Paulo Franke

22 junho, 2011

G.ABADIE, homem de Deus, na 2a Guerra Mundial/ 1



A origem desta postagem

Em 2010, através de uma antiga amizade que a Internet resgatou, visitei Paris com meu neto. Foram dias maravilhosos na Ville Lumière, sendo hospedados pela amiga brasileira (à esquerda na foto), filha de um grande homem de Deus, destacado pregador, evangelista e cantor evangélico que foi oficial do Exército de Salvação no Brasil. E numa noite fomos jantar em um restaurante com a filha (à direita) de outro destacado homem de Deus, um francês que liderou a obra salvacionista no nosso país durante 8 anos.

Conversar sobre o passado foi uma constante naquele nosso encontro; e não só, mas também "encená-lo". Poucas pessoas estavam nas ruas na hora em que voltamos para a casa de nossa anfitriã, às margens do rio Sena, mas mesmo assim tive a idéia de encenarmos uma reunião ao ar livre típica dos anos 60.

Todos "toparam"! Meu neto e sua tia-avó, nossa anfitriã, fingiram tocar instrumentos de sopro - ela de fato tocava barítono e ele toca trombone - e eu e a menina que não via desde 1965, cantamos hinos típicos de "ar-livres". E eu cantava de boca aberta (óbvio!) também com a surpresa de que ela se lembrava das letras embora não as cantasse mais há tantas décadas."Vamos, pois, a bandeira erguer, bandeira de amor e perdão!", "A nova do Evangelho já se fez ouvir aqui". Rimos muito, divertimo-nos muito, mas lá no fundo a emoção prendeu-se ao nosso coração naquele momento à nuit a Paris, momentos que nos serão inesquecíveis.



Resumindo, nos contatos posteriores com a "filha caçula do Abadie", através de e-mails, ela concordou com que eu publicasse no meu blog as experiências de guerra de seu pai. Para isso, enviou-me o rascunho datilografado do livro que ele escreveu, "J´ai gardé la foi"(Eu guardei a fé), no capítulo respectivo, que será o assunto das próximas três postagens deste blog.

Obrigado, Anália, pela maravilhosa hospedagem em Paris!

Obrigado, Reine-Luce, pela preciosa colaboração ao meu blog! Muitas pessoas, não só que conheceram seu pai, o lerão, com certeza.


Retrocedendo no tempo, a foto noir mostra os cadetes (seminaristas) de 1964-66, sendo dirigidos pelo homem que me trouxe para o ES, o saudoso Capitão Sidney Campos, no hino de nossa turma, "Pregoeiros da Fé", que recebia as boas-vindas naquela reunião pública no Corpo Central de São Paulo, em março de 1964. (O autor da letra do hino - que fez uma "ginástica" para rimar "Somos de Deus os pregoeiros da fé" com "nada nos faz arredar o pé!" pode ser visto com sua esposa na platéia, os filhos do diretor na fila da frente, ao lado o menino NegritoDaniel, e na plataforma os Comissários Gilbert e Marguerite Abadie). Incrível que esta é a única foto em que estou com o homem de Deus que é alvo desta e das próximas postagens, daí ter feito a "marcação para reconhecimento". Eu tinha 21 anos.Um ano depois eles despediam-se do Brasil.



Em 1973, tornei a encontrá-los, dessa vez no Colégio Internacional para Oficiais (ICO), em Londres, onde, já aposentado, fez uma palestra marcante. E com a foto o convite para visitá-los em sua casa em um bairro distante.





No meu álbum de viagem escrevi o seguinte comentário após a visita:

Depois de uma longa viagem de metrô-trem (na qual li 6 cartas que haviam chegado de minha noiva!), cheguei a Woodford Green. Que dia especial! O feijão-com-arroz que a Sra. Abadie preparou, nossas longas conversas sobre o Brasil, as músicas brasileiras que escutamos, os álbuns de fotografia que vimos, e tudo o mais provou que sentiam muita saudade do nosso país, onde foram líderes por 8 anos. Digno de nota foi o passeio que fiz com o casal na floresta Epping, vizinha à sua casa, lugar fabuloso, belo e quieto. No final do dia, levaram-me à estação do trem, "esquecidos do inglês" depois de falarem português(e muito bem!) durante tantas horas! E ali nos despedimos."

E nunca mais encontrei os amados líderes, os primeiros de tantos outros que tive no meu longo ministério no Exército de Salvação!




No entanto, ler a respeito de sua vida e do trabalho marcante como líder no Brasil, de 1957 a 1965, ainda hoje se pode fazer. Acima, o que um amigo seu, Comissário Carl Eliasen, escreveu recentemente na revista "O Oficial", destacando à nova geração de oficiais exemplos da firme e sábia liderança de Gilbert Abadie.


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Em 1983, como editor do nosso jornal, publiquei a notícia de sua "promoção à glória" - em 07 de maio de 1983 - termo que usamos para designar o falecimento de salvacionistas. O texto abaixo, extraído do programa da reunião in-memoriam, realizada em Londres em 13 de maio de 1983, faz-nos conhecer um pouco da vida do grande líder francês.
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A personalidade, franca e enérgica, de Gilbert Abadie fez com que aos dezesseis anos rejeitasse a influência religiosa na qual havia sido criado, em Lorraine, França, e se declarasse ateu. Indubitavelmente, seu treinamento como professor concorreu para a sua aproximação racional da verdade, a qual se dispôs a defender durante toda a vida, às vezes com dano próprio.

