Paulo Franke

30 novembro, 2014

Pr. Martin Luther King: "Batida à Meia-Noite".


Diante dos recentes tumultos raciais nos Estados Unidos, lembrei-me do Pastor Martin Luther King, assassinado no ano de 1968, e de seu sermão aqui publicado. 
Sejam abençoados ao lê-lo e a divulgarem-no!

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Batida à Meia-Noite

Qual dentre vós, tendo um amigo e este for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois um meu amigo, chegando de viagem, procurou-me e eu nada tenho que lhe oferecer?
Lucas 11:5-6

Apesar de tratar-se nesta parábola do poder da oração perseverante,  ela pode servir de base para refletir sobre os muitos problemas do mundo atual e a parte que toca à Igreja na aclaração deles. É meia-noite na parábola; é também no mundo, e a escuridão é tão profunda que quase não enxergamos a direção que devemos tomar.

É meia-noite em relação à sociedade

Num plano internacional vemos os povos empenhados em luta gigantesca e exasperada pela supremacia do poder. Duas guerras mundiais tiveram lugar numa geração e as nuvens de uma terceira pairam ameaçadoramente baixas. O homem possui agora armas atômicas e nucleares que, em poucos segundos, podem arrasar totalmente as maiores cidades do mundo. No entanto, a rivalidade nos preparativos bélicos continuam, e a experiência com bombas atômicas ainda são realizadas na atmosfera, com a perspectiva sombria de ser envenenado o ar que respiramos, pela radioatividade. Será que essas condições e essas armas poderão causar a destruição da raça humana?

A meia-noite exterior da vida do homem em sociedade tem relação com a meia-noite em sua vida interior pessoal.

É a meia-noite com respeito à psicologia. Durante o dia e a noite, em todo o lugar, os homens são perseguidos por um medo paralizante. Grandes nuvens de pavor e desânimo obscurecem o nosso céu espiritual. Atualmente mais pessoas têm perdido seu equilíbrio espiritual do que em qualquer outra época da história humana. As salas psiquiátricas dos nossos hospitais estão superlotadas e os psicólogos mais procurados  são os psicanalistas.

É meia-noite também em relação à moral.

À meia-noite as cores perdem sua distinção e tornam-se cinzentas. Os princípios morais perderam sua característica. O homem moderno considera absolutamente certo e absolutamente errado o que a maioria faz. O certo e o errado depende das inclinações e hábitos das comunidades em particular. Sem o saber estamos impregnando, no campo moral e ético, a teoria da relatividade de Einstein que descreve claramente o universo físico.

A meia-noite é a hora na qual o homem procura desesperadamente observar o décimo-primeiro mandamento: "Não te deixes apanhar". Segundo a moral da meia noite, o pecado capital é ser apanhado e a virtude capital escapar. Julga-se perfeitamente lícito mentir, contanto que seja com "classe". É perfeitamente normal roubar contanto que seja feito de maneira tal que a acusação, caso for apanhado na falsificação, não seja classificada como sendo roubo. Até é admissível odiar, contanto que o ódio seja cercado com o manto do amor, fazendo crer que o ódio é amor. A doutrina de Darwin, da sobrevivência dos mais fortes, foi melhorada com a filosofia dos astutos. Esta maneira de pensar foi a causa do desmoronamento trágico dos valores morais, e a meia-noite do fim da moral está sempre perto.

Como na parábola, assim a densa escuridão da meia-noite em nosso mundo é interrompida pelo ruído de uma batida.

Milhões de pessoas batem na porta das igrejas. Sentem elas que a Igreja ainda tem a resposta à confusão que as cerca na vida. Ela continua sendo o lugar para o qual o viajante cansado alcança à meia-noite. Ela é a casa, edificada no lugar onde sempre esteve, a casa à qual o viajante vem, ou se abstém de vir, à meia-noite. Alguns resolvem não vir. Mas as multidões que chegam e batem procuram desesperadamente uma pequena chance para se manterem flutuando por cima da água.

