Paulo Franke

27 janeiro, 2012

I - AERONAVES e suas tantas histórias... tantas!


Uma mostra de fotos dessas incríveis máquinas voadoras, algumas carregadas de nostalgia...



... que nos fazem voltar ao tempo de menino e tê-las como enfeites especiais em minha sobrecarregada estante de lembranças de viagem.



Mas também na nossa memória, do tempo quando pensar em viajar de avião era algo tão remoto, um sonho guardado em bagagens da imaginação somente (foto que tirei de uma vitrine em Oslo).



As velhas revistas e os velhos filmes eram tudo o que tínhamos, e um fio de esperança de um dia realizar nossos sonhos.

Finalmente encontrei algo que há muito procurava, um texto sobre a SAVAG, cujos aviões vi tantas vezes decolar e aterrissar no pequeno aeroporto de minha terra natal!

O pós-guerra foi marcado pela expansão da aviação regional no Brasil. Em janeiro de 1947, Augusto Otero e Gustavo Kraemer, com o apoio das Indústrias Leal Santos, compraram três aeronaves Lockheed Lodestar da Empresa Aérea Cruzeiro do Sul. Foi o início das operações da Savag (Sociedade Anônima Viação Aérea Gaúcha), empresa fundada por eles, na cidade de Rio Grande, no ano anterior. Dois acidentes, porém, marcaram tragicamente a história da Savag. O primeiro, ocorrido em 1949, deixou oito mortos. O Lodestar PP-SAC caiu logo após decolar de Pelotas. O segundo, em 1950, ocorreu em São Francisco de Assis. O Lodestar PP-SAA, voando baixo devido ao mau tempo na rota Porto Alegre-São Borja, acabou batendo em uma árvore. Entre os 12 mortos estava Gustavo Kraemer, um dos fundadores da empresa. Nesse segundo acidente morreu também o senador e primeiro Ministro da Aeronáutica Joaquim Pedro Salgado Filho, que hoje empresta seu nome ao Aeroporto Internacional de Porto Alegre. Enfraquecida, e operando somente uma linha entre a capital gaúcha e Curitiba, em 1966, a Savag foi incorporada à Cruzeiro do Sul.
Extraído do site Almanaque Gaúcho - Ricardo Chaves com Luís Bissigo




Na pequena foto, de 1973, dou um adeus à Finlândia antes de embarcar em um avião da Finnair sem imaginar que viveria neste país os últimos anos de minha vida! E minha família embarcando em um Jumbo da TAP no aeroporto de Viracopos quando fomos viver em Lisboa, em 1978.


No tempo dos meus "álbuns de viagem": em 1977, nossa primeira viagem aos Estados Unidos, quanto eram emitidas "passagens de papel" com diversas vias em carbono, que iam sendo destacadas à medida que cumpríamos nosso roteiro de viagem.












A primeira vez que voei foi em um Beechcraft da FAB, talvez o mesmo modelo que aparece nas cenas finais de "Casablanca", famoso filme que ganhou em 1943, ano em que nasci, o Oscar de melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado.














E no início da adolescência o grande filme sobre iminencia de desastre aéreo - um tema fertil mais tarde - foi "Um fio de esperança" (The Power and the Mighty), do ano 1954, um dos primeiros em CinemaScope que assistíamos no cinema e líamos a história na revista Filmelândia.












A aeromoça Doris Day no filme noir "Julie", um dos seus primeiros filmes muda, isto é, sem cantar. Muda de terror fica quando foi forçada a aterrissar o avião uma vez que seu marido Louis Jourdan mata o comandante e fere gravemente o co-piloto. Assistido no cinema na década de 50 e recentemente no canal TCM.


Camiseta com modelos de aviões da frota da Finnair através dos anos que uso quando viajo por esta empresa no verão, "encantando" a tripulação que geralmente nunca viu o modelo já esgotado na loja onde a comprei. Se eu soubesse teria comprado diversas...



Um piloto talvez entenderia a linguagem e traduziria melhor esta poesia de JGM (1922-1941), um piloto da Royal Canadian Air Force que morreu em combate aéreo na Segunda Guerra:

Eu escorreguei dos limites tristes da Terra/ E dancei nos céus com asas prateadas hilariantes/ Subi em direção ao sol e me uni à alegria ao rolar por nuvens cortadas por ele/ E fiz centenas de coisas que nunca teria sonhado fazer/ Rolei, subi e girei alto no silêncio sob o brilho do sol/ E, pendurado lá em cima, persegui o vento gritante/ Ao deslizar meu avião através dos corredores vazios/ Para cima, para cima, pelo delirante e ardente azul/ Enfim, acima das alturas tão facilmente/ Onde nenhuma águia ou pássaro voam/ E enquanto minha mente silenciosa eu seguia nas alturas intransponíveis, na santidade do espaço/ Coloquei minha mão para fora e toquei a face de Deus.



No grupo de belas comissárias de bordo equatorianas, uma jovem casada com um sobrinho de minha mulher. Quando ele visitou seu país com amigos começaram a namorar. Como ele vivia em Nova York e não podiam encontrar-se com frequencia, ela fez o curso de comissária de bordo e viajava até lá para encontrá-lo. Sem dúvida, uma linda história aérea de amor com os pés no chão!