Durante o período de seu serviço militar, o jovem Gilbert recebeu a influência de um jovem protestante que o introduziu a algumas reuniões evangélicas celebradas em lares crentes. Certa noite, estando de guarda, encontrou o Senhor através da leitura de um livro evangélico. Seu propósito firme fez com que procurasse converter seu irmão, e assistiu pela primeira vez a uma reunião do Exército de Salvação (Armée du Salut) quando foi realizada uma campanha de três dias em sua cidade natal.

A conversão consequente de seu irmão, junto com a agressiva religião do Exército de Salvação, sua pregação direta, a ausência de formalismo e os esforços sistemáticos de ganhar os inconversos, fizeram com que ele sentisse que seu futuro estava nesta organização, ainda que tão nova para ele.

Tornando-se oficial (pastor) em 1930, as primeiras nomeações de Abadie foram ligadas à juventude e seu treinamento, exceto por um breve período, em 1934, quando foi o pioneiro do trabalho salvacionista na Argélia. Por cinco anos, durante a Segunda Guerra Mundial, esteve aprisionado.

Por um período de oito anos, iniciado em 1957, juntamente com sua esposa liderou vigorosamente o Exército de Salvação no Brasil. Já falando diversas línguas, aplicou-se ao estudo do português, tornando-se fluente além de todas as expectativas, possibilitando o o uso dinâmico da plataforma e mesmo da pena ao escrever a história da obra no Brasil.

Seu nome não está apenas gravado nas placas de muitos prédios que foram construídos durante a sua administração no solo brasileiro, mas mais profundamente ainda no coração do povo brasileiro.




A foto que distribuíram em conexão com sua despedida do Brasil, em 1965.



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CONTINUA NA PRÓXIMA POSTAGEM,


QUE DARÁ INÍCIO AO CAPÍTULO DE SEU LIVRO


SOBRE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL.



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G.ABADIE, homem de Deus, na 2a Guerra Mundial/ 2

Continuação...




O capítulo "Guerra e Cativeiro", escrito em inglês e datilografado pelo autor, inclusive com algumas observações no rodapé; a tradução para o português, para publicação neste blog, é minha. Abaixo o livro "Eu guardei a fé", publicado em francês.



Alguns de meus leitores ficarão surpresos em saber que, embora procurando ser um discípulo de Cristo, eu consenti em tomar as armas quando a Segunda Guerra Mundial começou.
Sem hesitar uni-me à linha Maginot, sem nenhum ódio pelos alemães, mas cônscio, de alguma forma, de estar resistindo contra grandes males - a escravidão do mundo livre pela cínica tirania nazista. Naquele tempo eu nada sabia a respeito dos campos de morte, dos fornos crematórios, do sistemático extermínio dos judeus.

Se eu devoto diversas páginas aos anos 1939-45 é porque, depois de um certo período durante o qual minha vida interior desenvolveu-se naturalmente sem que eventos sobrenaturais me tenham influenciado, por duas vezes tornei-me consciente da intervenção de um poder invisível desejoso de guiar-me.

Em 20 de junho de 1940, eu estava no comando de reservistas na Baixa Alsácia no declive da Linha Maginot, na região onde o Vosges dá lugar ao vale do Reno. É sabido que o exército alemão havia tomado as poderosas fortificações francesas na retaguarda e capturado diversos abrigos subterrâneos durante a noite. O inimigo era esperado a partir do norte, mas subitamente apareceu vindo do sul.

Naquele dia eu estava em uma casa no vilarejo de Lobsann. De repente, um de meus soldados entrou grandemente agitado. "Os alemães estão chegando pela estrada de Lampertsloch!" Embora ciente de que a guerra estava perdida e um novo governo francês estava discutindo termos de armistício, eu tinha decidido resistir e não me entregar sem lutar. A moral da companhia estava no seu ponto mais baixo. Era meu dever encontrar os invasores com aqueles que concordassem seguir-me. Eu estava convencido de que não retornaria deste combate desigual do qual poderia fazer nada mais do que salvar a nossa honra. Era uma experiência irresistível dizer para si próprio: "Meu último dia chegou, minha última hora!" Lembro-me deste pensamento que passou por minha mente: "Pelo menos eu morrerei olhando para o Vosges, as montanhas da minha infância!"

O tempo era curto. No entanto, antes de deixar o alojamento e reunir os voluntários, eu peguei do bolso do meu uniforme um pequeno livro que sempre carregava comigo - o Novo Testamento e Salmos. Abri-o e imediatamente e li algumas palavras que quinze anos antes pareceu-me ser uma passagem divina, tão apropriadas eram para as circunstâncias. Meu rápido olhar poderia ter sido dirigido para um pouco mais acima ou abaixo da página e eu não tinha tempo para escolher. Seria uma coincidência que eu lia a conclusão do Salmo 91? "Porque a mim se apegou com amor, eu o livrarei; pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome. Ele me invocará, e eu lhe responderei; na sua angústia eu estarei com ele, livrá-lo-ei, e o glorificarei. Saciá-lo-ei com longevidade e lhe mostrarei a minha salvação" (Salmo 91:14-16).

