Tia EMMA BERG MEDEIROS, a 1a mulher a trabalhar no BB no Brasil!
O edifício que sediou o Banco do Brasil em Pelotas-RS durante 58 anos ainda está lá no seu estilo que lembra muito prédios europeus. De fato, muitos materais da construção, pesquisei, foram importados da Europa, assim como os da decoração interna, filetes dourados, frisos de mármore e outros, desenvolvida pelo artista e arquiteto Fernando Corona. Sua construção aconteceu de 1926 a 1928.
Este antigo postal, publicado no Facebook, remeteu-me aos tempos quando lá ia com frequência como parte de meu trabalho de office-boy do Curtume Julio Hadler S/A (ver postagens recentes acerca da firma em duas partes). Enquanto esperava ser atendido, admirava o seu interior de beleza ímpar. Em 1972 o Banco do Brasil transferiu-se para uma nova sede, um moderno edifício também no centro da cidade. O velho e belo prédio, no entanto, aguarda restauração, urgente!
Emma Berg Medeiros foi uma tia querida, casada com Plínio Salles Medeiros, irmão de minha mãe. Ir com minha mãe visitar sua cunhada na sua grande casa térrea e de esquina, na Rua Barão de Santa Tecla - até o nome da rua tem classe! - é uma das lembranças da infância (e sempre havia muitas balas para comer, uma vez que meu tio era o proprietário da Fábrica de Balas Sem Rival). Da referida casa, foram morar no segundo edifício construído em Pelotas, na rua Anchieta esquina Sete de Setembro. Visitá-los era então uma aventura sem tamanho, pois viviam praticamente no último andar do "arranha-céu"! Hoje o edifício magrinho perde-se no meio de tantos que a cidade possui.
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O casal não teve filhos, mas adotou em uma linda atitude dois sobrinhos, filhos de um irmão e da cunhada dela que faleceu.
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O casal não teve filhos, mas adotou em uma linda atitude dois sobrinhos, filhos de um irmão e da cunhada dela que faleceu.
O que fez a fina e elegante tia Emma uma mulher destacada, no entanto, foi o fato de ter sido a primeira funcionária do sexo feminino a trabalhar no Banco do Brasil no Brasil.
Ingressou como escriturária, por concurso público, em 1924, em Pelotas-RS. Foi gerente de carteira de cobrança e de ordens de pagamento, função na qual se aposentou, em 1954, na mesma agência onde começou a trabalhar. Ao completar 100 anos em 2004 - no mesmo ano da fundação da PREVI - foi homenageada na revista do Banco do Brasil e recebeu de representantes da entidade bancária uma medalha comemorativa e um casaco de lã. "Mais do que fazer história, ela mudou a história", foi citado a seu respeito.
A foto mostra Emma Berg Medeiros com os colegas da agência de Pelotas no dia de sua aposentadoria. Tio Plínio está à sua direita na foto (foto Boletim PREVI).
Tia Emma acompanhada de suas sobrinhas Regina Berg Fuhro à esquerda, e Zuleika, que muito cuidaram dela (foto Boletim PREVI).
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Da pesquisa que fiz pelo Google, destaco a do Boletim PREVI, a qual transcrevo em parte, com agradecimentos.
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Mulheres pegam o bonde da história
Uma das mudanças mais notáveis foi exatamente em relação à situação da mulher no Banco do Brasil, patrocinadora da PREVI. Em 1904 não existia no Banco nenhuma funcionária, situação que só se alterou a partir da década de 20, com o ingresso de mulheres como a gaúcha Emma Berg Medeiros, admitida em 1924, com 20 anos de idade. Nascida no mesmo ano da fundação da PREVI e, portanto, festejando também o seu centenário, dona Emma trabalhou durante 30 anos na agência Pelotas, onde tomou posse. De escriturária passou a gerente da carteira de cobrança e encerrou carreira como chefe do setor de ordens de pagamento.
