Paulo Franke

25 maio, 2008

O Renascer de uma Banda de Metais



Quem viu e ouviu os músicos da banda da Coréia naquele congresso internacional de 1978, em Londres, jamais imaginaria que aquele grupo de adolescentes ruidosos, que irradiava tanta alegria, representava uma outra banda de seu país, uma banda que silenciou para sempre no início dos anos 50.
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Um ex-missionário salvacionista conta: "Os sete anos em que servi no Lar (orfanato) foram uma experiência muito feliz. Apesar de ser solteiro na época, eu via os meninos como se fossem meus próprios filhos. Quando em 1937 meu período missionário terminou, comecei a viagem de seis semanas e meia para o meu país, a Inglaterra. Havia poucos olhos secos e eu, pessoalmente, derramei muitas lágrimas por deixar os meus 'filhos'.
O som da banda do Lar de Meninos, naquela manhã de inverno na estacão ferroviária de Seul, sob a regência do novo mestre-de-banda, Chin Marn Song, permanecerá comigo enquanto eu viver. Marn havia entrado no Lar com bem pouca idade, e tinha esforçado-se bastante na escola, em algumas oficinas de trabalho manuais e também como músico. Ele se tornou professor na nossa escola durante o fim de minha estada, mas a sua paciência e competência como professor de teoria musical para um bando de meninos ex-mendigos permanecerão como a base maior de seu sucesso."
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Um filme produzido pelo Exército de Salvação e intitulado "Sangue de Mártir" conta a trágica história do que aconteceu à Banda do Lar de Meninos de Seul na guerra de 1950-1953. Em uma visita inesperada ao orfanato, os componentes usando o uniforme salvacionista e carregando seus intrumentos foram enfileirados no pátio do Lar e obrigados a marchar para a fronteira do norte, e nunca mais se teve qualquer notícia desse grupo musical que fora ensinado a tocar louvores a Deus.
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O ano de 1950 foi um tempo de grande perseguição para os salvacionistas e demais cristãos da Coréia, época em que enfrentaram grande confusão e sofrimento. Um dos oficiais (pastores) tornou-se mártir por sua fé. Dirigindo o Corpo de Chinju quando as forças invasoras tomaram a cidade, o Major Noh Yung Soo, um respeitado servo de Deus naquela comunidade, foi arrastado, forçado a marchar pela cidade e, sob a mira de armas, desafiado a renunciar à sua fé. Segurando a Bíblia em uma mão e o hinário salvacionista em outra, recusou-se a obedecer. "Que eu morra ou viva, isso não importa; o importante é que Cristo vive!", gritou. Tiros foram disparados e os soldados inimigos o deixaram estendido ao chão. Foi o momento solene de sua "promoção à glória", termo que os salvacionistas do mundo inteiro usam para os seus irmãos que partem desta vida.
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Voltando à banda, pela dificuldade na obtenção de instrumentos poderia-se pensar que aquele grupo musical fora coisa do passado, mas não foi assim! De alguma forma foi possível adquirir-se instrumentos musicais, ainda que com muita dificuldade, as aulas de teoria musical do professor que fora ex-interno foram recomeçadas e a nova banda do Lar de Meninos de Seul renasceu!
Naquele congresso de 1978 em Londres, os meninos do Lar que faziam agora parte da banda foram ouvidos e veementemente aplaudidos em seus louvores. Sabendo da história trágica dos primórdios daquela banda de metais, pedi à minha esposa tirar-me uma foto ao lado de alguns de seus atuais componentes (nas fitas de nossos quépes o nome Exército de Salvação em português e em coreano). A então-menina que aparece conosco chama-se Luiza Fisk, filha de outro missionário inglês que Deus usou para trazer-me para o Exército de Salvação. Em ambos os países cresce o evangelho, no caso da Coréia com grande avivamento e movimentos de oração, típicos do espírito vibrante dos cristãos coreanos, forjado na severa prova da perseguição.

16 maio, 2008

Mini-textos de maxi-significados 4

- Poema

- Pedras da Turquia

- Sente-se derrotado?

- O jornal do dia em que nasci

- Selos e envelopes históricos

- Aviões e navios incomuns





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Alguém havia orado



O dia fora longo e a cruz pesava tanto
que as forcas me faltavam já para a suster;
Súbito, o fardo ergueu-se e secou-se-me o pranto
Sem que o soubesse, estava alguém a interceder.


*
Alguém perante Deus àquela hora,
rogava fosse o peso solevado, assim;
e na Sua clemência, presto, sem demora,
Ele o viera erguer e carregar por mim.



*
Não podemos dizer quantas vezes, orando
por uma alma perplexa, oprimida e sem paz,
somos ouvidos; mas não raro o toque brando
um grato refrigério ao coracão lhe traz.

*

Alguém havia orado e a mão da Fé, potente,
apegara-se a Deus, fazendo-O a mim baixar.
Há tanto coracão oprimido e doente
por falta de oracão! Oremos sem cessar!


Grace Noll Crowell (traducão de Isolina Avelino Waldvogel)


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Pedras da Turquia





De repente, na praia de Alanya, Turquia, encontrei pedras de todos os tamanhos com algo em comum: uma cruz "desenhada" nelas. Dali em diante ir à praia era também colher pedras, como que "carregar pedras nas férias", o que somente não aconteceu pelo fato de minha bagagem estar no peso limite. Por estar em um país atualmente de religião islâmica, onde se deu a expansão do cristianismo no primeiro século, lembrei-me das palavras de Jesus: "Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão." (Lucas 19:40)



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Sente-se fracassado?


Na próxima vez que sentir que Deus não pode usá-lo(a), lembre-se:



Abraão era demasiado velho
Isaque sonhava acordado
Jacó era um mentiroso
Lia não era bonita
José foi maltratado
Gideão teve medo
Sansão cedia aos encantos femininos
Raabe era uma prostituta
Jeremias vivia a lamentar-se
Davi adulterou
Jonas fugiu de Deus
Noemi era viúva
Jó entrou em bancarrota
Pedro negou a Jesus
Os discípulos dormiram quando deveriam orar
Marta era super preocupada
A mulher samaritana era divorciada, e mais de uma vez
Zaqueu roubava e era muito pequeno
Paulo era um religioso fanático
Timóteo tinha uma úlcera
Lázaro estava morto


Então, não mais desculpas! Deus pode usá-lo (a) e extrair o máximo de seu potencial. Além do mais, você não é a mensagem, somente o mensageiro!