Continua...

G.ABADIE, homem de Deus, na 2a Guerra Mundial/ 3

Continuação...


O jovem capitão salvacionista Gilbert Abadie

Se quisessem, as pessoas poderiam zombar de minha ingenuidade, mas eu saí para a batalha com a certeza de que minha hora final não havia chegado. Eu deveria ter sido morto porque fiz tudo que provavelmente levar-me-ia à morte. Mas não espere de mim relatar aquele episódio do qual um de meus antigos soldados falou-me a respeito somente há bem pouco tempo.

Acaso ou não, as antigas palavras do salmista foram confirmadas pelo que aconteceu. Mais de trinta anos são passados e eu ainda estou vivo. Levando em consideração tudo o que é irracional na minha convicção, eu ainda acredito que aquela curta passagem das Escrituras foi-me dada misteriosamente. Eu não a havia sublinhado como resultado de uma leitura prévia. Nela eu nunca meditara, muito menos ouvira um pregador mencioná-la. Mas como Shakespeare fez Hamlet falar: "Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, do que sonha a tua filosofia".

Embora tenha resistido ao inimigo e recusado entregar-me, o forte do regimento de infantaria ao qual eu pertencia foi finalmente obrigado a aceitar ser feito prisioneiro de acordo com os termos do armísticio a respeito de tropas cercadas. A ordem nos veio no dia 30 de junho e tinha que se tornar efetiva no dia seguinte. Todas as armas deveriam ser deixadas de lado e os homens deveriam seguir a pé para Hagenau para se tornarem prisioneiros nas barracas daquela pequena cidade.

Devo confessar que eu estava coberto de indignação e rebeldia quando ouvi as novidades. Eu nada sabia do chamado da convocação do General de Gaulle de 18 de junho, seu nome sendo desconhecido para mim naquele tempo. Eu sabia apenas que a Grã-Bretanha continuava a lutar.

Durante muitos anos de minha vida eu tinha procurado, por reflexão baseada em oração, descobrir qual era a vontade divina para mim. Naquele 30 de junho, aflito, pressionado pelo tempo, eu sequer pensei no assunto. Minha única ansiedade era saber se eu tinha o direito de desertar meus homens uma vez ciente da instrução recebida dos alemães que estabelecia que durante a longa marcha de trinta quilometros no dia seguinte os oficiais acompanhariam as tropas.

Procurei imediatamente ter uma entrevista com o Tenente-Coronel Schwarz, que me recebeu no seu posto de comando subterrâneo na fortificação de Hochwald. O coronel, que como soldado havia sido severamente ferido na Primeira Guerra Mundial, recebeu meu pedido favoravelmente. Seu único pesar, contou-me, era que suas responsabilidades não permitiam com que escapasse também.

Depois que o deixei, voltei à Floresta de Kirchberg, onde minha companhia havia acampado desde o armistício, a fim de preparar minha partida. Como tomara conhecimento de minhas intenções eu próprio não imaginava, mas alguém perguntou-se se poderia acompanhar-me. Seu alvo era escapar do cativeiro e reunir-se à sua esposa e filhos em Charantes. Aceitei sua sugestão mais prontamente desde que me dissera que conhecia bem a região, especialmente os caminhos da floresta que deveríamos tomar durante a noite, a última noite antes da rendição.

Então, algo inesperado aconteceu. Eu estava ocupado queimando meus papéis, enterrando meu revólver e escolhendo o que eu carregaria na minha mochila, todo o tempo pensando no meu futuro. Possivelmente eu precisaria atravessar a França e passar a fronteira espanhola antes de chegar a Londres, onde meu conhecimento de inglês certamente facilitaria a minha integração em uma unidade de luta. Mas enquanto dava asas à minha imaginação, pouco a pouco conscientizei-me de uma voz interior que repetia as palavras "Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que executam planos que não procedem de mim ."

As palavras tinham uma entonação bíblica, mas eu não me lembrava de tê-las lido ou ouvido antes. Enquanto eu continuava com minha preparação, veio fortemente à minha mente o fato de que eu não havia procurado saber se eu tinha a aprovação divina para os meus planos. Eu não havia refletido em quietude para saber se minha partida para a Inglaterra era o requerido de mim. E todo o tempo aquelas mesmas palavras martelavam no meu subconsciente onde, sem dúvida, haviam estado adormecidas por muitos anos.

Continua...

G.ABADIE, homem de Deus, na 2a Guerra Mundial/ 4

Continuação...


Abadie desenhado por um colega de cativeiro


Silenciei a voz interior - minha própria vontade a levara para longe. Com o cair da noite, sem que fôssemos percebidos, meu companheiro e eu enveredamos pela floresta, ele indo na frente e eu o seguindo. Não trocamos palavras e tanto quanto pudemos abafamos o som de nossos passos. O silêncio era impressionante e a noite escura. Vagalumes voavam à nossa volta.

Tínhamos caminhado dessa maneira por muitas horas antes de cruzarmos a estrada onde um sinal indicava a proximidade do vilarejo de Liebfrauenberg. Estávamos seguindo um estreito caminho que serpenteava visivelmente quando um som agudo ressoou diante de nós "Joseph! O Francês!" Era uma sentinela alemã que havia aparentemente desertado de seu posto.
Eu soube diversas horas mais tarde que o bolsão de Hochwald havia sido cercado por vigias naquela noite para evitar qualquer fuga.