Quando o homem da parábola bateu à porta de seu amigo, pedindo três pães, recebeu a resposta impaciente: "Não me importunes; a porta já está fechada e os meus filhos comigo também já estão dormindo, não posso levantar-me para tos dar." Quantas vezes os homens têm tido desapontamentos semelhantes ao baterem na porta da Igreja à meia-noite!

Na parábola vemos que o homem, apesar do desapontamento inicial, não parou de bater na porta de seu amigo. Pela sua insistência e obstinação ele conseguiu que seu amigo finalmente lhe abrisse a porta. Muita gente continua batendo  na porta da Igreja, à meia-noite, por saber que lá encontra o Pão da Vida. A Igreja tem o dever de anunciar o Filho de Deus, Jesus Cristo, como a esperança dos homens em todas as suas múltiplas necessidades pessoais e  sociais. Muitos virão para obter uma resposta aos seus problemas da vida.

Muitos jovens batem à porta à meia-noite por estarem desorientados pelas incertezas da vida. 

Muitos estão confusos pelas decepções diárias e indiferentes pelas várias interpretações da História. Alguns dos que chegam foram afastados dos seus estudos ou empregos para servirem à pátria. Devemos equipá-los com o pão fresquinho da esperança e enchê-los com a convicção de que Deus tem o poder de tornar o mal em bem. Outros que vêm estão possuídos de um senso de culpa que tem origem nas suas andanças pela meia-noite do relativismo ético e na doutrina da auto-realização. É nosso dever conduzi-los a Quem lhes oferece o pão do perdão. Ainda outros que chegam, são atormentados pelo medo da morte, ao se aproximarem do ocaso da vida. Devemos oferecer-lhes o pão da fé na imortalidade, a fim de que reconheçam que a vida terrena é apenas  uma introdução imperfeita para um novo despertar.

À meia-noite é uma hora inquietante na qual se torna muito difícil ser cristão genuíno.

A palavra melhor que a Igreja pode pronunciar é que a meia-noite não durará para sempre. O viajante cansado que à meia-noite vem pedir pão, anseia realmente pelo amanhecer do dia. Nossa mensagem eterna de esperança é que o dia amanhecerá por certo. A fé do amanhecer vem da crença de que Deus é bom e justo. Quem assim crê sabe que as contradições da vida não são nem determinantes nem finais. Ele pode atravessar a escuridão da noite com a certeza de que todas as coisas contribuem para o bem dos que amam a Deus. 

Até mesmo uma meia-noite sem estrelas pode prenunciar o amanhecer de uma grande realização.

Amém.

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Próximas postagens:

- Então, é NATAL! -  em duas partes.

- Viajando a um lugar onde nunca estive antes...

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27 novembro, 2014

Vapaakirkko-Free Church/Professores Brasileiros em nossa Cidade.

To those who cannot read Portuguese, I suggest to use Google Translator.


A Vapaakirkko/Free Church/Igreja Livre é uma das igrejas independentes da Finlândia luterana.


Situa-se no mesmo quarteirão do Corpo do Exército de Salvação de Hämeenlinna - onde trabalhamos durante 6 anos nesta cidade onde escolhemos viver na nossa aposentadoria - e do local de estacionamentos podemos ver os fundos do nosso prédio.


Desde o início de 2014, inserido no programa da referida igreja está uma reunião internacional em inglês, conforme o folheto acima. Para mim considero que foi providencial, pois meu pouco conhecimento do idioma finlandês - falo o segundo idioma oficial do país, o sueco, embora falado por uma faixa pequena da população - faz com que eu continue a depender de tradução do inglês ou do sueco ao frequentar reuniões salvacionistas em Hämeenlinna, agora com novos líderes... finlandeses.

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Do site do Facebook, que anuncia a cada semana o programa que acontecerá, algo diferente...

God has led us to meet some wonderful people from South America here in Hämeenlinna. Alex and Pedro our friends from Brazil will teach us few Brazilian songs, our Brazilian friend Paulo Franke from HML Salvation Army will be our guest speaker. We will also take an opportunity to pray for Brazil as this Sunday will be the second voting day when Brazilians will be voting for their new President. Followed by lunch. You are warmly welcome to join us this Sunday 26.10. starting time: 13.00(1pm) Venue: Sibeliuksenkatu 17, Hämeenlinna.

