II - ISRAEL - Tibérias - Mar da Galiléia
Da conhecida rodoviária de Jerusalém tomei o ônibus para Tibérias, no vivo interesse de rever o Mar da Galiléia. A moderna rodovia Yitzhak Rabin atravessa boa parte do país e, para minha surpresa, dura pouco mais de 3 horas (esperava menos), com uma rápida parada na cidade israelense de Fula, onde desembarcam muitos judeus ortodoxos.
A verdejante Galiléia vai surgindo no cenário e, a um certo ponto, passamos pela cidade de Naim onde uma placa anuncia "a cidade do filho da viúva", que Jesus ressuscitou. Estávamos assim chegando aos locais onde o Mestre iniciou Seu ministério.
Antes de chegarmos a Tibérias, um monte isolado nos chama a atenção. Atento, leio seu nome na placa: Monte Tabor. Foi nesse monte que a profetiza Débora ordenou a Baraque reunir dez mil homens dos filhos de Naftali, e dos filhos de Zebulon, para combater contra o exército de Jabim (Juízes 4:1-16). Também o profeta Oséias menciona o Monte Tabor quando repreende os chefes israelitas pela sua corrupção idólatra (Oséias 5:1). É o local tradicional da transfiguração de Jesus diante de Pedro, Tiago e João (Mateus 17:1-5), texto que tanto nos toca o coração!
Tibérias foi construída por Herodes Antipas para homenagear o imperador romano Tiberius. Possui 30.000 habitantes e é um dos seis centros mais importantes do judaismo. No canteiro central desta avenida, ruínas dos muros que cercavam a cidade.
Prédios antigos de outras eras, inclusive do domínio inglês, são vistos com frequência.
Este, no centro da cidade, é uma antiga escola.
Uma rua importante de Tibérias, que também é conhecida por seus SPAs, já mencionados desde a época de sua fundação. Bandeiras tremulam por todas as ruas e avenidas das cidades israelenses, geralmente muitos limpas e ornamentadas com palmeiras.
Uma linda pintura da Tibérias do passado distante enfeitando um moderno edifício.
Nesta cidade de grande fluxo turístico, especialmente por situar-se à beira do Mar da Galiléia - ponto de referência para cristãos de todo o mundo - os edifícios antigos e os hotéis modernos convivem na paisagem.
Bem cuidada, os canteiros de flores enfeitam prédios, geralmente com um toque antigo como o vaso no seu prolongamento.
Um violinista, certamente judeu-russo, toca nas ruas. Tocar um instrumento, principalmente o violino, era o passaporte para deixar a Rússia e sair para o mundo livre, daí as mães colocarem um violino no ombro de seus filhinhos judeus quando mal podiam segurá-lo.
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Um calçadão, com uma feira permanente de artesanato, que leva à atração maior da cidade: o Mar da Galiléia, ao longe.
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Acima, uma fonte ornamental que jorra no interior do contorno do Mar da Galiléia, também chamado de Tiberíades ou Genesaré, que traduzido é "jardim do príncipe" e ainda, para os judeus, de Quinerete/Kinneret, que vem de "kinnor", que significa cítara, pela semelhança da forma do lago com o instrumento musical.
Um postal muito comum à venda na região: os locais do ministério de Jesus Cristo. (Tente ampliá-lo ou fazê-lo através do meu álbum do Orkut).
Quando por ocasião da minha primeira visita a Israel, em 1986, escrevi o seguinte comentário, referindo-me ao mar que a todos os cristãos diz respeito por ser "o lugar onde tudo começou":
Mar da Galiléia, lugar de...
- CHAMADO: No dia imediato, resolveu Jesus partir para a Galiléia, e encontrou a Filipe, a quem disse: Segue-me
(João 1:43).
- CONFORTO: Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados
(Mateus 5:4).
- INQUIETACÃO: E sobreveio uma tempestade de vento no lago, correndo eles o perigo de soçobrar...
(Lucas 8:23).
- RECONHECIMENTO: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? .(Marcos 4:41)
- AFIRMACÃO: Senhor, tu sabes que te amo!
(João 21:16)
- REALIZACÃO: Isto fazendo, apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes
(Lucas 5:6)
Ainda que à ordem do Mestre tenham partido para uma aventura mundial sem fronteiras, os discípulos de todos os tempos e lugares em sua experiência estão sempre rondando o Mar da Galiléia, o lugar das raízes.