- Extraído de "Buenas Notícias!" -

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O jornal do dia em que nasci






O Diário Popular de Pelotas-RS apresentando as manchetes da Segunda Guerra Mundial no dia em que eu nasci, 6 de outubro de 1943. Custo a acreditar que enquanto Hitler fazia seus discursos e maquinava seus planos diabólicos de invasão e extermínio, inclusive de criancas, eu dormia tranquilamente no meu berco, cercado de amor e de carinho no outro lado do mundo...


Eu, prima Liana, ambos nascidos em 1943, e irmã Neiva, em 1942. Acho que esta foi a minha primeira foto.



Na década anterior, o mesmo jornal noticiava o Zepelim sobrevoando a praca central da cidade.






Selecões do ano em que nasci.




O tipo de propaganda que ocupava 90% de suas páginas.



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Selos e envelopes históricos












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Aviões incomuns...





No link abaixo conto o quanto amava aviões e o meu sonho de adolescente de ser um dia piloto. Quando meu pai viajou em um Super Constellation da VARIG pedi que filmasse a viagem, já que era cinegrafista amador. Infelizmente, não foi possível daquela vez. Guardo, no entanto, o papel pela metade de um bombom do avião, além de um envelope comemorativo à viagem inaugural do Constellation na linha Rio de Janeiro-Nova York. Nunca vi o sonhado Constellation da VARIG, mas vi o avião diversas vezes, desativados e de lado, em alguns aeroportos internacionais, completamente obsoletos como o papel do bombom que se desfez. Não há aí uma licão espiritual a quem se apega a coisas materiais julgando-as estáveis e perenes, em detrimento das espirituais, essas, sim, eternas?




O chocolates da Neugebauer, fábrica gaúcha, eram os que comíamos na infância.






O carimbo comemorativo à inauguracão da linha da VARIG a Nova York (Porto Alegre, 29.7.55)




Viajei pela TWA (Trans-World-Airlines) uma só vez, de São Francisco a Los Angeles. Comprada por Howard Hughes em 1939, assistimos a sua história no filme "O Aviador", tendo Leonardo diCaprio no papel de Hughes. Até ao Brasil estendeu suas linhas na Segunda Guerra Mundial. E tornou-se uma gigantesca empresa aérea americana, rivalizando com a Pan American Airways.

http://www.youtube.com/watch?v=5iZV4JW0Nbo



... e navios







Passando pelo porto de Long Beach em janeiro de 1981, fotografei em slides o exterior do transatlântico Queen Mary, hoje um hotel de luxo com fama de mal-assombrado. Não fotografei no entanto o Spruce Goose, como era chamado o hidroavião de Howard Hughes, que vi mais à distância não muito longe também do navio onde eram tomadas as cenas exteriores do famoso seriado "O Barco do Amor" (Love Boat). Afinal, estávamos na Califórnia, chamada de Dream State.







São comuns na Europa ferry-boats, que transportam passageiros e seus automóveis.
Nunca havia visto, entretanto, ferries que transportam... trens. Saindo da Alemanha, em 2001, nosso trem simplesmente entrou no navio, desembarcamos, fomos para os salões do navio e tornamos a embarcar no trem para continuar viagem agora pelos trilhos na Dinamarca
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Links:


Quando o Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial


http://paulofranke.blogspot.com/2008/02/quando-o-brasil-entrou-na-segunda.html


"Quantos países você conhece? - Minha lista" e Bon Voyage!



http://paulofranke.blogspot.com/2006/09/quantos-pases-voc-conheceminha-lista_25.html

12 maio, 2008

Homenagem aos 60 anos de ISRAEL...

... uma nacão que tem mais de 4.000 de história!




C H A G * H A A T S M A N T !



Feliz Dia da Independência!



Foi juntar indicadores e polegares sobre uma mesa, formando um triângulo, inverter a posicão das mãos, e a "obra-prima das minhas mãos" estava feita: a estrêla de Davi, o símbolo maior do povo judeu!


Ao publicar o simples desenho que fiz, homenageio ISRAEL e as mãos que o formaram:


... mãos dos escritores que, inspirados por Deus, escreveram a história da nacão, trazendo ao mundo a Bíblia


... mãos que, ao longo dos séculos, se juntaram em oracão para que as profecias bíblicas sobre a nacão fossem cumpridas


... mãos do gaúcho igual a mim, Oswaldo Aranha, que em maio de 1948 presidiu a assembléia geral das Nacões Unidas, bateu o martelo -hoje exposto em um museu de brasileiros em Israel - e assinou o ato esperado há séculos, estabelecendo assim o Estado de ISRAEL


... mãos que se levantaram em louvor pela volta dos judeus à sua terra, cumprindo-se então as profecias milenares


... mãos dos que conduziram o povo por terra, mar e ar, dos quatro cantos do mundo, à sonhada pátria


... mãos que foram aos olhos para enxugar copiosas lágrimas de emocão pelo histórico dia


... mãos dos que pegaram em pás, enxadas e outros instrumentos a fim de remover as pedras e comecar a plantar na nova-antiga terra


... mãos de seus sucessivos governantes que, com pulso e garra, a tem preservado como nacão a despeito de todas as ameacas


... mãos dos arqueólogos que em seu solo têm descoberto ruínas de diversos períodos vividos pela nacão, inclusive confirmando muitos trechos bíblicos


... mãos dos estudiosos que ressuscitaram o hebraico como língua oficial da nacão


... mãos de gente simples ou importante, muitos cristãos - não nominais mas de verdade - que
em nome de Outro Judeu a Quem amavam e serviam, arriscaram suas vidas e de suas famílias escondendo e abrigando judeus perseguidos pelos nazistas

... mãos de um diplomata em especial que emitiu e assinou mais de 100 mil passaportes suecos para salvar judeus húngaros das garras nazistas


... mãos de escritores que têm contado do Holocausto, não só comovendo o mundo mas ensinando-lhe licões de paz, perdão e de "nunca mais"


... mãos de mestres que têm colocado as universidades da nacão na lista das melhores do mundo


... mãos que têm colocado o setor de pesquisa, ciência e tecnologia como referência mundial


... mãos que têm plantado frutos e flores em pleno deserto, enriquecendo e embelezando a terra e surpreendendo o mundo


E homenageio as mãos do SENHOR, ADONAI, que diz a ISRAEL: "Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente sobre mim" (Isaías 49:16) E também as de YESHUA, feridas e traspassadas também pelo Seus amados conterrâneos.