Explicando melhor...
Neste segundo semestre de 2014, Hämeenlinna recebeu 14 professores, das mais diversas áreas, da rede federal de ensino técnico e tecnológico do Brasil em um curso para entender o sistema finlandês de ensino vocacional.


Do grupo, os professores evangélicos procuraram a International Christian Fellowship desde que chegaram. Na foto, estamos com um dos líderes do programa, à direita, casado com uma finlandesa e natural das Ilhas Salomão, em inglês Solomon Islands.



Bons músicos, um professor de Brasília-DF e outro de Petrolina-PE  foram absorvidos com seus talentos no grupo de louvor.


Filho de pastor, parece sentir-se em casa e tem feito finlandeses cantar em português!!


No anúncio fui convidado para falar na "reunião brasileira", por assim dizer. Aqui, fazendo um dueto com Anneli.

Ainda que tenha trocado o uniforme por um blusão bem brasileiro, o grupo de simpáticos irmãos fizeram-me sentir bem à vontade - de fato, característica minha! - ao dar o meu testemunho (que achei mais apropriado para a ocasião do que uma pregação) aquele inicial dos 3 passos que me fizeram  ingressar no Exército de Salvação e a uma vida de consagração a Deus desde então... 
Bar-Bomb (Beach)-Bus (ver link abaixo).


Duas senhoras finlandesas, casadas com estrangeiros, americano e indiano, respectivamente, foram as fundadoras da Fellowship, juntamente com outra finlandesa, na foto abaixo,  à direita, casada com o irmão das Ilhas Salomão, bem atrás na foto.


Do grupo, sete são brasileiros... Algumas exibindo os cachecóis que Anneli confecciona e que deu de presente às mulheres presentes na reunião.


O grupo de brasileiros aumentou, pois os professores evangélicos convidaram seus colegas para virem à reunião, após a qual houve um almoço bem brasileiro, para lembrar a terra distante.

Profissional de culinária, não parece ter sido difícil para esta minha amiga, membro da igreja mas que frequenta a Fellowship, preparar - imaginem! - uma feijoada!


O irmão da Índia, um dos fundadores, e o jovem do Egito deram "uma mãozinha" na cozinha.


O resultado foi este, uma feijoada bem brasileira "made in Hämeenlinna".


Mesa preparada...


"Vem cear, o Mestre chama, vem cear"... o hino tão conhecido no Brasil é bem cantado na Finlândia... Atrialle Jeesus kutsuu, tulos vaan...






Os adolescentes foram os primeiros a se servirem... O professor paulista aprovou plenamente!
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As melhores fotos que aqui publiquei foram do fotógrafo Rhonie Allan, a quem agradeço.
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The last but not the least



Ao publicar este cartão baseado no EU SOU (I Am) e todos os nome de JESUS, com citações bíblicas abaixo de cada um, agradeço a Deus pelo alimento espiritual oferecido - através de bons palestrantes a cada domingo - na providencial e abençoada
Hämeenlinna International Christian Fellowship

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L i n k s

Quando, onde e por que ingressei no Exército de Salvação:


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Quer conhecer melhor o meu blog?


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Próxima postagem:

"Batida à Meia-Noite", um dos sermões do Pastor Martin Luther King (1929-1968), oportuno diante do que acontece no seu país tantos anos depois...

Bem-vindos!

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24 novembro, 2014

4 Curtas historias - nem por isso leves! - ligadas ao Holocausto.




Samuel Klein havia completado 91 anos em 15 de novembro. Judeu polonês naturalizado brasileiro, deixou a Europa durante a Segunda Guerra Mundial e se estabeleceu em São Caetano do Sul, no ABC.

Nascido em Lublin, ele era o terceiro de nove irmãos. Chegou a ser preso aos 19 anos pelos nazistas e enviado com o pai para o campo de concentração em Majdanek, na Polônia, enquanto a mãe e os cinco irmãos foram exterminados no campo de Treblinka.