E exatamente como eu havia escrito, aqui estou contemplando depois de tantos anos, outra vez, este magnífico e significativo lugar das raízes!
Lendo as bem-aventuranças (Mateus 5:1-12), que foram proferidas por Jesus em um monte às margens do mar. Haveria lugar mais propício para nelas meditar do que este?
Ele nos fez assentar nos em lugares celestiais em Cristo Jesus. (Efésios 2:6) Desta vez, pelos poucos dias de que dispunha, concentrei meus passeios nas margens do mar em Tibérias, e não nas demais cidades onde Jesus ministrou, locais que visitei na excursão bíblica em 1986.
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(E daqui em diante as legendas das fotos serão versículos bíblicos alusivos ao lugar, extraídos da Bíblia traduzida em português das línguas originais hebraico e grego (Alfalit Brasil)):
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Não temas; daqui por diante serás pescador de homens...
... Assim eles arrastaram os barcos para a praia, deixaram tudo e o seguiram. (Lucas 5:10-11)
Caminhando junto ao Mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. (Mateus 4:18)
Mas para a terra que estava aflita não haverá escuridão. Deus... tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, a Galiléia dos gentios. O povo que andava na escuridão viu uma grande luz, e aos que habitavam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz. (Isaías 9:1-2)
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Assim que ele desembarcou, viu uma grande multidão e se compadeceu deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor, e passou a ensinar-lhes muitas coisas. (Marcos 6:34)
Passando adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, que estavam num barco em companhia de seu pai consertando as redes....
... Jesus os chamou. E eles, imediatamente, deixando o barco e seu pai o seguiram. (Mateus 3:21-22)
Indo adiante, viu Jesus um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: Segue-me. Ele se levantou e o seguiu. (Mateus 9:9)
Do outro lado do mar, os altos de Golan.
Jesus regressou para a Galiléia no "poder do Espírito", e sua fama se espalhou por toda a região e ao redor. (Mateus 4:14)
Tendo passado para o outro lado, alcançaram a terra de Genesaré. Reconhecendo-o os homens daquela terra, mandaram mensageiros por toda a região, e lhe trouxeram todos os que estavam doentes. (Mateus 14:34-35)
Olhai as aves dos céus; não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? (Mateus 6.26)
Depois disso, Jesus atravessou o Mar da Galiléia, que é o de Tiberíades. Uma grande multidão o seguia, porque tinha visto os sinais que ele fazia na cura dos doentes. (João 6:1-2)
E desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e, no sábado, ensinava o povo. Todos ficaram muito maravilhados do seu ensino, porque sua palavra era com autoridade. (Lucas 4:31-32)
Ao declinar a tarde os seus discípulos se aproximaram dele e disseram: O lugar é deserto, e o dia já está muito tarde. (Marcos 6:34)
(Como se inicia a passagem do milagre da multiplicação dos pães e peixes.)
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Estando do outro lado, seguiram para Genesaré, e ali atracaram. E quando saíram do barco, logo o reconheceram...
... à margem do lago de Genesaré... viu dois barcos junto à praia... Então sentou-se e, do barco, ensinava as multidões. (Lucas 5:1,3)
Enquanto navegavam, ele adormeceu. E desabou uma tempestade de vento no mar, de modo que eles corriam perigo, porque o barco estava sendo inundado. ... Mestre, estamos perecendo! Jesus despertou e repreendeu o vento e a violência da água. Tudo se acalmou e veio a bonança. (Lucas 8:22...)
Palavras esparsas do lindo hino baseado no trecho acima:
Mestre, o mar se revolta, as ondas nos dão pavor, O céu se reveste de trevas, não temos um Salvador?... Mestre, tão grande tristeza me quer hoje consumir, e a dor que perturba minh'alma te implora: vem-me acudir!
As ondas atendem ao meu mandar, sossegai! Seja o encapelado mar, a ira dos homens, o genio do mal, tais águas não podem a nau tragar, que leva o Mestre da terra e mar...
Convosco estou para vos salvar, sossegai, sossegai; convosco estou para vos salvar, sossegai!
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No mesmo dia da chegada a Tibérias procurei informar-me sobre barcos que navegavam pelo mar conduzindo turistas isolados. Vagas informacões que quase me desencorajaram de fazer o mais óbvio na região: navegar no mar bíblico! No dia seguinte, de repente vejo um grupo que falava... português do Brasil ! Cumprimentando a guia da excursão, fui convidado de muito boa vontade a participar com eles do passeio pelo mar!
