Saí do albergue em Varsóvia e tomei o trem para Cracóvia, distante da capital cerca de 5 horas (com os respectivos atrasos). Vê-se pela foto que estava sonolento, assim aproveitei os primeiros momentos da viagem para dormir no trem, até que bastante bonito e confortável.
Mesmo assim, o pensamento nos milhões de judeus que foram deportados antes ou depois do Gueto de Varsóvia vinham-me à mente ao fazer a mesma rota por estrada de ferro, sendo que eles conduzidos para a morte em Auschwitz-Birkenau...
Eu já pisara neste chão... Em 2001, quando fiz a minha primeira Interail, de trem pela Europa, incluí a cidade de Cracóvia no roteiro, interessado somente em visitar o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, a 20km dali, o que fiz (uma das primeiras postagens no meu blog, com link ao final desta).
Agora era a vez de visitar a cidade de Cracóvia. Chegando, almocei em um belo shopping-center perto da estação. Um "banho de modernidade" se fazia necessário antes de enveredar por ruas, visitar igrejas e admirar prédios antigos carregados de história. E foi isso exatamente o que fiz, mas antes dirigi-me ao albergue e instalei-me em um dormitório com 10 ocupantes!!
Postal da parte antiga da cidade, cercada de muros, situando-se exatamente no meio da cidade.
A somente um quarteirão do albergue ficava a entrada para a velha cidade...
...com um sistema de fortificação de 3km de sólidos muros.
Simpáticos "tiozinhos" em suas roupas típicas tocando músicas do folclore polonês.
Eu já estava na cidade antiga, tendo adentrado pelo Portão de Florianska.
A torre é uma das 47 ao longo do muro.
Agora, até chegar ao grande e famoso largo, era admirar antigos prédios...
... nos seus variados estilos...
... com detalhes os mais belos e interessantes.
Aqui se compra ingressos para concertos.
Então, cheguei ao grande largo apinhado de turistas e de atrações voltadas para eles.
Um "estacionamento" de carruagens que levam os turistas mais...
... endinheirados a um passeio pela cidade.
Cada carruagem procura inovar em algum detalhe.
Dei-me ao luxo de ir a um café-confeitaria com cadeiras ao ar livre, e ali saboreei uma deliciosa torta de limão, especialidade da Cracóvia, com café-com-leite. Ao som de uma serenata de ciganos poloneses.
Esqueci-me de comprar, nesta "agência de correios", um selo comemorativo aos
200 anos do nascimento de Chopin, pena!
... mas não de fotografar um piano em homenagem...... ao expoente máximo da música polonesa.
No mesmo grande largo, a torre da cidade, construída no século 14, mas não subi até o seu topo para admirar o panorama...
Evitando subir para não cair de cansaço, fotografei-me diante desta obra de arte "que caiu com a cara".
Outro prédio bonito e histórico é o mercado, que vende souvenirs, roupas típicas, peles etc.
Bonecos ao som de músicas do respectivo cantor são apresentados pelo talentoso rapaz no seu Teatr Animaji FolkoShow, uma das raras escritas possíveis de entender. Mas as músicas do Elvis eram lembradas.
A basílica de Santa Maria, construída no século 13, é uma das mais belas igrejas em estilo gótico da Polônia.
Entre 1952 e 1957, João Paulo II serviu aqui, como pregador e confessor. Como papa, visitou-a três vezes. Spielberg utilizou-a para filmar algumas cenas de "A Lista de Schindler".
Há duas entradas, uma para quem quer visitar a igreja e outra para quem quer "orar somente". Mas percebam a longa frase em polonês! Será que orar não é mais simples do que isso?!
Tirei uma foto do interior. No altar de 13m, construído em madeira na Idade Média, o maior da Europa, há 200 figuras que variam em seu tamanho, de 3m a 3cm. Entrei para orar, mas como fazê-lo com tantos detalhes a atrair a nossa atenção?
Foi a única igreja que visitei do aglomerado delas na Velha Cracóvia. No largo, bandeirolas (?) predominantemente na cor nacional, a vermelha.
Em caminho ao castelo, passei pela Igreja de Pedro e Paulo, mas com estátuas de outros apóstolos também nos seus muros.
O castelo fica dentro dos muros, em uma colina, que o torna ainda mais imponente.
Sua história é rica como a da antiga Cracóvia.
O leitor interessado terá acesso a ela pela Internet.
Embora histórica e belíssima, a grande maioria dos visitantes vêm à Cracóvia interessado na visita a Auschwitz-Birkenau. Desta vez fui exceção, pois não incluí no meu roteiro de viagem uma nova visita ao campo de concentração. Ponderei e decidi que a um lugar tão lúgubre e cenário de milhões de mortes inocentes, tanto de judeus quanto de poloneses - considerado o maior cemitério do mundo - bastou conhecê-lo uma vez, guardando em meu coração as impressões profundas que tive no lugar.
Do castelo fotografei o rio Wisla, que banha a cidade. E ao ver o outro lado do rio, pensei no programa de meu segundo e último na Cracóvia: atravessar uma das pontes sobre o rio e visitar a fábrica de Oskar Schindler.
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Próxima postagem:
Visita à fábrica - hoje museu - de Oskar Schindler.
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L i n k
Visita ao Campo de concentração Auschwitz-Birkenau:
http://paulofranke.blogspot.com/2006/08/campo-de-concentraco-de-auschwitz.html