Ele relatava que, no campo de trabalhos forçados, sobreviveu graças às habilidades de carpinteiro. Samuel conseguiu fugir durante uma transferência de presos em 1944. Depois, foi para Munique em busca do pai. Após um período vendendo artigo para as tropas aliadas, mudou-se em 1951 para a América do Sul.

Seu primeiro destino no continente foi a Bolívia. Ao Brasil, chegou em 1952 trazendo a mulher Ana e o filho Michael, então com dois anos e que tinha nascido na Alemanha. Começou a atuar como mascate revendendo roupas de cama, mesa e banho de porta em porta usando uma charrtete.

À época, segundo relato da família, já adotava a possibilidade de pagamentos parcelados, cuja contabilidade era executada pela mulher. (Google)
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"Fui me escondendendo e entrando no trigal cada vez mais. Não sei para onde

 estava indo, mas tinha certeza de me afastar do grupo."
Dessa forma, o jovem Samuel Klein escapou de uma das "marchas da morte", nos arredores do rio Vístula, em 1944. Antes, Samuel fora enviado, com seu pai, ao campo de extermínio nazista de Majdanek.
Sobrivente do Holocausto e fundador das Casas Bahia, faleceu nesta quinta-feira, 20/11/2014, aos 91 anos, em São Paulo.
Nosso abraço a toda a família e amigos. Sua história de resistência e reconstrução continuará sendo contada. Ela não foi em vão. 
(Eduardo Nicolau)

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Nota do Dono do Blog:

Estive recentemente em Lublin, onde nasceu o Sr. Samuel Klein. Tendo 

visitado somente o Campo de Extermínio de Sobibor, na fronteira com a 

Ucrânia, planejo voltar para visitar Majdanek.

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L i n k s: (basta clicar):

 12. LUBLIN, Hotel-Sinagoga Ilan**** (um oásis!)......

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Quem assistiu ao filme "O Egípcio" ou leu o livro do finlandês Mika Valtari, no qual foi baseado (veja link) não esquecerá de Bella Darvi, que interpresou a mulher que destruiu a vida do egípcio. Tendo assistido ao filme na década de 50, recordo-me de "ter ficado indignado com o papel cruel da atriz". Em anos recentes, porém, sabendo da história da judia Bella Darvi fiquei penalizado e sentindo-me um tanto culpado por não ter apreciado o seu desempenho. Em outras palavras, ela escapou das câmaras de gas no Holocausto, mas acabou sua vida sendo vitimada, propositalmente, pelo gas de seu apartamento.


A polonesa Bayla Wegie (1928-1971)r, cujo nome artístico foi Bella Darvi, atuou em 15 filmes, destacando-se em “Tormenta sob os Mares/Hell and High Water” (1954), “O Egípcio/The Egyptian” (1954) e “Caminhos sem Volta/The Racers” (1955), mas o sotaque carregado e alguns escândalos abortaram rapidamente sua carreira. O produtor Darryl F. Zanuck a levou a Hollywood para transformá-la em estrela, mas ela bebia muito, gastava ainda mais e era viciada em bacará e roleta. Sua vida foi cheia de infortúnios: sobreviveu de um campo de concentração nazista na Segunda Guerra Mundial e dissipou tudo o que tinha nos cassinos de Mônaco. Nos anos 60 sua carreira havia terminado. Endividada, tentou o suicídio várias vezes, até que o conseguiu em 1971, ao abrir o gás de seu apartamento em Monte Carlo. Tinha apenas 43 anos e já nada restava de sua beleza, como a mulher que interpretou em "O Egípcio".

