Paulo Franke

28 outubro, 2011

Judeus na Indústria Cinematográfica de Hollywood



Nos anos 80 conheci uma senhora idosa, judia, que morava em São Paulo. Fiz-lhe muitas visitas e ouvia seus relatos, inclusive de como sua família fora quase toda dizimada no Holocausto. Seu desejo era apresentar-me seu grande e inteligente amigo, o escritor Hugo Schlesinger, nascido na Polônia e que estudou na Cracóvia. Isso nunca aconteceu, mas presenteou-me seu livro "Meus Irmãos Famosos", da Editora B'Nai B'Rith, obra que fornece nomes de judeus famosos, do mundo inteiro, destacados por algum feito extraordinário.

Meus amigos cinéfilos foram lembrados quando, ao reler o livro, passei pelas histórias dos mais famosos judeus ligados à indústria cinematográfica de Hollywood. Os textos - não as fotos - são, portanto, extraídos do livro, enquanto que as fotos obtidas através do Google.

*****************

Os judeus, tendo encontrado no filme uma nova e importante expressão artística, tornaram-se pioneiros e técnicos deste novo e importante meio de comunicação.
Nos Estados Unidos a indústria cinematográfica desenvolveu-se como a terceira potência industrial do país, e Hollywood tornou-se, através de seus magnatas judeus, o símbolo de uma nova arte, que atingiu o seu ponto alto depois de 1933, com a ajuda dos talentos refugiados do nazismo.



Samuel Goldwyn

Tornou-se verdadeiro sinônimo de Hollywood. Nascido em Varsóvia em 1882, de uma família cujo verdadeiro nome era Goldfish, fugiu de casa aos 11 anos e foi para a Inglaterra, onde trabalhou em uma ferraria. Após dois anos de permanência no país, emigrou para os Estados Unidos, onde estudava inglês à noite e trabalhava numa fábrica de luvas durante o dia. Onze anos mais tarde, quando já era acionista da fábrica, descobriu sua verdadeira vocação na indústria cinematográfica que começava a nascer. Em 1925, Goldwyn tornou-se independente e fundou sua própria companhia, a Samuel Goldwyn Inc. Em 1926 foi eleito para o conselho administrativo da United Artists, fundada por Charles Chaplin, Mary Pickford e Douglas Fairbanks.



Louis B. Mayer


Nasceu na Rússia em 1885, em uma família de judeus pobres. Faleceu em 1957, mais do que bilionário. Fez a carreira típica dos primeiros potentados do cinema norte-americano, criadores de Hollywood. Em 1924, era o chefe da produção da Metro-Goldwyn-Mayer, resultante da fusão da Metro com a sua companhia e com a de Samuel Goldwyn. Foi ele quem introduziu em Hollywood a técnica de contratar grandes artistas no exterior, começando por Greta Garbo.



Jack Leonard Warner

O fundador da Warner Brothers. Nasceu em 1892, no Canadá, e foi com sua família para os Estados Unidos. Junto com seus irmãos reuniu um capital de 150 dólares e montou seu primeiro cinema, o "Bijou", no qual trabalhava com toda a família. Logo depois abriram outro cinema e começaram a entrar no negócio de distribuição de filmes. Durante a Primeira Guerra Mundial, a Warner Features produziu filmes de propaganda que lhe deram segurança econômica e permitiram a inauguração de seus estúdios em Hollywood. O primeiro presidente da empresa foi Harry M. Warner. Eram vice-presidentes seus irmãos Albert, Samuel e Jack. Dos quatro, o único sobrevivente, Jack, vendeu as ações da companhia em 1966.




David O. Selznik


Produtor de filmes, nasceu em 1902 e morreu em 1965. Foi o primeiro a levar Katherine Hepburn para o cinema. Transformou em estrelas Vivien Leigh em "E o vento levou", Ingrid Bergman, em "Intermezzo" e Joan Fontaine, em "Rebeca". Selznick foi talvez o mais famoso e bem sucedido produtor de toda a fase de consolidação do cinema norte-americano.



Do Google: Selznick casou-se com Irene Gladys Mayer, filha de Louis B. Mayer, em 1930. Divorciaram-se em 1948 e têm dois filhos, Daniel e Jeffrey Selznick. Em 1949, casou-se com a atriz Jennifer Jones e tiveram uma filha, Mary Jennifer Selznick (1954-1976), que cometeu suicídio saltando da janela do vigésimo andar em Los Angeles, em 1976. Jennifer casou-se novamente; morreu em 2009, com 90 anos.