Meu companheiro parou bruscamente e disse-me "Desisto!" Quanto a mim, virei-me como um robô e desci novamente pelo caminho, inconsciente do perigo. Um som agudo de uma bala assobiou rente à minha orelha. Havia sons de vozes guturais e o latido de um cão, como se a montanha tivesse despertado. Comecei a correr, mas o dia estava rompendo. Deixando o caminho, enveredei para dentro da floresta. No fundo da ravina atravessei um riozinho, e vim a tropeçar em uma raíz e cair sobre ela. Agora os latidos dos cães aumentaram como se estivessem alertando uns aos outros.

Exausto e com a boca seca, procurei algum abrigo onde pudesse recobrar o ânimo. De repente, vi-me no meio de um grupo de alemães em uma clareira. O que estava mais perto de mim puxou uma granada de mão e me ameaçou com ela. A tentativa de escapar falhara. Não vou contar o que se seguiu, pois não tomei sobre mim a tarefa de contar as memórias de guerra. Basta dizer que fui levado de carro de volta a Lobsann e me encontrei, diversas horas mais tarde, sozinho atrás de um sargento alemão montado em um cavalo à frente de uma longa fila de soldados franceses empreendendo uma humilhante entrada em Hagenau, que agora estava ocupada pela Wermacht.

Eu havia escapado por um triz da morte e precisava rever a palavra de advertência à qual eu recusara obedecer. A despeito do meu desespero e remorso, experimentei um sentimento de gratidão. O Eterno tivera misericórdia de mim. De fato, pela largura de um cabelo a bala mortal não me atingira.

Alguns meses mais tarde, após muito pesquisar, eu encontrei na Bíblia as palavras que o Espírito de Deus havia usado para tentar deter-me. Elas estão no primeiro versículo do capítulo trinta da profecia de Isaías.

Embora eu fosse um hóspede involuntário no campo de prisioneiros de guerra em Nuremberg, comecei a vislumbrar as grandes possibilidades que meu cativeiro me dava para testemunhar acerca de minha fé entre meus companheiros de infortúnio. Na Grã-Bretanha ou em algum outro lugar durante os anos que precederam à rendição da Alemanha, não me foi possível proclamar o Evangelho - por mais paradoxal que pareça - tanto quanto atrás de arames farpados de Oflag XIIIA e então Oflag XVIIA. Fiz amizade com camaradas que de outra forma eu poderia nunca ter encontrado. tive a grande alegria de ser um instrumento de Deus para trazer diversos deles à fé. Eu tive tempo livre como nunca antes para ler - e não havia falta de livros.

A capela protestante estava quase sempre disponível para realizar reuniões durante as quais eu anunciei as boas novas de Cristo, que deu aos Seus discípulos a verdadeira liberdade que alguém pode possuir, mesmo em uma prisão.

Uma verdadeira universidade foi rapidamente organizada. Estudei matérias dadas por eminentes professores. Também me foi possível realizar uma de minhas ambições - aprender os rudimentos do grego a fim de entender mais claramente o Novo Testamento. Tive um bom relacionamento com os muitos padres e monges católicos-romanos e a um deles ensinei inglês.

Sim, permaneço convicto de que a misteriosa voz ouvida no dia 30 de junho de 1940 foi realmente a do Espírito Santo, Aquele que condescende para fazer de cada cristão Sua morada, como afirmou o apóstolo Paulo. Olhando para trás, não lamento aqueles cinco anos que materialmente falando foram tão difíceis. Na verdade, o contrário é o caso. Houve fome, frio, falta de liberdade, porém aqueles anos foram tão ricos espiritualmente! Meu único lamento foi por minha voluntária surdez a qual ilustro com a declaração do livro de Jó: "Deus fala uma vez, sim duas vezes, mesmo assim o homem não percebe" (Jó 33:14)

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L i n k

Relato de Gilbert Abadie acerca de um Natal na prisão:

http://paulofranke.blogspot.com/2011/01/sombra-do-nazismo-1.html

18 junho, 2011

PONTES que eu já atravessei neste mundo.

P o n t e s - d e - p e r t o


Sempre gostei de pontes, talvez porque elas sejam em um sentido sinônimo de viajar... assim estava mais do que na hora de "homenageá-las" no meu blog.



E os passeios da infância eram também acampar com a família, em barracas, na praia do Laranjal, na Lagoa dos Patos, hoje um bairro de Pelotas-RS que naquele final dos anos quarenta parecia um lugar muito distante de casa. O rio Pelotas atravessávamos de balsa. Anos mais tarde, foi construída a ponte e, ao atravessá-la, até hoje lembro-me de que meu pai falava: "Neste lugar caiu um avião há muitos anos!".




A ponte mais distante, no entanto, era a do Retiro, na entrada da cidade para quem vinha de Porto Alegre. (foto André Bonacin) Rapazinho, aventurei-me com um amigo ir de bicicleta de nossa casa até esta ponte, uns longos 13km. O coração bateu ofegante pela aventura; anos depois, chegando à minha cidade, o coração batia emocionado ao atravessar esta ponte que significava que a longa viagem, de São Paulo ou de outra cidade do Brasil onde eu morava, chegara ao fim e eu estava "em casa novamente". Quando à minha terra eu voltar quero encontrar as mesmas coisas que deixei...