L i n k s:

http://paulofranke.blogspot.fi/2010/08/valtari-o-egipcio-purdom-tierney.html

8. Principado de MÔNACO e Cannes, famosa dos Festi...

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De uma postagem mais antiga do meu blog:

É  F O R T E  o que vai ler abaixo... o que aconteceu com este filho judeu (não gosto e não uso, mas não é à toa a origem da palavra "judiaria"):


É o depoimento de uma sobrevivente que viveu no Brasil, prestado à revista Manchete na década de 60 (foto):

"Nós, os mais fortes, éramos obrigados a cavar extensas covas. À beira dessas, colocam-se, em fileiras, os doentes, os velhos, as crianças e as mulheres incapacitadas para o trabalho. Rajadas de metralhadoras iam fazendo os coitados tombarem, às dezenas, dentro da sepultura. Mortos, quase todos. Alguns, porém, agonizantes. Assim mesmo, escutando os gemidos e os rogos, tínhamos de cobri-los de terra. Há um episódio de que não consigo esquecer. O rapaz que trabalhava ao meu lado, quando ia atirar a primeira pá, ouviu sair do montão de corpos o apelo desesperado na voz de sua mãe: 'Não jogue, meu filho, pois eu ainda estou viva!' Ele se deteve, hesitante. Imediatamente o soldado nazista lhe encostou às costas o cano da metralhadora: 'Jogue, ou morre também'. Do fundo da cova subiu, num soluço, outro apelo da mulher. 'Jogue, então, meu filho'. Ele jogou."

L i n k s:

O dia sombrio em que fui a Treblinka:

http://paulofranke.blogspot.fi/2010/10/7-o-dia-escuro-em-que-fui-treblinka.html


Nota: No "Índice de todos os meus tópicos" (abaixo), use as palavras-chaves... Bergen-Belsen, Auschwitz-Birkenau, Terezin etc. para localizar as postagens de minhas visitas a outros campos de concentração, idem ao Museu Anne Frank em Amsterdam, Museu Yad Vashem em Jerusalém, Museu-Fábrica de Schindler, na Cracóvia etc.

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Disse um famoso violinista judeu que, no passado, tão logo um menino pudesse aguentar um violino nos seus pequenos ombros, suas mães já os iniciavam na música, como um passaporte para o mundo livre, daí tantos judeus tocarem esplendidamente o instrumento.


foto de autor desconhecido

O judeu Amnon Weinstein não faz concertos, mas sim consertos em violinos que foram de músicos judeus que tocavam no Holocausto para sobreviverem... por um tempo, pois logo depois a maioria não era poupada e ia para as câmaras de gas.

Sua história é contada neste magnífico video em inglês, mas quem sabe o leitor, através do Google, poderá encontrar textos sobre sua vida e belo trabalho em português.

https://www.youtube.com/watch?v=ZwSPgERkvoc

L i n k s:

Itznak Perlman ao violino... "A lista de Schindler":

https://www.youtube.com/watch?v=ueWVV_GnRIA

Minha postagem sobre o musical "O Violinista no Telhado":

http://paulofranke.blogspot.fi/2009/03/o-violinista-no-telhado-fiddler-on-roof.html

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Basta clicar:

http://paulofranke.blogspot.fi/2014/11/indice-de-todos-os-meus-topicos.html

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Próxima postagem:


" Professores brasileiros estagiando em Hämeenlinna, nossa cidade."


20 novembro, 2014

Há 50 Anos Cursei o Colégio de Cadetes/Seminário do ES.


Com a lembrança-homenagem de uma amiga  - pelos 50 anos de nossa amizade - veio-me a idéia de postar no blog algumas fotos que nos lembrem o ano de 1964, quando juntos cursamos o Colegio de Cadetes (seminário) em São Paulo.


Tudo começou naquela noite quando eu estava em um bar com amigos na cidade de Pelotas-RS e um oficial do Exército de Salvação me ofereceu um jornal chamado "Brado de Guerra", que guardo até hoje, no qual continha este anúncio, que minha irmã leu e escreveu pedindo mais informações para o Departamento de Candidatos, no Quartel Nacional.
(Leia mais a respeito no link abaixo: "Quando, como e por que ingressei no ES")


Em março de 1964, há pouco mais de 50 anos, cheguei ao Colégio, um pouco atrasado pela Revolução que isolara o Rio Grande do Sul...


