Passando por uma agencia de viagens, vi o cartaz do belo navio russo da St. Peter Line e, mais bela ainda, a oferta de um mini-cruzeiro Helsinki-São Petersburgo (de sábado à noite a segunda pela manhã). Seria essa a minha oportunidade de ir à vizinha Rússia pela primeira vez, quem sabe?!... Ao obter informações na agencia, dissipou-se a dúvida: € 200.00 duas noites no navio, com direito a uma excursão por São Petersburgo de 8 horas de duração! Parecia muito tempo, mas de fato é um vapt-vupt por uma cidade belíssima e culturalmente riquíssima! Somado ao bom preço, o fato de os brasileiros não necessitarem mais de visto para visitar o país (o que era difícil, moroso e caro).
Comprei logo a passagem - a mais barata, naturalmente - até saber de um "problema"... As partes amarelas da planta do navio são onde se situam as cabines A e B e, bem inferior no casco a C, abaixo de onde veículos de grande, médio e pequeno porte são transportados, lá onde o barulho dos caminhões ou do gelo raspando o casco do navio são terríveis (já viajamos uma vez "lá embaixo", para a Suécia). Mas como as mais baratas já haviam sido vendidas e eu estaria disposto a pagar "no ato", reservaram-me uma cabine particular na classe B, no nível do convés 4 do navio, pelo mesmo preço da C!!
Viajar pelo Golfo da Finlândia de Helsinki a São Petersburgo é uma distância de cerca de 400km - como São Paulo-Rio de Janeiro - no entanto, o navio leva 14 horas para lá chegar e outras 14 horas para voltar, e o motivo explico um pouco mais adiante. O mapa do sul da Finlândia mostra bem à esquerda a ilha de Åland/Ahvenamaa, província finlandesa de língua sueca onde vivemos 4 anos no início dos anos 90. Onde vivemos atualmente - Hämeenlinna - pode ser vista um pouco ao norte da capital Helsinki. Talin, a capital da Estônia, fica diante de Helsinki. Antes da guerra, o mapa da Finlândia tinha a sua fronteira bem próxima a São Petersburgo (a cidade finlandesa, hoje russa, de Vyborg/Viipuri, pode ser vista no mapa).
O belo navio Princesa Maria na foto tirada no verão pouco tinha a ver com minha primeira foto da viagem, exatamente a do navio em meio à bruma e à neve dos 15 graus negativos que fazia no último final de semana, quando viajei.
À entrada, sem nenhuma pompa, os passageiros são recebidos com músicas russas por um dueto instrumental. Mas durante as primeiras horas da noite há um concerto no music-hall com grandes músicos: uma violinista exímia que toca na filarmônica de São Petersburgo, solos de saxofone, belas músicas com guitarra e keyboard e um grupo apresentando danças do folclore russo, tudo altamente profissional. Terminada a série de apresentações, começa o baile que vai noite a dentro...
... hora de eu ir para a minha cabine dormir um bem-merecido sono.
O navio russo, embora menor, não perde para os finlandeses e suecos do gênero ferry-boat: tudo belo e moderno para o bem-estar e entretenimento de centenas de passageiros. O motivo das longas horas de viagem é óbvio: oferecer o máximo de atraçõ€s possívei$ para que os passageiros gastem até o seu ú£timo centavo durante essas longas horas. Cassinos, danceterias, Duty Free que vende bebidas, além de muitos produtos, restaurantes, karaokê são somente algumas dessas atrações. Eu que, por força das circunstâncias sou muito econômico, ainda tive outra surpresa favorável: havia pago uma taxa a mais e, em vez de me devolverem o dinheiro, deram-me dois bilhetes para o fartíssimo café-da-manhã, na chegada e na volta!!
E entre diversas atrações, como não poderia deixar de ser, há a típica sauna finlandesa e piscina aquecida, o que dispensei em troca de um bom sono ao sabor das ondas, melhor dizendo dos blocos de gelo do Golfo da Finlândia.
Assim que o navio atracou, tomamos o ônibus da excursão "O melhor de São Petersburgo".
Estávamos na Rússia, país que há muito queria conhecer!
Conhecer a Rússia coberta de neve e com temperaturas baixíssimas até que combina, quem sabe até mais do que em um dia ensolarado de verão. Mas minha câmera surpreendeu-me um pouco com as fotos monotonamente azuladas. Uma amiga menciona que há uma forma de tirar este azul, mas confesso que gosto dele, pois é o natural nestas regiões invernais. Exponho, então, um tipo de "galeria de fotos" com o mínimo de comentários a seguir (bom para o leitor!), quebrando a sequência com fotos bem coloridas de lojas de souvenirs que visitamos ao longo da turnê não só para fazer compras, mas também para tomarmos um chá quente.
Como vimos de passagem o famoso forte de Pedro e Paulo, que no passado guardava a cidade.
E o Ermitage, um dos muitos palácios dos czares, à beira do rio Neva, que banha a cidade.
Balalaikas
O mais famoso souvenir russo, essas bonecas ocas de madeira que cabem uma dentro da outra,
chamadas Matryoshka ou Mamushka.
Na praça de Santo Isaque...
... tendo ao fundo a catedral do mesmo nome e a estátua de Nikolai I. 100kgs. de ouro foram necessários para cobrir a superfície da sua cúpula.
Sóbria decoração natalina nas ruas, um tanto desertas naquele domingo.
Uma belíssima catedral ortodoxa que visitamos, também o seu interior.
O Teatro Marlinskly, em homenagem à Czarina Maria Alexandrova, foi erigido em 1860, pelo arquiteto Albert Kavos, o mesmo que erigiu o Teatro Bolshoy, em Moscou.
Ainda que seja mais conhecido por sua companhia de ballet, é também uma das principais casas de ópera. É uma das principais instituicões culturais do país.
Nevskiy Prospekt, uma das mais famosas ruas da Rússia.
Cidade de muitas pontes, às vezes me fazia lembrar Paris.
E num belo momento, o sol apareceu e o céu tornou-se azul...
... mas continuou o "frio pra cachorro" ou "que nem cachorro aguenta"!
Um dos raros edifícios modernos que vi.
A cidade com seus variados estilos arquitetônicos, influenciados por arquitetos franceses e italianos.
Russos, homens e mulheres, podem vestir-se com peles da cabeça aos pés.
Muito caros, souvenirs em vidro.
Um lindo prédio da Nevskiy Prospekt.
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Próxima postagem:
Grandiosa São Petersburgo - Ermitage/Palácio de Inverno - 2
Visita ao tido como um dos maiores museus do mundo, antigo palácio da realeza russa.