Voltando ao passado, um dia a grande aventura que me levava para mais longe chegara. À beira do rio Guaíba, esperávamos horas para atravessá-lo e chegar à capital Porto Alegre. Tudo uma aventura sem tamanho para a cabeça de um "guri". E um dia, anos mais tarde, com tios, atravessei a nova ponte, que vista à distância parecia uma imensa rampa de lançamento de foguetes, algo assim. E do outro lado para quem vinha do sul do estado, a bela Porto Alegre, como que uma Manhattan em miniatura.



Em 1955, fui um pouco mais distante da minha cidade natal, um passo ainda maior: visitar um tio e sua família que moravam em Bento Gonçalves, na bela serra gaúcha. Lembro-me de ter passado pela moderna ponte sobre o rio das Antas, que liga Veranópolis a Bento, obra da engenharia nacional em que meu tio, engenheiro do DAER, participara na construção.



Outro rio que cheguei a atravessar de balsa quando adolescente, mais tarde deu lugar a uma ponte, que ainda foi substituída por outra ainda mais moderna. A foto mostra o rio São Gonçalo, que banha minha cidade e marca a divisa com a cidade de Rio Grande. Chegamos a viver nessa cidade, onde se situa o maior porto do Rio Grande do Sul. Lá, nasceram nossas duas filhas. Mas no passado ir até a vizinha cidade era um acontecimento.




No vizinho estado de Santa Catarina, onde trabalhei no ES pela primeira vez, recordo-me de ter atravessado uma única vez uma ponte coberta, na cidade de Pomerode, a chamada mais alemã das cidades catarinenses. As zonas rurais daquele estado são de grande beleza!



Em 1964, fui fazer o seminário do Exército de Salvação em São Paulo. Com alguma frequência descemos a estrada de Santos, um espetáculo aos olhos. Roberto Carlos cantava uma música que tinha como tema essa estrada sobre pontes. A foto a mostra atualmente, um orgulho da engenharia nacional.




Quando fui trabalhar em São Gonçalo-RJ, utilizei diversas vezes por semana a barca ou então, na pressa, o aerobarco. Para chegar ao Leblon, onde vendia nossa literatura - o mesmo jornal que anos antes me fora oferecido em um bar - dessa vez a muitas pessoas também do mundo artístico, eu precisava atravessar na época três cidades e dois estados. A ponte Rio-Niterói de fato atravessei uma só vez. Meu filho correu a última maratona em que participou nesta ponte, sob um sol abrasador...


P o n t e s - d e - l o n g e






Indo fazer um curso em Londres em 1973, e voltando à cidade outras três vezes ao longo dos anos, um dia procurei conhecer a ponte de Waterloo, sobre o rio Tâmisa, que em nada lembrava a ponte de madeira do cenário do antigo filme do mesmo nome, com Robert Taylor e Vivien Leigh.



Depois atravessamos a ponte que liga Nova Jersey a Nova York, onde vivíamos. Na foto, a ponte do Brooklyn.



... e, vivendo em Portugal, a linda ponte 25 de Abril, sobre o Tejo, em Lisboa.



Amsterdam, uma cidade sobre as águas, é a cidade das 800 pontes.




Um amigo levou-me à famosa ponte de São Francisco. Deslumbrante aos olhos, mas ao tomar conhecimento de que fora construída por mão-de-obra escrava, principalmente chinesa, a impressão inicial é mudada.





Da bela California, o único lugar dos EUA onde gostaria de voltar um dia, viajei em 1981 para a Austrália. A cada novo ano, um dos primeiros lugares a festejá-lo, pelo que vemos pela TV, é a Austrália, com as famosas luzes e fogos na ponte de Sydney, que na chegada ao distante país é também a primeira a se destacar da janela do avião. E o menino que gostava de pontes, por serem sinônimos de viagem, foi muito longe...



E atravessei muitas pontes quando viemos viver na Europa. Na foto, a moderníssima ponte Öresundsbron, que liga a Suécia à Dinamarca. Atravessei-a de trem, poucos meses após a sua inauguração, sendo que os trilhos ficam no plano inferior ao dos automóveis. Outra curiosidade: a ponte a um ponto entra em um túnel.



As pontes de Luxemburgo atravessam vales.



As pontes sobre o rio Mosel e Reno, na Alemanha, mostram-nos cenários espetaculares.



Caminhar ao longo do rio Danúbio e admirar as pontes que ligam as antigas Buda a Peste, hoje Budapeste, na Hungria, é um passeio histórico inesquecível.




A ponte Alexandre III é a mais bela das pontes sobre o rio Sena, em Paris.



Muitas pontes sobre o rio Neva, em São Petersburgo assemelham-se às da capital francesa, bem como a arquitetura da antiga Leningrado, visitada pela primeira vez no ano passado.



Atravessei a ponte ao fundo, na cidade polonesa de Cracóvia, quando me dirigi apressadamente à Fábrica-Museu de Oskar Schindler, no ano passado, achando que o local fecharia e eu não poderia visitá-lo devidamente.