E quando o barco partiu, o Hino Nacional foi cantado ao som de playback (hinos de todos os países são tocados, conforme a nacionalidade do grupo, logo ao embarcar).
Primeiro, foi a surpresa de encontrar um grupo de brasileiros católicos, de Piracicaba-SP (um pastor da AD de uma cidade vizinha da deles também participava da excursão) e a segunda foi as lágrimas que me vieram aos olhos ouvindo o Hino Nacional sendo cantado por eles (há quanto tempo não o ouvia, muito menos o cantava!!).
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E assim assisti a uma missa em pleno Mar da Galiléia! Lindas as leituras bíblicas feitas pelos fiéis, lindas as canções que cantaram, lindo o amor demonstrado para com o Salvador!
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E em dado momento no meio da missa, enquanto o barco prosseguia, o padre lançou o convite a quem quisesse usar da palavra em um testemunho, que o fizesse naquele momento. Silêncio por alguns segundos... Levantei-me de um salto e falei que, mesmo não sendo católico, estava recebendo uma grande bênção no meio deles, e que estava sentindo muito viva a presença do Cristo Ressurreto, tema da missa. Outra surpresa: fui aplaudido!
Desembarcando neste lugar - o Museu do "Homem da Galiléia" - despedi-me, agradecido, do simpático grupo de conterrâneos.
Uma réplica do barco do tempo de Jesus (foto) achado no mar na década de 80.
No lugar há um kibbutz e a foto mostra o roseiral de todas as cores imagináveis.
E assim segui meu caminho de volta a Tibérias, primeiro de carona com um casal de judeus ortodoxos e depois tomando um ônibus. Parte do grupo de brasileiros encontrei novamente em Jerusalém.
Não temais! Ide dizer a meus irmãos que se dirijam para a Galiléia, e lá me verão... Os onze discípulos partiram para a Galiléia para o monte que Jesus lhes havia designado. (Mateus 28:10 e 16).
Ao desembarcarem na praia, viram ali umas brasas e peixes em cima, e havia também pão. Jesus lhes disse: Trazei alguns dos peixes que acabastes de pescar. (João 21: 9-10)
Jesus lhes disse: Vinde comer! (João:21:12)
Jesus veio, tomou o pão e lhes deu; e o fez o mesmo com o peixe. Esta era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos depois de ressuscitado dentre os mortos. (João 21:13-14)
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Comer "peixe de São Pedro" é uma tradição para quem visita o Mar da Galiléia. Sentado no restaurante à beira-mar, esperando ser servido enquanto o cheiro do mar inunda o ambiente... para depois misturar-se ao do peixe frito... preciso descrever mais a maravilhosa e saborosa cena??
Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, me amas mais do que a estes? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que gosto muito de ti. Ele lhe disse: Cuida dos meus cordeiros. (João 21:15)
Pedro entristeceu-se por ele lhe ter perguntado pela terceira vez: Gostas de mim? E ele lhe respondeu: Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que gosto muito de ti. Jesus lhe disse: Cuida das minhas ovelhas. (João 21:17).
A planície de Ginossar...
... vista do monte Arbel.
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E concluindo com parte de uma meditação do "Edificação Diária"...
O Mar da Galiléia e suas redondezas eram familiares para Jesus e está escrito que em Cafarnaum, cidade que ficava às suas margens, Ele "estava em casa". A casa de Pedro situava-se também nessa cidade e nela foi operado o milagre da cura de sua sogra (Marcos 1:29).
Alguns de Seus discípulos foram recrutados à beira desse mar. Como que para fazer lembrarem-se desse fato marcante, e do início de Seu ministério nessas imediações, o Cristo ressurreto queria encontrá-los na Galiléia (Mateus 28:10).
O Mar da Galiléia, ainda que leve também o nome de Tibério Cesar, Tiberíades, homenageia principalmente a Jesus, o Senhor absoluto da Galiléia.
E lembrando-nos do nome do mar - Quinerete/Kinneret - usado no Antigo Testamento e que significa cítara, o associamos também a Jesus. Sim, Ele merece o nosso louvor por Sua obra realizada por nós na cruz. Ele é o nosso Salvador e Senhor, o motivo maior de nossa adoração!
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- Em Jerusalém -
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