"Lançar o pão sobre as águas" - já experimentou isso?
O trabalho abnegado que realizaram no Brasil é conhecido por todos. E o fato de seus cindo filhos estarem no caminho do Senhor testemunha muito bem a respeito deles. Em 1999, quarenta e seis anos depois que chegaram ao Brasil, fomos chamados por Deus para trabalhar na Finlândia. Poucos anos depois nossas duas filhas casados uniram-se a nós. Por um bom tempo eu comentava da matemática de Deus, retribuindo os seis missionários finlandeses que foram para o Brasil com os seis que vieram do Brasil trabalhar na Finlândia. Hoje esta estatística está desatualizada, pois somos mais do que dez brasileiros a trabalhar no ES finlandês, sem mencionar as criancas, o que soma a cerca de vinte.
Gosto deste enfeite na minha estante, que para mim simboliza a dureza da obra de Deus na Finlândia e que prova que não viemos para cá como "turistas" ou aventureiros, embora seria injusto não mencionar as bênçãos e alegrias. Uma outra postagem quem sabe mostraria o campo congelado espiritualmente onde atuam as igrejas. Muitos pastores, pela falta de resultados, entram em depressão. Muitos membros da Igreja Luterana a cada ano retiram o seu nome do rol da igreja... e não se assustem: aos milhares! A pomba, símbolo do Espírito Santo, dá o toque de esperança do cumprimento de diversas profecias de que um poderoso avivamento novamente varrerá a nação.
Em 1929, o japonês Teruji Wakai emigrou com sua família para o Brasil. Sua história, que nos foi contada por ele quando eu era seminarista, tocou-nos profundamente pelos lances dramáticos que envolveram a sua conversão a Cristo no Exército de Salvação. Resumindo, o que talvez em outra ocasião eu conte com mais detalhes neste blog, hoje seus netos pregam o Evangelho animadamente no Japão, sendo reais vasos de bênçãos, apesar do solo duro para o cristianismo, agravado pelo recente tsunami que abalou a nação.
Esta foto minha, conhecida por muitos leitores do meu blog, ao lado de Victoria Chaplin, filha de Charles Chaplin, está no contexto de "lançar o pão sobre as águas". Muitos já têm lido minha postagem (link abaixo) que conta como a encontrei e nossa conversa que girou em torno de nossos pais, o dela, o famoso Carlitos, e o meu, um admirador de Chaplin que levava seus filmes mudos para os meninos do Lar de Meninos de Pelotas - em um tempo quando nem se sonhava com TV - para as dezenas de meninos internos se divertirem. E eu, menino, que sempre o acompanhava, lembro-me de que o teto da grande sala onde eram projetados os filmes quase "vinha abaixo" com as gargalhadas da gurizada!!
A filha do diretor da época, Marli Spieker, uma mulher que fundou o Projeto Hanna em defesa da mulher oprimida em muitos países, relembrou-me faz pouco do que seu pai repetia: "Pedi, e 'Darcy' vos dá!", com certeza grato pela ajuda sistemática que meu saudoso pai, Darcy Franke, dava ao orfanato. Depois daqueles diretores, assumiram a direção do Lar de Meninos aqueles que viriam a ser os meus sogros. Resumindo, meu pai "lançou o pão sobre as águas" e mais tarde foi "achado": tornei-me salvacionista, casei-me com uma filha de oficiais missionários, meus filhos e netos, seus netos e bisnetos, estão firmes no trabalho de Deus aqui e no Brasil e tantas evidências de que também a versão de A Bíblia viva "funciona": "Seja generoso porque o que você der a outros acabará voltando para você" (Eclesiastes 11:1).
Acima, uma foto recente do Lar de Meninos do Exército de Salvação, situado no bairro das Terras Altas, em Pelotas-RS. O Lar é dirigido pelos colegas Paulo e Claudete Swartele e seu bom trabalho tem repercutido por toda a cidade. Mas, lembrem-se, leitores que porventura lerem esta postagem e vivam na "Princesa do Sul". Já dirigi dois orfanatos semelhantes e sei por experiência própria que para manter uma obra dessas faz-se necessária a ajuda constante da comunidade.
E continuando com histórias de "lançar o pão sobre as águas" - desinteressadamente e com amor - no início deste ano, através da Internet, uma jovem procurou no Google "Brasileiros na Finlândia" e, de alguma forma, entramos em contato, surpresos pelo fato de que, no grande Brasil, éramos da mesma cidade. Chegando poucos meses mais tarde a Helsinki para fazer seu doutorado, acompanhou-a seu jovem esposo. Tornamo-nos amigos desde o primeiro encontro. Mesmo sabendo que não eram jovens necessitados materialmente, mesmo assim os conduzi ao Exército de Salvação em Helsinki e obtive ajuda material para eles: pães, laticínios, enlatados, minha sogra deu-lhes lençoes, e ainda receberam de um departamento ajuda financeira (afinal, para quem vem com Reais para terras do Euro, toda ajuda é bem-recebida!).