Na foto, com meus cinco colegas de turma - que foi designada "Pregoeiros da Fé" - a terceira a ocupar o novo e belo prédio do Colégio de Cadetes, na rua Caramuru, 931, no Bosque da Saúde, e a segunda turma a fazer o curso em dois anos em regime de internato.


Poucos dias depois aconteceu nossa reunião de boas-vindas no Corpo Central, no bairro da Liberdade. Calouros, unimo-nos, assim, aos cadetes que cursavam o segundo ano, os "Heróis da Fé".
Na época era o Chefe Nacional o francês Comissário Gilbert Abadie; o Secretário-em-Chefe, o Coronel Bruno Behrendt.  O Diretor do Colégio, o Major Carl Eliasen que compartilhava sua tarefa com a esposa, Mary Eliasen. Dois outros oficiais completavam o staff, Capitães Sidney de Barros Campos e Ruth Wakai, como "oficial de brigada" e "oficial da casa", respectivamente.


Fui escolhido para, na reunião de boas-vindas, falar em nome da nova turma. Muitos olhares curiosos e ouvidos atentos  para ouvirem o cadete desconhecido que vinha de longe, conforme me anunciava a Secretária da Juventude e Candidatos, Major Zulmira Benfica...


O jantar de boas-vindas à nova turma e à anterior, que voltava de seus estágios.


E assim os estudos começaram logo a seguir: Antigo e Novo Testamentos,  Doutrina do ES, História do Cristianismo, História do ES, Princípios e Métodos do ES, Conhecimentos Gerais e outras tantas matérias às quais prestávamos exames periódicos.


Os seis "Pregoeiros da Fé" em uniforme "de casa" diante do prédio do Colégio.


Meu quarto no último andar, reservado aos rapazes. Quarto pequeno, pequena decoração onde não podiam faltar lembranças gaúchas, a terra que deixei, inclusive um "pelego", tapetinho de couro. A cama me faz lembrar o que falei com firmeza: "Ainda que conste nos regulamentos que é proibido deitar-se durante o dia, eu não posso passar sem minha siesta de 20 minutos!"
 E não posso esquecer-me da foto da família distante sobre a estante, motivo de constante saudade que me fazia às vezes triste e calado durante muitos momentos naquele tempo de adaptação à nova vida. Nada me removia, entretanto, da convicção do chamado do Senhor para a minha vida.


Éramos nós, cadetes, os responsáveis pela limpeza do prédio de três andares mais o térreo, jardim e quintal; um período para isto era reservado depois do devocional da manhã - rapazes e moças, cada um no seu andar - e do café da manhã.
O mesmo "Brado de Guerra- contra todo o mal" que me fora oferecido em um bar por um oficial uniformizado, agora eu vendia com meus colegas em diversos "distritos" de São Paulo, de onde voltávamos tarde da noite.



Participação nos cultos dos Corpos em São Paulo a cada domingo, e campanhas evangelísticas, com extenso programa, faziam parte do currículo do Colégio; na foto, antes de sairmos rumo ao Rio de Janeiro, em outubro de 1964.


Esta foto foi a da campanha em Paranaguá-PR, no ano de 1965, quando cursávamos o segundo ano.


Pausa dos estudos no jardim do Colégio. Os filhos dos diretores gostavam de estar à nossa volta. O pequenino tentando abrir a porta hoje é o chefe do ES no Chile.


"Heróis e Pregoeiros da Fé" com o staff do Colégio.


Formávamos um coral, mas também tínhamos um quarteto bem afinado para louvar a Deus em reuniões ou ao ar livre!


"Dias Espirituais" eram denominados domingos especiais quando permanecíamos no Colégio e, no salão nobre, geralmente o diretor ou um visitante especial era responsável por três reuniões para nossa edificação espiritual. Na foto, a visita de um simpático oficial argentino. Jovens típicos, consagrados a Deus, sim, mas naturalmente não faltavam muitas brincadeiras. Minha amiga apontando para dois colegas estava anunciando o interesse do rapaz por uma moça da turma.