****************


Nomes verdadeiros de artistas judeus:


Woody Allen: Alan Stewart Koenigsberg


June Allyson: Ella Geisman


Lauren Bacall: Betty Joan Perske


Irving Berlin: Israel Baline


Karen Black: Karen Blanche Ziegler


Fanny Brice: Fanny Borach


Mel Brooks: Melvin Kaminsky


George Burns: Nathan Birnbaum


Eddie Cantor: Edward Israel Iskowitz


Lee J. Cobb: Jacob Amos


Tony Curtis: Bernard Schwartz


Kirk Douglas: Issur Danielovich Demsky


Melvyn Douglas: Melvyn Hesselberg


Paulette Goddard: Marion Levy


Elliot Gould: Elliot Goldstein


Al Jolson: Asa Yoelson


Danny Kaye: David Daniel Kaminsky


Jerry Lewis: Joseph Levitch


Peter Lorre: Laszlo Lowenstein


Yves Montand: Ivo Levy


Joan Rivers: Joan Molinsky


Edward G. Robinson: Emmanuel Goldenberg


Jane Seymour: Joyce Penelope Frankenburg


Simone Signoret: Simone-Henriette Kaminker


Bevery Sills: Belle Silverman


John Garfield: Jules Gurfinkle


Paul Muni: Muni Weisenfreund


Gene Wilder: Gerald Silberman


Theda Bara: Theodesia Goodman


Sylvia Sidney: Sophia Kosow


Judy Holliday: Judith Tuvim


Shelley Winters: Shirley Schrift


Nota: Procure no Google.com outras informações sobre diretores e artistas judeus.


*************************


Em 1982, em viagem à Austrália, marquei no meu itinerário passar por Los Angeles e, por conseguinte, Hollywood, ultra frequentador de cinema que fui nos anos 50. A foto mostra o momento quando meu amigo que lá morava levou-me ao estúdio da MGM. Já tenho abordado o tema neste blog, mas agora publico a "listinha" de endereços dos estúdios aos quais escrevia para solicitar de artistas suas fotografias, passatempo dos jovens dos anos dourados.



De Ann Blyth foi a primeira foto que recebi ao escrever para o estúdio da MGM, em Culver City. E na semana passada assisti ao filme "O Príncipe Estudante", em que contracena com Edmund Purdom (foto abaixo). Fato interessante foi o de o ter asssistido novamente, agora em DVD, ao lado de minha neta mais velha, de 13 anos, que curtiu junto com o avô a opereta que lhe embalara o coração nos anos 50.



De Gloria de Haven, também da MGM, recebi a primeira foto com autógrafo personalizado, bem por isso mais especial. E por coincidência, também na semana passada, assisti ao filme abaixo, em que trabalha junto a Judy Garland e Gene Kelly no canal TCM.




*******************

Abrindo uma revista salvacionista, deparei com uma reportagem do Corpo de Burbank, Califórnia, em marcha pelas ruas da cidade. O nome Burbank ficou remoendo na mente, soando familiar... Na listinha dos endereços dos estúdios, que guardo até hoje, fui conferir: Burbank é a cidade onde está situado o estúdio da Warner Brothers!!


________________________


Próxima postagem:

mais uma da série

"Sob a sombra sinistra do nazismo"


________________________

21 outubro, 2011

3 - Cidades onde servi a Deus no Exército de Salvação




Antes de continuar...
estas duas imagens tem
muito a vercom o que
significa ser um oficial
neste Exército...





C o n t i n u a n d o...




Dos Estados Unidos fomos nomeados, no final do ano de 1987, para um orfanato no sul de Minas Gerais, na cidade entre montanhas de Jacutinga. Um tempo atípico, mas que nos fez bem à alma. Recomendo ao leitor conhecer nossa experiência - e ver lindas fotos - no link abaixo: "De Nova York para o sul de Minas Gerais".


_____________________


Conto ali como sentimos o chamado do Senhor para trabalhar na Finlândia, terra natal da Anneli. Como a chefia respondeu-nos negativamente e tomamos o passo de fé de irmos mesmo assim, baseados em tantas evidências de que o Senhor nos conduzia. Leia também sobre a nossa experiência pela primeira vez fora do Exército de Salvação no link: "A maior aventura de fé de Paulo Franke".