A amizade com meus filhos e netos que vivem em Helsinki foi quase automática e divertiram-se muito em visitas e passeios (fui com eles a Israel!). Enfim, o jovem casal, que inclusive pregou e cantou em cultos na igreja sueca que minha filha dirige, depois de quase cinco meses, voltou para a nossa cidade natal deixando muita saudade de ambos os lados.
Um dia nosso amigo contou-nos: seu pai, que trabalha há muitos anos no Ceasa, em Pelotas, durante um tempo costumava levar doações de frutas semanalmente ao Lar de Meninos. Posso imaginar o que aquela doação sistemática terá significado para o Lar!! Fiz logo a conexão, o que meu amigo prontamente concordou: "Teu pai 'lançou o pão sobre as águas' e vocês, anos mais tarde, o acharam, aqui na Finlândia!"
E, para concluir, mostro a foto que tirei em Israel no ano passado, a terceira vez em que Deus me deu a oportunidade de visitar a Terra Santa. A foto é de uma "Cozinha para os Necessitados", que se situa em frente ao Muro de Lamentações. Naquela viagem, fiquei retido em Israel por quatro dias pelas cinzas do vulcão islandês. Nervoso por verificar que meus remédios estavam acabando e também o meu dinheiro, um jovem casal finlandês hospedado no mesmo hostel que eu prontamente ajudou-me com dinheiro e com uma sacola de mantimentos de que, disseram-me, não iriam precisar... (Conto a experiência no link respectivo, abaixo)
Emocionado com a ajuda recebida inesperadamente de pessoas que nem conhecia, senti Deus falar-me que o que acontecera era parte do "lançar o pão sobre as águas" que tenho exercido, com minha esposa e valorosos voluntários, a cada semana, faça calor ou frio, apareça o sol ou caia a neve. Dezenas de pessoas são ajudadas no Corpo do Exército de Salvação que dirigimos, igreja centenária na cidade de Hämeenlinna (fotos).
Na hora em que eu me vi - até um tanto assustado - na condição de um necessitado, Deus interveio por meio de desconhecidos que foram movidos para ajudar-me.
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"Não nos cansemos de fazer o bem, pois a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos"
(Gálatas 6:9)
Porém, ainda que ser cristão genuíno envolva o sermos caridosos, a exemplo do bom samaritano da parábola de Jesus, e dos preciosos conselhos da epístola de Tiago, cremos firmemente que não são as obras que nos salvam, mas sim a graça de Deus ( Efésios 2:8-9), e somos justificados não por obras da carne, mas pela fé em Jesus, o Filho de Deus.
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L i n k s
Prosperidade - uma palavra muito oportuna sobre o assunto:
http://paulofranke.blogspot.com/2007/01/uma-palavra-muito-oportuna.html
Àqueles que ainda não leram sobre meu encontro com Victoria Chaplin:
http://paulofranke.blogspot.com/2006/07/ele-era-importante.html
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Preso pelas cinzas do vulcão islandês no ano passado, uma experiência quase de suspense mas abençoada em Israel:
http://paulofranke.blogspot.com/2010/05/v-israel-das-cinzas-do-tempo-as-cinzas.html
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Se você quiser dar o seu testemunho, relatando a sua experiência no "Lançar o pão sobre as águas" - desde que não fuja do assunto - pode fazê-lo nos comentários.
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Próximas prostagens:
Gilbert Abadie, homem de Deus, na Segunda Guerra Mundial.
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2 Comments:
"... me emocionei lendo o blog, exatamente isso, posso citar a passagem de Hebreus 11 - que pela fé homens de Deus andaram e não viram concretizar o seu bom testemunho vers.39, mas nós somos esse testemunho do pão que eles lançaram sobre as águas em FÉ!"
Selma Iung Wakai
Japão
By paulofranke, at quarta-feira, junho 15, 2011 10:05:00 AM
Ontem mesmo minha mãe falou que a primeira vez que viu vc foi em Pelotas, acho que em 62... Ela entrou em algum lugar pra aquecer minha mamadeira e vc estava sentado cantando e tocando violão, a música era BENDITA HORA DE ORAÇÃO. Ela disse que nunca mais esqueceu este momento tão sublime. Eu tinha apenas dois anos... e hoje peço suas orações benditas... Isso me fez lembrar de seu blog, "Lançando o pão sobre as águas... naquele momento vc o estava lançando, cantando aquela música e eu ainda uma criança, e hoje depois de tanto tempo peço suas orações. Nosso DEUS é maravilhoso mesmo!!!
Rejane
Rio Grande-RS
By paulofranke, at domingo, junho 19, 2011 10:25:00 AM
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