Paulo Franke

28 fevereiro, 2023

ReveR - 3a-feira, 28.02.23 - Viagens II - Egito - "Eu pisei lá!"

 


  • 19 janeiro, 2008

    No Agito do Egito


    Não planejei visitar o Egito com muita antecedência, mas a TV ao mostrar paisagens ensolaradas do país tornou-se um convite a tirar minhas férias de inverno por lá, fugindo por uma semana da neve e do frio e unindo-me assim aos milhares de nórdicos que fazem isso nesta época do ano.
    O título desta postagem é um trocadilho e a palavra agito, ainda que usada como gíria, segundo o dicionário é sinônimo de agitacão, o que em um sentido caracteriza bem esta minha primeira viagem à África e a uma nacão árabe (se bem que, segundo um guia de uma excursão que fiz, egípcios não são árabes, são... egípcios).

    Sobrevoando a Turquia e suas montanhas com picos nevados



    Deixando a Turquia e sobrevoando o Mar Mediterrâneo


    A chegada ao Egito e a visão de desertos a perderem-se de vista

    E assim, após 5 horas de vôo, chegamos ao nosso destino, Hurghada. Da janelinha do avião, a contemplacão da cidade, localizada em uma extensa faixa litorânea entre o imenso deserto e o Mar Vermelho, de um azul impressionante em suas diversas tonalidades que vão do azul profundo ao azul claríssimo. E modernos e imensos resort-hotéis, centenas deles, todos com piscina e grandes palmeiras, e muitos sendo construídos.

    Meu hotel não poderia ser chamado de 5 estrelas, mas para mim era como se o fosse. Bastava sair do meu quarto e vislumbrar o Mar Vermelho para se pensar que só por essa visão já teria valido a pena a viagem...


    Como na Turquia, a presenca de um brasileiro, evidenciada nas minhas camisetas, gerava, passada a dúvida, largos sorrisos e um rosário de nomes de jogadores conhecidos deles, cuja pronúncia eu mal conseguia entender de início. Da mesma forma como havia acontecido na Turquia, Israel e em alguns países do Mediterrâneo onde estive, dirigiam-se a mim falando naturalmente o idioma do país, nesse caso o árabe, a que eu respondia em inglês para algum espanto, julgando os homens que eu era um egípcio. Outros, pelos meus olhos verdes, percebiam que eu não era um típico native. Como tenho o meu próprio modo de fazer turismo, tomava para ir ao centro fervilhante de bazares lotacões comuns, e assim misturava-me ao povo, nesse caso como um perfeito egípcio (a não ser pela roupa). Interessante a ausência de mulheres nessas conducões ou em qualquer lugar, altamente reservadas e às vezes em sua indumentária mostrando só os olhos. Grande contraste com as mulheres modernas do Cairo, como se vê pelos canais de TV.


    Entre os milhares de turistas em Hurghada, milhares de russos pelo fato de agora viagens lhes serem perfeitamente acessíveis financeiramente. Conversando com alguns "vizinhos", soube que atualmente até um professor primário com seu salário pode facilmente passar férias em outro país. Com meus botões, pensei em quando isso acontecerá também com a maioria dos brasileiros...



    Tendo viajado com uma gripe mal-curada, piorei assim que nadei no mar. Então, praticamente fiquei no quarto do hotel por muitas horas durante três dias, tentando melhorar. A TV dos Emirados Árabes, direto de Dubai, era o único canal em inglês e assim assisti a diversos filmes americanos, um seguido do outro, até ao "O Homem-Aranha", para lembrar-me dos meus netinhos.

    Então, tendo vindo de tão longe para ficar em um quarto de hotel, mudei de idéia quanto à suficiente beleza do mar logo ao sair da porta, dei um basta e planejei participar de três excursões em três dias seguidos, um verdadeiro agito ou uma experiência "à la Indiana Jones".


    Na primeira delas, um jeep com quatro pessoas veio buscar-me no hotel e, em poucos minutos estávamos em pleno deserto, com altas montanhas e grandes extensões de areia, rumo a uma comunidade de beduínos.
    Logo no início comecei a pensar se o passeio seria compatível com a minha idade... solavancos sucessivos, de bater com a cabeca na tolda do jeep e logo dar com tudo no banco. Os companheiros jovens divertiam-se, enquanto que eu... Mas o guia explicava-nos que o nosso motorista beduino tinha muita prática e estava conduzindo-nos no deserto sem estradas de uma forma segura e profissional (imaginem se não fosse!).