Conto na postagem como, com passagens gratuitas, empreendemos a longa viagem em um moderno e equipado navio cargueiro do porto de São Francisco do Sul-SC diretamente a Oslo - Noruega.



E conto também como, quando quis encarar como nunca meu ministério com seriedade, Deus nos fez trabalhar em uma fábrica de brinquedos...



Possuindo um contato com uma igreja americana interessada em iniciar seu trabalho na Rússia, fui até a sede da igreja na Europa, em Londres, para quem sabe verificar se seria aquele o nosso "próximo passo". Frustrado com o contato, um dia fui visitar a Abadia de Westminster. Lá sentado, orando e meditando na minha situação, quando olho para o lado, vejo o busto de William Booth, o fundador do ES e falei para Deus algo do tipo "William voltou para casa um dia e disse à sua esposa, 'Achei meu destino!' E eu voltava para a ilha de Åland e falaria para minha esposa: "Não encontrei meu destino..."




Quando estávamos há quase 4 anos na ilha, no início dos anos 90, sentimos o direcionamento do Senhor para voltar para o Brasil. E orando senti que deveria voltar à minha cidadade natal, Pelotas-RS, o que fizemos agora pagando nossas passagens aéreas do norte do mundo ao sul. Com nossas economias, alugamos também uma casa na rua Osório, no centro da cidade, e ali realizamos reuniões que foram bem frequentadas por cristãos e outros interessados. Anneli e eu fizemos um trabalho de porta em porta pela cidade oferecendo orações, dura experiência que nos é inesquecível pelas bênçãos que sentimos e oferecemos. A foto acima mostra nossa participação nas reuniões da ADHONEP (Associação dos Homens de Negócio do Evangelho Pleno). Como sempre no ES, móveis nos foram providenciados onde moramos, desta vez dependemos de amigos para nos emprestá-los. Em tudo vimos a mão do Senhor provendo para nós.


******


E enquanto fazíamos o fiel trabalho de orar por pessoas em suas casas, um dia senti o Espírito Santo, na rua Barroso, chamar-me, na Sua forma inconfundível, para voltar para o Exército de Salvação. Reencontrara o meu destino. Depois de 9 meses em Pelotas, quando vi inclusive parentes entregando seus corações para Jesus, recebemos nossa nomeação-do-retorno para Joinville-SC, a primeira cidade onde comecei meu ministério em 1966. Dessa vez, como administradores do Lar João de Paula, um orfanato para meninos.




Na cidade das flores, nem tudo foram flores. Anneli adoeceu gravemente, por falta de um diagnóstico certo pelos médicos para a doença que contraíra: hipertireoidismo. Tão logo diagnosticada por uma estudante de medicina (enquanto médicos antigos não sabiam do que se tratava), tomando os medicamentos certos, seu restabelecimento total se deu em bem pouco tempo. Boas lembranças guardo de Joinville e do quanto Deus me ajudou, inclusive a fazer melhoramentos no Lar, reativar a piscina, decorar o ambiente e obter um convênio com a prefeitura que fez com que as finanças da obra tivessem uma nítida melhora.

******

Um telefonema do segundo-em-chefe desde a sede nacional em São Paulo, certa manhã, comunicava-nos de nossa transferência, depois de dois anos no Lar, para o Quartel Nacional, voltando à nomeação à frente do departamento editorial. Surpresa alegre para ambos!



Assim, voltamos para o único bairro onde morei em São Paulo em todos os anos em que lá vivi, o Bosque da Saúde (estação do metrô Praça da Árvore). Nosso apartamento era no sexto andar e nosso escritório no primeiro do novo quartel, construído na área onde ficava a mansão do "Rancho do Senhor".



Trabalhamos naquilo que gostávamos de fazer... inclusive Anneli no setor de traduções. Tão eficiente, chegavam a dizer que ela "traduzia por quilo".