No centro de Jerusalém esta ponte atrai a nossa atenção também por sua beleza que, pela suas linhas modernas, foge ao estilo arquitetônico da cidade.




L i ç õ e s - d a s - p o n t e s


Uma das definições de ponte já encerra em si uma lição: "Ponte é uma estrutura construída sobre um obstáculo que pode ser água, vale ou rodovia, a fim de prover passagem sobre esse obstáculo."


"O homem é infeliz porque constrói muros em vez de pontes",

é um oportuno pensamento atribuído a John Newton.



"Dia de Juventude" é um dia designado no ES para edificar espiritualmente e despertar vocações. No primeiro Dia a que assisti, em 1962, já tendo ouvido o chamado de Deus, vacilei em dizer o "sim". O empurrão veio de um oficial que trabalhava na época em Rio Grande, Octacílio Oliveira, que usou a ponte que ligava as nossas cidades como ilustração. "A ponte que utilizamos atualmente está gasta e necessita ser substituída. Ao seu lado ergue-se, quase finalizada, uma nova ponte; assim os velhos obreiros devem ser substuídos por novos obreiros que continuem a levar as boas novas do Evangelho aos perdidos!" Naquele momento orei como o profeta Isaías: "Senhor, eis-me aqui, envia-me a mim".





Pontes podem sofrer danos diante de tempestades, inundações, vendavais e terremotos, mas quando Deus é o nosso castelo forte, nosso refúgio e fortaleza, estamos seguros e prosseguimos nossa jornada terrena confiantes e, diante de qualquer circunstância, inabaláveis.



Como foi divertido para a família caminhar pela "ponte maluca" na DisneyWorld! Mas a vida muitas vezes nos apresenta pontes balouçantes nada divertidas. Nossos sentimentos de altos-e-baixos não ajudam nossa estabilidade e tememos sucumbir e não chegar ao outro lado.




"Tira a foto rapidamente", disse ao meu neto na DisneyParis, "pois estou com vontade de voltar!" Quantos de nós, diante de situações difíceis, não queremos aventurar-nos e mesmo correr risco, preferindo "dar para trás" comodamente. A vitória sempre será não do inseguro, mas do corajoso que, confiando em Deus, prossegue seu caminho muitas vezes envolto em mistério.




Hämeenlina, que quer dizer "castelo de Hämeen", onde vivemos atualmente, fica a 90km da capital Helsinki. A cidade é cortada por uma rodovia e tem três pontes. "Pontes da intercessão", é como as chamo, pois decidi que a cada vez que as atravesso oro por familiares e amigos que estão no norte ou no sul. A parte sul é a mais pesada, uma vez que compreende a Europa e a América do Sul. Deus tem-me lembrado a cada vez que utilizo estas pontes de mencionar pessoas em problemas ou necessidades especiais e entregá-las ao Seu cuidado.


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A - p o n t e - s e m p r e - a b e r t a


Pontífice é palavra que vem do latim e significa "construtor de pontes". Jesus é o Sumo Pontífice, pois, por Sua morte por nós, estendeu uma ponte que leva a Deus, construída sobre o abismo do pecado. E diz:

"Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim." (João 14:6)



"Agora, porém, vocês pertencem a Cristo Jesus e, ainda que antigamente estivessem muito longe de Deus, agora foram trazidos para muito perto dEle por causa daquilo que Jesus Cristo fez por vocês com o seu sangue"

(Efésios 2:13- A Bíblia viva)

O caro leitor pode afirmar que já passou por esta ponte da salvação?

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Procure no "Índice de todos os meus tópicos" as postagens relacionadas com as cidades e os países das pontes aqui mostradas.

13 junho, 2011

"Lançar o pão sobre as águas" - já experimentou isso?






"O amor não é como uma pedra. Ele é como o pão; precisa ser feito novo em todo o tempo, sempre."


De repente minha sogra - que vive na Finlândia depois de ter trabalhado no Brasil como missionária por 50 anos - queria também falar comigo ao telefone. E assim agradeceu-me por um cartão de aniversário que eu lhe havia dado em 1997, o qual ao achar em uma gaveta lhe abençoaram as palavras (acima). E leu-as para mim. Só quem conhece a Finlândia - e minha sogra cujo passatempo ainda é assar pães e bolos - sabe da importância do pão por aqui com sua surpreendente variedade à venda, sendo que o pão de centeio é muito comum e apreciado, sinônimo de saúde! O pão preto do pacote, novo no mercado, inova com a adição de amoras-vermelhas.





E o que tem a foto que tirei no rio Nilo a ver com isso? Por coincidência, quando falei com minha sogra eu estava fazendo o rascunho desta postagem sobre o versículo bíblico "Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás" (Eclesisastes 11:1).



O verdadeiro significado desse versículo segundo historiadores, lançar o pão sobre as águas, é um costume egípcio deixado pelos hebreus durante o tempo que lá permaneceram. Eles jogavam sementes de trigo nas margens do rio Nilo nos tempos da seca, cujas águas estavam baixas. Quando chovia e as águas do Nilo ocupavam as margens, levavam sementes de trigo rio abaixo, elas brotavam e produziam trigo na entre safra trazendo, portanto, pão para os que necessitavam nos tempos de escassez .