Oro por tua paz, Jerusalém, e te desejo um feliz aniversário, ERETZ-ISRAEL!




"Quem são estes que vêm voando como nuvens, e como pombas ao seu pombal? Certamente as terras do mar me aguardarão; virão primeiro os navios... para trazerem os teus filhos de longe..."
(Isaías 60:8-9)




"Os resgatados do Senhor voltarão, e virão a Sião com cânticos de júbilo; alegria eterna coroará as suas cabecas; gozo e alegria alcancarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido." (Isaías 35:10)
"Não temas, pois sou contigo, trarei a tua descendência desde o oriente, e a ajuntarei desde o ocidente. Direi ao norte: Entrega; e ao sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe, e minhas filhas das extremidades da terra." (Isaías 43:5-6)
"Então a virgem se alegrará na danca, e também os jovens e os velhos; tornarei o seu pranto em júbilo e os consolarei; transformarei em regozijo a sua tristeza." (Jeremias 31:13)


"Dias virão em que Jacó lancará raízes, florescerá e brotará Israel, e encherão de fruto o mundo."(Isaías 27:6)
A maior parte das saborosas laranjas que comemos na Finlândia vêm de ISRAEL!


Foto de uma amiga, missionária, que ama visitar ISRAEL. Sua foto, tirada no Bairro dos Artistas, em Tel-Aviv, mostra uma laranjeira plantada em uma pedra de forma arredondada como uma semente gigante, simbolizando o povo judeu que floresce em todos os lugares, mesmo em circunstâncias desfavoráveis.

S H A L O M !

Links:

No Indice de Todos os meus Tópicos, neste blog, o leitor encontrará farta matéria sobre o Holocausto, minha viagem a Auschwitz-Birkenau, Museu Anne Frank em Amsterdam, histórias de protetores de judeus etc. Em breve novas postagens serão feitas, chegando de minha viagem pela Europa onde visitarei outros campos de concentracão, museus etc. ligados ao Holocausto, prestando com isso uma outra homenagem ao povo judeu, povo que - igual a milhões de outros cristãos genuínos - amo de todo o meu coracão!

11 maio, 2008

Minha Mãe - Poema de Casimiro de Abreu



O nome de minha mãe (1914-1992)



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Da pátria formosa distante e saudoso

Chorando e gemendo meus cantos de dor,

Eu guardo no peito a imagem querida

Do mais verdadeiro, do mais santo amor:


Minha Mãe!


Nas horas caladas das noites de estio,

Sentado sozinho co'a face na mão,

Eu choro e soluco por quem me chamava:

Ó filho querido do meu coracão.


Minha Mãe!


No berco pendente dos ramos floridos,

Em que eu pequenino feliz dormitava,

Quem é que esse berco com todo o cuidado

Cantando cantigas alegre embalava?


Minha Mãe!




De noite, alta noite, quando eu já dormia,

Sonhando esses sonhos dos anjos dos céus,

Quem é que meu lábios dormentes tocava,

Qual anjo da guarda, qual sopro de Deus?


Minha Mãe!


Feliz o bom filho que pode, contente,

Na casa paterna, de noite e de dia,

Sentir as carícias do anjo de amores,

Da estrela brilhante que a vida nos guia:


Minha Mãe!


Por isso eu agora, na terra do exílio,

Sentado sozinho co'a face na mão,

Suspiro e soluco por quem me chamava:

"Oh filho querido do meu coracão!"


Minha Mãe!




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Link: Nestes 60 anos do Estado de Israel, lembrando as mães que morreram nos campos de concentracão:



06 maio, 2008

Quando, como e por que ingressei no Exército de Salvação?

Muitos amigos - não só do Orkut - perguntam-me a razão pela qual ingressei no Exército de Salvação. Muitos simplesmente seguem os passos e o bom exemplo de seus pais salvacionistas e permanecem nas "fileiras". Meus pais eram da Igreja Episcopal Anglicana, portanto não foi esse o meu caso, ainda que tenham sido pessoas de fé e integridade cujo exemplo tem norteado minha vida até os dias de hoje, pelo que agradeço a Deus.


Corria o ano de 1961. Eu tinha 18 anos e morava com minha família na cidade de Pelotas-RS. Embora frequentando a igreja, cantando no coral e tendo bons amigos nela, um vazio no meu íntimo começou a gritar alto. Essa insatisfação tinha muito a ver com o meu futuro. Era também uma inquietação com relação ao chamado de Deus para trabalhar para Ele em tempo integral, o que sentia de quando em quando mas não entendia claramente - apalpava o caminho à frente sem encontrar uma porta sequer. Ou uma encruzilhada de caminhos a escolher, mas um muro intransponível que me fazia nada encontrar a não ser tristeza em uma época da vida que deveria ser marcada por alegrias. Embora dissessem ser uma fase natural na juventude, isso não me consolava.