Fomos responsáveis também por levar ao ar o programa que dei o nome de "O Louvor da Salvação" em uma emissora local. Foi também irradiado pela potente "Radio Transmundial" (RTM) em ondas curtas, alcançando rincões isolados no Brasil, inclusive no norte do Brasil. Um concurso bíblico foi iniciado e aos participantes enviávamos um exemplar da Bíblia Viva. Grande satisfação nos dava as inúmeras cartas que chegavam, inclusive de tribos indígenas. Eram os índios fazendo o nosso estudo bíblico e recebendo Bíblias novas em folha! Foi no nosso tempo que um estúdio foi construído no quartel, estúdio esse que existe até hoje.


Visita da General Eva Burrows (A) ao nosso escritório. E o livro que o líder me pedira para escrever - e que eu começara em Joinville - era agora publicado.





Quando por ocasião da visita do Arcebispo de Cantuária (Canterbury), primaz da Igreja Anglicana, dom George Carey, fui com colegas representar o Exército de Salvação na referida igreja em Santo Amaro.



Em 31 de outubro de 1996, houve o trágico acidente com um avião da TAM, que caiu sobre residências próximas ao aeroporto de Congonhas. Participei da equipe salvacionista de emergência. Também por ocasião do outro acidente, com outro avião da mesma companhia, nos anos 2000.



O chamado para a Finlândia era uma chama no peito que nunca se extinguira. Concordamos, Anneli e eu, depois de uma nova recusa - dessa vez porque o líder não queria abrir mão do bom trabalho que ele achava que estávamos realizando na sede nacional - concordamos que quando chegasse o tempo certo de Deus, Ele abriria as portas devidamente. Isso aconteceu no mês de fevereiro de 1999, e no dia 13 de agosto do mesmo ano viemos para a Finlândia, há pouco mais de 12 anos.


_________________



E assim chegamos à distante mas familiar Finlândia.


Por falarmos a língua sueca, aprendida do nosso tempo na província autônoma de Åland, nossa nomeação foi o Templo centenário em Helsinki, de fato uma nomeação de honra.



William Booth, o fundador, havia visitado o Templo em 1909.



Lado a lado na luta, em mais uma etapa.


Velas, tradição mesmo evangélica na Escandinávia.



Em uma reunião especial, foram exibidos os uniformes que ao longo dos anos os salvacionistas finlandeses usaram. Visto uma camiseta com a foto do fundador e Anneli com a foto da esposa, parceira com ele na fundação do The Salvation Army, em Londres, em 1865, e hoje operando em 125 países, pregando o Evangelho em 175 línguas.




Usei naquele tempo quépes com três diferentes fitas: em sueco, em inglês e em finlandês.



Desde o iníco no Templo, fui direcionado a fazer atividades paralelas às já existentes, agora com estrangeiros que podiam ser vistos por toda a parte na capital. Fui então nomeado pela chefia secretário nacional do trabalho multicultural.



O encontro de brasileiros e amigos do Brasil foi uma atividade cultural que durou 10 anos, mesmo depois de seis anos, quando saímos do Templo e fomos nomeados para outra cidade. Veja no link abaixo como se desenvolveu esse trabalho.






Mas a "menina dos meus olhos" foi o International Open Gospel Choir, que comecei do zero após quatro meses no país. Trezentos jovens adultos é a estatística de quantos cantaram em apresentações ou assistiram aos nossos ensaios quinzenais ao longo de seis anos, e mais: de 46 nações, jovens casados com finlandeses como também estudantes ou pessoas que trabalhavam em diferentes embaixadas e consulados, além de uma maioria finlandesa. Se o leitor quiser inteirar-se a respeito desse coral aberto, de como foi iniciado e de como se desenvolveu com tremendo sucesso - quem sabe até para que inicie um do gênero no país onde vive ou mesmo no Brasil - leia no link abaixo .




Capa do último "Boletim Informativo" do Templo sueco, contendo as capas de todos os outros desde o nosso início na direção daquela igreja.




Nossas duas filhas com seus maridos uniram-se a nós na Finlândia no início dos anos 2000. E os netos foram nascendo: quatro no Brasil e três na Finlândia, sete ao todo, com a netinha que nasceu de minha nora e filho recentemente.


__________________





Do Templo, na capital, fomos nomeados para a costa sueca do mar de Botnia, precisamente para a cidade de Vasa, outrora de língua sueca somente, mas agora também finlandesa. Dirigimos por dois anos nossa igreja na cidade, que possui o templo mais bonito e moderno que tenho visto pelo mundo salvacionista.




Nas reuniões bilíngues que realizávamos, eu falava o sueco e Anneli me traduzia para o finlandês.



O Boletim Informativo especial de Natal.



Nosso trabalho estendia-se também às cidades de Nykarleby e Jakobstad, onde íamos quinzenalmente com nossa moderna van, uma distância considerável para irmos, fazermos reuniões e voltarmos para Vasa, em um só dia (a postagem sobre ursos e alces atravessando a estrada diz respeito a essas viagens). Mas a lembrança é de irmãos muito caros que gostavam muito de cantar! Em uma das dependências da igreja formei um museu.


_____________________



Nosso próximo passo foi voltarmos para a sede nacional em Helsinki, então funcionando em um prédio provisório e sob nova chefia, ele inglês e ela suíça-francesa.



Com poucas responsabilidades para o meu gosto, do escritório podia desviar meus olhos do computador e admirar, por exemplo, os arco-íris que vinham depois das chuvas. Anneli, pelo contrário, atuava como secretária do departamento feminino da obra, fazia a revista respectiva e ainda cuidava do setor de apadrinhamento de crianças em outros países, inclusive no Brasil. De certa feita, recebeu de uma só pessoa a importância de € 40.000.00 para reverter em benefício de nossas entidades que cuidam de crianças no mundo salvacionista onde a ênfase é ajudar a criança carente.



Minha principal atividade concentrava-se aos domingos, quando saía cedo e enfrentava a estrada para visitar nossas igrejas por um dia. Visitava regularmente a nossa obra nas cidades suecas de Ekenäs, Sibbo, Lohja, Porvoo e outras principalmente do sul do país. Como nunca gostei de dirigir na neve, por considerar perigoso, essas viagens me eram um sacrifício fazer, compensando com as bênçãos que o Senhor nos mandava nas reuniões que visitávamos.

___________________

Minha última nomeacão



Faltando quase três anos para aposentar-me, o chefe do momento, um holandês - mais inovador do que eu, talvez... - resolve nomear-nos para uma cidade a 90km da capital, Hämeenlinna, que traduzido significa "Castelo de Häme", por possuir um belíssimo castelo medieval. Considero a cidade mais bonita de médio porte que eu conheço no país. E assim eu enfrentava pela primeira vez um trabalho não de língua sueca, mas finlandesa. Por sempre ter trabalhado no país utilizando a língua sueca, nunca de fato precisara do idioma finlandês, que considero uma língua dificílima, essas duas razões pelas quais não a aprendi.




Embora situado no centro da cidade, a foto mostra o salão do Exército de Salvação (Pelastusarmeija), construído de madeira há mais de um século, como se estivesse no meio de uma das tantas florestas do país. Antigo, sua última reforma aconteceu há sete anos, portanto é não somente bonito, mas com tudo funcionando plenamente.




O escudo salvacionista de madeira combina com o contexto todo do prédio.


Uma igreja que ama Israel e que ora pela paz de Jerusalém, conforme ditame bíblico, temos um menorah em uma das janelas.



Parte do nosso pequeno rebanho. Aqui falava o inglês em minhas pregações, sendo interpretado para o finlandês por minha eficiente esposa.



Paralelo ao trabalho espiritual, o Corpo de Hämeenlinna possui um movimentado trabalho social, com distribuição de mantimentos a mais de 40 famílias semanalmente, ocasião quando um culto é feito antes da entrega de pesadas sacolas, preparadas pelos voluntários.



Anneli é a encarregada de orientar os voluntários no preparo das sacolas.




Enquanto o trabalho está sendo feito, uma fila se forma do lado de fora do prédio antes de adentrarem o salão para o culto que antecede a distribuição. Após o momento devocional, é servido um café com pães e tortas a quem quiser conversar. Muitas pessoas solitárias têm estas quintas-feiras como seus momentos especiais. A pobreza neste país, regra quase geral, está associada com o grande problema social do alcoolismo.



O trabalho salvacionista é reconhecido na cidade, bem por isso é ajudado financeiramente, sendo que a sua tradicional campanha de Natal tem um resultado altamente satisfatório. Neste país as pessoas doam não só dinheiro como também roupas, brinquedos etc. que são encaminhados às lojas de segunda-mão do Exército de Salvação.




