A foto de Brad Pitt, visitando um centro do Exército de Salvação para crianças na África do Sul, simboliza outras tantas visitas ou participações em campanhas para angariar fundos que artistas americanos têm feito à ou em prol de nossa obra. Mas a seguir, fotos e textos do The Salvation Army como tema ou sendo visto em filmes.
19.10.07 - Morre hoje Deborah Kerr, aos 86 anos, na Inglaterra.. O Yahoo!News não omitiu seu primeiro filme, "Major Barbara", no papel de uma salvacionista. No papel da Major Barbara, Wendy Hiller. Abaixo, leia mais a respeito.
O Exército de Salvação (The Salvation Army) foi fundado em Londres, em 1865, e nas décadas seguintes já se espalhara por grande parte do mundo, operando atualmente em 119 países.
Em 1892, na Austrália, foi fundado um departamento audiovisual que evoluiu para um estúdio, na cidade de Melbourne. Em 1898 foi lançado o filme "Nossos triunfos sociais", além de outras curta-metragens. "Soldados da Cruz", outra produção salvacionista, foi apresentado em 1900 para uma platéia de 4.000 pessoas. Em 1910, porque o cinema da época - iniciado pelos irmãos Lumiére em Paris - desenvolveu-se em uma direção que não correspondia ao alvo establecido pelo Exército, o estúdio salvacionista fechou as suas portas. (Pena!)
Mas o Exército, ao longo de muitas décadas, tem sido focalizado pelo cinema, pelo teatro e pela literatura. A idéia de mostrar o Exército nos filmes, portanto, é quase tão antiga quanto o cinema. Cartunistas satirizaram os métodos extravagantes de William Booth, o fundador, mas também escritores mais sérios abordaram o salvacionismo em suas obras. Um deles foi George Bernard Shaw cuja obra, "Major Barbara", tornou-se famosa.
A producão cinematográfica inglesa, de Gabriel Pascal, é de 1940 (foto) tendo nos papéis principais Rex Harrison e Wendy Hiller e sendo introduzida a novata Deborah Kerr. Para preparar-se melhor para o papel, Deborah pediu a Pascal que lhe arranjasse um meio de "unir-se ao Exército" como uma ajudante no centro de boa vontade (goodwill centre). E assim aconteceu. Deborah rapidamente foi aceita no centro, mas somente o administrador sabia acerca de sua identidade e ninguém mais do staff ou da clientela. A Eric Braun, que escreveu mais tarde sua biografia, Deborah contou: "O trabalho que os salvacionistas faziam aos pobres e destituídos, e que ainda fazem, é algo que você não pode imaginar, a menos que esteja envolvida nele, como eu estive." Até hoje Deborah, uma das maiores atrizes de todos os tempos, recorda-se de seu humilde começo no cinema, como uma salvacionista que dera sua vida em favor dos menos afortunados.
Muitos artistas vestiram nosso uniforme
Você pode imaginar Joan Crawford usando a farda salvacionista? Pois ela a usou em "Laughing Sinners", em 1937, filme que projetou o ator Clark Gable, até então desconhecido. "Les Musiciens du Ciel" teve Michele Morgan como salvacionista. Em "Good Sam" (1948), Cary Cooper e Ann Sheridan participaram do filme cujo roteiro girava em torno do Exército.
No musical da MGM, "Três Palavrinhas", Vera Ellen contracenou com Fred Astaire na história que focalizava um suposto Salvation Army. Muitos membros de nossa organização protestaram quando a "salvacionista" Jean Simmons, em "Eles e Elas" (Guys and Dolls), cede aos galanteios de Marlon Brando, no filme um homem de caráter nada recomendável. Nas cenas finais de "A volta ao mundo em 80 dias" o Exército é alvo de pilhéria, o que também aconteceu em muitas outras películas.
Focalizar a tradicional campanha de Natal do Exército tem sido por anos uma constante; enquanto se desenrola a história, ao fundo a banda salvacionista executa conhecidos cânticos natalinos. (Em anos recentes, fui convidado a participar de uma novela da TV finlandesa, e meu "papel" era simplesmente estar ao lado do famoso caldeirão de Natal de nossa campanha). Enumerar, no entanto, a participação salvacionista em filmes talvez seja impossível.
Bete Mendes e Tony Ramos, na década de 70, vestiram a farda salvacionista na novela da TV brasileira "A Idade do Lobo".
Difícil é imaginar Greta Garbo dentro de uma farda salvacionista, porém ela a vestiu não em um filme, mas na vida real, quando participava ativamente como membro de um um coral salvacionista de Estocolmo, Suécia, anos antes de ingressar no cinema.
Uma recente producão finlandesa, de Aki Kaurismäki, "Homem sem Memória", focalizou o Exército de Salvacão, tendo sido premiada no Festival de Cannes.
Nunca tendo participado em filmes, o cantor John Lennon como menino visitava "Strawberry Field", nome de um lar de crianças do Exército de Salvação em Liverpool. Tal foi seu amor por aquela instituição social que, lembrando-se de sua infância, homenageou-a gravando o sucesso "Strawberry Field". Mais tarde, Yoko Ono e Sean visitaram essa instituição e doaram vultosa quantia em memória do cantor. (Veja postagem "John Lennon e o Exército de Salvação").
Um filme que influenciou minha vida jovem
A foto publicada em um jornal do The Salvation Army foi tirada em 1982, em Melbourne, Austrália, no exato local onde foram tomadas as cenas finais de "A Hora Final" (On the Beach), produção de Stanley Kramer de 1959, baseada na ficção científica do escritor Nevil Shute, tendo em seus papéis principais Gregory Peck, Ava Gardner, Fred Astaire e Anthony Perkins.
Em 1961, fui ao cinema com amigos e assisti ao filme. No final do mesmo, impressionei-me ao ver o Exército de Salvação tocando e pregando para uma multidão em desespero em razão da nuvem radioativa que fizera desaparecer a humanidade em outros países e agora se aproximava da Austrália. Saindo do cinema, falei aos amigos que um dia faria parte do Exército de Salvação, que também operava em nossa cidade. Seus risos não me incomodaram à mínima e tampouco afetaram a minha convicção.
Anos mais tarde, em Melbourne, ao saber da minha história, o fotógrafo do departamento editorial do Salvation Army, onde eu fazia um estágio, levou-me ao exato local da filmagem. Semanas mais tarde, minha foto e meu depoimento foram publicados na primeira página do jornal salvacionista australiano.
A faixa "Ainda há tempo, irmãos" sobre os salvacionistas no filme tocara profundamente a mim, um jovem naquela época desorientado quanto ao caminho a seguir. Na cena final de "A Hora Final", tendo a radioatividade já atingido a Austrália, a faixa balança sob o vento radioativo no local agora sinistramente deserto.
Encontrando em Londres, em 1973, o então chefe do Exército no Sul da Austrália, Comissário Albert Mingay, que cedera os salvacionistas para participarem do filme, contou-me ele que havia sugerido a Stanley Kramer a colocação da faixa, imaginando que causaria um impacto nos espectadores. Não sei a quantos espectadores pelo mundo afora isso tenha acontecido, mas sei que causou tal impacto na minha vida que sirvo a Deus desde 1962 neste maravilhoso Exército de Salvação!