Naquele ano, nos típicos bailinhos da mocidade que eram realizados nas casas de amigos, conheci um rapaz que namorava uma prima e que se tornou meu amigo. Logo comecei a sair com ele e com os amigos dele a lugares que jamais frequentava com os amigos da igreja. Descobri assim as “luzes da vida noturna” mesmo da minha naquele tempo pequena cidade. Era “maravilhoso” ir a barzinhos e beber, por exemplo, whisky e vodka, com esses novos amigos e, claro, sempre com um cigarro entre os dedos. A alegria era passageira, mas válida, mesmo que o vazio e a insatisfação gritantes logo retornassem para serem meus reais companheiros. Ao dar este testemunho também em inglês algumas vezes, dividi-o em três partes, usando a letra B três vezes.
B A R

Aconteceu em uma noite de sábado, no Bavária Bar, que ainda está lá na Rua Sete de Setembro. Já estava um tanto “alto” na companhia de meus novos amigos quando, de repente, vi à frente da mesa onde estávamos um homem fardado oferecendo-me um jornal. Apressei-me a comprá-lo por reconhecer o Exército de Salvação de cujo Lar de Meninos meu pai era benfeitor (ver “Meu encontro com a filha de Charles Chaplin” no Índice de todos os meus tópicos). De fato, além da existência do orfanato nada mais sabia a respeito daquele Exército.
A figura daquele homem, aparentando ser um estrangeiro, e seu gesto cristão “diferente”, a ponto de ir a um lugar onde a bebida rolava solta, me impressionou positivamente. A fumaça de meu cigarro se dissipou, o sabor da bebida depois de algumas horas também, mas a lembrança daquele homem de Deus não me abandonou.

No dia seguinte mostrei à minha irmã o jornal, contando-lhe a experiência que tivera na noite anterior. Apressadamente ela o leu e escreveu ao endereço em São Paulo, respondendo a um pequeno anúncio que apelava a jovens oferecerem-se ao “oficialato”, cursando o "Colégio de Cadetes" (seminário) e dando suas vidas inteiramente ao trabalho de Deus nas fileiras salvacionistas. Poucas semanas depois, enquanto eu estava no trabalho, aquele homem que me encontrara no bar, juntamente com sua esposa, visitou minha irmã.
A “dose da injeção do Senhor" não fora suficiente e eu certamente precisaria de outras doses, pois aquele encontro no bar ou mesmo o impacto inicial que eu tivera foram caindo no esquecimento rapidamente. O jornalzinho, porém, ficou guardado no meu armário.
B O M B

Ainda no ano de 1961, com aqueles mesmos amigos fui ao cinema naquela tarde de domingo, sem saber a que filme assistiríamos. O importante é que após o cinema estenderíamos a algum barzinho para bebermos, o que estava se tornando um hábito. Mas hoje concluo que Deus queria pôr um fim imediato no mau caminho pelo qual eu estava enveredando, pois tudo de fato aconteceu muito rapidamente.
O filme de ficção científica, enfocando o tempo da Guerra Fria, era “do meu estilo”, preto-e-branco, dramático, depressivo e cheio de desesperança. Combinava com o meu estado de espírito, que poderia ser traduzido por “Comamos e bebamos que amanhã morreremos.” Afinal, a vida era isso mesmo, uma brincadeira sem sentido, assim a encarava.
Nas cenas finais do filme aconteceu a “segunda dose da injeção do Senhor” para mim. Pregando uma mensagem de esperança ao povo australiano em desespero pela proximidade da nuvem radioativa que já exterminara a humanidade, lá estava o Exército de Salvação. Em uma faixa sobre o grupo, cantando e tocando seus instrumentos, estava escrito: “Ainda há tempo, irmãos!” (There still time, brothers!). Então, poucos minutos antes do The End, a faixa continuava lá ao sabor do vento agora contaminado, mas a população, como em outras partes do mundo, desaparecera sem deixar nenhum vestígio.
“Um dia eu vou pertencer a este Exército!”, disse aos meus amigos à saída do cinema. Seus risos e brincadeiras não me afetaram à minima. No bar o gosto da bebida parecia ter mudado… é que no meu interior alguma coisa superior estava acontecendo, como que a mensagem da faixa dizendo-me "Ainda há tempo para ti, Paulo!"
(Um complemento deste tópico "Bomb" poderá ler no final desta postagem)

B U S

Em janeiro de 1962 tive minhas férias do trabalho. Dali a dois meses eu faria o serviço militar. Planejei, então, fazer algo radical e arrojado: tomar um ônibus Porto Alegre-Rio de Janeiro, da Empresa Nossa Senhora da Penha, e visitar uma querida tia-avó que se mudara para a distante Cidade Maravilhosa. Com 19 anos, nunca de fato saíra de minha cidade de Pelotas, a não ser para ir à capital Porto Alegre. Que aventura seria conferir as belezas do Rio, o que fiz por algumas semanas acompanhado também de duas primas.
Mas o dia de voltar para o sul chegou; em poucas semanas esperava-me a nova vida como soldado do Exército Nacional. Jamais imaginaria que uma nova vida também me esperava, dessa vez como soldado do Exército de Salvação!

Da janela do ônibus onde ainda entravam passageiros, vi um jovem uniformizado despedindo-se de sua família. Pertenceria ele ao Corpo de Bombeiros? Ao aproximar-se de seu assento bem próximo ao meu percebi tratar-se de um membro do Exército de Salvação. "Novamente?" perguntei a mim mesmo, mas com um tom de alegria e certa expectativa, vendo a mão de Deus em mais este encontro com aquele "tal Exército".
Naquele tempo a viagem do Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul durava cerca de 35 horas (incluindo o trecho Porto Alegre-Pelotas). E foi aí que recebi “a terceira dose da injeção do Senhor”. Tempo havia de sobra para conversar com aquele jovem quase da minha idade, com a marcante diferença de que ele possuía um grande ideal e eu de convicção somente que em poucas semanas eu usaria um uniforme também, mas da cor verde… nada além disso.
O jovem oficial salvacionista, por “incrível coincidência”, dirigia-se à minha cidade para assumir a direção do Corpo salvacionista local. O que significava um Corpo? Como ele ingressara no Exército de Salvação? O que iria fazer na minha cidade? O que significa mesmo esse estranho Exército de Salvação? Essas e muitas outras perguntas fiz a ele no decorrer da longa e interessante viagem.
E assim chegamos a Pelotas e nos despedimos. Eu estava munido do endereço do Corpo (igreja) e dos horários das reuniões (cultos). Na semana seguinte, acompanhado de minha irmã, adentrei a porta do Exército de Salvação... onde estou até hoje! Minha tristeza desapareceu e deu lugar à alegria, deixar o cigarro (de fato, nunca fui viciado em fumar) foi fácil, também a bebida ao ingressar nesse Exército cujos membros são abstêmios totais. A falta de entusiasmo e motivação pela vida foram substituídos por uma vontade imensa de viver para fazer a vontade de Deus, agora a minha Alegria maior! A Jesus Cristo, que de fato sempre amara, agora O amava ainda mais e queria seguir à risca os Seus ensinamentos e preparar-me para segui-lO em tempo integral, cursando o Colégio de Cadetes em São Paulo e tornando-me um oficial, o que aconteceu dois anos após, em março de 1964, quando me despedi de minha família e amigos e embarquei para São Paulo, iniciando-se uma vida de aventuras na qual estou envolvido até hoje.