Durante o congresso de 1965, que celebrava o centenário da obra do ES iniciada na zona leste de Londres por William e Catherine Booth, todos os cadetes treinados naquele prédio - que em 1962 fora inaugurado pelo corajoso Comissário G. Abadie - as turmas dos "Servos de Cristo, Heróis, Pregoeiros e Defensores da Fé" reuniram-se para um Dia Espiritual do tipo encontro de turmas, comum em escolas. Na ocasião, o diretor usou a música popular de sucesso, "A Praça", para dar as boas-vindas aos que já estavam no campo, o que nos fez rir e a outros lembrar com saudade dos anos passados no Colégio: A mesma Praç(da Árvore, no caso), os mesmos bancos, as mesmas flores, o mesmo jardim; sede bem-vindos à vossa casa: Caramuru, 931!


Aproximando-se o término dos dois anos de estudos no Colégio, fomos dedicados e comissionados oficiais do Exército de Salvação do Brasil, recebendo, orgulhosos, as insígnias vermelhas respectivas.


Os "Pregoeiros da Fé" diante da Bíblia que nos servira de livro de devoção e estudos e que, mais do que nunca, deveria nortear nossas vidas e ministérios.

O Corpo Central de São Paulo lotado novamente, mas para a nossa formatura e despedida. E sob a regência do nosso diretor, Carl Eliasen, cantávamos pela última vez o hino de nossa turma, que fazia rimar: "Pregoeiros da Fé, sempre firmes, nada nos fará arredar o pé!"


Recitando de cor as doutrinas salvacionistas na reunião. 


Momento de oração dedicatória dos novos tenentes.


E recebendo do agora Chefe Nacional, Coronel Bruno Behrendt, nossos diplomas. Ao seu lado o Secretário-em-Chefe, Coronel Peter Staveland. E para finalizar a reunião tão importante e significativa para nós, cada um recebeu a sua "nomeação" para trabalhar em um lugar do Brasil.


Depois de férias com a família na minha cidade, em janeiro de 1966, lembro-me ainda... tomei um ônibus que me levou à naquele tempo distante cidade de Curitiba-PR e de lá a Joinville-SC (foto), aonde fui nomeado Oficial Dirigente  do Corpo que na década de 30 fora fundado por Bruno Behrendt. Meu sobrenome alemão certamente o influenciara na escolha de minha primeira nomeação (a Liga do Lar ainda era realizada em alemão e eu aprendi a cantar com as senhoras usando o hinário em alemão gótico).


Seis anos depois, em 1972, como oficial de brigada no mesmo Colégio de Cadetes, um dia conheço uma tenente desconhecida da conhecida família Hämäläinen que viera de Nova York de surpresa para visitar seus pais...


E para encurtar a história, que todos conhecem, casamo-nos em 29 de setembro de 1973 no mesmo Corpo Central de São Paulo.


Até Brasília-DF  e São Paulo, trabalhei sozinho... a partir de Curitiba até hoje servimos a Deus casados.  Duas filhas nasceram quando estávamos em Rio Grande-RS e o filho quando voltamos a São Paulo, depois de trabalharmos em Lisboa. Hoje, gozamos nossa feliz aposentadoria na cidade assinalada, a 100km da capital Helsinki.

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The last but not the least

Pensei nesta manhã que seria muito fácil fazer esta postagem, mas surpreendo-me num sentido que não foi assim tão fácil, isso porque nas fotos vejo tantas pessoas com quem convivi naqueles anos da juventude, todos com o mesmo alvo e missão de servir a Deus. Refiro-me principalmente àqueles que já não estão mais conosco, principalmente os que foram para junto do Senhor, alguns recolhidos ainda tão jovens... Emoção...
Que Ele abençoe o nosso diretor, Comissário Carl S. Eliasen, e o cubra de bênçãos e de boas lembranças do tempo quando, com sua saudosa esposa, conduziu de forma exemplar, com autoridade espiritual e senso de organização que sempre lhe foram característicos,  a tantos jovens que se ofereceram um dia para servir a Jesus Cristo no Exército de Salvação.

Há 50 anos...
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L i n k:

Quando, como e por que ingressei no Exército de Salvação: