e tribos remotos.
Muitas vezes eu imaginava indígenas reunidos em volta de um rádio ouvindo bandas salvacionistas de Londres ou corais e conjuntos do Brasil e de outros países.
A foto mostra-nos com índios que procuravam ajuda material e também ouviam o Evangelho que era pregado no Corpo Central de São Paulo, no bairro da Liberdade.
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1. História2. Rádios - aparelhos e lembranças3. Radialistas e "Radialista"4. Rádio Transmundial (RTM)5. Diversos
1. HISTÓRIA
Engenheiro eletrônico, cientista e inventor italiano,
Gugliemo MARCONI nasceu em 1874, em Bolonha, e morreu em 1937,
em Roma. Foi pioneiro na invenção e desenvolvimento da rádio.
Em 1893 iniciou o estudodas oscilações elétricas descobertas
por Hertz cinco anos antes. O princípio da Telegrafia sem Fios
(TSF)coube aos trabalhos de Branly e Hertz em 1890,mas a sua
aplicação prática coube a Marconi. Na primavera de 1897
demonstrou a possibilidade de comunicar a uma distância de
4 quilômetros. Em julho do mesmo ano, na Itália, aumentou
essa distância para 18 quilômetros. (Wikipéda)
Em 1897 constituiu a sociedade Wireless Telegraph and
Signal Company, Ltd que em 1900 tornouse Marconi's Wireless
Telegraph Company Ltd. A 28 de março de 1899 Marconi foi
convidado pelo governo francês a realizar a primeira
comunicação de uma costa para a outra do Canal da Mancha.
Estava criada a TSF, que a partir daí deu lugar a numerosas
experiências em todos os países.
Ainda em 1899, realizou uma comunicação radiotelegráfica
de 300 quilómetros. Eem 1901 demonstrou a possibilidade de
transmissão pela TSF de sinais através do Atlântico, provando
assim ser possível a propagação das ondas elétricas sobre o mar
e através dos continentes. Em 1902 Marconi transmitiu a
primeira mensagem radiotelegráfica entre o Canadá e a
Inglaterra.
Em 1909 recebeu o Prémio Nobel de Física que dividiu com
o alemão Karl Braun. Foi graças à TSF que se salvou uma parte
dos passageiros dos navios Republic (1909) e Titanic (1912).
Em 1924 transmitiu pela primeira vez a voz humana por meio
da radiofonia entre Inglaterra e Austrália. (INFOPÉDIA)
Em 1931, Marconi transmitiu de Roma, por rádio, o sinal que ligou o sistema de iluminação do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro (leia abaixo o interessante relato histórico; na foto o Corcovado antes do Cristo):
Numa ocasião, ao desembarcar com a mãe na Inglaterra, Marconi levava um transmissor na bagagem. Os funcionários da alfândega apreenderam o aparelho. Quando este foi devolvido, os inspetores disseram que haviam pensado se tratar de uma bomba. Ao ouvir a explicação, a mãe de Marconi respondeu: "E é mesmo. Não do tipo que explode o mundo, mas ela vai derrubar todas as paredes".
Quando Marconi morreu, as estações de rádio em todo o mundo fizeram dois minutos de silêncio. (Wikipédia)
Em 7 de setembro de 1922 acontecia a primeira transmissão do rádio no Brasil. Em 91 anos, muita coisa mudou. A magia desse veículo, que possui uma capacidade surpreendente de renovação, no entanto, continua a mesma.
2. RÁDIOS - APARELHOS E LEMBRANCAS
Em visita no início do ano ao Museu Nobel em Estocolmo, fotografei o painel da Guerra Fria, ilustrado com um rádio transistor (portátil).
http://en.wikipedia.org/wiki/Transistor_radioMas as lembranças de emissoras de rádio ou mesmo de aparelhos de rádio vêm de muito tempo, do tempo da infância...corrigindo: Jorge Goulart
E "A Hora do Brasil" a cada dia no mesmo horário? E seu "aviso aos navegantes"?
Por vivermos quase no extremo-sul do Rio Grande do Sul, em Pelotas, as "rádios castelhanas" podiam ser ouvidas facilmente (foto da radialista Cleusa)
Olhem o "avanço" deste rádio-toca-discos!!
Meu melhor amigo da adolescência era fanático por "galenas", e enviou-me as fotos acima e abaixo.
Saiba mais sobre rádio de galena:
Também enviou-me foto do disco matriz gravado na
Rádio Cultura de Pelotas, pelo Coral do Redentor, regência da Dona Eunice Lamego, do qual participei cantando como tenor. "São em
base de alumínio recobertos por vinil e estão bastante prejudicados pela
oxidação do alumínio sob o vinil", conta ele.
Que relíquia! Obrigado, Eliezer!
Nas lembranças da década de 50, a "Revista do Rádio".
Tia-avó Lúcia posando ao lado de um rádio...
Tios Ney e Dalva na casa dos pais na década de 40; ter um rádio grande na sala era símbolo de status. Será que ele procura sintonizar uma emissora que esteja tocando uma música de amor?
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3. RADIALISTAS E "RADIALISTA"
O locutor Paulo Corrêa, da Rádio Pelotense, entrevistando o Presidente Juscelino quando visitou nossa cidade.
O prédio atual da Rádio Pelotense (foto radialista Cleusa) .
O locutor Paulo Corrêa, recentemente falecido, dono de uma bonita voz, fazia o programa "Do filme que passou, a melodia que ficou". Escrevíamos ao programa e o acompanhávamos para em algum dia ouvirmos o nosso nome e a música do filme que pedíramos. Parava tudo à volta, pois era o momento de nos recordarmos do filme através de sua música-tema (algumas canções que eu solicitava vêm-me à memória: trilha sonora de "Quo-Vadis?", "Over the rainbow" etc.)
A propósito da postagem anterior deste blog, enfocando a novela "A Idade do Lobo", da TV Tupi, dou alguns dados a respeito do diretor da mesma:
Sergio Jockyman (1930-2011) Foi diretor geral da Rádio Farroupilha; diretor, apresentador e produtor da antiga TV Piratini; foi comentarista na TV Difusora (atual Band RS) e na TV Gaúcha (atual RBS). Tinha um quadro diário no programa Portovisão, da TV Difusora, até 1980, quando se transferiu para o horário noturno, fazendo o comentário final, às 21h20, no programa Guaíba ao Vivo.
A experiência do amigo radialista Paulo Vidal de Negreiros, que escreveu para o blog a meu pedido:
"O rádio é um meio de comunicação intimo, quase privado. No começo não era assim, pois o radio ocupava o centro da casa e reunia a familia inteira. Este posto esta ocupado pela televisão. Como radialista, ate agradeço a tv por ter libertado nosso meio de comunicação dessa função espetacular. Agora o rádio pode focar-se em sua linguagem mais especifica, a dos sentimentos e em seu carater de companhia individual. Conheço ouvintes assiduos, leais e participativos que interagem comigo praticamente em todos os meus programas. O rádio tem o poder de mexer com o lado afetivo, amoroso, também com a dor e a ternura, sem esquecer a esperança e a angústia, os sentimentos heróicos e a saudade. Se meu programa de rádio faz rir ou chorar, está no caminho certo. Se provoca ira (não porque o programa seja ruim), tambem está. Mas se não provoca emoções, se deixa o ouvinte frio, então não é radiofonico. Por experiencia propria, concluo afirmando que falar pelo rádio é emocionar, caso contrario, a mensagem não chega, não impacta e nem surte o efeito desejado."
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Acrescento, corroborando com o meu amigo e xará Paulo - a quem convido a colocar nos comentários detalhes que façam os leitores deste blog sintonizarem seu programa - que minha saudosa mãe que ficou viúva e vivendo sozinha, tinha o rádio por seu companheiro. Dei-lhe de presente um rádio portátil para escutar nas frias noites gaúchas e contou-me o quanto apreciava tais e tais programas e locutores.
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O "radialista" entre aspas sou eu... Interessante que nunca me considerei a
pessoa ideal para falar no rádio e nem era algo que eu "curtia" muito,
confesso... mas, mesmo assim, fui "ao ar" algumas vezes a pedido ou
convocado...
Logo que ingressei no ES, participava às vezes do programa "Um Recado Amigo", do Corpo de Pelotas, irradiado pela Rádio Tupancy. Acima, o script de um dos programas com a foto da equipe que participava ocasionalmente, no ano de 1963.
Em 1976, na cidade de Rio Grande-RS, com minha esposa dirigia-me à Rádio Difusora aos domingos pela manhã para apresentar o programa cujo nome dei e existe até hoje, "O Louvor da Salvação". O saudoso salvacionista, Sr. Jurandyr Charão, foi o idealizador, grande incentivador e patrocinador do programa.
Em 1985 fui entrevistado na emissora do Moody Institute, em Chicago-Il, e falei sobre o Exército de Salvação no Brasil.
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4 - Radio Transmundial (RTM)
Convocado pelo Chefe do ES no Brasil no início dos anos 90, Coronel David H. Gruer, iniciei um programa salvacionista - cujo nome repeti: "O Louvor da Salvação" - inicialmente gravado e irradiado pela Rádio Transmundial - RTM, mais tarde gravado no próprio estúdio situado no Quartel Nacional, e irradiado pela RTM em ondas curtas e em emissoras paulistanas. Minha esposa foi minha fiel colaboradora na apresentação do programa
Grande experiência a de levar o Evangelho e boa música cristã também até tribos de índios distantes, o que conto na postagem "Da selva de pedra à selva brasileira":
4 - DIVERSOS
Na peça que montei em 1985, "O Diário de Anne Frank", levei um rádio antigo para compor o cenário. Era a lembrança das ocasiões descritas por Anne em seu diário de os ocupantes do Anexo Secreto escutarem a BBC de Londres. Na foto, ouvindo as boas notícias da chegada dos aliados no Dia D... Lamentavelmente, antes de a guerra terminar, faltando pouco, foram descobertos e enviados a campos de concentração, sobrevivendo somente Otto Frank, pai de Anne (convidei um sobrevivente do Holocausto e ele veio com sua esposa assistir à peça).Postagem a respeito da visita ao campo de concentração de Bergen-Belsen, onde morreram Anne e Margot:
http://www.paulofranke.blogspot.fi/2013/03/anne-frank-o-dia-em-que-visitei-bergen.html____
Quando o histórico fim da Segunda Guerra foi noticiado pela rádio no Brasil:
Berlim foi conquistada pelo Exército Vermelho da União Soviética. As últimas matilhas nazistas foram esmagadas. Iossl e Fêiguele, meus pais, choravam. Eu e Gustavo, meu irmão, também. O rádio Philco, e o famoso olho, ligados. De repente, Carlos Frias entrou no ar e, com seu maravilhoso vozeirão, bradou: “Terminou a guerra! Vitória soviética em Berlim!”