Sim, o pão precisa ser feito novo todos os dias, assim o amor que devemos distribuir. MAS e o pão que não fazemos todos os dias, mas que fazemos e "lançamos sobre as águas para muitos dias depois o acharmos?" o que significará?



Não considero o assunto fácil de ser abordado, ainda mais nestes dias quando se tornou comum em muitas igrejas a "teologia do supermercado", um toma-lá-dá-cá, heresia pura praticada por muitos. Alardeiam os falsos pastores: "Dê para Deus, e quanto maior for a oferta, mais receberá de volta!" (veja o link no final "Prosperidade, uma palavra muito oportuna sobre o assunto")


Passo, então, a com exemplos e testemunhos - também pessoais - passar ao leitor o que considero o "lançar o pão sobre as águas":






Em uma reunião pública no distante ano de 1953, no Templo em Helsinki, Finlândia, David e Martta Hämäläinen, que passariam a ser meus sogros, juntamente com Lahja Partanen, recebem a bênção de Deus para a viagem sobre as águas do Atlântico até o Brasil, onde serviriam a Deus como missionários salvacionistas por muitas décadas. E com essa atitude de fé, sem o saberem, estavam "lançando o pão sobre as águas". Como?





O trabalho abnegado que realizaram no Brasil é conhecido por todos. E o fato de seus cindo filhos estarem no caminho do Senhor testemunha muito bem a respeito deles. Em 1999, quarenta e seis anos depois que chegaram ao Brasil, fomos chamados por Deus para trabalhar na Finlândia. Poucos anos depois nossas duas filhas casados uniram-se a nós. Por um bom tempo eu comentava da matemática de Deus, retribuindo os seis missionários finlandeses que foram para o Brasil com os seis que vieram do Brasil trabalhar na Finlândia. Hoje esta estatística está desatualizada, pois somos mais do que dez brasileiros a trabalhar no ES finlandês, sem mencionar as criancas, o que soma a cerca de vinte.



Digno de nota também foi o "lançar o pão sobre as águas" daquela fiel missionária que veio juntamente com os meus sogros, Lahja, cujo nome em finlandês significa "presente". Quando trabalhou em Niterói-RJ, conta o sogro de minha filha (com seu esposo à direita na foto), inovou o seu serviço para o Senhor; além de suas muitas atividades normais, para atrair jovens ensinava a tocarem violão, mesmo com o seu pouco conhecimento. E mais, sem conhecimento do idioma inglês além do básico, ensinava inglês aos interessados. O pai de meu genro, há muitos anos um médico, gosta de contar aquelas pitorescas histórias e a forma como foi atraído à igreja salvacionista em Niterói e trouxe sua família. Hoje, seu filho e genro meu, ocupa uma das posições de liderança no Quartel Nacional da Finlândia. E minha filha é a atual oficial dirigente (pastora) do Templo sueco, que sua mãe e seu pai dirigiram por seis anos e onde seus avós receberam as despedidas para irem ao Brasil como missionários.




Gosto deste enfeite na minha estante, que para mim simboliza a dureza da obra de Deus na Finlândia e que prova que não viemos para cá como "turistas" ou aventureiros, embora seria injusto não mencionar as bênçãos e alegrias. Uma outra postagem quem sabe mostraria o campo congelado espiritualmente onde atuam as igrejas. Muitos pastores, pela falta de resultados, entram em depressão. Muitos membros da Igreja Luterana a cada ano retiram o seu nome do rol da igreja... e não se assustem: aos milhares! A pomba, símbolo do Espírito Santo, dá o toque de esperança do cumprimento de diversas profecias de que um poderoso avivamento novamente varrerá a nação.





Em 1929, o japonês Teruji Wakai emigrou com sua família para o Brasil. Sua história, que nos foi contada por ele quando eu era seminarista, tocou-nos profundamente pelos lances dramáticos que envolveram a sua conversão a Cristo no Exército de Salvação. Resumindo, o que talvez em outra ocasião eu conte com mais detalhes neste blog, hoje seus netos pregam o Evangelho animadamente no Japão, sendo reais vasos de bênçãos, apesar do solo duro para o cristianismo, agravado pelo recente tsunami que abalou a nação.





Esta foto minha, conhecida por muitos leitores do meu blog, ao lado de Victoria Chaplin, filha de Charles Chaplin, está no contexto de "lançar o pão sobre as águas". Muitos já têm lido minha postagem (link abaixo) que conta como a encontrei e nossa conversa que girou em torno de nossos pais, o dela, o famoso Carlitos, e o meu, um admirador de Chaplin que levava seus filmes mudos para os meninos do Lar de Meninos de Pelotas - em um tempo quando nem se sonhava com TV - para as dezenas de meninos internos se divertirem. E eu, menino, que sempre o acompanhava, lembro-me de que o teto da grande sala onde eram projetados os filmes quase "vinha abaixo" com as gargalhadas da gurizada!!