Aposentado há alguns anos, um primo da Anneli, que nasceu de pais missionários do Exército de Salvação na Indonésia*, piloto por muitos anos, foi comandante dos Douglas DC-10 da Finnair que faziam a linha Helsinki-Nova York. "Hoje em dia não há mais o romantismo em torno da profissão de piloto como havia no passado", declarou-me na última vez que conversamos sobre aviões.


Meu concunhado, que trabalhou na Embraer como engenheiro, enviou-me este postal histórico.




Guardei esta foto interessante de um aeroporto na África. Na verdade, minha primeira aterrissagem internacional foi em 1973, no aeroporto de Dakar, no Senegal, onde o avião da Lufthansa fazia escala entre o Rio de Janeiro e Frankfurt. No meio da noite pudemos descer do avião e andar até a cafeteria. Ainda bem que não havia leão por perto!



Um boarding pass onde o world traveller após o meu nome me fez sentir importante, embora nunca tenha viajado na primeira classe nem na executiva, mas sempre na econômica ou turística, uma aventura sempre gostosa desde que esteja dentro de uma aeronave.



Meu genro, que trabalhava na TAM, conseguiu-me ficar em uma sala VIP - minha primeira e última vez - no aeroporto de Porto Alegre, na volta a São Paulo depois de ter ido conhecer minha segunda neta, Judith (Judy), gaúcha igual aos seus pais, tia e avô! Estava tão gostosa aquela desconhecida mordomia que não prestei atençção à chamada do vôo e quase o perdi.



Uma vontade que a esta altura não é tão importante assim: viajar um dia em um Airbus 380, aquele de "dois andares", na foto na sua viagem inaugural desde Tolouse, na França, recorte do jornal sueco que guardei.



Um youTube, entre outros (veja links) indicado por uma amiga que por muitos anos foi funcionária da VARIG em Paris. Foi também ela quem me indicou os youTubes sobre o último voo do Electra e da comissária de bordo.




Diverti-me muito com esta corrida de carros diversos de uso em aeroportos, naturalmente desativados e que depois da corrida maluca viraram sucata de vez (meus leitores do sexo masculino por certo vão gostar de assistir):

http://www.youtube.com/watch?v=K05NgDMz2r4&feature=results_video&playnext=1&list=PL1714FCE6AA873392




De Marcos Witt, uma bela foto do ocaso encontrada por acaso no Facebook, ideal para fechar esta nostálgica postagem.

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L i n k s

("pano pra manga" pra quem gosta de aviões) :


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O último voo do Electra na Ponte Aérea


O último voo de uma comissária de bordo:



O último voo da PanAmerican

http://www.youtube.com/watch?v=meLLOlzEdNo

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A mais bela decolagem

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Sentar-se à janela do avião - lembranças da antiga VARIG...


http://paulofranke.blogspot.com/2011/05/sentar-se-janela-lembrancas-da-antiga.html

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Equipe SOS: Fokker 100 e Airbus TAM:

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Ao embarcarem os passageiros da Air France...



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Proxima postagem, a continuação desta:

II - O testemunho de um piloto comercial

e explicando o Princípio de Bernoulli com uma lição para a vida.

3 Comments:

  • Paulo, o aeroporto de Porto Alegre e de Pelotas eram da SAVAG. Quando a VARIG surgiu, a sigla logo foi interpretada pelos gozadorescomo: Varios Alemães Reunidos Iludindo os Gauchos. A Savag também tinha sua interpretação.

    Essa agora é prova de gincana : Qual foi o primeiro aeroporto de Pelotas? Foi o aeroporto da Air France e se situava no Areal onde hoje é a vila Bom Jesus.

    Na época os aerodromos pertenciam às empresas aéreas.

    nb- O zepelin também andou por lá...

    Sergio Diogo Senna
    (estudou comigo no primário e fizemos o servico militar juntos, na mesma companhia... uma brecha de décadas sem nos vermos, a Internet nos reaproximou)

    By Blogger paulofranke, at sábado, janeiro 28, 2012 11:31:00 AM  

  • Não domino o assunto, só sei que amo viajar de avião!
    Lembrei-me da primeira vzs que subi num avião, ele tinha quatro hélices e tremía todo. Estava esperando meu primeiro filho e tive uma atenção muito gentil e toda especial das, então chamadas aéro-moças, hoje comissárias de bordo.Mas é sempre bom lêr suas postagens, estou sempre aprendendo algo diferente e viajando por muitos lugares.
    Obrigada amigo.

    By Blogger Yara, at terça-feira, janeiro 31, 2012 10:51:00 PM  

  • Não domino o assunto, só sei que amo viajar de avião!
    Lembrei-me da primeira vzs que subi num avião, ele tinha quatro hélices e tremía todo. Estava esperando meu primeiro filho e tive uma atenção muito gentil e toda especial das, então chamadas aéro-moças, hoje comissárias de bordo.Mas é sempre bom lêr suas postagens, estou sempre aprendendo algo diferente e viajando por muitos lugares.
    Obrigada amigo.

    By Blogger Yara, at terça-feira, janeiro 31, 2012 10:51:00 PM  

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