ser deixadas de lado e os homens deveriam seguir a pé para Hagenau para se tornarem prisioneiros nas barracas daquela pequena cidade.
Devo confessar que eu estava coberto de indignação e rebeldia quando ouvi as novidades. Eu nada sabia do chamado da convocação do General de Gaulle de 18 de junho, seu nome sendo desconhecido para mim naquele tempo. Eu sabia apenas que a Grã-Bretanha continuava a lutar.
Durante muitos anos de minha vida eu tinha procurado, por reflexão baseada em oração, descobrir qual era a vontade divina para mim. Naquele 30 de junho, aflito, pressionado pelo tempo, eu sequer pensei no assunto. Minha única ansiedade era saber se eu tinha o direito de desertar meus homens uma vez ciente da instrução recebida dos alemães que estabelecia que durante a longa marcha de trinta quilometros no dia seguinte os oficiais acompanhariam as tropas.
Procurei imediatamente ter uma entrevista com o Tenente-Coronel Schwarz, que me recebeu no seu posto de comando subterrâneo na fortificação de Hochwald. O coronel, que como soldado havia sido severamente ferido na Primeira Guerra Mundial, recebeu meu pedido favoravelmente. Seu único pesar, contou-me, era que suas responsabilidades não permitiam com que escapasse também.
Depois que o deixei, voltei à Floresta de Kirchberg, onde minha companhia havia acampado desde o armistício, a fim de preparar minha partida. Como tomara conhecimento de minhas intenções eu próprio não imaginava, mas alguém perguntou-se se poderia acompanhar-me. Seu alvo era escapar do cativeiro e reunir-se à sua esposa e filhos em Charantes. Aceitei sua sugestão mais prontamente desde que me dissera que conhecia bem a região, especialmente os caminhos da floresta que deveríamos tomar durante a noite, a última noite antes da rendição.
Então, algo inesperado aconteceu. Eu estava ocupado queimando meus papéis, enterrando meu revólver e escolhendo o que eu carregaria na minha mochila, todo o tempo pensando no meu futuro. Possivelmente eu precisaria atravessar a França e passar a fronteira espanhola antes de chegar a Londres, onde meu conhecimento de inglês certamente facilitaria a minha integração em uma unidade de luta. Mas enquanto dava asas à minha imaginação, pouco a pouco conscientizei-me de uma voz interior que repetia as palavras "Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que executam planos que não procedem de mim ."
As palavras tinham uma entonação bíblica, mas eu não me lembrava de tê-las lido ou ouvido antes. Enquanto eu continuava com minha preparação, veio fortemente à minha mente o fato de que eu não havia procurado saber se eu tinha a aprovação divina para os meus planos. Eu não havia refletido em quietude para saber se minha partida para a Inglaterra era o requerido de mim. E todo o tempo aquelas mesmas palavras martelavam no meu subconsciente onde, sem dúvida, haviam estado adormecidas por muitos anos.
Continua...
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