Concluindo...

Em 1973, antes de casar-me, fui a Londres fazer um curso no Colégio Internacional de Oficiais. O diretor do colégio, que por três meses reúne oficiais dos quatro cantos do mundo, chamava-se Albert Mingay. Quando em uma noite foi a minha vez de dar o testemunho B-B-B, que você acaba de ler (espero...) ao finalizar o diretor, visivelmente tocado com minhas palavras, quis falar. E contou surpreso e maravilhado a seguinte história:

Em 1958 ele foi o chefe do The Salvation Army (Exército de Salvação) da parte sul da Austrália. Certa vez, uma equipe da Metro-Goldwyn-Mayer visitou seu escritório em Melbourne, solicitando-lhe salvacionistas autênticos para fazerem parte das cenas finais de um filme que estava sendo rodado naquela cidade, On the Beach (A Hora Final), baseado em uma obra literária do australiano Nevil Shute. Albert Mingay consentiu e quando os salvacionistas estavam ensaiando veio-lhe à mente uma idéia para dar mais impacto à cena. A sugestão foi aceita pelo famoso diretor do filme, Stanley Kramer. E assim foi colocada uma faixa sobre o grupo com os dizeres que tanto tocaram a mim, um rapaz sem rumo, vivendo do outro lado do hemisfério sul, que fora ao Cine Capitólio na sua cidade: "There's still time, brothers!" (Ainda há tempo, irmãos!).

Tendo contado tudo isso, pergunto ao leitor: Como não crer na direção de Deus em nossas vidas? Como achar que tudo é simplesmente obra do acaso? Gosto imensamente das palavras de um coro que escolho para finalizar meu depoimento:

Olho em tudo e sempre encontro a Ti; estás no céu, na terra, onde for; em tudo o que me acontece encontro o Teu amor, não posso mais deixar de crer no meu Senhor. É impossível não crer em Ti, é impossível não Te encontrar, é impossível não fazer de Ti meu ideal!



O filme "A Hora final", de 1959, a que assisti naquela tarde de domingo com amigos...





Em 1981, quando fui a Melbourne, Austrália, ao tomarem conhecimento do ítem Bomb do meu testemunho, conduziram-me ao exato local onde as cenas finais do filme foram feitas. E minha foto e história viraram capa no jornal do The Salvation Army australiano.






O inglês John Fisk - o homem que Deus usou para encontrar-me no no Bar - com sua esposa Christine e filhinhos nascidos no Brasil.






Sidney Campos no dia de seu casamento com Doreen Shaw, missionária australiana que trabalhou como missionária no Brasil. Com Sidney viajei no ônibus (Bus) voltando de férias. Foi "promovido à glória", termo salvacionista usado para os que morrem, em 1978, com apenas 38 anos. Doreen vive na Austrália com a filha Claudinéia (Neinha), minha amiga no Orkut.

Com minha bonita irmã, que ingressou no Exército de Salvação comigo, em 1962.


Em março de 1964, em plena Revolução, houve uma revolução em minha vida um tanto pacata, ao viajar para São Paulo para cursar o Colégio de Cadetes juntamente com outros jovens seminaristas, "Os Pregoeiros da Fé" (foto).


Em janeiro de 1966, aconteceu o nosso comissionamento como oficiais (ordenação como pastores/as), e fui nomeado para liderar o Corpo de Joinville-SC.




Como solteiro trabalhei nas cidades de Joinville-SC, Campos-RJ, São Gonçalo-RJ, São Paulo-SP, Brasília-DF e novamente São Paulo, onde em 1972 conheci uma tenente que trabalhava em Nova York e que viera visitar de surpresa seus pais, missionários finlandeses que trabalhavam no Brasil. (Procure no "Índice de todos os meus tópicos" o tópico Ritva Anneli Hämäläinen Franke)



Em 30 de setembro de 1973 casamo-nos no Corpo Central de São Paulo (noivas oficiais salvacionistas em todo o mundo não usam vestido de noiva, mas o uniforme no dia de seu casamento).
Por ter sido abolido no Brasil o uniforme branco, por razões econômicas o uniforme mais usado em tais ocasiões é o azul-marinho). Como casados trabalhamos em Curitiba-PR, Rio Grande-RS, Porto Alegre-RS, Lisboa (Portugal), São Paulo-SP, Perth Amboy-NJ , Fall River -MA USA - Jacutinga-MG, Åland (Finlândia), Pelotas-RS, Joinville-SC, São Paulo-SP, Helsinki, Vasa e atualmente Hämeenlinna (Finlândia)


Um poster que muito me inspirou e motivou ao decidir ser oficial do Exército de Deus.


E concluindo pergunto ao amigo leitor: Com vai a sua vida com Deus? Quem sabe a foto acima é a experiência atual de alguns. O mais importante na foto, porém, não é a situação deplorável mas o nome do barco: Try Again, cuja tradução é Tente Novamente, pois... ainda há tempo, irmãos!


"Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos, converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar."

