Paulo Franke

21 junho, 2019

O jardim de nosso prédio na primavera/verão


Vendo-o de nossa sacada.














E o caminho que dá para a densa floresta.


Com bancos para relaxar...


E apreciar os faisões.



17 junho, 2019

Já "pulei" Carnaval - Os inocentes anos 50


Acreditem se quiserem! 
Eu no único baile de carnaval do qual participei, com 16 anos, no Clube Ipiranga, na cidade gaúcha de Bento Golçalves, onde morava meu tio engenheiro com o qual passei férias na serra gaúcha (meu primo e amigo Luiz era recém-nascido).


O Carnaval de rua em Pelotas teve seu tempo áureo nos anos 50, com desfiles de luxo e muita animação. O concurso das escolas de samba surgiu em 1953, registra a história da cidade. Adolescente, era uma festa muito esperada por mim que em um certo tempo gostava de pular atrás dos blocos que passavam na rua XV de Novembro (foto). Multidões lotavam esta rua, inclusive famílias que alugavam cadeiras na calçada para ver os desfiles.




Uma das marchinhas da época dizia: "Eu vou sair de fã, já comprei minha fantasia; no meu bloco vai a Linda, a Emilinha, Marlene, Isaurinha e a Ângela Maria."

A foto é do Cine Avenida, na Avenida Bento Gonçalves, a dois quarteirões de onde morávamos. As cantoras da Radio Nacional do Rio de Janeiro, mencionadas na marchinha carnavalesca, visitavam este cine-teatro e se apresentavam, inclusive interagiam com o público no final do espetáculo, dando autógrafos ou simplesmente conversando. Eu, guri, não perdia a visita de um só... também Oscarito, Grande Otelo, Eliana, Adelaide Chiozzo, Nora Ney etc.


Sem TV naquela época, o rádio Philco ficava no canto da sala... lembro-me de minha saudosa irmã Norma fazendo as unhas e ouvindo as novelas da época. Em um certo dia assistíamos aos programas da Rádio Nacional do Rio de Janeiro... de Miguel Barcellos, Cesar de Alencar... que apresentavam calouros, mas também cantores já consagrados pelo público.


Incrível é ter memória musical... as marchinhas de carnaval antigas cantadas na infância ainda hoje, sem eu tentar lembrá-las, vêm automaticamente à lembrança: "Rio de Janeiro, cidade que me seduz, de dia falta água, de noite falta luz!"... "É dos carecas que elas gostam mais"... "No baile do clube do funga-funga, jogaram um negócio no salão"... "Linda Pepita de Guadalajara, mora em frente do quartel"... e dezenas de outras...


No início dos anos 70, quando trabalhei em Brasília, gostava de visitar o "Catetinho", construído de madeira em 1956, que foi a primeira residência do Presidente da República, Juscelino.  E se cantava, antes disso: 
"Dizem, é voz corrente, que em Goiás será a nova capital... Leve tudo pra lá seu presidente, mas deixe aqui o nosso carnaval..."


Uma marchinha que fazia grande sucesso demonstra que já havia protestos contra o governo... "Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil... Tem saúva na lavoura, tem saúva no quintal, mas onde tem mais saúva é no Distrito Federal... essa é a pior saúva, seu Cabral, que não trabalha e bota a mão no capital..."



Artistas de Hollywood vinham ao Brasil participar do carnaval no Teatro Municipal... Ginger Rogers, Elaine Stewart, Rita Hayworth e outros... e a gente lia as reportagens no O CRUZEIRO.

 

Naqueles anos, que chamam "dourados", fui convidado por minha prima Liana para a sua coroação como rainha do Clube Brilhantes, de Pelotas. Aluguei um smoking e, pena, não tenho foto dessa primeira vez em um baile "chic" nem elegante vestindo um smoking...

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Então, em 1962, aconteceu a minha entrada no Exército de Salvação (foto com minha irmã diante da nossa casa)...



... e eu mudei de tom e cantei com convicção:

"Festas do mundo, adeus, falsos os gozos teus, meu regozijo agora é Deus. Tenho Jesus!"

Então, durante o carnaval participava de retiros espirituais e, uma vez que outra, de reuniões ao ar livre para pregar o Evangelho aos foliões no centro da cidade.
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No início da década de 70, já com o grau de capitão, certa vez em São Paulo eu fazia o trabalho de evangelismo nos bares e restaurantes do bairro Bela vista, oferecendo o nosso jornal "Brado de Guerra" (contra todo o mal)... E de repente entrando em uma fina churrascaria vi em uma sala reservada uma longa mesa repleta de convidados. Reconheci imediatamente a famosa cantora Ângela Maria sentada na ponta da mesa. Imediatamente, dois homens vieram ao meu encontro para "tirar-me dali", nem que fosse à força. Quando pegaram o meu braço, Ângela detêve-os: "Moço, eu quero comprar o seu jornal!". Abrindo sua bolsa (e muitos abrindo a boca!) retirou uma nota e contribuiu.
Nunca me esqueci dessa experiência quando eu fiz Ângela Maria voltar aos seus primórdios como cantora de um coral da igreja batista no Rio de Janeiro.

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Nota:

O carnaval foi instituído pela igreja católica romana... a idéia era "dar lugar à carne" antes de chegar a quaresma, quando deveriam acontecer as penitências antes da semana santa... Veja mais no Google.com

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O poema que escrevi nos anos 90... publicado no meu livro 
"Edificação Diária"