Papai pegou o rádio e o colocou na sacada aberta para a Rua Marechal Floriano, ex-Rua Larga, para dar a boa nova ao povo. O volume, no máximo. Parecia que ele, com seu rádio, queria chegar até as gloriosas tropas soviéticas. “Derrotadas as hordas nazistas! Hitler, não mais! Paz! Viva a paz! Enquanto Frias dava vazão à sua alegria, fui até a sacada olhar a rua. Nenhuma aglomeração... A rua estava deserta... Carlos Frias foi o primeiro locutor no Brasil a anunciar o fim da Segunda Guerra Mundial. (De Carlos Frias e quatro ouvintes)
Quando fui a Estocolmo visitar minha filha no início do ano, meu amigo Sergio ao saber não deixou de ligar a cidade à Copa de 1958, e escreveu-me algo bem interessante dentro deste contexto (um selo semelhante tenho na coleção que herdei de meu saudoso pai):
Tua visita à Suécia faz lembrar-me a copa de 1958 em que o Brasil (seleção brasileira) foi campeão do mundo em Estocolmo. Também me lembra da Radio Difusora da Suécia, que transmitia desde Estocolmo e tinha uma grande audiência em Pelotas (a maioria da gurizada ouvia!). Velhos tempos... Ouvia-se muito falar das namoradas suecas e suas liberalidades. Hoje comparada com o Brasil, a Suécia deve ser "fichinha". Se passares pela rádio aí, dá uma chegadinha; eles com certeza, muito cordiais que são, vão te cumular de gentilezas.
Curiosidade: a Rádio Guaíba de Porto Alegre foi, em 1958, a única rádio do nosso estado que transmitiu a copa do mundo; com a precariedade das comunicações da época, usou de um estratagema: pediu emprestado para a Rádio Difusora da Suécia um transmissor de ondas curtas e transmitiu direto desde aí para Porto Alegre. Era uma dificuldade para captar aqui e foi necessário um posto de recepção bem afastado, isento dos ruídos da cidade, para obter uma recepção apenas razoável.
(Obrigado, Sergio, também por apresentar-me ao seu amigo, irmão do Sergio Jockyman "A Idade do Lobo" (ver postagem anterior), que se tornou agora meu amigo no Facebook!)Bem perto de onde moramos em Helsinki, houve a primeira apresentação de televisão finlandesa. Fotografei a placa no prédio histórico.
Há alguns anos amigos finlandeses levaram-me para conhecer o Museu do Rádio em Lahti, cidade próxima à que vivemos. Na interessante visita ao museu pode-se "fazer uma novela", inserir seu fundo musical, ouvir diversos sons de efeitos especiais, enfim, conhecer e "programar" tudo o que era utilizado no passado nas emissoras radiofônicas, para diversos fins:
E, finalizando...
Jingles antigos do radio e da tv, do tipo
"Guenta, coração, tanta emoção!"
BBC-80 anos - do velho ao novo prédio em Londres (video)
Embora não tenha guardado o link (alguém que o possua pode colocá-lo nos comentários?), certa vez recebi o interessante:
"O que tocava no rádio no ano em que você nasceu".
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Fim de outono, já tendo nevado, belas paisagens pelas janelas... recordar o passado é imperativo. E nessas lembranças, a do programa radiofônico "O Louvor da Salvação", que levei ao ar juntamente com minha esposa durante mais de um ano, nos anos 90, antes de virmos trabalhar na Finlândia, onde agora gozamos nossa feliz aposentadoria.
Este programa foi o escolhido para constar em vídeo.
Assim, convido o caro leitor a ouvi-lo. Trata de três tragédias marítimas e por trás delas três hinos conhecidos e amados.
Na certeza de que o leitor será também um bom ouvinte, agradeço.
Basta clicar ou copiar o link na sua barra de endereços:
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Aproveito a oportunidade para revermos duas postagens com o tema "Rádio", que os interessados no assunto por certo curtirão...
Pregadores: 08 Nelson Wakai/09 Vilma Goncalves/46 Maria Goretti/ 58 Paulo Swartele Rodrigues/ 84 Doreen Campos/ 85 Nelson Wakai/ 86 Rute Wakai/ 91 Celi Santos/ 97 Teruo Takehisa/ 102 Hartmut Liedtke /103 Gladys Hofer