No mês de abril a mídia deu um enfoque especial ao centenário do naufrágio do Titanic em sua viagem inaugural. Estando no Brasil, até eu corri para assistir pela segunda vez o filme no cinema de um shopping em São Paulo. E ao assisti-lo em 3D constatei ainda mais realismo no drama que ceifou tantas vidas e ficou na história como um dos maiores acidentes marítimos de todos os tempos.
A mais aceita versão do que fez o Titanic afundar tem sido um iceberg que lhe rasgou o casco... e o naufrágio aconteceu em um par de horas.
Lendo a Bíblia, deparei com um conselho do apóstolo Paulo ao jovem Timóteo (1:19)*: Mantendo fé e boa consciência, a qual alguns ao rejeitarem naufragaram na fé.
A minha pergunta inicial e direta ao caro leitor é:
O que faz você afundar?
E neste caso afundar ou naufragar usando como sinônimo:
entristecer-se,
desesperar-se,
ficar deprimido,
tornar-se amargurado,
perder o gosto pela vida,
perder a comunhão com Deus
e outras tantas deprimentes situações?
=
Uma atitude gélida, tipo iceberg, de uma pessoa amiga?
não conseguir livrar-se de algum vício ou pecado
ou ainda de algo cuja lembrança o aflige?
temor da velhice e do futuro?
preocupação com a família?
uma tristeza crônica?
muitas dívidas?
queixas mil?
má saúde?
solidão?
Leiamos uma passagem bíblica e o que aconteceu com Pedro durante a noite quando com outros discípulos viu Jesus andar sobre as águas:
Senhor, se és tu, manda que eu vá ao teu encontro sobre as águas. E ele disse: Vem! Descendo do barco, Pedro caminhou sobre as águas e foi ao encontro de Jesus. Mas, sentindo o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: Senhor, salva-me!
Jesus estendeu a mão, prontamente o segurou e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste? Entrando ambos no barco, o vento cessou (Mateus 14:28-32).
Gosto do mar e de nele banhar-me, mas confesso algo: não sei nadar. Aliás, sei nadar se meu pé puder tocar o fundo, do contrário afundo, apavorado... Mas mesmo sem saber nadar certa vez salvei duas pessoas que estavam em perigo de afundar. Foi naquela tarde bonita na praia de Guarujá-SP. Duas pessoas haviam morrido no dia anterior naquele exato lugar, mas não sabíamos e entramos alegres na água. De repente nós três começamos estranhamente a afundar, pois nossos pés não mais tocaram o fundo. No desespero, meu pé - para mim um milagre! - afastou-se cerca de meio metro para a direita e tocou uma elevação. Dali içei as duas pessoas e as trouxe para a estreita elevação que nos conduziu seguros à praia.
Daquele susto imenso, extraio uma lição até hoje:
Se eu, falho e imperfeito, sem nenhum know-how de natação, salvei da morte duas pessoas, quanto mais o Senhor da Terra e Mar nos salvará e içará para o barco da salvação e da libertação quando as águas nos quiserem afogar nas noites tenebrosas da vida?
O caso de Pedro, motivo da repreensão de Jesus, foi falta de fé para manter-se em vitória. Paulo, ao mencionar os que naufragaram espiritualmente, apontou como razão a falta de boa consciência e de fé.
Muitas vezes a raíz dos nossos naufrágios - e não estou referindo-me a grandes tragédias que nos possam acontecer, mas, digamos, aos problemas que nos roubam a paz e nos fazem ir para "a fossa" no nosso dia-dia - diferem de pessoa para pessoa, mas geralmente a falta de fé em Deus é a razão principal.
Particularmente, algo que me faz ficar pesado de alma e sentir que estou afundando é deixar de agradecer a Deus, diariamente, por todas as coisas, desde as mínimas às maiores que me aconteçam. Se também é esse o seu caso, agradeça a Deus por tudo - até pelas coisas ínfimas e comuns da vida - e vá contando as bênçãos, uma a uma... e como diz o hino ...E verás surpreso quanto Deus já fez!
Descubra qual é a "pedra amarrada ao seu pé" e aja, clamando o socorro de Deus!
O hino cuja letra transcrevo a seguir, de belíssima poesia e conhecido e amado mundialmente, foi escrito em 1914 por August Ludvig Storm, um oficial do Exército de Salvação da Suécia.
Como que um homem enfermo, com grave problema de coluna que o fazia ficar encurvado em uma cadeira de rodas, conseguiu escrever tais palavras? Certamente ser grato a Deus por tudo era o seu bendito segredo. Que tais palavras nos sirvam de lição, alavanca e oração quando as águas do mar da vida quiserem-nos afogar:
Graças dou por esta vida, pelo bem que me legou./ Graças pelo meu futuro e por tudo que passou./ Pelas bênçãos derramadas, pelo amor, pela aflição,/ Pelas graças reveladas, pelo gozo do perdão.
Graças pelo azul celeste e por nuvens que há também,/ Pelas rosas do caminho e os espinhos que elas têm./ Pela escuridão da noite, pela estrela que brilhou,/ Pela prece respondida e a esperança que falhou.
Pela cruz e o sofrimento e feliz ressurreição,/ Pelo amor que é sem medida, pela paz no coração./ Pela lágrima vertida, Teu consolo que é sem par,/ Pelo dom da eterna vida, sempre graças hei de dar.
- tradução de Alice Ostergren Denyszczuk -
Experimente também, a fim de não afundar:
se você é um cristão genuíno, respirar gratidão a Deus,
se ainda não o é, aceitar a Jesus Cristo como Salvador e Senhor de sua vida, JÁ!
* textos bíblicos extraídos da Bíblia com ajudas adicionais, traduzida em português das línguas originais hebraico e grego - Editoracão Alfalit Brasil - Impresso em Estocolmo - Suécia.