Dona de memória invejável, Emma gosta de cultivar lembranças do trabalho, especialmente dos tempos em que era a única mulher entre mais de vinte funcionários do sexo masculino. “Eles me tratavam muito bem e eram todos muito corretos”, enfatiza com bom humor. Voltando ainda mais no tempo, conta que começou a trabalhar com 15 anos, no escritório de um estabelecimento comercial de Pelotas. Foi nessa época que soube da prova para o Banco do Brasil. “Para passar na prova era preciso saber português, matemática e datilografia”, diz, com a perseverança de quem aprendeu a ler e escrever numa sala de aula improvisada pela irmã mais velha, em função do reduzido número de escolas existentes na época.
A sobrinha mais próxima, Regina Berg Fuhro, conta que dona Emma costumava visitar sua antiga agência quase todos os dias, já aposentada. “Titia gostava tanto do Banco, que todas as sobrinhas desejavam trabalhar lá. Infelizmente o concurso para mulheres ficou suspenso por muitos anos”, explica a professora. Para o pessoal que está chegando ao Banco do Brasil, a nossa homenageada de 100 anos aconselha “Seja sempre atencioso, com os colegas de trabalho e com os clientes”.
A sobrinha mais próxima, Regina Berg Fuhro, conta que dona Emma costumava visitar sua antiga agência quase todos os dias, já aposentada. “Titia gostava tanto do Banco, que todas as sobrinhas desejavam trabalhar lá. Infelizmente o concurso para mulheres ficou suspenso por muitos anos”, explica a professora. Para o pessoal que está chegando ao Banco do Brasil, a nossa homenageada de 100 anos aconselha “Seja sempre atencioso, com os colegas de trabalho e com os clientes”.
Boletim PREVI
Já vivíamos na Finlândia quando recebi a notícia do falecimento da querida tia Emma, a qual visitara em Pelotas em meados dos anos 90 pela última vez, quando lá vivemos durante 9 meses. Tio Plínio havia falecido quando moraram durante bastante tempo no Rio de Janeiro. Em 1969, quando trabalhei no estado do Rio, os visitava de vez em quando, principalmente quando eles hospedavam tias-avós do Rio Grande do Sul no seu apartamento no Flamengo.
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Tendo obtido esta semana as fotos aqui publicadas, através de uma prima que mora na cidade de Rio Grande-RS, inclusive a do casamento dos tios Plínio e Emma Berg Medeiros, publicada acima, resolvo incluir outras, das irmãs de Plínio, também recebidas. Enquando as examinava, algo me chamou a atenção... dos quatro irmãos de minha mãe, três casaram-se com descendentes de alemães, inclusive ela!
Sempre achei que minha mãe, uma morena de grandes olhos verdes, muito linda na sua juventude, não saiu muito bem na foto de seu casamento com meu pai, Darcy Franke, em 1936. Talvez com os preparativos para o casamento tenha emagrecido bastante, e o vestido de noiva, típico dos anos 30, também não parece tê-la ajudado muito, com o que meu elegante pai ao seu lado talvez não concordasse.
Tia Lacy casou-se com Adolpho Wohlfeil e na foto típica de casamentos não poderia deixar de constar uma almofada e corbeilles.
Como não possuo foto do tio João Medeiros, que se casou com uma
Müller, tomei a foto do casamento de seu filho, o primo Delvair Müller Medeiros, como que representando o de seus pais.
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Uma das próximas postagens...
Há muito eu desejava, assim como fiz uma postagem acerca da família Ebling-Franke, de meu saudoso pai, publicar neste blog também uma da família Da Costa-Salles-Medeiros, de minha mãe.
Pela falta de fotos devido à perda de uma preciosa caixa quando minha mãe se mudou de um apartamento para outro, eu não possuía material fotográfico suficiente para a postagem.
Com a ajuda da bondosa prima e de seu filho, de Rio Grande, que me forneceu as fotos desta, e ele que as fotografou, será possível publicar, muito em breve, a referida postagem que sempre considerei uma lacuna neste meu blog que trata, também, de assuntos familiares, ocasionalmente, como foi esta da saudosa tia Emma Berg Medeiros.