    Em certo momento, descemos do veículo e nosso guia pediu-nos para olhar em direcão a um determinado ponto. Miragens!! Água ao longe e, agachando-nos, podiamos também "ver" a água mover-se!! E não era água do Mar Vermelho!

    Mais algum trecho, com os agora conhecidos solavancos, e chegávamos à comunidade de beduínos onde passamos até o pôr-do-sol, ouvindo explicacões da vida que levam, seus costumes, tradicões, com um jantar servido por eles. Antes de retornarmos, vimos jovens beduínos cantarem e dancarem animadamente. Ah, quase me esqueco de mencionar os camelos... Muitos turistas que visitavam a comunidade fizeram fila para "andarem a camelo". Para mim bastaram os solavancos da viagem... uma foto com um deles era o suficiente.


    Voltando do tour ao deserto, já escuro, paramos para contemplar o céu estrelado, como um planetário da natureza, espetacular! E ficou a lembranca do silencio profundo do deserto, dai muitos homens de Deus o procurarem para meditar e aproximar-se do Criador, longe das vozes e sons do mundo.


    Um guia de excursão egípcio

    Bem que eu precisava de um descanso no dia seguinte, mas era hora de partir para outra. Dessa vez, a cidade de Luxor, à beira do Rio Nilo. O mini-bus veio buscar-me no hotel às 04h00 da manhã e trouxe-me de volta às 23h00... E assim, por quatro horas, deserto a dentro, dirigimo-nos à histórica cidade, berco do Vale dos Reis, felizmente em uma boa rodovia asfaltada.

    Dessa vez, a curiosidade foi ver, como mostra a foto abaixo, o comboio de 60 ônibus e mini-buses tendo nos extremos viaturas policiais. A razão nos foi explicada: desde 1997, quando um grupo de turistas alemães foi assaltado e assassinado, por lei ônibus conduzindo turistas têm de viajar dessa forma, para sua seguranca, em todo o país.

    Faltando cerca de 30km para chegarmos a Luxor, a paisagem muda completamente. E logo víamos um pequeno afluente do rio Nilo e o grande milagre que faz acontecer: campos verdejantes, plantacões de todo o tipo, inclusive de cana-de-acúcar, e muitas fazendas entre árvores frondosas. É o milagre do Nilo.



    Em Luxor, um dos nomes Tebas, hoje cidade altamente turística, visitamos museus e templos egípcios, ouvindo extensas explicacões sobre os faraós, suas vidas, seus feitos, suas crencas, sua importância , vendo suas múmias.. Ali ouvimos e vimos altas estátuas de Ramsés II e de sua esposa Nefertari, idem do famoso Tut-Ankh Amon. O museu mostrado abaixo é maior mesmo do que o museu do Cairo em seu acervo, não exposto à visitacão de uma só vez. É o maior museu ao ar livre do mundo. Em tudo, o desejo de imortalizar-se em granito. O Google dá ampla explicacão do Egito nos tempos dos faraós e suas sucessivas dinastias, e pode-se ler sobre as atracões de Luxor, para mim a maior e mais bela, o motivo principal desta minha excursão: o Rio Nilo.



    Ao entramos no referido museu, dirigimo-nos a uma sala onde é projetado um filme explicativo tanto do museu quando de outros importantes locais da cidade, que para serem vistos necessitaríamos de talvez uma semana. O narrador do filme, Omar Sharif!



    No centro da foto acima, vimos o antigo palácio de cor amarela, há muitas décadas transformado no luxuoso Hotel Winter. Nele hospedou-se Agatha Christie e ali escreveu sua famosa novela "A morte no Nilo", best-seller levado às telas e tendo o ator Peter Ustinov no papel do detetive belga Hercule Poirot. Nunca li o livro e nem sou achegado ao gênero, mas hoje assistiria ao filme novamente, para admirar as belezas do Nilo, onde luxuosos barcos fazem turismo de até três dias e três noites de duracão.

    Do outro lado do rio, que atravessamos em um pequeno barco, visitamos o Habu Temple, colossal pelas suas gigantescas colunas e estátuas. Interessante foi ver as pinturas preservadas em suas cores naturais. Ouvimos também como eram produzidas as cores básicas usadas na época, que não se apagaram até os dias de hoje.