E depois de termos morado em um número enorme de casas, aposento-me neste edifício onde o ES tem um apartamento de que muito gostamos, uma das razões por dar frente a ambos os lados do prédio e a um quartel militar em estilo também de castelo, construído no tempo do domínio russo há mais de 100 anos.




E agora, aposentando-te, Paulo, em que direção vais olhar? Asseguro aos caros leitores do meu blog que, se Deus quiser, vou continuar. Idem as viagens ocasionais, e planos já tenho para as duas que farei no ano que vem. Localmente, ensinar violão à moda escandinava a pessoas interessadas a tocarem nos cultos. E assistir à Anneli no que ela precisar de mim, pois assumirá o comando sozinha. Brincando, digo que serei o seu guarda-costas.




Meu ministério foi criativo, talvez anticonvencional num sentido, nem sempre entendido ou aceito por conservadores, mas este quadrinho que sempre está à vista - "Meu Chefe é um Carpinteiro Judeu" - expressa o que vai no fundo do meu coracão e a Quem sempre procurei imitar.

Certa vez li algo de que nunca me esqueci: Ame-o ou odeio-o... você não pode ignorar Paulo, o apóstolo! Acho que isso tem muito a ver comigo também...

____________________


A foto abaixo mostra meu filho, cujo passatempo preferido é correr, principalmente maratonas de 42km. Neste sentido não temos nada em comum, a não ser que sei pai correu a "maratona salvacionista por 42 anos", motivo da foto que apareceu no meu perfil do Facebook: o símbolo do ES na Finlândia, com iniciais em língua finlandesa e sueca, sendo a gravata uma bem "cheguei" que de vez em quando usava!






Bolei para mim esta "insígnia de aposentadoria" que está no quadro de meu escritório, com a inscrição de uma camiseta: "Deus sabe de tudo". De fato, só Ele sabe o que eu fiz ou o que por omissão eu não fiz, as pessoas as quais alcancei com minha mensagem, de todas as idades. Enfim... God knows everything.




Esta piada só será entendida por antigos salvacionistas...

Ainda bem que me aposento com o rank de major e não de brigadeiro, como era comum para oficiais antigos que podiam ou não alcancar postos de chefia!

Minha vida foi amarga ou doce, afinal? Doce, com certeza, mas não enjoativa. Considero-me amargura-free, pois não há nada mais ingrato e indigno do que uma pessoa de idade cheia de amargura e rancor.

Recordar o passado é um passatempo constante, nos pensamentos, nas conversas e neste blog, como todos sabem, com prazer e gratidão a Deus por tudo que passou.


Minha última foto com Anneli antes de aposentar-me.


Meu amigo Churrasqueiro, sapateiro, do Senhor guerreiro - conforme uma postagem recente deste blog homenageando-o pelos seus 100 anos - sempre assegurou-me de suas orações por mim. Obrigado, amigo gaúcho e irmão em Cristo; esse é um dos motivos pelos quais me sinto tão bem em todos os sentidos e por ter chegado até aqui. E obrigado por ter comecado ao teu lado, em 1962, esta vida de aventura! Minha gratidão estende-se a todos os que oram ou orarão por mim nesta fase. Aleluia!


Aposento-me com 68 anos, tendo dado mais três anos de extensão, o que é permitido pela lei do país. O rabisco, poltrona e gato, vem a calhar... chegou um tempo de descanso, na paz de Jesus.


______________________


Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. ... O Senhor esteve ao meu lado e me renovou as forças para que, através de mim, a pregação fosse plenamente cumprida e todos os gentios a ouvissem, e fui libertado da boca do leão. O Senhor me livrará também de toda a obra maligna e me levará a salvo para o seu reino celestial. A ele seja a glória por toda a eternidade. Amém.


- Segunda carta de Paulo a Timóteo 4: 7 e 17-18 -





__________________________________________


L i n k s:


http://paulofranke.blogspot.com/2011/09/primeira-parte-de-nova-york-ao-sul-de.html








_______________________


Se houver interesse, procure no "Índice de todos os meus tópicos", à direita ao acessar o blog, a postagem publicada nas quatro estacões bem definidas do ano: "Hämeenlinna - onde vivemos - no verão/outono/inverno e primavera", com fotos de grande beleza.


_________________


Próxima postagem:


Aos meus amigos cinéfilos.


***