Paulo Franke

21 maio, 2011

À Sombra Sinistra do NAZISMO - 2


Em 1930, o Graf Zeppelin, orgulho dos alemães, visitou Helsinki. Em conexão com essa visita à Finlândia, foi emitido um selo comemorativo e 8.500 cartas e postais foram enviados à Alemanha pelo "gigante dos ares" (Museu dos Correios).



Algumas cidades brasileiras puderam admirar o Graf Zeppelin em sua passagem pelo Brasil. Na foto de 29.06.34, sobrevoa a cidade gaúcha de São Leopoldo, berço da colonização alemã que foi iniciada no biênio 1824-1825 no Rio Grande do Sul.



Pelotas-RS guarda na sua memória a passagem do "gigante dos ares" que sobrevoou sua zona central, atraindo milhares de pessoas, muitas delas quem sabe meus parentes naquele ano de 1934. Nove anos depois, a "cegonha" visitou a casa de meus pais... eu nasci.



Na coleção que herdei de meu saudoso pai, selos da Alemanha nazista.

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Em 1945, Ruben Martin Berta era o mais antigo
funcionário da VARIG, na qual começou a trabalhar
desde os 19 anos. Em 1941, quando o Brasil tomou posição
ao lado dos aliados, durante a II Guerra Mundial,
Otto Ernst Meyer, fundador e primeiro presidente
da empresa, levando em conta sua origem germânica,
decidiu renunciar à presidência, temendo possíveis
dificuldades. Rubem Berta foi então eleito o
novo presidente, dando um grande impulso
ao crescimento da empresa. (Google)


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A atriz alemã Marlene Dietrich (1901-1992) foi uma convicta anti-nazista. Destacou-se como a artista de Hollywood que mais vendeu bônus de guerra (war bonds). Apresentou-se às tropas americanas e aliadas na Inglaterra, França, Itália e Algéria. Em 1947, foi agraciada com a Medalha Presidencial da Liberdade, dos EUA, e foi homenageada pelo governo francês com a Légion d'Honneur pelo seu trabalho na guerra.

Morreu em Paris, com 90 anos, e foi enterrada em Berlim no cemitério
Friedenan, perto da sepultura de sua mãe e não distante do lugar
onde nasceu. Em 2001, quando visitei Berlim pela primeira vez, sendo hospedado em uma instituição social do Exército de Salvação (Die Heilsarme) perto desse cemitério, fotografei sua simples sepultura. Infelizmente, minha foto "queimou", portanto a foto que publico foi conseguida através do Google.



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Os nazistas etiquetavam a arte e a música judias e negras como degeneradas. Esta gravura apresenta um músico de jazz negro com a estrela de Davi, símbolo judaico, presa à lapela, para escárnio de ambos (extraído de um jornal da década de 60).



Praticamente nada sei acerca do movimento Rearmamento Moral, no entanto nunca me esqueci da apresentação do grupo Sing Out Deutschland, ligado a ele, na cidade de Joinville-SC, minha primeira nomeação, em 1966. Uma das músicas de mais sucesso do coral era: "Deus tem uma pele/ Qual a cor de sua pele?/ Eu digo branca, vermelha, preta, seja qual for/ Todos são iguais aos olhos do Senhor!" e também "Viva a gente, vocês poderão conhecer montes de gente, a melhor espécie de ser/ Se mais gente quisesse cuidar de gente no porvir/ Existiria menos gente difícil e mais gente com coração". Nas décadas seguintes, eu participava dos musicais salvacionistas "Gente de Jesus" e "Espírito"(Larsson-Gowans), que muito se assemelhavam ao Sing Out na sua coreografia e modo de se apresentar, certamente copiados dos musicais da Broadway.

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O líder internacional do Exército de Salvação no início da década de trinta, General Carpenter, aparece nesta foto em visita à Alemanha quando o nazismo começava a ser sendo introduzido no país. Alguns anos depois dessa visita, o Heilsarme foi proibido do uso de seu uniforme e da celebração de reuniões evangelísticas. Mesmo banido de diversas formas, os salvacionistas mantiveram sua fé e tão logo a guerra terminou voltaram às suas atividades tanto nas áreas espirituais quanto sociais.
.

O episódio "Os nazistas", uma lição da história, apresentado pela BBC2 na década de noventa, inclui uma citação de Hitler. Quando ele soube que um de seus tenentes estava aborrecido com a forma bárbara pela qual a Polônia estava sendo purificada de alemães não-étnicos, afirmam que o Fuhrer disse: "Não podemos querer ganhar a guerra usando os métodos do Exército de Salvação!" (The Salvationist)

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Das páginas amareladas do exemplar que possuo de Seleções, de maio de 1943, ano em que nasci, uma propaganda da Kodak: "O soldado escreve uma carta numa folha de papel do tamanho habitual. A carta é fotografada em microfilme Kodak e, acompanhada de milhares de outras - 85.000, que pesariam 1.000kgs. ficam reduzidas a 10kgs. quando microfotografadas. Nos EUA a carta é fotografada e restituída ao seu tamanho natural, fechada no envelope e remetida aos parentes e amigos. Foi a Kodak que imaginou e realizou o processo da Mala Aérea V" (outros "comerciais" da época serão publicados nas seguintes postagens da série).