Isaías 55:6-7

03 maio, 2008

O Exército de Salvacão Internacional



Ribbons dos quépes salvacionistas - da minha colecão - nos idiomas português, inglês, finlandês, sueco,
norueguês, holandês, alemão, espanhol. francês, romeno, russo, coreano e italiano. Uso atualmente no meu quépe a em língua sueca, o segundo idioma oficial da Finlândia.



No centro, o General Shaw Clifton e sua esposa, ele o atual líder internacional do The Salvation Army, rodeado de salvacionistas de todos os povos e nacões.


Comecando com o Fundador William Booth, a galeria de todos os generais, também de diversas nacionalidades.




Catherine Booth, parceira com seu esposo na fundacão do Exército de Salvacão.


Escudos em todos os idiomas onde opera a obra na Europa.





Gunpei Yamamuro, o pioneiro da obra salvacionista no Japão, destacou-se por traduzir os Evangelhos para a linguagem do povo comum, em 1899, sendo que 3 milhões de cópias foram impressas, levando um número sem conta de japoneses à fé ou ao conhecimento do cristianismo.



Para comemorar os 125 anos do Exército de Salvacão na Suíca, na campanha das Panelas de Natal de 2007 as Sopas Knorr produziram milhares de envelopes de sopa para serem distribuídos a quem colocasse uma oferta no "caldeirão", inspirada no slogan mais conhecido do Exército (como precisei esvaziar o conteúdo para escanear o envelope, adivinhem o que vai ser o meu jantar?...).

Diversos slogans têm tentado explicar a forma como o Exército de Salvacão desenvolve o seu trabalho. Há um, usado mundialmente, que diz: "O Exército cuja única arma é o amor". Na Finlândia é comum o “O coracão para Deus e as mãos para as pessoas”. “Sopa, Sabão e Salvacão” tem sido também um slogan popular. Usando-se a letra S três vezes (Soup, Soap and Salvation), enfatiza a natureza deste Movimento fundado em 1865, na cidade de Londres, por um pastor metodista, William Booth, juntamente com sua esposa, Catherine Booth. Inicialmente chamado de Missão Cristã, transformou-se em 1878 no Exército de Salvacão devido aos seus métodos um tanto militares. Espalhando-se pela Grã-Bretanha e então a diversos países da Europa, também pelos Estados Unidos, Canadá e Austrália, ao longo das décadas “abriu fogo” em outros tantos países e continentes, operando atualmente em 115 países (no Brasil desde 1922), e pregando o Evangelho em 175 idiomas. Ainda que tenha lacos fraternais com muitas igrejas evangélicas, o Exército de Salvacão é independente, isto é, sem vínculo com outras denominacões

Nossa Declaracão Internacional de Missão define, de forma condensada, o que somos e no que cremos:

O Exército de Salvacão, um movimento internacional, é um ramo evangélico da Igreja Cristã. Sua mensagem é baseada na Bíblia. Seu servico é inspirado no amor de Deus. Sua missão é pregar o Evangelho de Jesus Cristo e suprir as necessidades humanas em Seu nome, sem discriminacão.


Observada em cada país onde operamos, explica a razão da tremenda unidade que é uma característica marcante de nossa obra. A mesma história, as mesmas doutrinas, os mesmos métodos, o mesmo alvo e motivacão, o mesmo uniforme (com variacão de cor dependendo do país, por exemplo, na África), o mesmo General (líder internacional, com base no Quartel Internacional em Londres, eleito por um Alto-Conselho geralmente a cada 6 anos); tudo isso dá uma boa idéia dessa unidade, quase um milagre se consideramos as diferentes culturas, racas, idiomas e circunstâncias dos países onde a obra opera. Embora a mensagem pregada pelos salvacionistas seja a mesma em todo o mundo, a obra social, que opera paralelamente, varia de acordo com a necessidade do país. Exemplificando: em alguns países as criancas recebem um apoio substancial através de lares, casas-lares, escolas, crèches, centros, clínicas etc. Em países onde o alcoolismo é um problema social, há instituicões especializadas para acolhimento e tratamento. Muitas vezes centros familiares ou contra a violência familiar têm sua origem devido também ao alcoolismo, que afeta não somente o indivíduo como também a sua família. Hospitais administrados pelo Exército podem ser encontrados em países da África e da Ásia. Isso somente para dar uma idéia de como se desenvolve a nossa obra. Quando tragédias ocorrem – de qualquer natureza – muitas vezes o Exército de Salvacão é a primeira organizacão a surgir no local, com suas cantinas moveis, distribuicão de cobertores etc, além de pessoal de aconselhamento às pessoas afetadas. Embora nem sempre a mídia enfoque devidamente a nossa atuacão, há após a tragédia uma continuacão ao ajudar famílias, reconstruindo suas casas e renovando o contínuo suporte espiritual em face da situacão emergencial que muitas vezes persiste, como no caso do tsunami na Asia.


Ainda que a obra social seja a mais notada, atuamos equilibradamente atendendo à necessidade espiritual das pessoas, como qualquer igreja. Note-se que a palavra Salvacão, ao contrário do que muitos pensam, diz respeito à salvacão da alma, através do sacrifício de Jesus Cristo na cruz do Calvário pelo ser humano que, ao aceitá-lO pela fé, é salvo de seus pecados e tem a vida transformada. Nosso lema maior, Sangue e Fogo (Blood and Fire), o sangue de Jesus e o fogo do Espírito Santo, está inscrito na bandeira e no escudo salvacionistas. Nessa linha teológica o Exército de Salvacão identifica-se com a grande maioria das igrejas evangélicas, a não ser com as que apelaram para a teologia da prosperidade, fazendo disso o tema central de sua pregacão e causando com isso tanto dano e confusão, além do mau testemunho que tem prejudicado os evangélicos de modo geral, especialmente no Brasil. O abuso de muitas igrejas, no entanto, serve como justificativa cômoda para muitos não abracarem a fé.