    A volta se deu por uma ponte, onde paramos para fotografar o pôr-do-sol sobre o Nilo. Uma última atracão nos esperava no caminho de volta a Hurghada, a visita a uma fábrica de objetos de alabastro. Ali vimos a matéria-prima sendo processada de modo primitivo, sempre com as mãos e pequenos e rudes instrumentos, até transformar-se em lindos objetos de decoracão. Os mais bonitos, talvez por lembrarem a passagem bíblica da mulher quebrando um vaso de alabastro com perfume aos pés de Jesus, eram exatamente os vasos. Curiosamente, se colocados através da luz pode-se vê-los quase transparentes. Como minha grana não era suficiente para comprar de presente um vaso para a Anneli, comprei um pequeno prato de alabastro, mais um enfeite para a nossa sala-museu!



    O terceiro dia de turnê, o penúltimo de estada no ensolarado Egito - nesta época o inverno deles, com clima tipicamente de deserto, isto é, manhãs e noites frias e tardes quentes - dediquei a um cruzeiro pelo Mar Vermelho. Constatada agora de perto as tonalidades incríveis do mar, soube que o estranho nome Vermelho lhe foi dado por ser o único lugar do mundo onde crescem algas vermelhas (foto).



    Já me sentindo um pouco abatido e febril pelo sol excessivo a que me expusera naqueles últimos dias (e não tomando água suficiente...), fui só espectador do mar e da movimentacão dos meus companheiros de cruzeiro, muitas famílias também, que tinham como principal atracão do passeio o praticar snorkel (foto), da superfície olhar o fundo do mar com equipamento especial, naquele local com 6m de profundidade, com direito a uma câmera fotográfica à prova d´água. Muitos também mergulharam uma vez que Hurghada é chamada de o paraíso dos mergulhadores (e pescadores). Enquanto isso, tirei longas siestas ao sabor das suaves ondas do mar. 





    Um jovem que trabalha no navio, com sua pele escuro-avermelhada pelo sol egípcio, no verão implacável.


    No dia seguinte, após o café-da-manhã no hotel (desta vez incluído!), fomos transportados ao aeroporto para mais 5 horas de viagem de retorno à Finlândia. E no avião da Finnair, com todos os seus assentos ocupados, muitos finlandeses vermelhos pelo sol que, assim como eu, foram buscar.

    Valeu a experiência, ainda que nos meus planos inciais estivesse incluído viajar até o deserto do Sinai, infelizmente um tanto distante, o que não pôde acontecer. Agradeco a Deus por mais esta oportunidade de visitar, em um sentido, terras bíblicas, o que me dá muita satisfacão interior.

    Muitos vão buscar "energia" na terra dos faraós. No meu caso aconteceu uma perda de energia física e o resultado tem sido quatro dias de licenca médica... Mas sobrevivi ao agito no Egito, e isso é o principal.

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    Nota: Na década de 50 fez sucesso o filme "O Egípcio", com Edmund Purdom e Gene Tierney nos papéis principais e baseado no romance do finlandês, Mikka Valtari, que surpreendentemente escreveu sobre o tema sem nunca ter estado no Egito. Acesse o link abaixo, enviado por minha irmã, e lerá mais sobre o filme. A meu ver faltou comentarem sobre sua queda moral, que o forcou a trabalhar na casa dos mortos, e o tocante momento quando traz os corpos de seus pais para serem ali embalsamados.
    http://www.nostalgiabr.com/epicos/oegypcio/oegypcio.htm
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The last but not the least

Daqui  da longinqua e fria Finlândia - que eu amo! - para aquecer meu coracão, a saudade me manda postar fotos dos queridos amigos que encontrei nas minhas últimas férias no Brasil.


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ReveR de amanhã:

Cristãos que salvaram judeus/

Visita ao Museu Yad Vashem em Jerusalém

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27 fevereiro, 2023

ReveR - 2a-feira, 27.02.23 - Viagem I - Austrália - "Eu pisei lá""

  Na Austrália, em 1982.


As cidades dentro dos círculos são as principais e maiores da Austrália, Sydney e Melbourne, esta última onde fiz um estágio em 1982. A capital do país é Canberra, situada entre as duas cidades. De Los Angeles a Sydney, escolhi fazer uma escala de dois dias na ilha do Hawai, no meio do Oceano Pacífico. Depois de dois meses em Melbourne, na volta passei três dias em Sydney. E de lá para L.A., fizemos escala no aeroporto de Auckland, Nova Zelândia.