A cidade alemã de Frankfurt am Main foi bombardeada pelos aliados e 5.500 cidadãos foram mortos. O famoso centro medieval foi totalmente destruído. Após a guerra a reconstrução foi feita em estilo moderno e simples. Apenas poucos edifícios foram reconstruídos de acordo com o modelo histórico (foto)



De passagem por Frankfurt am Main, ao fazer escala para o Brasil em um dos maiores aeroportos da Europa, no coração da Alemanha, fiz amizade com um judeu que procedia de Israel e se dirigia a Nova York. Outros tempos...

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Uma amiga do Orkut cedeu-me esta foto em que, em um dia gélido em uma cidade do leste europeu, é fotografada junto a uma placa onde constam nomes de campos de concentração, alguns visitados por ela, como Dachau. Os dois primeiros da lista, Auschwitz e Bergen-Belsen foram os que visitei, inclusive Treblinka que não consta na placa (ver minhas postagens sobre as visitas a esses três campos procurando através do Índice de todos os meus tópicos)

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O DIA D - uma vitória interior nas praias da Normandia.

Entre os milhares que estiveram nas praias do norte da França no dia 6 de junho de 1984, lembrando-se daqueles que deram suas vidas no conflito estava Ruth, que perdeu um irmão na batalha. Leia sua história.

Tomando sol à beira da praia, Ruth notou que um homem debatia-se, em dificuldade, no mar. Seus conhecimentos de enfermagem fizeram com que o acudisse prontamente, sem mesmo refletir sobre o fato de que era uma pessoa do reduzido número de ingleses no meio de uma multidão de banhistas alemães. Assim, nadou até o local e conseguiu, com certa dificuldade, puxar o homem para a praia, iniciando logo os primeiros-socorros.

Entre os que a rodeavam, adiantou-se a ajudá-la um médico inglês que de imediato concluiu que não havia mais esperanças para o homem. Ruth, no entanto, não desanimou e continuou tentando salvar aquela vida enquanto muitos pensamentos vieram-lhe à mente.

Aquele homem, um alemão, aparentava ser da mesma idade de seu irmão que morrera na guerra e, de alguma forma, era um representante daqueles que direta ou indiretamente, haviam causado tanta desgraça ao mundo, semeando ódio e amargura em tantos corações, inclusive no seu.

Vendo-a aquietar-se e baixar a cabeça por um momento, o médico perguntou-lhe: "O que você está fazendo?" "Estou orando", respondeu Ruth. Ali, naquela praia, ergueu o seu coração a Deus e falou: "Descanse em paz, meu jovem! Eu o perdôo." Naquele momento, como contou-me mais tarde, uma grande sensação de paz, uma paz que permanece até o dia de hoje, apossou-se dela.

Ruth compareceu às celebrações dos 40 anos do Dia D sem amargura ou rancor. Ambos os seus "irmãos", o inglês e o alemão, estão descansando em paz. Foi, naturalmente, um dia triste e comovente para Ruth, mas também um dia em que se lembrou de sua vitória, uma poderosa vitória que foi ganha no seu íntimo.

Jesus ensinou-nos a orar, dizendo: "Perdoa-nos... assim como nós perdoamos..." Que poderosa corrente sanadora haveria no nosso mundo se a oração de Jesus, que Ruth conseguiu fazer, pudesse ser sinceramente proferida por cada um de nós!

Coronel Rhys Dumbleton - The War Cry - Inglaterra

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L i n k s


Sob a sinistra sombra do nazismo - 1

http://paulofranke.blogspot.com/2011/01/sombra-do-nazismo-1.html


"Quando a Segunda Guerra Mundial começou..."

http://paulofranke.blogspot.com/2008/11/quando-segunda-guerra-comecou-ajcronin.html


Visita a Nuremberg, ao local do julgamento e à tribuna Zeppelin, onde Hitler proferia seus inflamados discursos e havia grandes desfiles às "glórias" do nazismo:


http://paulofranke.blogspot.com/2008/07/de-trem-pela-europa-4-nuremberg.html


A primeira vez que visitei Berlim - às ruínas do quartel da Gestapo, à sinagoga central em ruínas etc.

http://paulofranke.blogspot.com/2009/11/primeira-visita-berlim-os-20-anos-da.html


A segunda vez que visitei Berlim - ao monumento ao Holocausto, próximo ao Portão de Brandemburgo, local onde Hitler fazia suas "triunfais" paradas.

http://paulofranke.blogspot.com/2008/07/de-trem-pela-europa-2-berlim-alemanha.html


Lista de parte de minhas postagens sobre o Holocausto (o Índice de todos os meus tópicos fornecerá os títulos das mais recentes):

http://paulofranke.blogspot.com/2009/05/minhas-postagens-sobre-o-holocausto.html

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Próxima postagem ( aos meus amigos cinéfilos) :

Hollywood Stars Crianças - 3 (Jeff Chandler e Robert Wagner)

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