A música tem inspirado o Exército de Salvacão desde os seus primórdios, sempre celebrando o Cristo vivo e atuante, através do canto e dos mais variados instrumentos musicais. Hinos tradicionais têm sido usados em nossas reuniões (cultos), realizadas não somente aos domingos, mas também música moderna, rítmica, sendo o Exército praticamente o pioneiro nessa forma de adoracão, especialmente para atrair a juventude. Em 1965, o ano em que a obra celebrou seu centenário, surgiu na Inglaterra o grupo “Joy Strings” (Cordas da Alegria), que se popularizou unindo o canto sobre temas atuais com música contemporânea. O grupo extrapolou ambientes salvacionistas e ficou conhecido na própria sociedade, inclusive nas paradas de sucesso da Inglaterra. Musicais, do tipo da Brodway, foram introduzidos e apresentados com retumbante sucesso. Iniciando-se no final da década de 60, em diversos países, de uma forma moderna e vibrante enfocavam temas bíblicos. No Brasil a história de Jesus foi tema do musical “Gente de Jesus”e o início da Igreja Cristã no musical “Espírito”. Por envolverem muitas dezenas de participantes e estenderem-se seus ensaios ao longo de meses, os famosos e abencoados musicais têm sido substituídos por apresentacões mais práticas e igualmente abencoadas e artísticas. Há, no entanto, quase uma dezena de outros musicais, todos da autoria de dois salvacionistas que chegaram ao rank de General, John Larsson e John Gowans.

Desde os seus primórdios, por ter adotado hierarquia e termos militares, os membros podem ser oficiais (pastores), cadetes (seminaristas), sargentos (diáconos), soldados (leigos) e mesmo membros civis. O oficial dá o seu tempo integral para a obra e atua ou no setor espiritual (Corpos=igrejas) ou no setor social (os mais variados tipos de instituicões). Os sargentos e soldados são voluntarios, membros como o de qualquer outra igreja. De modo geral, os salvacionistas não se limitam a louvar a Deus ou pregar o Evangelho entre as quatro paredes de seus salões (templos), mas realizam reuniões ao ar livre, procurando assim atingir outros com sua mensagem. Muitas pessoas conhecem o Exército de Salvacão em razão da tradicional Campanha das Panelas do Natal, iniciada em São Francisco-CA há mais de 100 anos e difundida em muitos países por ocasião da época natalina. Seu resultado financeiro é revertido em benefício de milhares de famílias carentes. Há os que conhecem nossa obra através do apadrinhamento de criancas pobres, outros através do cinema, outros ainda pelo contato com o salvacionista vendendo “The War Cry” (RUMO no Brasil), nossa revista, publicada em dezenas de línguas e vendida semanalmente em restaurantes, shopping-centers e outros locais.


Durante as duas Guerras Mundiais o Exército atuou das mais variadas formas, muitas vezes apoiando os militares no próprio campo de batalha, dando-lhes alimento, escrevendo cartas em seu nome, fazendo contatos com seus familiares, aconselhando-os ou confortando-os. É conhecida a sua atuacão na Finlândia quando conduziu e estabeleceu em famílias-de-apoio da Suécia, país neutro, centenas de criancas finlandesas, conduzindo-as de volta às suas famílias originais quando a guerra terminou.


Muito poderia ser escrito sobre o internacional The Salvation Army. No entanto, a declaracão abaixo, do fundador William Booth, continua a traduzir o espírito de nossa obra e ser a motivacão de todos os que a ela pertencem:

"Enquanto mulheres chorarem... eu lutarei; e enquanto crianças passarem fome... eu lutarei; enquanto homens passarem pelas prisões... eu lutarei; enquanto restar uma alma que esteja nas trevas, sem a luz de Deus, eu lutarei. Eu lutarei até o fim!"

"A ambicão de alguns homens é a arte. A ambicão de alguns homens é a fama. A ambicão de alguns homens é o ouro. A minha ambicão é as almas dos homens." (outra citacão de William Booth)

Fardas Benditas

- ao valor inconteste dos componentes do Exército de Salvacão, do poeta evangélico Mario Barreto Franca:

*
Das fardas que existem há uma, eu bem sei,
Mais bela e mais nobre que o manto de um rei.
*
Quem veste essa farda tem puro o ideal,
De dar sua vida ao Bem, contra o mal.
*
Não usa navio, nem tanque ou canhão,
Mas sim a Palavra de paz e perdão.
*
O toque que vibra no santo clarim
A fé tem por alvo, o céu tem por fim.
*
Por isso te exalto nos cânticos meus,
Ó fardas benditas, milícia de Deus!
*

Sobre os Frankes, Mirandas e Silvas no Exército de Salvacão:


Tenho contado em outras postagens a razão pela qual estarmos na Finlândia - nós e nossas duas filhas casadas com brasileiros -, inicialmente o fato de ser o país onde nasceu minha esposa. Outra forte razão tem sido a do chamado de Deus para aqui trabalharmos como oficiais-de-reforco, naturalmente pelo fato de a obra local necessitar de obreiros.

A nomeacão atual deste "major" que vos escreve consiste em atender Corpos (igrejas) do sul da Finlândia, mormente os de lingua sueca, fazendo pregacões (sermões) em suas reuniões (cultos). Atividades paralelas são as de dirigir o blesSING Gospel Choir, a Brazilian Fellowship, a de vender nossa revista a cada duas semanas na maior loja de departamentos (Stockmann) da Escandinávia, trabalho que faco voluntariamente por considerar uma oportunidade magnífica de contatar pessoas, aconselhá-las, informar sobre o Exército de Salvacão etc. (nessa grande loja encontrei Victoria Chaplin, artistas do cinema e do teatro finlandeses, políticos, desportistas, encontro pessoas de diversas nacões e culturas, quando possível conversando com elas, o que gosto imenso de fazer). Meu escritório fica no Quartel Nacional em Helsinki.

A presente nomeacão da major Anneli consiste em secretáriar no Quartel Nacional. É a responsável pela coordenacão do departamento que consegue padrinhos finlandeses para criancas carentes abrigadas em nossas instituicões em diversos países, principalmente no Chile, Bolívia, Brasil, Indonésia, Índia e Paquistão. Por ser fluente em 5 idiomas, tem sido igualmente requisitada para interpreter e traduzir colegas finlandeses que só falam o idioma-pátrio em diversas conferências em países da Escandinávia, na Rússia e ultimamente na Letônia. Como parte de sua nomeacão, edita a revista ”Home & Family” nos idiomas finlandês e sueco.