Naquele tempo, a única rota do Brasil era via Los Angeles. Ao chegar, perdia-se
- literalmente - um dia pelos fusos horários, dia esse que se resgatava na volta. Interessante! Atualmente a viagem é feita via Chile, sempre no hemisfério sul, portanto não tão longa e não tão cara. Uma amiga que na época trabalhava em uma companhia aérea falou-me que viajar do Brasil à Austrália, via L.A., era não somente uma das rotas aéreas mais longas mas também uma das passagens mais caras. E fui lá sem nenhum gasto!



Aos leitores interessados, o Google fornece informações sobre o país-continente que tem 21.7 milhões de habitantes. Minhas fotos foram tiradas a partir de uma projeção de slides selecionados dos muitos que tirei na minha viagem.


Melbourne, uma moderna cidade, considerada mais snob do que outras australianas, mais estilo inglês, achei.



Bela e moderna, muitas vezes passeei pela área central e mesmo por seus arredores.


Australianos: povo simpático, fácil de fazer amigos, cosmopolita, uma nação multicultural.



Um dia subi ao telhado do Salvation Army Headquarters, onde fiz meu estágio, para melhor contemplar a cidade. Meses depois, o quartel mudou-se para um novo edifício.


A cidade era uma festa no verão - com certos dias quentíssimos! - com muita gente nos parques e fazendo o seu lanche na hora do almoço sentados onde houvesse um lugar ao ar livre.



Fui levado a muitas áreas rurais, exatamente onde irrompem grande incendios pela secura do mato no verão.



Outra vista do bush da região de Victoria, no sul do país. Algo que não passa despercebido pelos visitantes são as moscas que inundam as cidades, trazidas pelo vento que vem do deserto do interior do país, explicaram-me. Quando o tempo muda, somem completamente. O chapéu com rolhas penduradas ao seu redor não é tanto folclórico, mas é exatamente para afugentar as moscas do rosto.



Nos meus dias livres muitas vezes visitava finlandeses radicados no país. Aqui, um grupo pentecostal. Muitos finlandeses emigraram para a Austrália, certamente para fugir do longo inverno e para viver em um país ensolarado.




O país prima pelo cuidado de sua diversificada flora e fauna.



Ir à Austrália é sinônimo de ver cangurus, o animal mais típico do país, que se ouve chega a beirar a praga!



Fotografei uma fêmea com sua bolsa levando o filhote no seu interior.


Coala (koala), outro animal típico que vive pendurado em eucaliptos - a árvore que o país exportou para o mundo - e se alimenta com suas folhas, que o deixam dopado constantemente... A fauna australiana, por suas peculiaridades, merece que o leitor pesquise mais através do Google, minha sugestão. Atualizando: fala-se que o lindo animalzinho encontra-se em perigo de extincão.



Após dois meses, foi a vez de retornar - estava com muita saudade da família! - via Sydney, belíssima cidade, banhada pelo Pacífico, que até podia lembrar-me o Rio de Janeiro, por sua beleza, suas praias e sua gente espontânea.



Fui hospedado por amigos brasileiros, conhecidos de muitos anos do ES de São Paulo, mas que se haviam mudado para a Austrália.


Com eles, visitando o edifício da Ópera, o mais conhecido e marca registrada da cidade e mesmo do país.



O histórico primeiro banho de mar no Oceano Pacífico, delícia pura que nunca mais provei! Gaivotas que chegavam perto e não se assustavam, mesmo que não as alimentássemos.



Nessa vez, "o mar não estava pra peixe" - aliás, estava para tubarão, conforme a placa anunciando a interdição da praia.


O amigo, que fazia um curso de pilotagem, tem o meu nome e compartilha do mesmo gosto por aviões.



Souvenirs australianos que guardo até hoje: um ursinho coala, um canguru e um bumerangue onde está escrito Bumerangue of Austrália - made to return (feito para retornar).


Daqui  da longinqua e fria Finlândia - que eu amo! - para aquecer meu coracão, a saudade me manda postar fotos dos queridos amigos que encontrei nas minhas últimas férias no Brasil.


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ReveR de amanhã:

Viagens II - "No Agito do Egito"

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