A filha do diretor da época, Marli Spieker, uma mulher que fundou o Projeto Hanna em defesa da mulher oprimida em muitos países, relembrou-me faz pouco do que seu pai repetia: "Pedi, e 'Darcy' vos dá!", com certeza grato pela ajuda sistemática que meu saudoso pai, Darcy Franke, dava ao orfanato. Depois daqueles diretores, assumiram a direção do Lar de Meninos aqueles que viriam a ser os meus sogros. Resumindo, meu pai "lançou o pão sobre as águas" e mais tarde foi "achado": tornei-me salvacionista, casei-me com uma filha de oficiais missionários, meus filhos e netos, seus netos e bisnetos, estão firmes no trabalho de Deus aqui e no Brasil e tantas evidências de que também a versão de A Bíblia viva "funciona": "Seja generoso porque o que você der a outros acabará voltando para você" (Eclesiastes 11:1).




Acima, uma foto recente do Lar de Meninos do Exército de Salvação, situado no bairro das Terras Altas, em Pelotas-RS. O Lar é dirigido pelos colegas Paulo e Claudete Swartele e seu bom trabalho tem repercutido por toda a cidade. Mas, lembrem-se, leitores que porventura lerem esta postagem e vivam na "Princesa do Sul". Já dirigi dois orfanatos semelhantes e sei por experiência própria que para manter uma obra dessas faz-se necessária a ajuda constante da comunidade.

E continuando com histórias de "lançar o pão sobre as águas" - desinteressadamente e com amor - no início deste ano, através da Internet, uma jovem procurou no Google "Brasileiros na Finlândia" e, de alguma forma, entramos em contato, surpresos pelo fato de que, no grande Brasil, éramos da mesma cidade. Chegando poucos meses mais tarde a Helsinki para fazer seu doutorado, acompanhou-a seu jovem esposo. Tornamo-nos amigos desde o primeiro encontro. Mesmo sabendo que não eram jovens necessitados materialmente, mesmo assim os conduzi ao Exército de Salvação em Helsinki e obtive ajuda material para eles: pães, laticínios, enlatados, minha sogra deu-lhes lençoes, e ainda receberam de um departamento ajuda financeira (afinal, para quem vem com Reais para terras do Euro, toda ajuda é bem-recebida!).


A amizade com meus filhos e netos que vivem em Helsinki foi quase automática e divertiram-se muito em visitas e passeios (fui com eles a Israel!). Enfim, o jovem casal, que inclusive pregou e cantou em cultos na igreja sueca que minha filha dirige, depois de quase cinco meses, voltou para a nossa cidade natal deixando muita saudade de ambos os lados.


Um dia nosso amigo contou-nos: seu pai, que trabalha há muitos anos no Ceasa, em Pelotas, durante um tempo costumava levar doações de frutas semanalmente ao Lar de Meninos. Posso imaginar o que aquela doação sistemática terá significado para o Lar!! Fiz logo a conexão, o que meu amigo prontamente concordou: "Teu pai 'lançou o pão sobre as águas' e vocês, anos mais tarde, o acharam, aqui na Finlândia!"







E, para concluir, mostro a foto que tirei em Israel no ano passado, a terceira vez em que Deus me deu a oportunidade de visitar a Terra Santa. A foto é de uma "Cozinha para os Necessitados", que se situa em frente ao Muro de Lamentações. Naquela viagem, fiquei retido em Israel por quatro dias pelas cinzas do vulcão islandês. Nervoso por verificar que meus remédios estavam acabando e também o meu dinheiro, um jovem casal finlandês hospedado no mesmo hostel que eu prontamente ajudou-me com dinheiro e com uma sacola de mantimentos de que, disseram-me, não iriam precisar... (Conto a experiência no link respectivo, abaixo)




Emocionado com a ajuda recebida inesperadamente de pessoas que nem conhecia, senti Deus falar-me que o que acontecera era parte do "lançar o pão sobre as águas" que tenho exercido, com minha esposa e valorosos voluntários, a cada semana, faça calor ou frio, apareça o sol ou caia a neve. Dezenas de pessoas são ajudadas no Corpo do Exército de Salvação que dirigimos, igreja centenária na cidade de Hämeenlinna (fotos).




Na hora em que eu me vi - até um tanto assustado - na condição de um necessitado, Deus interveio por meio de desconhecidos que foram movidos para ajudar-me.


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"Não nos cansemos de fazer o bem, pois a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos"


(Gálatas 6:9)



Porém, ainda que ser cristão genuíno envolva o sermos caridosos, a exemplo do bom samaritano da parábola de Jesus, e dos preciosos conselhos da epístola de Tiago, cremos firmemente que não são as obras que nos salvam, mas sim a graça de Deus ( Efésios 2:8-9), e somos justificados não por obras da carne, mas pela fé em Jesus, o Filho de Deus.


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L i n k s



Prosperidade - uma palavra muito oportuna sobre o assunto:


http://paulofranke.blogspot.com/2007/01/uma-palavra-muito-oportuna.html



Àqueles que ainda não leram sobre meu encontro com Victoria Chaplin:



http://paulofranke.blogspot.com/2006/07/ele-era-importante.html


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Preso pelas cinzas do vulcão islandês no ano passado, uma experiência quase de suspense mas abençoada em Israel:


http://paulofranke.blogspot.com/2010/05/v-israel-das-cinzas-do-tempo-as-cinzas.html


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Se você quiser dar o seu testemunho, relatando a sua experiência no "Lançar o pão sobre as águas" - desde que não fuja do assunto - pode fazê-lo nos comentários.


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Próximas prostagens:



Gilbert Abadie, homem de Deus, na Segunda Guerra Mundial.



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