... aqueles que nos pesam como fardos
e cuja lembrança pode afligir-nos...
Presenteie a sua alma lendo até o fim este artigo de
Catherine Marshall.
E recomende-o.
Quase toda a correspondência que o carteiro me traz inclui cartas de pessoas que lamentam um erro cometido anteriormente - por exemplo, uma escolha errada de cônjuge ou algum pecado que tenha deixado cicatrizes em suas vidas. O ato, em cada caso, tem causado miséria, tornando-se um beco sem saída, aparentemente irreversível.
A crença em Deus ainda permanece na maioria das circunstâncias. Ele não mudou, mas você e eu mudamos. Há um sentimento de nós mesmos havermos rompido as relações com o Pastor, com a Sua direção, voz e bênção.
"Existe alguma possibilidade de retornarmos?" é o que as pessoas estão perguntando. Realmente, existe! E estas são as boas novas de nossa fé cristã. No Salmo 139 o plano de Deus para cada um é demonstrado como um caminho do qual o homem se desvia. Mas o nosso Deus sabe tudo sobre os nossos desvios de Seu caminho. Além disso, a Sua presença vai tanto atrás quanto adiante de nós.
"Senhor, Tu examinaste a fundo a minha alma e conheces todas as coisas a meu respeito. Tu sabes o que acontece comigo quando estou descansando ou quando estou caminhando... Tu conheces muito bem tudo o que eu faço... Tu estás à minha frente e atrás de mim ao mesmo tempo, e me guias e abençoas com a Tua mão. Saber isso é algo tão maravilhoso que eu nem consigo compreender! É impossível fugir do Teu Espírito!" (Salmo 139:1-7 - A Bíblia Viva)
Muitos de nós crêem que Deus pode controlar as "frentes", desde que cooperemos; mas que Ele também possa caminhar no nosso passado, corrigindo os nossos erros, parece bom demais para ser verdade.
O profeta Joel provê outra imagem. Ele estava falando ao próprio povo de Deus - os judeus - e, através dele, a outros. Aquele povo necessitava, desesperadamente, da mensagem de Joel, pois, ao lermos o Antigo Testamento, encontramo-lo, como nós, cheio de falhas e desobediência, causando desastres a si mesmo por sua própria insensatez.
Como símbolo de desastre, Joel usa o simples gafanhoto. Então, como agora,
enxames desses insetos podiam formar nuvens espessas o suficiente para cobrir o sol. Dentro de trinta minutos, eles despiam as plantações e árvores de suas folhas e de seus frutos. Assim Joel usa o gafanhoto para demonstrar uma vida em ruínas.
Suponha que a sua situação seja igualmente ruim. Poderia Deus dominar uma situação dessas? Sim, Ele pode, exulta Joel: "Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador... e louvareis o nome do Senhor vosso Deus" (Joel 2:25, 26).
Nossa parte nesta restauração, de acordo com Joel, é fixar o nosso olhar no lugar em que nos desviamos, tendo a coragem de não diminuir o nosso pecado nem colocar a culpa em ninguém mais além de nós mesmos.
A razão por que não devemos fazer parecer menor o nosso erro é que o preço pago para poder endireitá-lo foi muito alto - até mesmo para o próprio Deus. Ele não poderia ter feito aquelas promessas de perdão e restauração através do profeta Joel se não soubesse que, em certo ponto da história, Jesus Cristo morreria em um madeiro, em um monte fora de Jerusalém, a fim de, tendo vertido o Seu sangue, tornar possível o perdão do Pai para você e para mim - do passado, do presente e do futuro. Mas nós, os cristãos, temos ouvido estas palavras tão frequentemente que elas nos escapam, como moedas gastas que escorregam de nossas mãos.
Certa manhã, há muitos anos, Deus graciosamente tornou estas palavras claras e novas para mim. Foi durante um período em que eu estava bem ciente de meus próprios erros, quando os meus desvios deixavam-me com a sensação de estar isolada de Deus.
Enquanto estava sentada em uma poltrona da sala, ponderando sobre isto, passei por uma profunda experiência interior. Não adormeci, portanto não foi um sonho. Tampouco foi uma visão de outro mundo. Parecia real, tão real quanto o tecido da poltrona, quanto o brilho do sol da Flórida que atravessava as janelas ou quanto o cantar dos pássaros abrigados em uma árvore lá fora.
De repente senti a presença de Jesus. "Nós vamos fazer uma viagem", disse-me. Logo estávamos em uma sala muito, muito comprida, semelhante à sala do trono. Centenas de pessoas estavam enfileiradas em ambos os lados do recinto. Enquanto atravessávamos a sala e nos aproximávamos dAquele que eu sabia que era Deus, o Pai, reconheci, na multidão, aqueles meus amados que haviam partido antes de mim... meu pai, Peter Marshall e outros...
Então olhei para mim mesma. Para meu horror, eu estava vestida de trapos - rasgados, sujos, imundos. Quando paramos diante do trono, eu não ousava erguer o meu olhar. Eu jamais me havia sentido tão indigna!
No mesmo instante, Jesus estendeu o largo manto que Ele estava usando, cobrindo-me completamente com ele. (É interessante notar que não era um manto real, mas, sim, um manto feito do mais humilde pano caseiro. Entendi que, até o dia quando todos os Seus filhos forem levados à glória, Ele continuará a usar o Seu manto de humanidade.)
"Agora", disse-me, "Meu Pai não a vê de forma alguma - somente a Mim. Ele não olha os seus pecados, mas a Minha retidão. Eu a cubro."
Então me dei conta de me encontrar novamente na sala de estar, sentada na poltrona, só que com sentimentos de alegria fuindo em mim. Portanto, é isto o que a cruz significa. Os teólogos explicam-no com um título que soa imponente - "expiacão substituta". Jesus, em nosso lugar, Jesus, o nosso substituto.
E foi Jesus Quem nos deu a melhor ilustração de todas, a ser acrescentada às do salmista e do profeta Joel: a história do filho pródigo, que se desviou muito do caminho traçado por Deus. Mas, quando o rapaz "caiu em si" e voltou para casa, Deus, o Pai, não somente o recebeu, mas correu, na estrada, ao seu encontro.
Há um caminho de volta para mim e para você? Sim, mil vezes sim! O caminho tornou-se possível através de Jesus, na cruz, "pairando sobre as ruínas do tempo". É por isso que as ruínas não precisam permanecer como estão. Jesus não ficou naquela cruz.
No final do caminho está o Jesus glorificado, esperando-nos, diante do trono do Pai, pronto a cobrir a cada um de nós.
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Extraído de Guideposts e publicado no "Brado de Guerra - contra todo o mal",
tendo sido traduzido por Anneli Hämäläinen Franke.
Catherine Marshall, falecida em 1982, abençoou milhares de pessoas com seus artigos e livros, sendo o mais famoso o "Para todo o sempre" (A man called Peter), um best-seller que trata da biografia de seu marido, Rev. Peter Marshall, também levado às telas com muito sucesso na década de 50
(ver link)
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L i n k
O livro e o filme "Para todo o sempre":
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