Ainda que tenhamos trabalhado a maior parte de nosso ministério salvacionista no setor evangelístico e de literatura e difusão radiofônica, temos também tido experiência na direcão de obras sociais, a saber: dois Lares de Criancas (Jacutinga-MG e Joinville-SC) e um Lar de Mães Solteiras (São Paulo-SP). Participei de equipes de emergência no terremoto do México e nos dois acidentes com aviões da TAM (ver links), além de outras de menor porte. Em muitas Corpos (igrejas) onde fomos dirigentes, no Brasil, USA e Finlândia, paralelamente ao trabalho espiritual havia promocão social, especialmente voltada a famílias carentes.


Nosso genro Rodrigo e filha Deborah (capitães), ele filho de salvacionistas de Niterói-RJ, trabalham como oficiais (pastores) na cidade de Hyvinkää, a 50km da capital Helsinki, desenvolvendo o trabalho do Corpo (igreja) que atende também a pessoas necessitadas. Seu trabalho tem sido destacado pelo desenvolvimento que tem apresentado. Sendo minha filha pianista e meu genro guitarrista e baterista, o louvor de sua igreja é um ponto marcante nas reuniões de domingo. Nosso genro Leandro e a filha Marta (capitães), ele filho de pastor pentecostal em Canoas-RS, trabalham na cidade de Oulu, ao norte do país, também como pastores. Têm desenvolvido um trabalho cheio de criatividade que atinge pessoas de todas as faixas-etárias, também estrangeiros, entre eles um bom grupo de brasileiras que lá vive e que tem tido um animado estudo bíblico, além de um lindo Gospel Choir. Ambos filhos de oficiais salvacionistas, Aaron e Flávia são fiéis soldados do Corpo Central de São Paulo, sendo ele músico da banda de metais, cada um participando de outras atividades também.

Fotos de diversas atuacões e datas


Uma reunião ao ar livre em um país tropical


.... e em um país nórdico.


Na foto, Anneli no grande evento do congresso internacional realizado no Complexo Wembley, em Londres. Lado a lado, representantes do Brasil e da Finlândia, enquanto que nós, nesse ano de 1978, trabalhávamos em Portugal.



Nesse mesmo congresso, uma visita ao Colégio Internacional de Cadetes (seminário), onde um grupo de brasileiros e oficiais que trabalharam no Brasil posa diante da estátua do fundador William Booth.


Em julho de 1996, iniciamos o programa radiofônico salvacionista no Brasil, uma experiência enriquecedora pelo alcance, através da Rádio Transmundial (WTR), aos mais longínquos rincões de nosso país, inclusive em muitas tribos indígenas. Informe-se no site brasileiro (abaixo) sobre onde sintonizar o programa, ainda sendo irradiado.


O grupo musical Joy Strings apresentando-se em um festival salvacionista no Royal Albert Hall, em Londres.



Brass bands têm sido utilizadas pelo Exército desde os seus primórdios.


Ficaram na lembranca os magníficos Musicais... A foto mostra o elenco do musical "Espírito". Participei nas décadas de 70 e 80 do "Gente de Jesus" e do "Espírito" interpretando o discípulo Pedro. No início dos anos 2000, um grupo de São Paulo, dirigido pelo salvacionista Tiago Luchini, que vive atualmente na Finlândia, reapresentou com sucesso o musical "Gente de Jesus". Nessa apresentacão meu filho Aaron interpretou Pedro, igual ao seu pai no passado. (E ao mencionar isso, um recado a alguns jovens do Orkut: Vejam se encontram seus pais ... ou avós no grupo acima (foto ampliada no meu álbum)!)

A bela mansão do "Rancho do Senhor" no Bosque da Saúde em São Paulo, que abrigava o lar de mães solteiras e creche (também para a comunidade), obra social que dirigimos nos anos de 1980 e 1981.




Uma verdade constante em nossa pregacão (em português: Sem Jesus, sem paz; conheca a Jesus, conheca a paz)

Venha e una-se ao nosso Exército!

*

"O Senhor dos Exércitos, Ele é o Rei da Glória! "(Salmos 24:10)

Não a mim, não ao Exército de Salvacão, mas a Ele, portanto, pertence toda a glória! (pf)

/O/

Vídeos sobre o Exército de Salvacão Internacional:

http://www.youtube.com/v/fmVqoGzp3-o&hl=enhttp://www.youtube.com/v/fmVqoGzp3-o&hl=en

Links:

Meu encontro com Vitória, a filha de Charles Chaplin:

http://paulofranke.blogspot.com/2006/07/ele-era-importante.html

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Participacão na equipe salvacionista de emergência no terremoto:

http://paulofranke.blogspot.com/2006/09/o-terremoto-na-cidade-do-mxico-1985.html

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O Exército de Salvacão e o Cinema:

http://paulofranke.blogspot.com/2006/09/o-exrcito-de-salvaco-e-o-cinema.html

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International Open Gospel Choir (blesSING Gospel Group):

http://paulofranke.blogspot.com/2006/11/international-open-gospel-choir.html

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Encontro de Brasileiros na Finlândia (realizado no ESalvacão):

http://paulofranke.blogspot.com/2007/03/encontro-de-brasileiros-na-finlndia.html

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Equipes de emergência nos acidentes com aviões da TAM:

http://paulofranke.blogspot.com/2007/07/equipe-de-socorro-acidente-com-avio-da.html

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A salvacionista que escondeu criancas judias durante a guerra:

http://paulofranke.blogspot.com/2007/11/ela-escondeu-criancas-judias-durante.html

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John Lennon e o Orfanato Strawberry Field em Liverpool:

http://paulofranke.blogspot.com/2008/03/john-lennon-e-o-exrcito-de-salvaco-em.html

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Busque no Google The Salvation Army e obtenha informacões sobre o trabalho em todos os continentes.

Informacões a respeito do Exército de Salvacão no Brasil:

rumo@salvos.org.br